Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94


Capítulo 15
Sonhos e pesadelos




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Cebola não podia acreditar que depois de subir todos os degraus daquela bendita escada, foi parar em um corredor. Aí você pensa: mas qual o problema com o corredor? O problema é que o corredor apareceu, ao mesmo tempo em que a escada sumiu.

O que verdadeiramente assustou o Cebola foi se encontrar sozinho, sem ao menos poder voltar à saída por onde entrou e encontrar os seus amigos. torceu para que eles estivessem em uma situação melhor que a sua.

O corredor em si, não era grande, na verdade, era bem curto, um retângulo quase quadrado de duas portas de modelo arcaico em cada lateral e mais uma no final dele, ao todo eram cinco, e atrás, apenas uma parede de pedra no lugar de uma escada. Não era escuro de todo, mas a falta de janelas e tochas nas paredes, tornava o cômodo quase um breu total, se não fosse algo que iluminava por dentro a porta da frente.

O pior era não saber para onde deveria ir, se seguisse adiante e entrasse em alguma dessas portas a passagem do corredor iria sumir como a da escada? Cebola torceu para que não.

- Cebola...

A voz masculina surpreendeu Cebola, mais por parecer tão familiar, do que por chamar o seu nome.

- Cebola, amigo...

- Quem é você? - Cebola tentou transparecer segura em sua voz, e torceu para que a voz não pudesse ver o quanto ele estava com medo.

- Você poderia ser mais criativo, ao invés de perguntar algo tão esperado...

- Mas é só o que eu quero saber - a voz do Cebola estava mais estável, mas ainda tomava cuidado com o que quer que pudesse aparecer de repente.

- Cebola, eu conheço você. Sei que quer saber muito mais do que isso...

- O que quer dizer? O que pensa que eu quero saber?

- Eu sei que você quer saber do futuro, o futuro que te pertence.

- Eu não quero conversar sobre o futuro com quem eu não tenho ideia de quem fala!

- Calma, se deseja saber tanto assim quem eu sou, vou lhe dizer.  Eu sou seu inconsciente.

- Meu inconsciente? - Cebola não podia acreditar no que estava ouvindo, a pessoa falava que fazia parte da cabeça dele. Será que estava ficando louco?

- Isso, ou pode-se dizer: sou parte do seus desejos mais ocultos.

- Fascinante - Cebola fez pouco caso.

- Também sou a voz do seu ciúme.

Isso pareceu prender a atenção do Cebola.

- A voz do meu ciúme?

- Do seu ciúme, do seu egoísmo, de suas mentiras... De tudo o que abriga os seus mais profundos desejos.

- E o que você quer?

- Lhe dar um presente, só hoje, você poderá ver o futuro.

- Tenho certeza de que o meu inconsciente não pode tanto - Cebola ao mesmo tempo em que testava o seu oponente, procurava saber mais do que se tratava todo aquele assunto.

- Na verdade... Pode sim, você mesmo já viu aqueles livros sobre o significado dos sonhos, não?

- Sim, e daí?

- Os sonhos são previsões do futuro, quero dizer, alguns deles. Mas a maioria se esquece, e os sonhos acabam parando no inconsciente.

- Então você está me dizendo que está com um sonho meu.

- Exatamente, e iria mostrá-lo, e posso garantir, você nunca mais vai esquecer de novo...

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Está certo que estava com fome, mas se deparar com uma refeição completa que parecia ter sido preparada especialmente para ela depois de subir todos aqueles degraus, era um tanto demais.

Magali se encontrava em um lugar que parecia ser um paraíso para ela, melhor do que a padaria do Quinzinho, que ele não soubesse. Uma sala com uma mesa imensa, colorida com todos os pratos imagináveis em cima de uma mesa mogno coberta por uma toalha leve e branca. Só havia uma cadeira à mesa, e parecia ser totalmente sua.

Magali se aproximou daquela mesa avaliou os itens como uma especialista em nutrição. Não encontrou críticas ruins naquela mesa, tudo parecia muito saudável e feito com muito amor, e claro, tentadoramente delicioso de se olhar.

Seria um sonho? Não estava disposta a acordar.

Magali se sentou à mesa, reparou no prato de sopa já servido a ela, uma sopa de galinha pelo que podia ver, a sua preferida. Pegou uma colher e encheu com sopa levando aos lábios.

- Magali.

Magali parou a colher a meio caminho da boca. O que seria aquela voz de mulher? Seria a vozinha da consciência  lhe dizendo para não acabar com a sua dieta? Mas a sopa parecia tão saudável...

- Magali, você errou o meu nome, e errou minhas intenções também.

Magali percebeu, talvez não estivesse em um sonho.

- Ainda não, mas pode continuar a sua refeição, é tudo muito saudável e feito com o maior carinho.

- Quem é você?

- Nossa, como demorou para fazer essa pergunta. Você é tão distraida quando fica diante de comida, nem percebeu que a esqueda a qual você subiu sumiu.

Magali rapidamente olhou para o local de onde viera, e realmente, a escada não estava mais lá. Estava numa sala de jantar sem saída.

- Co-como vou sair daqui? - Magali perguntou gaguejando a si mesma.

- Mas já? Não vai terminar a sua ceia? Não quer que eu responda à sua pergunta primeiro?

- Eu tenho de ir... Encontrar os meus amigo - Magali realmente esperava que eles estivessem bem.

- Eles estão bem, vão passar pela mesma experiência que você.

- Que tipo de experiência? - Magali teve medo ao perguntar e mais medo ainda de saber.

- Calma, Magali, eu não posso responder essa pergunta sem responder à primeira. Sou o seu inconsciente.

- Inconsciente?

- Sim, o lugar onde se guarda os desejos das pessoas, e também as lembranças esquecidas, como os sonhos.

- Como assim?

- Já ouviu falar da lenda de Jacó?

- Já...

- Pois você viverá uma experiência parecida, este sonho você teve e esqueceu, indo para em meu poder. E hoje vou lhe mostrar, enquanto você come, saberá o seu futuro.

Magali viu ondas se formar em sua sopa, e não teve certeza se estava preparada para essa experiência.

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"Será que eu voltei para casa e não soube?" foi o que Do Contra ppensou ao terminar de subir as escadas, realmente parecia que se eencontrava em sua casa, só que com aquela ilusão de decoração que seu irmão adorava fazer.

Era tudo igual, o sofá de veludo vermelho, as cortinas negras, os candelabros acesos. Seja quem fosse o decorador daquele lugar, o seu irmão o chamaria de plagiador.

Espera um pouco, por que sentia que estava faltando algo?

Do contra se virou e viu que a escada por onde subira tinha sumido. Magia de desaparecer em castelo de bruxa, que original.

Do Contra entendeu logo de cara que aquilo era um jogo, e ele adorava jogos, vamos ver quem seria o oponente.

DC se jogou relaxado no sofá, e esperou o tal oponente aparecer.

- Do Contra...

DC nem moveu um centímetro de sua expressão de tédio.

- Sinistro - disse - não dá para o fantasminha aparecer e dar um susto grande, se puder é claro.

- DC, eu sou você, conheço os seus desejos mais profundos.

- Legal, você está muito provavelmente dizeno que ou é um clone meu, ou é uma vozinha na minha cabeça e que eu estou louco.

- Vamos dizer que a segunda opção está quase certa, só que você não está louco.

- Ainda bem, né? - DC suspirou de tédio - não vai dizer as regras do jogo?

- Não tem jogo, Do Contra, é o seu inconsciente que está falando.

- Não é não, eu estou bem consciente, não está vendo que eu estou acordo?

- E como tem tanta certeza disso?

DC viu que conseguiu tirar uma pista, daquela voz, já era um ccomeço. Ele não estava acordado, estava provavelmente sob o efeito de algum feitiço que pegou nele muito provavelmente ante de terminar as escadas.

- Legal, seu inconsciente contrariado, o que você quer.

- Lhe mostrar o futuro.

- Não, obrigado. Não estou muito afim.

- Está sim Do Contra, eu te conheço muito bem, e sei que você está mais me ignorando do que prestando atenção no que tenho a lhe oferecer.

- Esperto você, hein? - Do Contra estava verdadeiramente se divertindo com a situação.

- Do Contra, saber o futuro implica em mudar o que você quiser dele, fazê-lo de novo, à sua maneira.

- Tentador, mas não obrigado.

- DC, pare de me ignorar, eu sou parte de você, seu... Plágio do Paulinho!

Isso tirou completamente o sorriso de diversão do Do Contra. Primeiro veio uma expressão de surpresa desagradável, depois de irritação.

- Você me chamou de quê? - DC não escondeu a irritação de quem quer que fosse.

- Eu te chamei imitação do Paulinho do CW7

- Retire o que disse! - DC detestava que o comparassem com alguém.

- Paulinho do CW7!

- OK, ô dona voz -  DC se ergueu se sentando no sofá - Agora você conseguiu me irritar.

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Nada, poderia ser pior do que isso, nada! Subiria e desceria aquela escada umas cem vezes, mas não aceitaria chegar no topo.

Cascão se encontrava em seu pior pesadelo: uma sala completamente molhada, desde o chão até o teto, parecia que um tsunami tinha passado por ali. Parecia que era um vazamento no cano acima do teto, que encharcava tudo, Cascão sabia que com a umidade, o teto poderia desabar.

Cascão se virou para descer novamente as escadas, mas não a encontrou. Se virou para todos os lado procurando como se ela tivesse sido locomovida para algum outro canto da sala.

- Merda!

O desespero do Cascão só aumentou quando viu que na parede oposta, escorria água, e ia aumentando a pressão, e aumentando, aumentando, Logo a água se espalhava pelo chão, indo mais rapidamente possível, na direção dele.

- Merda, merda, merda!

Cascão subiu me um caixote que estava ali perto.

- Cascão.

- Eu não sei quem é que me chamou, mas me safa de toda essa água!

- Mas é claro, se você aceitar dar uma viagem ao futuro comigo.

- Para o futuro passado, presente, contanto que seja seco!

- OK.

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Uma neblina passou pelo corpo da Mônica, ela logo se viu em uma rua desconhecida, a neblina que havia passado por ela se misturou com a daquela rua, o cheiro de latrina era forte, as ruas pareciam desertas, e não tinha ideia do que fazia ali.

- Onde estou? - Mônica perguntou à voz.

- No futuro.

- Onde exatamente?

- No local em que conheceu, ou melhor, vai conhecer, o pai da sua filha.

Mônica tremeu com o que a voz disse, se ela ainda não havia conhecido o pai de Monique, então não poderia ser o Cebola.

Mônica analisou bem as ruas, eram nojentas, não se imaginava andando por ali, ainda mais encontrar o futuro pai de sua filha naquela ruas nojentas.

- Por que eu passaria por essas ruas? Não faz nenhum sentido encontrar o meu futuro marido aqui.

- Eu não disse que era o seu marido.

A voz maldosa soou como um tremor gélido para a Mônica, estava cada vez com mais medo do que viria.

- Veja, lá vem você.

Mônica literalmente se viu andando por aquelas ruas, só que outras roupas. Estava um pouco mais velha, mas não muito. Dava para ver que carregava livros nos braços, provavelmente de faculdade, usava meia calça preta, blusa e saia vermelhas, e um casaquinho preto.

- Eu estou indo para a faculdade?

- Não, está voltando. Só que você demorou um pouco mais lá e aí ficou muito tarde. Olha, o pai da sua filha!

O grito da Mônica do Passado foi misturado com o grito da Mônica do futuro quando uma mão grossa e nojenta agrediu a Mônica do futuro. O que ouve em seguida, Mônica não conseguiu desviar o olhar, enquanto assistia ser vítima de um estupro.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME BATAM! Eu não queria escrever essa última parte, mas foi importante para a trama. Por favor não abandonem a fic, lembrem-se de que todos estão no castelo de Viviane, e tudo pode ser tanto verdade como mentira.