The World Can Be Wonderful escrita por Miyuki Yagami


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Nee! Desculpem o atraso de um dia. É que eu viajei e não tive muito tempo pra entrar. Me perdoem!
Mas aqui está!
P.S. Muito muito muito obrigada pelos comentários! Sério! Não sabem o quanto me deixam feliz!
Muito muito obrigada.
Dedico a vocês esse.
Boa leitura o/



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Acordei no colo de um rapaz. Não consegui distinguir seu rosto.

- Durma. – disse ele. – Estou te levando para casa.

Passei um braço sobre o pescoço do garoto e adormeci novamente.

     

Acordei novamente meu quarto. A imensidão do mesmo me dava angustia. Sabia que várias garotas iriam querer um quarto tão enorme quanto o meu, mas não me importava com ele. Virei para o lado da minha cama king e, em cima de um dos criados mudos, uma rosa vermelha. Peguei a rosa e havia também um pequeno cartão com as notas da música de Beethoven, Fur Elise.

Sorri. Quem era a pessoa estranha que dava um cartão com as notas de alguma música? Aliás, que pessoa estranha lembrava-se de meu aniversário?

Fiquei feliz, algo que não acontecia havia muito tempo. Abracei o cartão e peguei a rosa com cuidado, como se fosse de cristal.

Desci as várias escadarias para chegar até o térreo. Encontrei Leonard, um dos mordomos.

- Ohayou, Miku-hime! – falou Leonard. Ele era magrelo, estilo mordomo tradicional, mas não suspeitava que fosse me matar. O que fazia dele mais tradicional ainda. E sim, ele usava hime com todas as mulheres praticamente. Acho que é um costume dos ingleses, pois Leonard veio da Inglaterra, ou não. Nunca me interessei por ingleses.

- Ohayou Leonard! – falei. Pelo visto, os empregados haviam esquecido meu aniversário também.

- Miku-hime, por que não veio jantar ontem? Preparamos um banquete! Yui-san fez seus pratos favoritos e um bolo imenso. – contou Leonard. Fiquei chateada. Por que tinha que sair correndo igual louca, em vez de ir para casa?

- Me desculpe. – pedi. Leonard deu de ombros. Então me lembrei. Havia apagado no cemitério, então, como vim parar ali? – Como vim parar aqui Leonard?

Leonard deu um sorrisinho. Eu conhecia aquele sorrisinho. Tinha coisa.

- Digamos que seu príncipe te trouxe da casa dos anões para o castelo. – falou Leonard. Outra coisa que não entendia em Leonard, seu hábito de comparar coisas.

- Como assim? – perguntei.

- Ora, não se faça de boba senhorita. – disse ele, dando leves toques no meu nariz. – Vai me dizer que não está in love pelo galã de cabelo azul-escuro? – Leonard sorriu atrevidamente. Balancei a cabeça. Não poderia ser ele. – Te conheço melhor do que conheço minha mãe, você está completamente apaixonada pelo garoto. Até veio abraçada nele e não quis soltar quando ele te colocou no seu quarto.

Corei sem querer. Fiz mesmo isso?

Era mesmo ele?

Fiquei perdida em meus pensamentos até que Leonard falou novamente.

- Ele lhe trouxe essa flor, um cartão e disse: cuidem bem dela, ela precisa de ajuda. – completou.

- Não pode ser verdade. – disse mais para mim, do que para Leonard.

- Desde quando minto para você Hime? – perguntou. – Hina-hime – falou para uma de nossas empregadas. – Não é mesmo que o príncipe de Miku-hime a trouxe ontem?

Hinata apenas concordou e voltou a trabalhar.

- Não te fale – começou enquanto eu, praticamente, voei as escadas de volta ao quarto, depois de entregar a flor para Leonard e pedir que ele colocasse em um recipiente. Tomei um banho rápido, amarrei meu cabelo verde-água rapidamente, coloquei o uniforme e desci correndo.

Entrei no carro e Yuki me deu bom dia. Respondi apressadamente e ele me levou até a escola. Queria ser a primeira a chegar à escola. Quando Yuki estacionou, me despedi e desci correndo.

Passei correndo pelos corredores vazios e subi a escada para o próximo andar. Abri a última sala do corredor, entrei e fechei a porta. Coloquei minha mochila no chão.

Abracei o piano de cauda que ficava no meio da sala. Sentei e comecei a tocar o começo de Fur Elise, pois era o que estava no cartão.

Porém, sabia toda a música e fiquei tocando enquanto pude. Quando me preocupei com o horário, eram ainda sete e quinze.

Suspirei. Era a hora da despedida com o piano.

- Adeus, Joseph. – sim, apelidei um piano que nem era meu. Qual o problema?

Juntei a mochila e suspirei novamente. Mais um dia difícil. Coloquei a mão na maçaneta.

- Você toca melhor do que imaginei. – disse alguém no canto da sala. Levei as mãos na boca para não gritar. Shion-kun saiu da parte obscura da sala, que não era iluminada e só tinham instrumentos como flauta e harpa.

- O que está fazendo aqui? – perguntei. Estava com medo, era verdade. Ele era o primeiro a descobrir meu segredo. Poderia contar a todos, e isso chegaria aos ouvidos de meu pai. E então eu viveria trancada para sempre.

Ele andou pela sala, indo até onde ficavam as duas guitarras. Pegou uma e dedilhou.

- O mesmo que você. – respondeu.

Não parecia mais aquele garoto tímido. Tive repulsa. Detestava pessoas falsas.

- Você é um falso. – falei.

Ele pareceu surpreso. Parou de tocar e esperou que prosseguisse, cruzando os braços.

- Você se faz de tímido, escreve poemas, fala baixo, mas – tentei organizar os pensamentos em meio à raiva. – aqui, você falou de igual para igual. Sem timidez. Sem enigmas. Sem poemas.

Ele baixou os olhos.

- Sou tímido sim. Demoro muito para falar com alguém de “igual-para-igual” – falou, fazendo aspas. – Mas não sou falso.

- O que acontece para você falar de igual para igual? – perguntei. O fato é que estava realmente curiosa.

- Eu tenho que conhecer a pessoa.

- Você não me conhece. – retruquei.

- Se eu não te conheço? Você é uma herdeira desejada por muitos. Sabe falar cinco línguas apenas com dezesseis anos. Notas perfeitas, hábitos perfeitos, incrivelmente arrogante com todos. Faz todas as atividades extracurriculares. Dança, pinta, e, o que ninguém suspeita. – disse, cada vez chegando mais e mais perto. Comecei a recuar. – Sabe tocar vários instrumentos, compõe e canta também. – nessa hora ele estava a centímetros de meu rosto. Seus olhos eram lindos. Espera, ahn? – Sou eu que não te conheço, ou será que você não se conhece? Sou eu o falso, ou você, herdeira?

Estávamos próximos de nos beijar, e já estava prestes a dar um empurrão naquele garoto, quando ele se afastou por conta própria. Abriu a porta.

- Sinceramente, achei que você era incrível. Mas vejo que realmente machuca as pessoas porque quer, não porque não sabe o que faz. – falou, e então fechou a porta fortemente.

Aquilo doeu, muito.

E soube que, se ele tivesse mesmo feito o que achava que tinha feito, tinha se arrependido.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??