John

Nove dirige outra vez até as pirâmides e conforme ele vai se aproximando posso ver os cabelos loiros de Sarah. É tão reconfortante vê-la que não consigo guardar a ansiedade e meu lúmen se acende. Tento esconde-las, mas Seis segura minha mão.

– Eu disse que ela estaria bem.

– Obrigado por me ajudar. – digo com vergonha, porque sei que Seis ainda têm sentimentos por mim – Desculpa por ter te jogado contra aquela parede.

– Não por isso. – Ela diz dando-me um pequeno soco no ombro.

Eu começo a rir e ela também e nos olhamos profundamente. Tudo isso é confuso para mim. Eu amo a Sarah, eu quero ficar com Sarah, mas Seis tem algo que me atrai, sempre que fico perto dela tenho vontade de beija-la ou abraçá-la. O que é muito estranho, já que eu amo outra pessoa.

Quando Nove estaciona o carro, Sam corre até Seis e estende a mão para ajuda-la a descer.

– Vocês estão bem? Fiquei preocupado com você, err.. quer dizer com vocês. – ele diz olhando para Seis.

Seis pula do jipe e Sam fica com a mão estendida por alguns segundos até que se dá conta que ele ainda estava com mão estendida.

– Nós que ficamos preocupados com vocês. – Seis colocando a mão de uma forma amigável nos ombros de Sam

Desço do jipe e corro até Sarah e a tomo em meus braços e a beijo.

– Eu pensei que você havia sido... – digo com os olhos em lagrimas – ahhh deixa pra lá o importante é que você está bem.

– Você tem que parar de ficar se preocupando comigo. – ela diz seca – você precisa se concentrar na guerra. Eu posso me defender sozinha.

Fico surpreso com a resposta dela e logo depois ela me beija outra vez.

– Mas isso não quer dizer que eu não me preocupei com você.

Sam

Observo que Seis olha para John e Sarah se beijando. Eu sei que ela gosta dele, mas John só pensa na Sarah. Eu sei que ela sofre, mas ela é muito durona para demostrar isso. Tenho certeza que John não faz ideia do quanto ele a faz sofrer. Acho que sou o único que vê isso. O único que vê a verdadeira Seis. Ela não me vê como um possível amor, ela só me vê como uma droga de um amigo. Eu sou feliz só de tê-la ao meu lado, mas tenho duas perguntas que talvez nunca saiba a resposta.

Devo sorrir porque somos amigos? Ou chorar porque nunca seremos mais do que amigos?

Aproximo-me de Seis e sinto que há um oceano entre nós desde quando saímos de Paradise. Sinto falta de conversar com ela, sinto falta de treinar com ela. A pior forma de sentir falta de alguém é estar ao seu lado e saber que nunca a terá.

O que a Seis pode ver em mim? Eu não sou forte, não sou musculoso, não tenho legados maneiros, somente sou um humano que gosta de coisas do espaço. Como posso competir com alienígenas bonitões e superpoderosos?

Seis se vira para mim e vejo que seus olhos um pouco molhados.

– Sam! – ela diz surpresa e rapidamente tenta enxugar seus olhos. – Nem vi que você estava aqui.

– Seis, posso de te dizer uma coisa?

– Claro.

– Você é a pessoa mais forte e corajosa que conheço. – digo olhando nos olhos dela – Você precisa se valorizar.

– Do que está falando?

– Você sabe do eu estou falando. – digo serio – Você não precisa sofrer em silencio. Se você precisar conversar com alguém, eu estou aqui para você.

– Sammy. – ela diz de uma forma carinhosa – Eu não estou sofrendo, não precisa se preocupar comigo.

– Eu não quero te ver assim.

– Eu estou bem.

– Seis, eu te amo! – digo sem pensar e meu coração quase sai pela boca – E farei de tudo para te proteger.

Seis fica sem reação e me olha sem dizer nada.

– Eu tinha que dizer isso. – digo

– Sam desculpa, mas eu não sei o que dizer. – ela diz parecendo confusa – Eu gosto de você e daria minha vida para te proteger, mas acho que não podemos ficar juntos... – ela faz uma pausa – Desculpa, eu preciso ajudar os outros a encontrar Marina.

Seis começa a caminhar e me deixa sozinho. Sinto que fui apunhalado no peito por uma espada mogadoriana. A dor na alma pode ser comparada a dor de que quando perdi meu pai. Algumas lagrimas descem pelo meu rosto e John e Sarah se aproximam de mim. Tomo a mesma postura de Seis e guardo tudo isso dentro de mim e seco as lagrimas.

– Tudo bem? – diz John

– Tudo. – digo dizendo a maior mentira da minha vida

– Fiquei preocupado com você. – ele diz colocando a mão em meus ombros – Sarah me disse que você salvou Caya com a pedra de cura e usou muito bem a Xitharis.

Respiro fundo e abro um sorriso falso.

– Com tantos legados para me deixar você deixa logo o lúmen.

– Ele salvou a vida de todos...

– E incendiou todo o hotel. – digo com um sorriso no rosto e uma tristeza no peito.

Cinco

– Não podemos invadir uma base mogadoriana com esse chip na minha cabeça. – digo

– Como podemos arranca-lo? – diz Caya

– A única maneira é abrindo minha cabeça.

– Ficou maluca? – diz Thomaz – Isso é muito perigoso, ninguém aqui possui habilidades medicas e muito mais fazer uma cirurgia tão delicada.

– Acho que teremos que usar o “plano B” – diz Seis se aproximando

– Qual? – diz Nove curioso

– Cinco desenvolveu o legado de tecnopatia, ele controla tudo que é eletrônico e tecnológico. Ela conseguiu sair do controle desse chip sozinha, talvez ela possa reconfigurá-lo ou até entrar na base de dados dos mogadorianos. Podemos usar isso a nosso favor.

– É muito difícil controlar esse legado. – digo

– Qual é Cinco? – diz Seis me encarando – Você derrotou todos nós e agora não consegue desativar um maldito chip?

– Vocês eram fracos demais. – digo

– Acho que eu e Seis acabamos com você. – diz Nove se defendendo

– Eu deixei aquilo acontecer.

– Sei... – diz Seis com deboche.

– Quer uma revanche? – diz Nove

– Depois que acabarmos essa guerra! – digo

– Seis pode ter razão! – diz Thomaz – Em Lorien eu não estudei muito sobre esse legado, mas ele é muito poderoso. Aconteceram tantas coisas nesses últimos dias que me esqueci de te treinar.

– Eu posso fazer isso?

– Claro. – diz Thomaz com um sorriso – Geralmente os Gardes que desenvolviam esse legado eram convocados para trabalhar diretamente na proteção do planeta.

– O que tenho que fazer?

– Concentre-se, isso é a base de controle para qualquer legado.

Sento no chão e fecho meus olhos e tento me conectar com meu chip. Vejo cada circuito e programação e entendo como cada um deles funciona. Encontro a parte que controla a potencia do chip que está em 25% e tento abaixa-la, mas não consigo. Tento modificar as configurações do chip e descubro algo que faz meu coração parar. Abro meus olhos e todos me encaram.

– E ai? – diz Nove – O que descobriu?

– Temos um problema. – digo assustada

– Qual? – diz Thomaz

– O chip tem um mecanismo de defesa. Ele possui uma pequena bateria de lítio que pode liberar uma pequena descarga elétrica e fritar meu cérebro no caso do chip for removido.

– Você não pode modificar a programação? – pergunta Seis

– Posso.

– E o que estamos esperando? – pergunta Nove

– Para desativar o chip eu tenho que usar cem por cento do meu legado. O que significa que não poderei mais controlar a potencia do chip e outra vez meu corpo vai estar no controle dele.

– Isso não é bom. – diz Oito

– Quanto tempo teremos? – pergunta Nove

– Não sei, talvez uns dez minutos se Ella me ajudar.

– Eu? – Ella diz surpresa

– Da ultima vez você conseguiu entrar na minha cabeça e me ajudou a me libertar da força do chip.

– Eu não quero atrapalhar. – diz Sam – Mas com esse novo legado da Ella, ela seria a nossa maior defesa contra você Cinco.

– Isso é verdade. – Diz Caya – Ela poderia nos ajudar muito aqui.

– Nós somos muitos. – diz Thomaz – Se você precisa dela, leve-a.

Olho para Ella e ela assente.

– Vamos nos preparar. – diz Seis – Cinco vai ter a revanche dela.

– Pena que eu não estarei consciente. – respondo – Adoraria chutar a bunda do Nove.

Todos fazem um circulo a minha volta. John acende seu Lúmen e suas mãos estão em chamas, Seis faz o céu ficar negro e trovoes ecoam por todos os lados, Nove faz algumas flexões, Oito se transforma em um dinossauro de seis metros, Thomaz segura sua adaga, Caya está montada nas costas de BK que está transformado em fera loriena, Sam segura a Xitharis que carreguei com minha super força e Sarah recarrega suas três armas. Ella se senta e coloca sua mão na cabeça se preparando para entrar na minha mente e eu deixo de usar meu legado que controlava o chip e imediatamente ele sobe a potencia para 100% e volta a ter o controle total sobre mim.

Seis

Cinco abre seus olhos e é visível que não é mais ela quem está controlando seu corpo. De repente o ar fica mais pesado e tudo ao nosso redor muda. Cinco está usando seu legado de ilusão e desaparece do centro.

– Atentos! – grita Thomaz

Olhamos para todos os lados e não vemos nenhum sinal de Cinco. De repente sinto uma mão em meu pescoço e sou levantada uns dois metros do chão. Não consigo respirar e não vejo a mão de quem está me sufocando, Cinco deve estar usando telecinese. Dou um chute na barriga de Cinco e ela cai no chão. A principio não vejo ninguém, mas aos poucos vejo um corpo se formar caído no chão.

Não era a Número Cinco, era eu!

Uma garota idêntica a mim se levanta do chão e me encara. Sei que isso é uma ilusão, mas parece que estou olhando para um espelho. Olho para o lado e vejo que os outros Gardes estão tendo o mesmo problema. Vejo dois Johns se incendiando, dois Noves se socando, dois enormes dinossauros em uma briga feroz, Sam briga com outro Sam e Sarah troca tiros com uma garota igual a ela.

Droga! Cinco está melhorando suas ilusões.

A Seis falsa fica invisível e olho para todos os lados para encontrá-la, agora entendo o quanto esse legado pode se chato quando ele usado contra mim. Coloco minha mão na areia no deserto e manipulo a terra, nesse caso a areia e ela se levanta do chão e posso ver a silhueta da Seis falsa.

Só que era tarde demais.

Ela me da um forte soco na cara e caio no chão. Fico tonta por alguns segundos, não sabia que eu era tão forte assim. Levanto-me e uso meu legado mais recente, minha super visão e ativo minha visão de calor e não vejo nada. Droga Seis! Ilusões não produzem calor! Olho para cima e raio mortal desce das nuvens em minha direção e escapo por centímetros.

A Seis falsa aparece com um sorriso confiante. Dou um soco na terra e a areia se abre e a engole, fecho o buraco e a esmago. De repente uma fumaça branca sai da areia e ela volta a ser Seis falsa. Ela é uma ilusão e não pode ser derrotada, tenho que pensar em outra coisa. Volto a ativar minha visão e calor e só consigo ver os Gardes reais com ela. Olho para todas as direções tentando encontrar Cinco. A Seis falsa cria uma bola de fogo em sua mão e a lança sobre mim.

– Eu não posso fazer isso! – grito

– Mas eu sim! – responde a Seis falsa e uma faca nasce do nada em suas mãos

Ela tenta cravar a faca em meu peito, mas eu a imobilizo e a faca cai no chão. Torço o braço dela pra trás e o quebro e logo depois quebro seu pescoço. Ela cai no chão e instantes depois se levanta intacta.

– Droga de ilusão! – digo e me lembro de algo que havia esquecido.

Nada aqui é real!

A Seis falsa corre até mim com uma espada e a crava em meu peito. Sinto o choque do golpe e escuto Nove gritando meu nome. Olho para ele e digo:

– Nada disso é real! Se lembre de como nós escapamos da ilusão dela na casa dos Greeters.

Abro meus olhos e todos nós ainda estamos na mesma posição, em um circulo em volta de Cinco. Olho par o centro e vejo varias facas e espadas torcidas. Cinco tenta de todas as formas cortar ou mutilar o corpo de Ella, mas é inútil.

– Hey! – grito

– Você sempre escapa! – ela diz com ódio

– Eu sou a Número Seis! – digo e logo fico invisível

Cinco olha para todas as direções tentando me encontrar. Fico atrás dela e toco em suas costas e ela se vira rápido e tenta me dar um soco mais acerta o ar. Tenho que tomar cuidado com o soco dela, se eu levo somente um com certeza terei problemas. Eu a levanto com telecinese e a jogo para longe dos outros Gardes. Olho para o corpo de Nove e espero que ele tenha entendido a mensagem.

Nove

Olho assustado o corpo de Seis jogado no chão. Tento me lembrar de como escapamos da ilusão de Cinco na batalha dos Greeters e a única coisa que me lembro é de Seis me dar um soco na cara e eu acordar.

Exatamente! Eu preciso apanhar!

Corro com super velocidade até os dois Johns e soco um deles. Espero que seja o falso.

– Valeu Nove! – diz John – Mas como você sabia que ele era o falso?

Abro um sorriso e respondo.

– Eu não sabia.

John revira os olhos e diz:

– O que aconteceu com Seis?

– Ela saiu da ilusão.

– Como?

– Isso vai doer um pouco.

– O que? – diz John preocupado

Pego minha adaga e cravo no peito de Quatro, ele arregala seus olhos e logo desaparece.

– Espero que tenha funcionado.

Quando olho para trás vejo Seis, Johnny e um cara bonito. Ops! Sou eu. Todos eles me encaram com raiva e finalmente eu vou poder bater neles sem machuca-los. O Nove falso corre até mim com super velocidade, mas eu sou mais rápido. Desvio do soco dele e dou um gancho de direita e ele voa alguns metros do chão. Com telecinese seguro o pescoço de Quatro e Seis e os jogo um contra o outro varias vezes até que eles perdem a consciência. Os três estão caídos no chão e corro até o Oito que está transformado em dinossauro.

– Hey grandão! – grito

– O queeeee! – diz Oito com uma voz medonha.

– Essa voz é mais maneira! – digo rindo e Oito me bate com sua cauda gigante e caio a alguns metros dali.

– Por que todo mundo quer me bater? – digo para mim mesmo e corro outra vez até Oito e com meu legado anti-gravidade subo por suas costas e paro ao lado se seu ouvido.

Oito é forte e está quase vencendo o outro dinossauro. É uma luta colossal, eles já destruíram metade do terreno.

– Quer ajuda? – pergunto

– Nãoooooooo! – diz Oito e logo depois morde o pescoço do outro dinossauro e ele cai no chão.

– Gostei desse dinossauro.

– Comoooo vaaaamos saaair daaaquiii? – ele pergunta

– Eu tenho que te matar. – respondo

– Seee vooooce conseguiiiiir! – ele diz me desafiando

Subo em sua cabeça e coloco minhas mãos em seu crânio.

– Você que pediu grandão! – grito

Altero a gravidade e deixo Oito muito pesado e ele cai no chão esmagado por seu próprio peso. Muita areia se levanta e quando ela baixa Oito não está mais ali.

Escuto barulho de tiros e vejo Sam e Sarah lutando. Sam esmaga a cabeça do Sam falso e vejo que em suas mãos ele segura uma Xitharis. Sarah luta corpo a corpo contra outra Sarah, ela melhorou muito sua habilidade de luta. Sarah da uma voadora na falsa que cai no chão, Sarah pega sua arma e a descarrega na falsa Sarah sem piedade.

– Me lembre de nunca zuar de você! – digo me aproximando e Sarah estende sua arma para mim

– Calma eu sou o Nove verdadeiro.

Ela pensa por alguns minutos e atira no meu pé.

– Você ficou louca! – grito

– Eu vi você atacando o John e o Oito.

– Eu estava tirando eles daqui. – digo – Abaixe a arma.

– Prove que é você? – ela diz seria, sei que ela está pronta para atirar mais uma vez

– Seu namorado é um idiota. – digo

Ela me encara e depois abaixa a arma.

– Por que os atacou?

– Para sair daqui você precisa sofrer um ataque muito forte.

De repente tudo ao nosso redor começa a se desfazer e acordo.

Quando abro meus olhos vejo Ella no centro e todos que ainda estávamos na ilusão, estamos ao redor dela. Todos já estamos acordando e vejo Cinco levantando Oito na forma de dinossauro como se fosse uma pena e o joga longe.

– Caya fique aqui junto com a Chimaera e defenda Ella. – diz Thomaz carregando sua arma – O restante vamos parar minha Garde.

Ella

Estou dentro da cabeça de Cinco. Vejo destruição para todos os lados e vejo outra vez a gaiola onde Cinco está presa.

– Ella aqui! – diz a Cinco real dentro da gaiola

– Calma, vou te tirar daí. – digo

Coloco minha mão na gaiola e sinto uma grande corrente elétrica e a solto.

– O que aconteceu com seu legado? – ela diz assustada

– Loridas me disse que eu sou imune somente a ataques físicos, ataques elétricos causam danos internos podem me ferir.

– O chip sabe que você está aqui.

– Como sabe?

– Olhe para trás.

Quando olho para trás vejo outra Cinco, mas ela tem um chip na sua testa. Ela corre até mim e eu ativo outra vez meu legado de invulnerabilidade. Ela tenta me dar um soco, mas eu seguro o punho dela. Ela me olha assustada e segue tentando me ferir, mas tudo que ela faz é em vão. Lembro-me do treinamento de Loridas e ele me disse que a Super-Força é o ataque absoluto dos Gardes, ele é o ataque físico mais poderoso de Lorien e a Invulnerabilidade é a defesa absoluta. Ele me ensinou que a Invulnerabilidade vence a Super-Força porque o maior ataque é a defesa. Ela não pode me ferir, mas eu posso.

Seguro os dois braços da Cinco falsa e dou uma cabeçada bem no chip na testa dela e ela se afasta para trás. A Cinco verdadeira começa a bater nas grades até que elas se rompem e ela escapa.

– Mandou bem! – ela diz

– Obrigada. – respondo – Para onde vamos agora?

– Temos que ir para onde o chip foi implantado.

– Então vamos! – digo – Não temos muito tempo, ela vai acordar daqui a pouco.

Marina

Estou sem legados e vários mogs correm até mim para me matar. Não deixo o medo me dominar. Lembro-me do que Seis me ensinou. Reparo em cada movimento dos mogadorianos tentando encontrar alguma falha.

O primeiro mog tenta me dar um soco, mas eu desvio facilmente e acerto sua barriga, ele se curva para frente. Eu subo em suas costas e dou um mortal em outro mogs que se acercava e ele cai no chão. Pego sua adaga e corto sua garganta e ele se transforma em cinzas. O primeiro mog que me atacou me acerta um golpe na barriga e logo depois uma joelhada no rosto. Fico tonta por alguns minutos e outro mog acerta meu rosto e caio no chão.

– Você só vai conseguir se se entregar a escuridão! – escuto a voz de Setrakus

Meu rosto está no chão sujo e sinto gosto de sangue na boca. Seguro forte a adaga em minha mão e me levanto rápido e consigo fazer um pequeno corte no rosto de Setrakus. Abro um pequeno sorriso e Setrakus fecha a cara. Posso ver o ódio nascendo dentro dele. Ele me dá um forte chute na barriga, fico sem ar por alguns segundos e caio no chão.

– Acha que você pode nos derrotar? – ele diz pisando no meu rosto

– Eu vou te derrotar! – digo

– Entregue-se a escuridão!

– Não! – grito e todos os mog me vaiam.

Setrakus pede para que dois mogs me segurem.

– Hora de ver seu amigo morrer.

Ele aperta um botão e a corrente que segurava Adamus começa a descer.

– Não! – grito e Setrakus me observa e sussurra:

– Você pode salvá-lo. Entregue-se a escuri...

De repente escuto um barulho de um tiro de um blaster e Setrakus cai no chão. Arregalo meus olhos e mais dois tiros atingem os dois mogs que me seguravam. Olho para ver quem tinha atirado em Setrakus e para minha surpresa vejo a mãe de Adamus. Ela se aproxima de mim e me entrega o blaster.

– Por favor salve meu filho e saia daqui! – ela diz com os olhos cheios de lagrimas.

– Susannah! – escuto um grito ensurdecedor e vejo o General pular da arquibancada até a arena.

Todos estão em silencio. Perplexos. Ninguém está acreditando no que a mãe de Adamus acabou de fazer. O General corre até sua esposa e a olha nos olhos.

– O que você fazendo? – ele diz com a voz tremula, nunca vi o General tão vulnerável como está agora

– Salvando nosso filho.

O General faz uma cara de nojo e cospe em sua esposa.

– Traidora! – ele grita

Susannah faz um pequeno movimento com a mão para mim e eu começo a me afastar para longe deles sem que eles percebam. Adamus está prestes de ser devorado por Pikens, mas eu paro a corrente no ultimo segundo e o tiro dali. Ele está muito ferido, coloco minha mão sobre suas feridas e espero o frio do meu legado de cura descer por minhas mãos e nada acontece.

Setrakus começa a se levantar. Ele está furioso. Ele olha com ódio para Susannah e a segura pelo pescoço.

– General parece que sua família tem a semente da traição.

– Ela não é minha família, meu lorde. – ele diz com os olhos cheio de lagrimas

– Ótimo! – Setrakus diz – Então mate-a!

O General parece que entrou em estado de choque e não se mexe. Somente olha para os olhos de Susannah.

– Me desculpe. – Ela diz – Eu não sou uma traidora, eu sou somente uma mãe preocupada com seu filho.

– Mate-a General! – grita Setrakus

O General pega sua espada e levanta para o alto e crava no peito de sua própria esposa. Susannah respira fundo e olha para o General.

– Eu te perdoo. Salve nosso filho! – ela diz e depois se transforma em cinzas.

O General se ajoelha no chão e pega as cinzas de sua esposa com as mãos. Ele joga em sua cabeça e passa por todo seu corpo.

– Isso é o preço da traição. – diz Setrakus levantando seus braços e mostrando para todos os outros mogs, que estão quietos.

Uma equipe de médicos correm até Setrakus para cuidar da ferida em seu ombro, mas ele não deixa que ninguém encoste nele.

– O show ainda não acabou! – Ele diz olhando para mim e Adamus. – Ainda temos outro traidor!

Tento acordar Adamus, mas ele não reage. Setrakus vem nossa direção com um sorriso no rosto.

– Entregue-se pequena Loriena, mas há mais saída.

Me levanto e começo atirar contra Setrakus com o blaster que Susannah me deu, mas ele consegue desviar e enterra uma lança em meu ombro.

– Vocês lorienos sempre preferem do jeito mais difícil! – e ele enterra outra lança no meu braço – Vai se entregar ou quer sofrer mais um pouco?

Caio de joelhos e muito sangue escorre do ombro e braço. Fico um pouco tonta e de repente tudo começa a tremer e alguns pilares caem, parte do teto cai em cima de alguns mogs que estavam na arquibancada e um grande volume de cinzas se espalha pelo ar.

Adamus havia acordado.