– Cadê a Monique? - Mônica repetiu a pergunta, tentando obter um mínimo de calma que não conseguia encontrar em si.

– Calma, Mônica - Magali tentou acalmá-la -, nós vamos encontrá-la.

– Eu não consigo ter calma, Magali!

O que o resto da sala fez, foi simplesmente assistir Mônica tirar carteira por carteira e arremessar no canto da sala para ver se Monique não se encontrava entre elas. Se professor estivesse presente... Bem, ainda bem que não estava, pois fora um dos primeiros a sair.

Magali, vendo o desespero da amiga, a segurou pelos ombros para que parasse com o ato.

– Mônica, se controla, nós vamos encontrar Monique, toda a turma vai ajudar.

A sala aquiesceu para mostrar que podiam contar com eles. E Cebola tomou a dianteira:

– Calma, Mônica, eu vou encontrá-la!

Mônica olhou para ele e para o resto da turma, tinha de confiar na promessa do Cebola eu ficaria louca. Encontrou em sua força o espirito de liderança e tomou o controle da situação como sempre fizera:

– Encontrem-na.

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Se Mônica fosse um pouco mais paciente, perceberia que no fundo da sala ainda restava um aluno que assistia toda a cena de modo a ninguém reparar nele enquanto todo o resto - inclusive Mônica - saíam em disparada pela porta em. É claro, todos menos um.

Ele era sempre o último a sair, e continuaria assim, afinal, seu nome era Do Contra e tinha de honrá-lo.

Se ele se surpreendeu com a crise da Mônica ao perder a menina? Não, nem tanto assim, o que o surpreendeu foi o fato daquela menina não representar apenas uma menina carente de quem estava cuidando. Seu sentido contrariador estava apitando, e para descobrir o porquê, teria de encontrar a menina.

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– Com licença, você viu uma Mônica em miniatura por aí?

– Desculpe, você viu uma Mônica pequena só que mais fofa que a original?

– Perdão, você viu uma mini Mônica? Ela é mais mini que a Mônica que nós conhecemos.

Esses foram os meios da turma toda perguntar onde estava Monique, parecia que eles estavam tentando de alguma forma tirar Mônica daquele torpor, que só vazia era pensar na filha.

– Calma, Mônica - Magali consolava a amiga -, não foi culpa sua.

– Eu só me descuidei por um segundo... - parecia que Mônica não ouvia ninguém.

– Mônica, mas você só estava cumprindo com os seus deveres escolares, o professor mesmo disse que não era para deixar os seus deveres de lado.

– É, Mônica - Cascão concordou -, a aula estava muito chata, eu também sumiria se tivesse o tamanho dela.

– Cascão, você não está ajudando.

– Pessoal, vamos raciocinar - Cebola tomou a frente da situação. - Nós quatro sabemos que Monique é filha da Mônica...

– Fala baixo - Magali o reprimiu.

– Deixa eu terminar. Bem, sabemos que Monique é filha da Mônica, então vamos raciocinar... Onde a própria Mônica iria se fosse uma criança perdida em uma escola?

Mônica saiu do seu torpor com um brilho de esperança no olhar:

– O laboratório de ciências!

– Ok, não foi muito boa esta minha ideia, afinal, você é péssima em ciências!

– Não é isso, na parte da manhã o laboratório de ciências é apenas isso para os alunos do ensino médio, mas na parte da tarde é apenas um espaço educativo para o primário, tem brinquedos lá!

– Então vamos logo.

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Após cindo minutos naquela sala, Do Contra finalmente se levantou para procurar Monique, afinal, procurar todos juntos seria o mesmo de apenas um procurar.

Quando esta prestes a cruzar a porta, ouviu numa voz doce e infantil perto dali:

– CD.

Do Contra fechou a porta ainda estando dentro da sala, ao fechar, se deparou com a linda garotinha que estava atrás da porta.

– Que legal - Do Contra falou ao pegar a menina no colo -, você fala o meu nome ao contrário!

– CD.

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– Nada! - Mônica fechou a porta do laboratório de ciências e se apoiou nesta.

– Mônica, isto aqui é uma escola ela não pode ter simplesmente sumido! - Cebola tentava de todas as maneiras fazer com que Mônica se animasse.

– Mamãe!

Todos voltaram suas cabeças para a direção da dona da voz infantil que vinha carregada no colo do Do Contra.

Mônica não pôde controlar o alívio e a felicidade que sentiu ao ver Monique, nem ao menos se importou de ela a chamar de mamãe na frente do Do Contra. Já Cebola, não fez questão nenhuma de disfarçar seu aborrecimento pelo fato de Do Contra ter saído herói da situação, e por Monique se sentir tão à vontade com ele.

Mônica abraçou Monique, beijando os seus cabelos.

– Por que você fugiu?

– Na verdade - Do Contra interviu -, ela nem saiu da sala.

– Como assim?

– Bem, ela estava atrás da porta, e bem, com ninguém fecha quando sai...

Mônica bufou de irritação ao ver o como foi negligente, também foi culpa da Magali em não ter deixado que ela revirasse toda àquela sala em busca da filha.

– Muito obrigada, DC. Eu realmente não sei...

– CD, Control D - Monique não parava de falar.

– Como é? - Mônica não sabia se a filha pedia uma música num CD ou um computador.

– É que ela fala o meu nome ao contrário.

– Ah - Mônica enfim entendeu -, ela sabe os seus gostos.

"Estranho" Cebola pensou, "como Monique conhece o Do Contra?"

– Bem Mônica, acho que está todo mundo atrasado para a Educação Física - Do Contra torceu a boca ao falar todo mundo. - Só queria saber uma coisa.

– Pois diga.

– Monique te chamou de mamãe.

Monica se arrepiou de leve, mas cuidou bem para que ninguém reparasse.

– Eu sou mãe voluntária, DC.

Aquilo pareceu o suficiente para o Do Contra, pelo o menos por enquanto.