Eternos escrita por ThC


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Fiquei sem internet e não pude postar semana passada, peço desculpas. Para tentar compensar, vou postar dois capítulos hoje. Obrigada a quem está lendo!



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- Onde esteve a noite toda?  - A garota perguntou rispidamente sem tirar os olhos de uma revista de moda com modelos esqueléticas e rostos sem expressão assim que Helena entrou no apartamento.

- Eu sempre passo a noite fora.

- Você sempre chega as sete e agora são dez horas da manhã. – A morena observou Helena por cima dos óculos. Helena se jogou no sofá e ignorou a intromissão da amiga. – Eu só estou preocupada com você, Lena. Não é por mal. – Disse a garota indo até o sofá e sentando-se do lado da loira.

- Eu estava com um cara, se é isso que você quer saber.

- Eu sei disso. Sei também que você está com um cara há oito dias, mas quem é ele?

- Você não vai querer conhecê-lo, não é o seu tipo de pessoa. – Helena murmurou enquanto deitava no colo da amiga. Lili era a única pessoa em quem Helena ainda confiava e amava, era uma garota reservada e sonhadora que queria o bem de Helena, mas Helena nunca deu valor a isso. Conheceram-se na infância e foi a única amizade que Helena levou adiante, embora fossem tão diferentes uma da outra.

Liliane Colle é uma modelo de 18 anos que está em busca do topo de sua carreira. Seus cabelos negros e pele parda retratam uma pequena região da Itália, se mudou para a cidade de Helena ainda pequena e, desde que se entende por gente, quer brilhar nas maiores passarelas do mundo. Distribui sorrisos falsos para empresários e pessoas ricas, joga conversa fora com as modelos embora as odeie e, acima de tudo, está disposta a qualquer coisa para alcançar seus objetivos em sua carreira. É uma modelo bem sucedida, mas não o bastante para ela.

Quando os pais de Helena faleceram e esta quis imediatamente sair da Itália, decidiu que também era a hora de dar um grande passo na sua vida. Comprou um apartamento em Londres e abrigou Helena. Depois de algum tempo, Liliane não passava muito tempo em casa, estava sempre viajando a trabalho ou se divertindo em longos passeios com empresários de meia idade. Porém, há alguns dias, após algumas observações, se tivesse que juntar “problemas”, “depressão” e “loucura” em uma única palavra, essa palavra seria Helena. Visivelmente, a melhor amiga não estava em condições de se cuidar ou até mesmo de passar uma noite sozinha. Enxergava em Helena a falta de fé nela mesma, o desapontamento, as ilusões, as perdas; tudo isso transbordou de uma hora para outra na vida da amiga e achava que ela precisava de ajuda. Mas Helena não concordava com isso, pelo menos, não assumia que havia caído em um profundo e escuro buraco e que alguém tinha que salvá-la.

Algumas horas depois, Helena foi acordada por Lili perguntando se ela achava que estava bem para o evento daquela noite:

- Vamos lá, Lena! Colabore! Preciso da sua opinião. – Dizia em voz alta enquanto segurava alguns vestidos e tentava escolher o melhor em frente ao espelho.

- Você vai ficar linda em qualquer um, Lili. – Helena murmurou sonolenta enquanto tentava cobrir a cabeça com o travesseiro.

- Acho que vou começar outra dieta. – A amiga jogou os vestidos na poltrona que havia no canto do quarto e pulou na cama onde Helena estava. – Uma mais eficaz, preciso perder cinco...

- Outra dieta? Cinco quilos? – Helena disse alterada sentando-se na cama. – Olhe para você, garota. Você não tem mais carne – A garota dizia enquanto segurava o braço de Lili – Você vai ficar doente.

- E quem liga? Preciso perder cinco quilos e essas gorduras que estão em minha barriga. Preciso estar na passarela mais cobiçada da Europa. – Lili retrucou levantando-se e indo em direção ao banheiro. Helena levantou-se e foi atrás da amiga, sentou-se no chão do pequeno cômodo enquanto a amiga fazia uma bela e forte maquiagem nos olhos.

- O nome dele é Harry. – Disse Helena depois de alguns segundos, olhando para o piso branco. – Harry Manson.

Silêncio.

- Não vai dizer nada?

- Bem, pelo menos você sabe o nome dele. – Lili virou-se e encarou a amiga encostada na parede. Parecia tão frágil.

- Ele não é como os outros, Liliane.

- Então está apaixonada? – Desafiou-a levantando uma das sobrancelhas.

- Não! – Disse Helena levantando-se do chão – Não me apaixono.

Lili deu de ombros.

- Só não piore as coisas, Helena. Você já se perdeu o bastante. 

                                                                              ***

Naquela mesma noite, Harry esperava por Helena em frente ao Nancy’s Bar. Já sentado no chão, não gostava de pensar que sua garota não iria, mas já passavam das três da madrugada. As ruas já se esvaziaram e na calçada da boate só havia ele. Decidiu então acender um cigarro e rodar a cidade, agora, em busca de nada: sem lembranças, sem pensamentos, sem Helena.

Não muito longe dali, um garoto alto e atraente empurrava uma garota contra a parede, beijava seu pescoço e acariciava seus seios por baixo da camiseta. A garota respirava ofegante e arranhava as costas do garoto já sem camisa. Finalmente deitaram na pequena e velha cama que havia no quarto e o garoto fez a garota de cabelos loiros delirar. Depois do sexo, a garota sentou-se na cama afastando os cabelos das costas suadas.

- Helena. – Rindo, estendeu a mão para o garoto.

- Alex. – Apertou a mão da garota com um riso debochado. – Achei que iria terminar a noite sem saber seu nome.

A garota ignorou o comentário. Acendendo um cigarro, caminhou até a janela e admirou as estrelas. Alex admirava o corpo nu da companheira. Nunca pensou que poderia conseguir sexo casual com uma garota tão linda sem que tivesse que pagar a ela, agradecia mentalmente por ter entrado no Molly’s House e não ter pagado pela primeira prostituta que vira.

Involuntariamente, Helena olhava as estrelas e procurava em alguma delas o brilho do olhar de Harry. Fechou os olhos por alguns segundos e desejou esquecê-lo, quando foi surpreendida por Alex a abraçando por trás.

- Uma moeda pelos seus pensamentos. – O garoto sussurrou em seu ouvido.

- Não estou precisando de dinheiro, obrigada. – Helena tragou o cigarro e riu. Neste instante, o celular de Alex tocou.

- Não vai atender? – Questionou Helena.

O garoto foi até a cama onde estava o aparelho e ignorou a chamada.

- É um amigo com quem trabalho, não deve ser nada de importante. – Disse o garoto voltando à janela e parando ao lado da garota que continuava ignorando tudo à sua volta e olhando agora para uma única estrela.

No celular de Alex havia uma notificação: chamada perdida de Harry Manson.


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