Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94


Capítulo 13
Revelações, desabafos e lágrimas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/385975/chapter/13

– Cebola - DC chamou - preciso levar um papo contigo.

Uma carranca se formava na cara de Cebola, que não fazia esforço nenhum para esconder.

– Monique não está comigo.

– Mas você está indo vê-la, não é? É por isso que está indo para casa da Mônica. Sem aviso prévio, eu suponho

– O que você tem a ver com isso? Meus horários de ver a Mônica ou Monique não lhe diz respeito.

– Ah, por favor! - Do Contra fez um gesto de irritação - Não fale como se você fosse um pai divorciado indo pegar a filha nos fins de semana.

– Eu já falei que isso não tem nada a ver contigo.

– Tem certeza? - Do contra se aproximou mais de forma a enfrentar Cebola - Pelo que sei, Monique pode ser a minha filha.

– Ah, faça-me o favor...

– Fui eu que disse à Denise sobre Monique.

Cebola ficou congelado no lugar, demorou um pouco para voltar a falar.

– É mentira! - Cebola balançava a cabeça em negação - Xaveco me contou, a Denise ouviu uma conversa do Franja com a Marina.

– E você sabe por que a Denise foi atrás do Franja? - DC o olhava com desafio - Porque eu tinha dado a dica, Denise só quis confirmar.

– Mas você não sabia.

– Eu soube, quando Monique sumiu na escola - DC não parava de o encarar - Você acha que eu sou o quê? Otário? Achou mesmo que depois daquele desespero na Monica por uma menina que ela mal conhecia ter sumido... Você achou mesmo que eu não iria perceber? A menina a chamando de mamãe, ela dizendo o meu nome ao contrário.

– Por que você contou para a Denise? Você não sabia que ela contaria para toda a turma?

– Sabia, foi por isso que eu contei.

– Por que...

– Quando parte da verdade é revelada, fica impossível esconder o resto - DC tinha um quê no olhar, parecia um brilho ambicioso. - E você sabe do que eu estou falando.

Cebola sabia, e não gostou nada disso.

– Ela não é a sua filha!

– Sei que essa virou a sua frase preferida, diz isso para todo malandro que aparece dando uma de pai boa-pinta - DC bufou em irritação -, mas você vai ter de aceitar que não há só você na vida da Mônica.

– Você pode dizer isso o quanto quiser se isso alivia a sua alma, mas eu sei o que sinto, e sei o que aquelas duas garotas são para mim.

– Ela não é a sua filha! - repetiu.

– Aceite, Cebola. Eu não vou desistir da Mônica nunca.

– Desgraçado! - Cebola agarrou Do Contra pela camisa e o prensou no muro da rua - Elas não são a sua família! Se afaste delas, se afaste das duas.

– Nunca, Cebola - Do Contra tinha um expressão firme no rosto. - Mesmo que um dia você volte a namorar a Mônica, eu ainda estarei por perto; mesmo que você se case com ela, eu ainda estarei por perto, mesmo que Monique seja mesmo sua filha, eu sempre estarei ao lado das duas.

– Eu te odeio!

Antes que Cebola desse o soco que tanto queria no DC, ouviu-se um grito, o que os assustou não foi o grito em si, afinal não era muito potente, mas pôde ser ouvido pelo simples fato de ter vindo de uma casa daquela rua: a casa da Mônica.

_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

– Monique! - Mônica gritou, mas não adiantaria, sabia que ela já não estava mais lá.

Mônica chorava no colo da mãe, totalmente encolhida no chão. O grito que os garotos ouviram minutos antes tinha sido da dona Luísa, que quase teve um ataque do coração ao chegar junto com o marido do shopping e ver a filha desmaiada no chão. E pensar que tinham saído justamente para comprar uma roupinha nova para a garotinha na casa, que não poderia receber o presente tão logo.

Do Contra e Cebola chegaram logo em seguida.

– Mônica - Cebola olhou para Mônica - O que houve?

– Levaram ela - a voz da mônica era pura agonia - levaram Monique...

– Eu vou chamar a polícia - Seu Sousa pegou o telefone.

– Vem, Mônica - DC estendeu a mão para Mônica para que ala se levantasse -, vamos encontrá-la.

_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

– Ah, você é tão linda! - Viviane girava Monique no braços, que já não chorava, mas não tinha mais aquele sorriso - Claro, puxou a mim!

Viviane colocou Monique em sua cama, quando olhava para ela era como se visse todo o seu futuro, as mágicas que iria aprender, a bruxa poderosa que iria se tornar. Estava feliz com ela, e ninguém a tiraria.

– Você é tão parecida comigo, minha filha - Viviane reparou nos dentes de Monique, e torceu a cara - Se bem que você tem uns dentes parecidos com aquela dentuça - olhou mais de perto e sorriu -, mas os seus são muito mais bonitos meu bem, acredite!

Monique ainda ficou lá com aquela mulher estranha, naquela casa estranha com coisas estranhas. Monique nunca tinha detestado tanto o desconhecido como naquele momento.

_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

Depois daquele gesto de companheirismo do Do Contra, e da carranca totalmente ignorada do Cebola, Monica ganhou força para passar pela porta.

Cebola e Do Contra não faziam ideia da onde ela estava indo, mas Mônica parecia ter certeza do caminho que estava tomando.

O primeiro a perceber foi DC, que se apavorou ao ver Mônica entrando em sua casa e ir em direção aos fundos da casa.

– Mônica, o que você vai fazer?

Do Contra foi totalmente ignorado, Mônica continuou a seguir para os fundos da casa até chegar no quintal de trás, onde Nimbus e Ramona conversavam.

– Oi Mônica - Nimbus disse cortês, mas foi completamente ignorado enquanto Mônica passava por ele e desferia um tapa na Ramona.

O tapa tinha sido tão forte que Ramona tinha caído de sua cadeira. Mônica foi segurada por DC e Cebola logo em seguida, Nimbus ainda estava em choque.

– Desgraçada! - Mônica xingava - Foi você, eu sei que foi você!

– Mônica, o que é quê te deu? - Nimbus finalmente conseguiu perguntar.

– Minha filha foi levada pela Viviane, a mãe dela!

– Mônica, você tem certeza - Cebola perguntou, se fosse verdade varia questão de soltar a Mônica para ela acabar com aquela aprendiz de bruxa.

– Eu vi Viviane entrando na minha casa, ela me drogou com uma poção esfumaçada, quando acordei minha filha tinha sumido!

– Mônica, ainda assim você não pode culpar a Ramona - DC disse, mais preocupado em acalmá-la.

– Então como Viviane soube de Monique? Ela só poderia ter sabido dela! - Mônica apontava para Ramona de modo acusador.

Ao ouvir essas palavras Ramona tinha abaixado a cabeça para esconder as lágrimas, ela tinha sido responsável pelo rapto de uma criança, Nimbus nunca mais olharia para ela.

– Me desculpe, Mônica - Ramona não tinha coragem de olhar para ela. - Eu não sabia que ela faria isso...

– Mônica! - Do Contra ficou de frente para Mônica, sem se preocupar se ela o arrebentaria para chegar até Ramona - Você não é capaz de machucar ninguém sem ter cem por cento de certeza.

– Mas Dc...

– Seja como aconteceu, Ramona é a única que pode nos levar até Monique, os culpados a gente vê depois, se concentre em sua filha.

Monica respirou fundo, DC tinha razão, precisava se concentrar no mais importante, pois não suportaria deixar a sua filha nas mãos daquela bruxa por mais um segundo se quer.

– Está bem - Cebola finalmente a soltou - Me leve até ela, Ramona!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, comentem.