Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94


Capítulo 14
Sonhos Lúcidos


Notas iniciais do capítulo

Como eu faço psicologia, resolvi que este capítulo teria alguns conteúdos de psicanálise.



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- Quanto tempo vai demorar até ela perceber?

Foi Mônica quem fez a pergunta. A síntese da questão se referia ao fato de quando Viviane perceberiam que estava na casa dela. Pode parecer que foi deletada boa parte da história desde o ponto em que Mônica pediu à Ramona que a levasse até a casa dela. Vamos dizer numa versão bem resumida: Mônica pediu uma mágica de teletransporte, Ramona disse que não podia fazer porque não tinha os ingredientes mágicos que estavam na casa da mãe dela, Mônica achou que ela estava mentindo e tentou bater nela, mas Nimbus entrou na frente e quem apanhou foi ele, Mônica pediu desculpas sem parar, DC não ligou para o irmão com dor e se ofereceu para levar Mônica até Viviane, Cebola deu chilique e disse que o DC não tinha meio de transporte próprio, DC disse que tinha uma bicicleta, Cebola tentou bater no DC, mas Mônica disse para ele segurar a franga.

Nesse resumo não tão resumido assim, podemos dizer que depois de muitas discussões, brigas e tapas, Mônica foi até a casa de Marina, onde também encontrou Cascão e Magali preocupados, parecia que Nimbus tinha avisado os dois amigos sumidos do ocorrido e aproveitou para dizer onde Mônica iria.

Marina, já com base do conhecimento da história, desenhou a casa de Viviane com seu lápis mágico como já tinha feito uma vez, para que servisse de atalho. Mas Mônica não foi sozinha, e ela não sabia se estava feliz ou triste por isso.

Agora estavam Mônica, Ramona, DC, Cebola, Magali e Cascão percorrendo os túneis do subsolo da casa de Viviane. O lugar tinha gente demais para Mônica, era triste demais para Ramona, moderninho demais para DC, monótono demais para Cebola, escuro demais para Magali e úmido demais para o Cascão.

- Depende, ás vezes ela fica muito distraída com a tevê a cabo do seu tablet - Ramona mal olhava para Mônica, estava muito mais tímida e acanhada do que antes estava coberta de vergonha pela sua mãe.

- Para uma bruxa ela é bem moderninha - DC observou.

- Ela gosta das tecnologias atuais, ela só não gosta de invenções que acabem querendo substituir a magia, como clones, botóx...

- ... Máquina do tempo... - Mônica completou, ela andava a frente de todos centrada em cada ruído estranho que soasse, em cada sombra que surgisse na parede úmida coberta de musgo.

- ... É... - Ramona não prosseguiu com mais detalhes.

- Aqui não tem vazamento, não é Ramona? - Cascão olhava atentamente para os lados.

- Ok, Ramona vou ser direta - Mônica se virou para encarar Ramona - sua mãe está com minha filha, não culpo mais você pelo que aconteceu, afinal seu único erro foi ser inocente ao citar uma acontecimento com a sua mãe - Mônica pegou mais ar antes de continuar - mas eu preciso saber, quando sua mãe perceber que eu estou aqui... Ela pode fazer alguma coisa comigo ou com a minha filha?

Ramona olhou bem no fundos dos olhos de Mônica, feliz por ela a ter a perdoado, foi como um pedido de desculpas de qualquer forma, mas o que Viviane olhava não era o olhar de uma adolescente arrependida pelos seus atos precipitados, mas sim um olhar de uma mãe, uma mãe preocupada e amorosa. Ramona teve inveja de Monique.

- Minha mãe pode ter muitos defeitos Mônica, mas ela nunca machucaria uma criança.

- Apenas adolescentes,  não é? - Cebola soou irônico - Mas você não falou nada sobre a Mônica.

- Não nego, minha mãe faria algo sim contra você e principalmente com Mônica, mas o que eu mais temo é que ela use de magia psicológica.

- Peraí, você está falando de hipnose? - Dc pareceu ter percebido do que Ramona falava, claro, não prestava atenção na metade da bobagens que o seu irmão falava, mas deu para pegar alguma coisinha sobre mágicos.

- mais ou menos, muitas pessoas julgam que magia é isso, à base de hipinose, existe um única regra: se você acredita, a magia dá certo.

- Eu chamo isso de enganar o consumidor - Magali disse.

- Eu chamo isso de falcatrua mesmo - Cebola parecia cada vez mais irritado.

- podem chamar do que quiser, mas funciona. Muitos dizem que é a fé que cura, magia é uma prática religiosa, isso mexe com a sua mente de tal forma que não é a magia que te cura, mas você mesmo.

- Entre outras palavras "falcatrua".

- Que seja, eu só estou avisando, se você acreditarem, tudo que acontecer vai ser mais real que tudo que já viram.

- Agora entendi poque as mágicas do meu irmão dão certo, o público é muito ingênuo.

Ramona não disse mais nada, e continuaram a seguir caminho.

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Depois de subir por umas escadas o cenário de paredes estreitas coberto de musgo e escuridão foi substituído por um espaço mais amplo - embora ainda fosse um corredor - iluminado por tochas na parede, que era totalmente seca - para alegria do Cascão - e cobertas de teias de aranha - para o pavor de Magali.

- Tenho certeza que mamãe deixaria Monique no quarto dela, vamos ter dificuldade em passar por lá...

Ramona foi interrompida, não por alguém, mas pelo silencio deixado naquele lugar. Quando ramona se virou, viu que os seu amigos tinham sumido.

- Ah, não... O que foi que eu fiz?

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- Pessoal? - Mônica ficava cada vez mais apavorada - Cadê vocês?

Ela não poderia dizer como chegou naquele lugar, simplesmente num momento ela não estava ali, e no outro ela estava. Nem ao menos poderia deduzir o porquê de estar ali, já que que a sala era completamente fazia, sem nenhum objeto decorativo ou mobília, era quadrada e estranhamente iluminada por uma luz fraca que parecia apenas querer mostrar as linhas dos tijolos das paredes. Era estranha pois não tinha nada que fazia aquela sala iluminar, nem mesmo janelas, nada, e o que mais apavorava Mônica, é que justamente neste nada estava incluída a parte de sem porta. Então por onde por onde ela entrou?

- Ola, Mônica - uma voz estranhamente familiar de mulher ao mesmo tempo que desconhecida soou na sala, Mônica só não soube dizer onde.

- Quem é você?

- A voz do seu inconsciente.

- Tenho certeza que a voz do meu inconsciente não é tão feia assim.

- Hi hi hi, você é tão engraçada...

- O que você quer? - Mônica sabia que aquela conversa não estava indo pára um lado com, pois ela começava a ficar nervosa com aquela voz sem rosto.

- Mostrar o seu futuro...

- O futuro pertence ao futuro.

- E a você, já que teve a oportunidade de conhecer uma pequena parte dele - Mônica tremeu, pois sabia que a voz falava de Mônique - E eu sinto... Pois estou dentro de você... Eu sinto que você deseja saber mais!

- EU NÃO DESEJO! - mônica estava se descontrolando, e nem ao menos sabia o porquê, tudo que sabia, era que aquela voz parasse de falar, ficasse muda para sempre.

- Eu sei que deseja... E não há nada do que se envergonhar. Toda mulher deseja saber o nome do homem que lhe dará um filho ou filha. Mas eu garanto que irá sofrer!

- Como você pode saber tanto sobre o futuro? - Mônica enfrentou a voz - Se o que diz é verdade e você é o meu inconsciente, como é que você pode saber tanto sobre o futuro se eu ainda não o vivi?

- Você já estudou sobre Carl Jung...

- E o que é que tem ele? - Mônica sem querer deixou tremer a voz.

- Você me diz, o que ele dizia sobre os sonho?

- Que com os sonho... Podemos ter interpretações do futuro.

- Muito bem... Agora você sabe o que acontece quando um sonho não é lembrado?

- Ele é mandado para o inconsciente - Mônica estava com medo daquele jogo de perguntas e respostas, já não sentia mais a coragem em si.

- Correto! Agora eu vou mostrar o sonho que você teve um dia desses, e que por acaso você esqueceu como várias outras pessoas. Ou devo dizer... Pesadelo?

Mônica não se lembrava do que estava prestes a ver, só sabia que não queria ver.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? Ficou detalhado demais? Comentem, pessoal, que as mudanças dos capítulos são feitas para ficarem do jeitinho que vocês gostam.
Querem saber o que aconteceu com os outros e por que só a Ramona não sumiu, comentem, por favor, uma recomendação me fará postar mais rápido. Beijos!