The World Can Be Wonderful escrita por Miyuki Yagami
Notas iniciais do capítulo
Nee! Desculpem o atraso de um dia. É que eu viajei e não tive muito tempo pra entrar. Me perdoem!
Mas aqui está!
P.S. Muito muito muito obrigada pelos comentários! Sério! Não sabem o quanto me deixam feliz!
Muito muito obrigada.
Dedico a vocês esse.
Boa leitura o/
Acordei no colo de um rapaz. Não consegui distinguir seu rosto.
- Durma. – disse ele. – Estou te levando para casa.
Passei um braço sobre o pescoço do garoto e adormeci novamente.
Acordei novamente meu quarto. A imensidão do mesmo me dava angustia. Sabia que várias garotas iriam querer um quarto tão enorme quanto o meu, mas não me importava com ele. Virei para o lado da minha cama king e, em cima de um dos criados mudos, uma rosa vermelha. Peguei a rosa e havia também um pequeno cartão com as notas da música de Beethoven, Fur Elise.
Sorri. Quem era a pessoa estranha que dava um cartão com as notas de alguma música? Aliás, que pessoa estranha lembrava-se de meu aniversário?
Fiquei feliz, algo que não acontecia havia muito tempo. Abracei o cartão e peguei a rosa com cuidado, como se fosse de cristal.
Desci as várias escadarias para chegar até o térreo. Encontrei Leonard, um dos mordomos.
- Ohayou, Miku-hime! – falou Leonard. Ele era magrelo, estilo mordomo tradicional, mas não suspeitava que fosse me matar. O que fazia dele mais tradicional ainda. E sim, ele usava hime com todas as mulheres praticamente. Acho que é um costume dos ingleses, pois Leonard veio da Inglaterra, ou não. Nunca me interessei por ingleses.
- Ohayou Leonard! – falei. Pelo visto, os empregados haviam esquecido meu aniversário também.
- Miku-hime, por que não veio jantar ontem? Preparamos um banquete! Yui-san fez seus pratos favoritos e um bolo imenso. – contou Leonard. Fiquei chateada. Por que tinha que sair correndo igual louca, em vez de ir para casa?
- Me desculpe. – pedi. Leonard deu de ombros. Então me lembrei. Havia apagado no cemitério, então, como vim parar ali? – Como vim parar aqui Leonard?
Leonard deu um sorrisinho. Eu conhecia aquele sorrisinho. Tinha coisa.
- Digamos que seu príncipe te trouxe da casa dos anões para o castelo. – falou Leonard. Outra coisa que não entendia em Leonard, seu hábito de comparar coisas.
- Como assim? – perguntei.
- Ora, não se faça de boba senhorita. – disse ele, dando leves toques no meu nariz. – Vai me dizer que não está in love pelo galã de cabelo azul-escuro? – Leonard sorriu atrevidamente. Balancei a cabeça. Não poderia ser ele. – Te conheço melhor do que conheço minha mãe, você está completamente apaixonada pelo garoto. Até veio abraçada nele e não quis soltar quando ele te colocou no seu quarto.
Corei sem querer. Fiz mesmo isso?
Era mesmo ele?
Fiquei perdida em meus pensamentos até que Leonard falou novamente.
- Ele lhe trouxe essa flor, um cartão e disse: cuidem bem dela, ela precisa de ajuda. – completou.
- Não pode ser verdade. – disse mais para mim, do que para Leonard.
- Desde quando minto para você Hime? – perguntou. – Hina-hime – falou para uma de nossas empregadas. – Não é mesmo que o príncipe de Miku-hime a trouxe ontem?
Hinata apenas concordou e voltou a trabalhar.
- Não te fale – começou enquanto eu, praticamente, voei as escadas de volta ao quarto, depois de entregar a flor para Leonard e pedir que ele colocasse em um recipiente. Tomei um banho rápido, amarrei meu cabelo verde-água rapidamente, coloquei o uniforme e desci correndo.
Entrei no carro e Yuki me deu bom dia. Respondi apressadamente e ele me levou até a escola. Queria ser a primeira a chegar à escola. Quando Yuki estacionou, me despedi e desci correndo.
Passei correndo pelos corredores vazios e subi a escada para o próximo andar. Abri a última sala do corredor, entrei e fechei a porta. Coloquei minha mochila no chão.
Abracei o piano de cauda que ficava no meio da sala. Sentei e comecei a tocar o começo de Fur Elise, pois era o que estava no cartão.
Porém, sabia toda a música e fiquei tocando enquanto pude. Quando me preocupei com o horário, eram ainda sete e quinze.
Suspirei. Era a hora da despedida com o piano.
- Adeus, Joseph. – sim, apelidei um piano que nem era meu. Qual o problema?
Juntei a mochila e suspirei novamente. Mais um dia difícil. Coloquei a mão na maçaneta.
- Você toca melhor do que imaginei. – disse alguém no canto da sala. Levei as mãos na boca para não gritar. Shion-kun saiu da parte obscura da sala, que não era iluminada e só tinham instrumentos como flauta e harpa.
- O que está fazendo aqui? – perguntei. Estava com medo, era verdade. Ele era o primeiro a descobrir meu segredo. Poderia contar a todos, e isso chegaria aos ouvidos de meu pai. E então eu viveria trancada para sempre.
Ele andou pela sala, indo até onde ficavam as duas guitarras. Pegou uma e dedilhou.
- O mesmo que você. – respondeu.
Não parecia mais aquele garoto tímido. Tive repulsa. Detestava pessoas falsas.
- Você é um falso. – falei.
Ele pareceu surpreso. Parou de tocar e esperou que prosseguisse, cruzando os braços.
- Você se faz de tímido, escreve poemas, fala baixo, mas – tentei organizar os pensamentos em meio à raiva. – aqui, você falou de igual para igual. Sem timidez. Sem enigmas. Sem poemas.
Ele baixou os olhos.
- Sou tímido sim. Demoro muito para falar com alguém de “igual-para-igual” – falou, fazendo aspas. – Mas não sou falso.
- O que acontece para você falar de igual para igual? – perguntei. O fato é que estava realmente curiosa.
- Eu tenho que conhecer a pessoa.
- Você não me conhece. – retruquei.
- Se eu não te conheço? Você é uma herdeira desejada por muitos. Sabe falar cinco línguas apenas com dezesseis anos. Notas perfeitas, hábitos perfeitos, incrivelmente arrogante com todos. Faz todas as atividades extracurriculares. Dança, pinta, e, o que ninguém suspeita. – disse, cada vez chegando mais e mais perto. Comecei a recuar. – Sabe tocar vários instrumentos, compõe e canta também. – nessa hora ele estava a centímetros de meu rosto. Seus olhos eram lindos. Espera, ahn? – Sou eu que não te conheço, ou será que você não se conhece? Sou eu o falso, ou você, herdeira?
Estávamos próximos de nos beijar, e já estava prestes a dar um empurrão naquele garoto, quando ele se afastou por conta própria. Abriu a porta.
- Sinceramente, achei que você era incrível. Mas vejo que realmente machuca as pessoas porque quer, não porque não sabe o que faz. – falou, e então fechou a porta fortemente.
Aquilo doeu, muito.
E soube que, se ele tivesse mesmo feito o que achava que tinha feito, tinha se arrependido.
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O que acharam??