Daughter Of Water And Ice escrita por Paola Araujo


Capítulo 13
Sacrificada


Notas iniciais do capítulo

Desculpe-me pela demora, mas fiquei sem internet... Sorry Guys.

Mas em compensação trouxe um capítulo enormeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
e muito, mas muito mesmo triste.

Beijos e boa leitura.



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O trem estava silencioso. Mei tinha o semblante triste. Queria ela poder ficar mais tempo com todos, mas sua missão não podia demorar. Sua vingança não podia demorar. Ela derrotaria sua mãe e desapareceria para sempre, porque um mundo que tem tantas coisas boas e bonitas, não podia continuar a ter alguém como ela, que matou a própria mãe.

Olhava de vez em quando para o loiro que estava na sua frente. Ele estava bonito, usando um casaco sem mangas, uma camiseta preta e calças escuras. Olhou para si e se encontrou com o gato azul no colo, ele estava com um semblante triste, mas deixou de observar que ela usava um vestido de mangas na cor verde, que Meredy emprestou a ela. Chang também estava triste. Ela estava triste.

Sentiu adagas perfurarem seu coração, toda vez que lembrava do rosto de Chang ao lhe dizer as últimas palavras que disse durante aquele dia.

-M-Mei... Como são as montanhas? - ouviu a voz dele preencher o vazio que estava dentro do convés.

-Ah... Bem... Elas são grandes e são divertidas quando tem neve. Assim podemos escorregar nelas. - soltou uma risada. - E no verão, quando muito quente, elas nos trazem sombras. - tentou mostrar um sorriso e viu que ele estava sorrindo a ela. - O que foi? - perguntou pensando haver algo em seu rosto.

-Sua risada. É a primeira vez que a ouvi. - Mei sentiu suas bochechas se esquentarem e virou o rosto para janela, mas tinha certeza que ele a fitava.

-E como é viver em Magnólia? - perguntou para sair daquele mesmo silêncio que impregnou no lugar.

-Barulhento e divertido. Mas não temos montanhas para isso. - riu.

-Promete que um dia vamos escorregar em uma montanha. - pediu ela apertando Happy nos braços, nervosa com o pedido.

-Mei-Chan... Estou ficando sem ar. - disse o gato, mas ninguém deu bola a ele. (n/a: coitado do Happy)

-Hum... Eu prometo. - disse baixando o rosto. Não queria que ela o visse corado. Ela lhe mostrou aquele mesmo sorriso quando ergueu a cabeça e depois largou o gato ao seu lado, se inclinou para frente e depositou no rosto corado do garoto um beijo.

-Vou estar esperando ansiosa por este dia. - disse após se sentar no seu lugar. Enquanto isso, Chang segurava o coração na garganta, pois sentia-o querer saltar para fora.

O dia resplandeceu quando os pequenos magos chegaram na cidade de Magnólia. A mesma estava bastante barulhenta. Os comerciantes estavam nas ruas, gritando, fazendo propaganda de suas mercadorias. As flores que estavam a venda perfumavam o ar deixando Mei feliz. Aquele sentimento parece ter penetrado de forma inesperada, mas gostosa para a menina. Mei se via sorrindo por tudo que aconteceu desde que entrara na cidade.

Ao longe avistou a majestosa e grande guilda. Aquele lugar emitia uma aura tão boa que ela correu junto com os amigos, assim que os viu correrem para o lugar. Com um sorriso estampado no rosto, rindo com as gargalhadas dos outros. Akemi que ainda era uma criança resolveu brincar mais um pouco com todos:

-Quem chegar por um último terá que posar nu para o Reedus e ter a imagem nas paredes da guilda!

-Isso é lá coisa de uma criança pensar!? - berrou Ryuu que corria ao lado de Flare.

-Prefere que eu fique criança para sempre? - perguntou rindo a menina.

-Até que não é uma má ideia. - disse Seiji a ela.

-Concentrem-se na corrida. - dissera Naomi que assim como o irmão estavam na cidade. Queriam tanto voltarem para o lugar e relembrar de coisas boas.

Jellal e Meredy também estavam na cidade, mas seguiam devagar e sem levantar suspeitas. Já que estão ainda sendo perseguidos pelo conselho mágico.

Chegando na frente da guilda que estava com as portas fechadas, dava-se para ver o grupo, todos, estarem na mesma posição da corrida. Quando chegaram perto da porta, Gajeel abre-as e deixa eles caírem de boca no chão, mas mesmo assim davam grandes risadas, enquanto havia um em cima do outro.

A guilda que estava em completo silêncio, deu as boas vindas para as crianças. Naomi e Yano olhavam para aquilo e ficaram encantados com o poderio da guilda. Estavam todas as lendas descritas lá. Aqueles que são conhecidos mundialmente e aqueles que Meredy falava com um brilho nos olhos. Foram apresentados a todos que estavam ali.

Chang percebeu que estava faltando algumas pessoas, principalmente aquela que, toda vez, que chegava de uma missão vinha lhe ver se havia algum dano, e sacudindo-o para obter respostas. Sua mãe. Seu pai ao contrário dela, o parabenizava por ter concluído a missão. Mas foi abraçado pelo Mestre, que não gostou ao ouvir que não conseguiram pegar o mestre da tal guilda das trevas, mas ficou feliz ao saber que todos estavam bem.

Ryuu era assediado pela saudade da irmã e da mãe que lhe abraçavam juntas. Gajeel via aquilo e cuspia pro lado.

-Espero que não tenha feito coisas erradas durante a missão. - foi tudo que disse. O moreno apenas disse que quase foi morto, e depois viu sua mãe chorando pelo que ele falará.

Seiji estava sendo sufocado pelo abraço da mãe. Mirajane ficava dizendo coisas como “Que bom que está bem”, “Mamãe está feliz por ter voltado sem nenhum arranhão” e “Realmente você é filho de seu pai”. E Laxus pela primeira vez mostrou ao filho um pouco de sentimento acariciando o cabelo dele enquanto Mira o olhava com ternura.

Akemi estava ouvindo de seus pais alguns argumentos por ter fugido e entrado no mesmo trem que os garotos. Mas a abraçaram dizendo que estavam aliviados por saber que ela estava a salvo e bem. Ela pediu desculpas por ter deixado-os preocupados e recebeu castigo. Teria que ficar em casa durante um mês. (n/a: Sem Akemi por uns dois capítulos – o/).

Erza, ficou olhando para todos enquanto procurava por uma menina de cabelos longos e vermelhos. E não encontrava em lugar algum. Já estava ficando desesperada. Olhou para Ryuu, que estava rindo com a irmã, e avançou contra ele. Pegando o moreno pela gola de seu casaco e fazendo-o ficar no ar. Ela gritou a pergunta:

-ONDE ESTÁ A FLARE?! - os olhos da mesma estavam fixados nele e tinham um brilho mortal para cima dele.

-E-eu... - ficou olhando para os lados procurando pela namorada. -E-eu...

-Estou aqui mamãe. - a voz vinha da porta da guilda. Erza jogou o Redfox para longe e se virou devagar para a direção de onde a voz saiu.

Viu sua filha segurar a mão de uma pessoa que estava de lado. O cabelo azul era inconfundível e quando mostrou seu perfil, sentiu seu coração falhar da mesma forma de quando criança, de quando adolescente, de quando adulta, de quando apaixonada. Sorriu levemente para os dois.

-Olha quem eu trouxe para casa. - disse Flare devolvendo o sorriso que havia herdado da mãe.

-Estou vendo. - a Titânia, tão conhecida pela coragem estava mostrando lágrimas. - Bem-vindo de volta. - disse ela.

-Erza... - disse o azulado correndo para os braços que sempre estiveram abertos esperando pelo retorno do marido. A apertou contra o seu peito e alisava seu cabelo. Flare olhava para aquilo com um belo sorriso.

Enquanto aquela cena se desenvolvia, alguém em um canto da guilda sentiu falta de um abraço e de alguns mimos que recebeu quando entrou na vida de um certo casal. Procurou-os e não encontrou. Então se viu na frente de Mirajane, perguntando:

-Mirajane-San, onde estão Gray-San e Juvia-Chan? - Mira baixou o olhar e um silêncio se instalou no lugar.

-Gray saiu com Natsu em uma missão. - respondeu Lisanna. - Lucy foi junto. - disse novamente olhando para Chang que assentiu com a cabeça.

-E Juvia-Chan? - perguntou novamente, Mei.

-E-ela... - Mirajane tampou o rosto com as mãos enquanto Laxus esfregava as costas dela.

-Ela? - Mei logo sentiu algo se corroer dentro de si. - Onde ela está? - sentiu o desespero na voz.

-Juvia foi atacada. - Gildarts apareceu atrás da menina que se virou devagar para ele. - Gray não sabe de nada porque ele está fazendo a missão.

-A... Atacada? - Mei engoliu em seco. Sentiu novamente algo se corroer dentro de si, e agora de forma mais brusca.

-Por um antigo companheiro de guilda. Acho que sabe que ela pertenceu a outra guilda. Ela pertencia ao grupo Element Four, e quem a atacou também pertencia a este grupo. Aria é o nome dele.

Mei estava tremendo. Ouviu sua voz, dizendo o nome dele. Gildarts falou que ele agora era mestre de uma guilda, a Phanton Fênix, ele sabia a localidade dele e tudo. A menina cerrava os punhos e fitava o chão, enquanto sentia seu coração pesar no peito. Chang observou a situação e achou estranho ao ver o corpo dela tremer e sentiu uma magia aumentando o seu poder. Gildarts continuou a falar o que havia ocorrido, mas Mei não ouvia nada das palavras dele. Na verdade ela conseguia ouvir e contar as batidas de seu coração. Era como se ela não estivesse em um lugar cheio com tantas pessoas, vozes, barulho. Sentiu o vento balançar o seu cabelo e pela primeira vez cedeu para aquilo que tanto esconde. Pôs as mãos na cabeça tentado suprir a dor de dar lugar para aquele sentimento, aquele que soltava a outra metade de sua verdadeira natureza.

-Não podemos deixar isso passar. Ela não fez nada para ele ter feito o que fez. - disse alguém.

-E não vai. - disse a garota de cabelo mesclado erguendo o rosto para todos. Suas íris que ostentavam a cor da noite estavam agora menores e tinham a cor do sangue. Caninos afiados saltaram de sua boca. O brilho de sua magia que era uma mistura de azul gelo e azul estava agora brilhando na cor negra mudando para o roxo constantemente.

-Mei!? - berraram todos ao vê-la.

-Não se metam. - rugiu. - Aria... Vai pagar pela mesma moeda! - ela caminhou para fora da guilda, mas Flare a segurou pelo braço.

-Mei não faça isso, por favor. - pediu ela.

-Se fosse a sua mãe você não faria a mesma coisa? - perguntou sem olha-la.

-Por favor. - a menina não queria que ela fosse. Pelo que Gildarts falou ele era realmente poderoso, e sua mãe havia também falado que ele realmente era um adversário forte. Sua mãe quase perdeu para ele, se não fosse Makarov talvez ela não estivesse ali. - Por favor.

-Flare... - ouviu a voz de Mei. - Solte-me.

-Não! - um baque, foi o que sentiu quando a mesma a olhou. Flare sentiu seu corpo se contorcer por dentro, e gritou. Erza e Jellal foram em auxilio da filha que apenas parou de gritar quando a Draco (n/a para quem não lembra é o sobrenome da Mei) estava longe.

***

Mei parou na frente de um lugar pequeno com adornos escuros e vermelhos, mostrando desenho tribal de uma ave com as pontas das asas abertas encostando uma na outra. Sorriu maleficamente e abriu a porta da guilda com o seu poder emergindo de seu corpo. Entrou e viu muitos olhares assustados olhando-a.

-Aria – berrou. - Apareça!

-Que triste. - um homem extremamente alto e maciço com a pele bronzeada, possuindo uma face alongada, retangular, com as maçãs do rosto proeminentes, uma fina linha escura, vertical, está presente no queixo, atravessando todo o seu comprimento até ao lábio inferior, e o nariz é plano. Olhos largos cobertos por finas sobrancelhas escuras, que estavam escondidos por uma venda nos olhos de luz simples.

A parte superior do corpo maciço dele era coberto por um casaco grande, solto verde com bordas brancas, que está fechado em torno de seu pescoço, ostentando uma ampla e gola alta, mas deixou em abertona na frente por baixo, revelando um vermelho pálido, da mesma forma frouxa e babados pálido camisa vermelha, com sua gola alta, divididos em três tiras horizontais que circundam o pescoço, que está sendo mantida fechada por uma quantidade igual de botões, um para cada tira.Aparecendo abaixo tal camisa é um manto similar, aparentemente de cor amarela, que quase chega até os pés, revelando um par de calças extremamente frouxa com bainhas proeminentes e um par de sapatos simples e escuros, rodeando o pescoço um grande colar, de cor laranja composto de várias cruzes ligadas entre si por pequenos grânulos, que na parte da frente, logo abaixo do pescoço, tem um pequeno crânio, com seus olhos obscurecidos, completando a roupa uma cartola da cor do casaco.

Mei olhou com os seus olhos que estavam mostrando serem diabólicos e com um sorriso mostrando as presas de uma dragão, para o homem que de trás de sua venda chorava.

-Que triste. - dizia ele.

-Você machucou a Juvia! - berrou para ele que estava sentado em uma cadeira que mais parecia um trono.

-Sim sim. Eu machuquei a Juvia. - ele continuava a derramar lágrimas. - Não queria usar o Metsu nela, só queria que entrasse para a minha guilda. - continuou. - Mas eu adorei fazer o que fiz. - ele tirou a venda, mostrando um par de olhos cor-de-rosa com a íris cortada em X.

-E vai adorar mais ainda, quando sentir o gosto do seu próprio Sangue. - respondeu. Ela ia ataca-lo quando viu todos os membros da guilda a sua frente. - Saiam do meu caminho. - ela ergueu a palma da mão para eles, formou-se um círculo mágico e em forma de pedaços quebrados de gelo, o ataque acertou a todos os membros da guilda e deixando-os no chão.

Mei não percebera que Aria havia utilizado o seu o teletransporte, que ele utiliza com a ajuda do espaço aéreo, e já estava com as palmas das mãos abertas voltadas para ela, e, em seguida, move-los para o alvo. Mas não contava que Mei o acertasse antes com um chute de, debaixo para cima. Jogando-o para longe.

De alguma forma, Mei conseguiu alcança-lo no ar, girou e o atingiu com outro chute jogando-o para o telhado de sua guilda, destruindo completamente a mesma. E ainda no ar jogou a magia do “Rugido do dragão de água e do dragão de gelo” que fez uma explosão ecoar pelo lugar. Caiu no chão de pé, e ficou a admirar o que havia feito. Antes havia uma grande guilda e agora não havia nada mais que pó.

-Isso é doloroso. Você destruiu a minha guilda. - disse Aria, que apareceu em meio ao nevoeiro que seus ventos haviam feito.

-E você machucou a Juvia. - rugiu contra ele. - Isso também é doloroso.

Aria percebera que sua oponente não tinha estampado no rosto a raiva, mas sim a dor.

-Você vai pagar pelo que fez! - antes que Aria pudesse dizer alguma coisa, sentiu o coração parar por alguns segundos, enquanto olhava para a garota a sua frente. O cabelo mesclado estavam dançando no ar, enquanto cerrava os punhos que mostravam algumas veias, mas os olhos vermelhos sangue, lembravam alguém. Que não apenas ele conhecia,mas todo os magos do mundo que o temem e também estão ao seu lado, também conhecem.

Três magos que estava voltando de uma missão, um pouco demorada. Passeavam pelas ruas estreitas de Magnólia. Indo em direção a guilda mais bagunceira de toda Fiore:

-Cadê o Happy? Ele não é de sumir assim. - dissera um homem de cabelos rosas segurando a mão de uma loira, que era sua esposa.

-Não tem algo melhor que resmungar? - perguntou ironicamente, Gray. Natsu ia dizer algo, mas foi interrompido ao ver a esposa correndo para abraçar alguém que não conseguia respirar pelo aperto dela.

-Deixa o menino respirar Lucy. - falou ele chegando perto e vendo o filho buscar ar. - O que houve? - perguntou vendo a expressão sombria do filho.

-Estou indo em direção a Phanton Fênix. - respondeu passando por eles.

-Por que está indo para lá? - perguntou Lucy.

-Porque a Mei está lá. - o menino virou o rosto para Gray que apenas franziu cenho para ele.

-Por que ela está lá? - perguntou casualmente, o homem de magia de gelo.

-Porque o mestre daquela guilda machucou a Juvia. E a Mei está lá, para vinga-la.

Gray não conseguira responder, também, já que ouviu o som de várias explosões ecoarem em toda Magnólia.

***

“Juvia sente tudo tão triste. Juvia não consegue respirar. Juvia não consegue se mover. Onde Juvia está? O que está acontecendo com Juvia?”

“Juvia sente o corpo estar dilacerado, Juvia quer encontrar estes pequenos fragmentos, junta-los e saber o que aconteceu. Juvia estava tão distraída falando com um amigo antigo... E depois tudo escureceu.”

“Juvia tenta abrir os olhos, mas a claridade machuca. Juvia quer acordar com aquele belo sorriso de Gray-Sama. Juvia percebeu que Gray-Sama também sorri mais, desde que Mei-Chan veio para cá. Por que esta menina mexe tanto com os nossos corações? Por que Juvia sente que a conhece? Mesmo sabendo que ela é filha de dois dragões malvados. Juvia não quer que Mei-Chan vá embora e volte para os braços daqueles dois malditos que arruinaram a infância de alguém inocente. Mas a pergunta que paira na mente de Juvia, é por que eles treinaram-na para matar?”

Os pensamentos de Juvia estavam tão claros em sua mente, que não percebera que tinha que apenas abrir os olhos. E se entregar a luz que havia a sua volta. E de alguma forma, sentiu que era isso que devia fazer. E ao fazer percebeu que seus olhos marejaram. Tentou dizer algo, mas sua voz estava presa na garganta. A sua frente estava uma criança que sentia falta.

As mãos estavam atrás das costas, um sorriso grande estava em seu rosto. Estava usando um vestido de mangas branco, que ia até os seus joelhos, ela estava descalça. Olhou para Juvia ainda com o grande sorriso desenhado em seus lábios. Os olhos verdes eram os mesmos, assim como o cabelo que estava preso no alto da cabeça.

-Oi mamãe. - o coração de Juvia falhou. Ouvir aquela voz a deixou feliz, mas seus olhos deixaram cair aquelas lágrimas de saudade.

-Yuuki... - conseguiu dizer.

-Mamãe não desista. - disse ela olhando para Juvia, agora, com os olhos arregalados. - Você não pode desistir. - Yuuki desapareceu como em um nevoeiro ouvindo a voz de Juvia que clamava para ficar.

-Não vá! - gritou quando o último resquício da criança desapareceu. - Não vá... - deixou que as mesmas lágrimas de saudade caíssem pelo rosto.

-Não chore minha Juvia do Grande Mar. - a voz de outra pessoa preencheu o lugar. Virou-se devagar e viu o cabelo prateado balançar com o movimento de sua risada. - A quanto tempo “Minha Mulher Chuva”. - e sorriu para ela.

-Lyon...

-Você está perto. - disse ele.

-Não vá...

-Não desista. - e desapareceu como Yuuki havia feito. Ela gritou por estar sozinha.

Gritou o nome de Gray diversas vezes antes de cair no chão. Olhou a sua volta e tudo que via era branco. Não tinha flores, pedras, céu, mares, nada. Sentiu suas lágrimas novamente caírem e tentou sufoca-las dentro de si. Porque era tão forte esta dor que agora sentia. Persistiu em levantar, mas não conseguiu.

-Não vai levantar? - alguém perguntou. Juvia ergueu os olhos para quem quer que estivesse ali e viu o velho anão que muitos sentiam falta.

-Mestre... Makarov...

-Juvia, não desista, você está perto, de encontrar as respostas que tanto quer. - respondeu o velho Makarov limpando uma lágrima que caiu do rosto da mulher.

-Sandaime (terceiro mestre)... Juvia não sabe o que fazer...

-Na hora certa, minha filha. Na hora certa você saberá... Mas agora você não deve parar de lutar... - ele foi desaparecendo como os outros.

-Mestre não vá... - sentiu as suas lágrimas voltarem.

-Você não está sozinha Juvia, lembre-se disso... - o velho ergueu a mão e mostrou o sinal que todos da guilda conheciam. Juvia sorriu quando as lágrimas finalmente cairam e mancharam o chão que estava.

Makarov, Lyon e Yuuki vieram lhe ver. Sorriu lembrando de todos daquela forma. Fechou os punhos e se levantou e buscou por um caminho. E quando deu o primeiro passo, caiu, como se estivesse caindo de um penhasco, e mergulhar em uma água cristalina. Juvia pensou que conseguiria respirar, mas sentiu a água lhe preencher os pulmões. Estava se afogando em algo que faz parte de seu corpo. Estava ela se debatendo procurando por ar, quando ouviu outra voz que conhecia:

-Juvia-Chan... - ela parou de se debater. - Ajude-me.

Mei – pensou.

-Ajude-me... Juvia-Chan.

Estou indo – pensou novamente.

-Está escuro... Juvia-Chan... Estou com medo. - Juvia começou a nadar mais rapidamente enquanto sentia seu peito queimar pedindo ar. - Juvia-Chan... Ajude-me. - ao longe viu o corpo nu da menina de longos cabelos mesclados embolotada em si mesma. Nadou mais rápido enquanto chamava-a mentalmente. Mei estava com os olhos fechados e ao perceber a presença da mulher abriu-os e ergueu uma de suas mãos para que a mulher chuva conseguisse alcança-la. A maga viu seus olhos escurecerem, quando estava a centímetros da menina.  Ergueu a mão para alcança-la. E quando tudo escureceu, sentiu a mão da menina entrelaçar com a sua.

-Mei! - gritou pelo nome da criança assustando  Wendy que estava curando-a.

-Juvia-Chan você está bem? - perguntou a menina-mulher, mas não teve sua resposta, pois Juvia estava já fora da cama em que estava deitada e rumou para onde o mestre da guilda se encontrava.

No meio do salão da guilda, todos estavam tristes. Flare estava com o rosto mostrando dor pelo o que a amiga havia feito com ela. Ela nem entendera como aquilo havia acontecido, Mei apenas a olhou e depois sentiu que todos os ossos que compunham o seu corpo tivessem se tornado pó. Erza tinha um olhar de preocupada assim como Jellal que segurava a mão da filha. Todos da guilda tinham um olhar triste, estavam tão preocupados com a mulher chuva que apenas olharam incrédulos quando a mesma passou por todos e olhou para Gildarts, como se pudesse saltar faíscas dos olhos:

-Onde a Mei-Chan foi com os outros? - perguntou enquanto o mestre mostrava-lhe um sorriso.

-Que bom que está bem. - disse lhe pondo as mãos nos ombros da maga.

-Juvia precisa saber...

- Nós já voltamos. - disse Flare rapidamente e caminhando até ela. - Juvia você tem que ir até a Phanton Fênix agora. - dizia a menina.

-Por quê?

-Mei está lá. E de alguma forma não é a mesma pessoa. Você tem que ajuda-la. - dizia pegando-a pelos ombros.

-Do que está falando Flare? - perguntou Erza segurando a filha.

-A Mei morreria a ter que deixar alguém machucar as pessoas que gosta. Eu sei disso porque vejo isso nela! Ela não quis fazer aquilo comigo. Mamãe vá com Juvia até aquela maldita guilda! E tragam a Mei... Por favor... - ninguém entendia o que a Scarlet queria dizer, e ela começara a chorar.

Juvia e Erza não pensaram duas vezes. Foram em direção ao lugar que provavelmente mexeria com a maga de água.

***

Ela caiu pela décima vez no chão. Sentiu seu corpo se contorcer pela sensação de ter ossos quebrados. Mexeu-se para levantar e caiu bruscamente no chão. Sentiu o ar em sua volta mudar, e depois levanta-la como uma pluma e e joga-la com força sobre várias paredes que foram destroçada a cada batida que dava com o seu corpo. Aria tinha as suas lágrimas falsas caindo diretamente enquanto a menina de cabelo mesclado ouvia o som de seus ossos quebrando-se.

Gritou uma última vez e foi jogada longe. Mas não deixou de se levantar novamente e tentar atingir o seu adversário mais uma vez. Aria era forte, realmente muito forte, mas como ela novamente não conseguia entender como estava perdendo. Suas forças e suas magia pareciam não entende-la. O seu lado escuro parecia fraco de mais?

Aquele lado só despertava quando a menina sentia estar em estado de fúria. Aquele lado que esconde, que foi feito por seus pais, aquele lado que esconde todos os seus segredos. Principalmente um que poderia acabar com a vida dela.

Ficou de joelhos no chão enquanto dava-se para ver de um bom ângulo como ela estava. Seu rosto mostrava-se roxo e inchado, com sangue escorrendo pelo canto da boca. O vestido que usava não parecia nada mais que trapo que apenas escondia os seios fartos e a sua genitália. Juntou as mãos e novamente usou o rugido dos dragões de água e gelo. Mas fora parado pelo ataque de Aria.

Este ataque compunha em fazer os ventos mudarem a direção do ataque, fazendo esquivar ou voltar para quem o mandou. E novamente Mei sentiu-se corpo se contorcer pela própria magia. Levantou-se novamente e viu-se cambalear até seu inimigo que lhe atingiu com um soco a fazendo cair novamente.

-Que triste, a menina dos olhos vermelhos vai morrer. - dizia Aria. Os olhos vermelhos que eram que mostravam quando ela estava com raiva parecia desaparecer a cada segundo que levava outro golpe.

Gritou novamente quando foi jogada longe e parou quando sentiu o impacto de seu corpo com uma parede. Mexeu-se no lugar. Não sabia ainda como continuava viva, seu corpo pedia para que parasse, seu coração suplicava, mas sua mente pedia pelo sangue do homem a sua frente que tinha apenas alguns cortes.

Levantou-se, novamente, se apoiando em um dos destroços que haviam em sua volta. Olhou para Aria com os olhos vermelhos brilharem. A raiva era nítida neles.

-Você vai morrer se continuar a me atacar... Isso vai ser tão triste. - dizia ainda chorando.

-Eu... Não... Vou... Desistir... De... Fazer... Você... Sentir... A... Mesma... Dor... - tentava falar, mas as palavras demoravam-se a sair de sua garganta.

-Mesmo que tenha que dar a sua vida? - perguntou Aria com seus olhos cor-de-rosa brilharem pelo êxtase da espera da resposta da menina.

-Para proteger quem amo... - disse pausadamente. - ...Daria a minha vida.

Amo. Essa palavra ficou ecoando na mente dela. Pensara que nunca diria estas palavras alto. Mas ouviu-se dizê-las. Juvia. O nome da maga veio a sua mente, e depois o sorriso que a mesma sempre lhe dava.

“O dia em que uma menina com cabelo de duas cores entrou em suas vidas e deixou-os novamente felizes.” Chang havia lhe dito estas palavras. Ela era o motivo de sua felicidade. E eles eram a sua?

-Não! - ouviu-se alguém dizer. - Idiota, você deve continuar viva para que lute, para ficar mais forte. para enfrentar todos os inimigos que tem a sua frente ainda!

-Karyuu No Tekken! (punho do dragão de fogo) - Aria fora jogado para trás com um punho em chamas que vinha de um homem de cabelos róseos.

-Ice Make Lances (lanças de gelo) – após o homem que atacou Aria ir para longe do mesmo, este ataque o pegou que ainda estava no chão.

Acima da poeira, Mei enxergou o garoto de cabelos dourados sendo segurado por Happy que estava voando em círculos com o garoto. Logo apareceu uma círculo mágico dele.

-Hinotama( bolas de fogo) – de dentro do círculo sugiram várias esferas de fogo que se chocaram com o corpo do homem que estava abaixo deles.

Uma grande camada de poeira surgiu, assim como os três membros da guilda que ficaram a lado de Mei.

-idiota. - foi o que disse Gray a ela. -

-Desculpe... - disse ela com os olhos fixos onde Aria deveria estar esperando ver o garoto que dera o último ataque.

E quando a poeira começou a baixar o menino vinha caminhando com as mãos na nuca e dramatizando um bocejo. Happy veio em uma velocidade incrível até Natsu que o agarrou em um abraço e ficou perguntando onde ele havia ido. Chang encontrou os olhos de Mei que estavam em si e sorriu para ela. Ela lhe retribuiu com um sorriso, também.

Lucy e Gray estavam conversando sobre como pagar as despesas que teriam pela grande bagunça que fizeram. Enquanto isso os dois adolescentes que se mantinham a uns quatro metros de distancia se olhavam com sorrisos nos rostos. Mas logo o sorriso da menina desapareceu quando a sombra do homem que enfrentavam surgiu atrás de Chang.

Mei gritou o nome dele e correu, mas não teve tempo. Chang apenas virou a cabeça para trás, antes de sentir a magia de Aria, metsu, em seu corpo. Metsu era um golpe que deixa a magia do mago em estado de zero, o mesmo ataca o corpo do mago deixando-o inconsciente.

De novo. De novo ela falhou ao proteger. De novo ela o viu ser jogado longe. Mas desta vez Natsu o agarrou e caiu no chão com ele, chamando pelo o seu nome. Lucy correu até o marido e começou a chamar pelo nome dele para ver se ele acordava. Mas Chang não respondia.

-Chang.... Filho acorda. - dizia Natsu.

-Chang... - Lucy tapava a boca com as mãos não querendo deixar as lágrimas caírem. Gray olhou para Aria com certa fúria também.

-Primeiro Juvia. E agora Chang. Você está pedindo para morrer. - disse-lhe o mago.

-Venha Fullbuster. - chamou Aria.

-Ice Make... - Gray começou a juntar sua magia para que ele precisasse de apenas um ataque para fazê-lo cair. Aria que olhava a espera de seu ataque, mostrando um peito largo e suas roupas rasgadas, sorria triunfante. - … Lance! - O ataque de Gray, que era apenas uma lança enorme feita de gelo, foi contra o mago ia rápido até ele. E quando faltou centímetros para tocar em Aria, o ataque parara. Aria sorriu.

A lança de gelo voou pelo ar e depois se voltou contra o próprio Gray. Ele iria ser atacado por sua própria magia. Tentou se mover, mas seu corpo não se movia. Olhou com desespero para o ataque que vinha. Porém viu uma sombra se erguer a sua frente com um sorriso nos lábios. Ouviu o som da carne do corpo da pessoa se rasgar com o ataque e uma pequena ponta da lança encostar-lhe na barriga.

-M-Mei?! - foi tudo que disse o mago. E deixou que uma lágrima escorregasse de seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Alguém quer me matar?
Devo começar a correr agora?
Fui!
Aliás...
Thanks for reading.
Bye Bye.



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