Eternos escrita por ThC


Capítulo 5
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/385521/chapter/5

Naquela noite fria, a Molly’s House estava mais movimentada do que de costume, entravam e saíam de lá todo tipo de homem e até algumas mulheres. As dançarinas estavam deslumbrantes no palco e cada vez conseguiam mais dinheiro, para a felicidade de Katherine. Já passava da 1h da madrugada quando duas pessoas entraram no lugar, um jovem que não passava de 25 anos e um homem que aparentava ter seus 60 anos. Sentaram numa mesa afastada do palco, um pouco perto do bar.

- Ainda não entendo por que me trouxe aqui, Harry. – Disse o homem mais velho, observando o local em que estava.

- Só achei que seria bom o senhor esquecer um pouco de tudo, ouvi falar que dá para se distrair nesse lugar. – Disse o garoto olhando para o palco. – Mas se o senhor quiser ir embora...

O garoto estava se levantando quando uma bela garota de rosto já conhecido se aproximou.

- Não sabia que estava com tantas saudades assim. – Rindo, Helena disse chegando perto da mesa.

- He-Helena? – Harry disse gaguejando e olhando para os trajes em que a garota estava. – Não sabia que trabalhava aqui.

- Preciso me sustentar de alguma forma, querido. – Helena sentou-se na cadeira ao lado de Albert – Prazer, me chamo Helena e sou dançarina daqui.

O homem a cumprimentou com simpatia enquanto Harry ainda estava em pé olhando para a companheira.

- Não se preocupe, não frequento o andar de cima, se é isso o que está querendo saber. – Disse Helena levantando o olhar e depois rindo para Harry. Com um suspiro de alívio, Harry voltou a sentar-se  – Então, cavalheiros, estão à procura de diversão esta noite?

- Não exatamente... – Murmurou Albert.

- Na verdade – Harry apressou-se na explicação – estou tentando distrair Albert de todos os problemas. Ele está em uma crise no casamento e isso está matando-o. Decidi então trazê-lo aqui e...

- Numa casa de striptease? Bem sugestiva sua diversão, Harry. – Helena disse com uma voz calma e sombria.

- Não estava pensando exatamente nisso, é só que... – Antes mesmo de o garoto que já estava nervoso terminar a frase, Albert e Helena já estavam rindo da reação de Harry.

- Então esta é a famosa Helena! – Albert disse mudando de assunto.

- Famosa? – Helena olhou para Harry levantando uma sobrancelha.

- Bom, acho que já está na hora de irmos, Albert. – Harry ignorou a conversa anterior. Não queria demonstrar nenhum sentimento sobre Helena. Ele sabia que ela não sentia o mesmo por ele e não queria que ela se sentisse pressionada ou algo parecido, ele só queria estar perto dela. – Vem com a gente, Helena?

- Desistiu das strippers, Harry? – Disse Helena com uma gargalhada. – Sim, irei com vocês, meu horário acaba daqui a 30 minutos, mas Katherine gosta o bastante de mim para me liberar mais cedo.

Do lado de fora da Molly’s House, as três pessoas não chegaram a nenhum acordo sobre onde iriam passar o resto da noite, então caminharam entre os grandes e antigos prédios de Londres, passaram pela ponte do Big Ben e, nesse momento, Helena riu para Harry como se quisesse fazê-lo lembrar de todos os momentos em que passaram ali, mal sabendo ela de que por nenhum momento ele esquecera. Finalmente, entraram num pequeno café afastado do centro da cidade, o lugar era tranquilo e aconchegante, passavam por lá alguns caminhoneiros e viajantes. As mesas eram brancas com cadeiras vermelhas, cada mesa tinha uma toalha de um tom mais claro que as cadeiras e no teto, havia um lustre pequeno que iluminava apenas uma parte do estabelecimento. Sentaram numa mesa no canto do café e pediram alguma coisa para comer. Enquanto aguardavam, Albert finalmente resolveu falar abertamente com os jovens.

- Sabe, Harry, devo-lhe agradecer por tentar melhorar o meu humor. Não que tenha resolvido, mas obrigado. – O senhor sorriu para Harry e logo se dirigiu a Helena. – O que acontece é o seguinte, garota, meu casamento está por um fio. Rose é tudo para mim. Foi ela quem construiu minha vida novamente, quando eu perdi meu filho. Foi ela quem me livrou do jogo e da bebida, foi ela quem me mostrou o que é felicidade, foi ela quem me salvou. Mas, agora, eu me tornei um peso, um incômodo na vida dela. E eu não a culpo por isso. Foram 20 anos de luta e, quando finalmente, tudo pareceu se resolver a vida nos deu outro golpe. Uma grave doença atingiu minha Rose e, ao contrário do que eu pensava, ela não me deixa ajudar. É horrível. Ela prefere morrer sozinha e briga comigo todos os dias. Eu realmente quero que ela fique bem, mas, imagine você, ela não quer se curar. – Os olhos de Albert enchiam de lágrimas enquanto falava de sua mulher amada que poderia partir a qualquer minuto daquela madrugada – Eu não sei mais como agir, tudo está piorando a cada dia que passa e eu não sei por quanto tempo vou aguentar. Já nem sei se aguento mais. Eu não me imagino sem a mulher da minha vida e tudo o que ela quer é acabar com toda a nossa história e morrer sozinha. – Albert abaixou a cabeça enquanto enxugava a lágrima que finalmente caiu em seu rosto. Helena olhava-o com um ar de pena, enquanto Harry também enxugava as lágrimas que caíam no seu rosto. Helena olhou para o garoto e sorriu docemente – Vocês, jovens, tem que viver o agora. Isso não se enquadra exatamente na minha vida, mas é uma verdade. E aceitem o que a vida tem para vocês. Não que vocês não possam lutar para conseguir algo melhor, mas, em relação às pessoas, aceitem aquela que quer te salvar. Todo mundo precisa ser salvo alguma vez na vida.

Dessa vez, foi Helena quem abaixou a cabeça. A garota não queria aceitar que realmente precisava de ajuda e que isso estava estampado nos seus olhos, ela queria evitar Harry, queria evitar a verdade, queria evitar a si mesma. E isso doía.

Após acompanharem Albert até sua casa, Harry e Helena caminharam em silêncio, como de costume, até a ponte.

- Albert trabalha no teatro também, está lá há 40 anos. – Harry disse enquanto se ajeitavam na beirada da ponte. – Ele foi o primeiro que me acolheu quando entrei lá.

- Ele parece ser uma boa pessoa. Lamento por ele. – Disse Helena.

Após alguns longos minutos de silêncio, Harry finalmente manifestou seus pensamentos que o vinham sufocando há uma semana:

- Achei que não te veria mais depois de... Você sabe.

Helena não respondeu nem desviou o olhar da grande e bonita Lua que os iluminava.

- Por que faz isso? – Perguntou o garoto abaixando o olhar.

- Desculpa.

- Por que faz isso?

- Eu não sei. Isso o quê? Não responder? Ficar sem te procurar por dias? Ser maníaca? O quê?

Harry olhou a companheira por alguns doloridos segundos, esta ainda olhava para a Lua como se procurasse alguma coisa nela. Agindo sem pensar, colocou sua mão sobre a mão de Helena, que, ao contrário de Harry há dias atrás, levou sua mão para longe da mão de Harry.

- Eu não posso fazer isso, Harry.

- Você nem sabe o que “isso” significa, Helena. – Murmuro Harry balançando a cabeça negativamente. – Você tem medo.

- Que seja, então. Mas eu não posso fazer isso. Não com você.

- Desde o começo já deveria ter entendido que não sou o que você quer ou precisa. – Retrucou Harry enquanto se levantava, aparentemente para ir para longe de Helena.

- Ao contrário, Harry. – Disse Helena olhando para cima. – Você sabe muito bem que é de você que eu preciso, mas também sabe que eu vou te machucar.

- Dizendo isso precipitadamente quer dizer que você quer me machucar.

- Não é tão simples assim. – Observou Helena enquanto voltava a olhar a Lua – Eu não sou o que ou quem você pensa. Eu não quero tentar e depois te ver partido, como se uma grande faca tivesse cortado seu coração ao meio. Você não compreende. Eu não me importo comigo, não mais. Eu não quero te fazer sofrer, Harry.

- Eu aceito sofrer por você. - Harry falou impulsivamente e voltou a sentar-se ao lado de Helena, dessa vez, um pouco mais longe. Terminaram a madrugada em silêncio e tudo voltou como era antes: dada a hora de ir embora, Helena simplesmente se levantou e se afastou de Harry, caminhando para longe enquanto o garoto tentava entender o que estava acontecendo, ou melhor, o que não estava acontecendo. Apesar de tudo, Harry ainda tinha o mesmo pensamento da última noite em que estiveram juntos. Harry a amava.

                                                               ***

Na semana seguinte, aconteceu a apresentação de Harry e mais alguns atores no teatro onde ele trabalhar. Harry, Albert e Helena se encontraram mais uma vez durante esse intervalo de tempo e Albert convidou a garota para ir assistir à peça, para a felicidade de Harry. Era um fim de tarde de um sábado chuvoso, os atores estavam se preparando para encenar para a pequena, mas valiosa, plateia que os acompanhavam há tanto tempo. A peça que iriam apresentar era uma peça adaptada por Albert sobre dois jovens que disputavam uma meiga garota.

- 8 minutos, pessoal! – Uma mulher que aparentava ter seus quarenta e poucos anos gritou apressadamente para dentro do pequeno camarim onde os atores aguardavam.

- Helena já chegou? – Harry perguntou ansioso saindo do camarim e indo em direção a Albert que ajudava a arrumar o cenário por trás das cortinas ainda fechadas.

- Acalme-se primeiramente, meu jovem. E sim, ela já está na plateia.

Harry fechou os olhos e soltou um suspiro pesado, estralava os dedos nervosamente.

- Até parece que você nunca fez isso ou que vai encontrá-la pela primeira vez. – Comentou Albert.

- É diferente, Albert, é diferente.

Uma voz grave e alta foi ouvida vinda de dentro de uma das salas, em poucos segundos, outro garoto tão jovem quanto Harry aparecia onde este se encontrava junto a Albert.

- E ai, tudo pronto? – O garoto se apoiou no ombro de Harry enquanto este o olhava de canto.

- 5 minutos! – Outra voz foi ouvida vinda da mesma sala que veio a anterior.

- Vá se trocar, Alex. – Albert ordenou ao garoto que caminhava apenas de cueca pelos aposentos do teatro.

- Não quero que você nos atrase, amigo. Hoje será uma grande noite. – Harry disse com os olhos brilhando e olhando em direção à plateia, a qual ainda estava escondida pelo grande pano vinho.

Após esses 5 tão demorados minutos, as cortinas finalmente foram erguidas e a plateia aplaudiu fervorosamente após a entrada de Harry.

“- Eu resisti até o último momento, até a última lágrima. Resisti até onde minhas forças me permitiram ir, até onde meu coração suportou. Mas o amor é mesmo uma coisa complicada. Como dizem, nunca se sabe se vai esquentar seu coração ou incendiar a sua casa. No meu caso, queimou meu coração.” – Harry declamava a introdução da peça impecavelmente, seu talento era realmente notável e o brilho nos olhos do garoto apenas aumentava sabendo que Helena estava apreciando todo aquele momento. Na plateia, a garota estava sorridente, pela primeira vez em todo esse tempo, Harry a olhou e viu que o sorriso de sua garota era sincero, aconchegante e, se ele pudesse, ele desceria do palco e iria buscá-la para ser seu par romântico para a verdadeira peça de teatro que é a vida.

A peça seguiu sem empecilho algum, o casal principal da peça já estava formado – Harry e Alicia, uma garota de cabelos negros e pele branca; pequena e frágil, sua personagem, Mary, fazia par romântico com o personagem de Harry, Paul – até que Alex entrou em cena, encenando seu personagem, Bruce. Com um grande choque, Helena arregalou os olhos em direção ao garoto que entrara no palco, a garota ouviu um grande estalo dentro de sua cabeça, buscava rapidamente os olhos de Harry enquanto se recordava de quando deitou-se com Alex. “É um amigo com quem trabalho, não deve ser nada de importante.” Um amigo com quem Alex trabalhava. Harry. Helena desejava desesperadamente sair dali, sabia o tamanho do sentimento que Harry tinha por ela e, por mais que tentasse negar até a ela mesma, não queria perdê-lo. Não iria contar a Harry que conhecia Alex e então ela desejou profundamente voltar ao passado e, ao invés de ter transado com um desconhecido, estar na ponte com Harry.

A peça continuou tranquilamente, pelo menos no palco. O ato final se aproximava e as cortinas logo seriam fechadas. Helena ansiava por esse momento. Quando o tão esperado instante chegou, as seguintes palavras foram ditas pelos atores:

“- Não vou deixar você destruir a vida de Mary, Bruce!” – Harry gritava expressivamente segurando Alicia pelo braço afim de a proteger do personagem de Alex.

“- Você é um monstro, Bruce. Toda sua vida você teve inveja e ciúmes de Paul. Você sabe muito bem que ele é superior a você e que meu coração jamais será seu. Ele é apenas de Paul.”- Alicia atuava maravilhosamente bem.

Um revólver falso foi tirado do bolso de Alex e, incorporando seu personagem, mirou a arma em direção à personagem de Alicia.

“- Eu não dou a mínima para todo esse discurso lamentável de vocês.” – Alex ainda continuava com o objeto apontado para o peito de Mary. “- Se você não for minha, Mary, não será de mais ninguém.”

E então a plateia ouviu algo parecido com um gatilho sendo ativado, Paul, que estava ao lado de Mary, rapidamente passou a frente da garota, ficando, agora, na mira do revólver. E então um grande barulho foi ouvido. Helena apertou os olhos e segurou firmemente nos braços da poltrona. Era mentira, uma encenação, mas aquilo doeu em seu coração de uma maneira que nem ela mesma conseguia compreender. As cortinas finalmente foram fechadas e, após alguns instantes, a plateia levantara e aplaudia fervorosamente, com sorrisos de orgulho nos rostos dos mais velhos e de admiração nas faces dos mais jovens. Apenas uma pessoa não sorria. Helena, que estava na primeira fileira, estava com uma expressão apreensiva e nervosa. As cortinas logo foram erguidas novamente e todo o elenco da peça, um ao lado do outro, foi cumprimentar a plateia tão cheia de orgulho. Alex, que estava ao lado de Harry e na frente de Helena, piscou para a garota e mandou um discreto beijo, mas tais ações foram percebidas por Harry que franziu as sobrancelhas e olhou para o colega. Helena ficou sem ação, olhou para Harry, amedrontada, e voltou a sentar-se na poltrona antes preenchida por ela segundos atrás. Sabia que Alex a tinha reconhecido, sabia que Harry tinha percebido tudo, sabia que não iria conseguir parar. Helena já se preparava para tudo que estava por vir.

                                                               ***

- Vejo que já se conhecem. – Harry dizia com as mãos nos bolsos da calça, mordendo o lábio e tentando não questionar Helena.

- Passamos um divertido tempo juntos, não é, Helena? – Alex abraçou-a de lado. Helena, se esquivando do garoto, olhava para Harry com um olhar de desculpas, de medo.

- Acho que deveríamos ir embora, Harry.

- Ainda está cedo, princesa. – Alex ainda insistia em abraçar a garota. – Quando vamos repetir aquela noite? Fiquei morrendo de vontade de você de novo. – O garoto mordeu os lábios. Harry franziu ainda mais as sobrancelhas e agora já tinha os braços cruzados como se tivesse esperando uma resposta aceitável vinda de Helena.

- Não vai acontecer mais nada. – Helena murmurou de cabeça baixa. – Acho que realmente deveríamos ir, Harry.

- Vejo que se divertiram mesmo, Helena. Deveriam aproveitar o momento e repetir a tão grande noite. – O garoto sorriu para os dois outros jovens e saiu andando em direção ao camarim.

- Vocês... Vocês namoram? – Alex perguntou levantando a cabeça de Helena. – Você namora esse cara?

- Qual o problema? Quer dizer, qual o problema se eu o namorasse? – Helena agora tinha os braços cruzados e um olhar curioso.

- Você merece algo melhor, apenas isso.

- Algo como você? – Helena levantou uma das sobrancelhas.

- Aparentemente, sou o melhor que você pode conseguir. – Alex gargalhou enquanto olhava para o palco agora vazio. – Não adianta negar que aquela noite foi inesquecível e que você ainda me quer, garota.

- Deixa de ser prepotente, nem sei o que estou fazendo aqui ainda.

 Helena estava se virando para ir atrás de Harry quando sentiu seu braço ser puxado, Alex aproximou-se de seu corpo e sussurrou algo quase inaudível:

- Estava esperando por isso. – E foi nesse momento que ele beijou Helena, novamente Helena sentiu seu corpo todo queimar. Helena sabia que aquilo era apenas atração física e tentava ser forte o bastante para resistir. Mas Helena já não tinha noção do que era certo ou errado, a parte desfocada de seu cérebro já não respondia aos comandos que seu coração enviava. Tudo o que ela queria era estar beijando Harry, mas estava beijando o amigo dele. O amigo do garoto que iria salvá-la.

Helena o empurrou e Alex sorriu descaradamente:

- Você ainda vai implorar por mais. – Alex piscou para Helena e caminhou até a porta de saída, indo embora. Helena fechou os olhos e tentou retomar sua respiração, seu coração estava acelerado e tentou apoiar-se em algo, sendo resgatada pela única pilastra que havia ali. Viu Harry passando por ela, indo em direção à saída e, sem pensar duas vezes, caminhou lentamente, seguindo o garoto. Do lado de fora do teatro, Harry caminhava rapidamente até seu apartamento, que não ficava muito longe dali.

- Harry – Helena murmurou entre os dentes, não tinha certeza se estava preparada para encará-lo. Harry a ouviu.

- Se está aqui para se explicar, não se preocupe. Não temos nada, absolutamente nada. Não sei nem porque ainda está aqui. – Harry parou por um momento até Helena o alcançar.

- Eu não queria...

- Sim, você queria, Helena. Você quis. Novamente, você não tem que me dar satisfação alguma. – Agora os dois caminhavam no mesmo ritmo, as respirações, por mais aceleradas e confusas que estivessem, estavam em harmonia.

- Desculpe. – Helena disse abaixando a cabeça, mas falou num tom em que Harry ouvisse. Harry não respondeu, apenas olhou para a garota ao seu lado e sentiu seu coração queimar. Ele suspirou, olhou para o céu e percebeu com muita infelicidade, ou felicidade, que deixaria seu coração ser incendiado por Helena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eternos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.