The World Can Be Wonderful escrita por Miyuki Yagami
Notas iniciais do capítulo
Yo minna o/
Eu recebi reviews !!!!!!
:3:3:3:3
Por isso trouxe outro capítulo (e, sim, eu postarei outro no domingo, como prometi).
Muito obrigada a todos vocês!
Boa leitura ^-^
- Hatsune! – berra alguém a minha direita. Ignoro e continuo andando. Passadas rápidas me alertam que o individuo ainda não desistiu de mim. Pega o meu ombro, e por fim me viro.
Uma garota de cabelo rosa bagunçado e óculos fundo de garrafa está parada. Olho sutilmente para sua mão, ainda em meu ombro, e olho novamente para ela. A mão se solta.
- Sim? – pergunto.
Ela parece nervosa e vermelha.
- Ha-Ha-Hatsune-san! – começa. – O-o-o sen... sensei está lhe chamando!
Irrito-me, sem querer, com o nervosismo de Megurine.
- Qual deles e aonde?
- Ushio-sensei. Na diretoria. – responde baixo.
Suspiro agoniada. Dias maçantes não terminam nunca.
- Tudo bem. – falo. Saio em direção à diretoria, porém me lembro de uma coisa e viro para Megurine, que ainda está parada. – Se eu fosse você, daria um jeito nessa gagueira. Ela chega a ser estúpida.
Megurine deixa o queixo cair e não percebo que a deixei magoada. Só disse a verdade, nada menos.
Algumas vezes me pergunto qual o problema das pessoas. Se mentirmos, eles reclamam e ficamos como vilãos, mas se somos verdadeiros, em vez de se mostrarem gratos, reclamam mais ainda e ficamos vilãos ainda maiores. Incompreensível.
No caminho esbarro com Shion-kun, e derrubo todos seus livros. Já faz uma semana que ele está aqui e está enturmado, apesar de ser mais tímido que Megurine.
- Perdão. – falo. Ele se agacha para juntar seus pertences e repito o ato. Percebo que ele junta quase tudo em uma velocidade absurda, com medo que fosse lhe roubar. Deixa apenas um caderno no chão. Junto então e lhe entrego.
Ele fica me olhando, não de um jeito cruel, nem de um jeito “eu-odeio-você”. Só de um jeito curioso e tímido. Quando percebe que está me olhando, desvia os olhos para o chão.
Aguardo um “obrigado”, mas ele não vem. Sigo meu caminho então, pelo corredor vazio.
- Obrigado. – murmura Shion-kun. Paro um curto período de tempo, então sigo.
Bato na porta da diretoria. Ela se abre e vejo nosso professor de literatura japonesa, um homem com seus trinta anos, cabelo castanho bagunçado. Bonito até, para sua idade. Ele me dá um sorriso triste.
- Entre Hatsune. – pede.
Obedeço e entro na minúscula sala. Está tudo empoeirado e Ushio-sensei segura um telefone sem fio.
- Seu pai. – me disse, entregando o telefone e saindo da sala para me dar privacidade.
- Otousan? – pergunto.
- Miku – começa meu pai, com a voz firme. Papai é todo de várias multinacionais, o que faz dele milionário. E o que faz dele também, um pai ausente. – não voltarei para casa até dia 4 de Maio.
Tentei não me abalar.
- Mas você disse que voltaria hoje para – comecei.
- Eu sei o que disse. – gritou. Estremeci – Sua estúpida. Acha que estou brincando? Acha que dinheiro dá em árvore? A única coisa que você sabe fazer é reclamar sua ingrata, e mal sabe fazer isso direito.
- Otousan, gomen! – pedi baixinho, meus olhos com lágrimas.
- Não me diga desculpas! – gritou mais alto. – Só seja exemplar! Não me envergonhe mais ainda!
Era quase insuportável não chorar.
- Sim, eu – tentei novamente.
- Sua mãe teria desprezo por você. – disse ele, e desligou.
Não sei por quanto tempo fiquei naquela sala, segurando o telefone. Ouvi batidas na porta depois do que me pareceu horas. Não fiz qualquer movimento e a porta se abriu.
- Terminou? – perguntou Ushio-sensei.
Automaticamente entreguei o telefone a ele e murmurei obrigada antes de sair.
- Ei! Hatsune! – chamou o professor. Virei para olhá-lo. – Feliz aniversário.
Nesse momento sai correndo sem olhar para trás. As aulas já haviam se encerrada fazia tempo, eu só queria sair daquele lugar o mais depressa o possível.
Não conseguia segurar o choro. Eu era mesmo uma estúpida. Havia acreditado que ele passaria um aniversário comigo, que iríamos ao cemitério visitar mamãe, que seria ótimo.
Estúpida, estúpida, estúpida! Grande estúpida!
Não conseguia ver o que se passava e ignorei Yuki, um de nossos motoristas. Não iria para aquela casa.
Percorri quadras e quadras. Minhas pernas doíam, mas nada vencia a dor do coração.
Quando estava chegando ao cemitério, parei e pensei sobre o que estava fazendo da vida. Não tinha resposta. Nunca tinha.
Entrei no cemitério e corri até o túmulo de mamãe. Na lápide, uma citação de um dos sonetos de Shakespeare, o autor favorito dela, e o soneto favorito dela. “Enquanto nesta terra houver um ser, meus versos vivos o farão viver.”
Fiquei em pé olhando para lápide até que desabei, deitando no túmulo de minha mãe. Chorei como se minha vida dependesse disso. Sentia-me arrependida por não ter trazido flores a ela, nem mesmo ter levado a ela um poema, como eu sempre fazia. Só agarrava o túmulo, desejando abraçá-la.
- Me desculpe oka-chan! Desculpe-me por não ser perfeita! – comecei, entre soluços. – Desculpe-me pelas flores que não trouxe! Desculpe-me por chorar e ser fraca. – não tinha mais forças. – Desculpe-me por ter nascido e feito você morrer.
Continuei chorando e acabei dormindo no túmulo.
Feliz aniversário Miku. Feliz aniversário.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Nee, ficou pequeno!
Vou melhorar!
Críticas, sugestões, ou seja lá o que for, estou sempre olhos (O-O)