[Bella]

Finalmente estávamos voltando para Nova Iorque. Por incrível que parece os últimos dias de convivência com Esme tinham realmente sido bons. Ela tentava me agradar, Carlisle parecia mais feliz do que nunca e Edward nem se fale. Emmett apenas queria voltar para casa, para poder ir atrás de minha irmã e para dizer a verdade eu queria ver Alice, já que ela e Jasper tinham chego de viagem.

-venham nos ver mais vezes querida. –Carlisle falou me dando um abraço de despedida, minutos antes de entrar no avião.

-viremos com certeza. –falei sorrindo e segurando com força a mão de Edward, que não deixava a minha por um minuto.

Dei um beijo em Esme e ela logo me abraçou, sussurrando um “o faça feliz, por favor” em meu ouvido. Ao ouvir aquilo sorri e apenas respondi que faria do inferno minha vida, antes de ter que vê-lo triste outra vez.

Logo depois de Emmett abraçar minha sogra e a rodopiar no ar, entramos no avião, dando tchau de longe e finalmente saindo daquele lugar chuvoso que me dava arrepios. Eu gosto de Sol, apenas de não posso falar que Nova Iorque é a cidade mais iluminada do mundo. Poucos minutos após a decolagem Emmett dormiu, deixando uma baba escorrer na senhora que estava sentada ao lado dele. Edward ainda segurava minha mão, e olhava para a aliança que agora estava em minha mão esquerda.

-não foi a coisa mais romântica do mundo. –ele constatou, fazendo careta.

-sabe que não preciso disso. Tendo você está tudo bem para mim. –sorri e o olhei nos olhos, mas ele estava sério, até de mais, com uma dobrinha no meio dos olhos que me deixou desconfiada.

-preciso falar com Aro e Alice. –arregalei os olhos. Boa coisa não sairia da combinação.

-po-por quê? –perguntei meio gaguejando.

-casamento, festa, e todas essas coisas que eles sabem fazer como ninguém. –fiz careta.

-mas... Mas... Mas... –ele riu.

-sim, eu sei... Mas você merece. –ele falou com um sorriso e qualquer irritação que aquilo poderia me causar foi dissolvida instantaneamente.

-tudo bem, já que você quer assim... –ele revirou os olhos e eu acabei rindo.

-nós seremos felizes Bella, nós seremos felizes. –ele falou me abraçando e beijando o topo de minha cabeça.

-eu sei. –falei simplesmente sentindo o abraço dele se apertar em minha volta.

E assim o vôo foi tranqüilo. Com pequenas reclamações de Emmett pela senhora ter se irritado e finalmente dado umas bolsadas nele ou então por não achar uma boa posição para dormir. Finalmente chegamos a minha amada cidade, e sabia que a primeira coisa que teria que fazer seria ir para casa, dormir bem abraçada com meu marido e depois ligar pra meu pai, Alice e Aro, que a essa altura já tinham se falado e queriam arrancar minha cabeça.

Para a minha surpresa, nada de estranho na portaria do prédio. Nem moradores eufóricos, nem porteiros assistindo jogos com o volume da televisão no máximo ou síndicos desesperado. Apenas o silencio da minha amada morada. O Mamute, vulgo Emmett, subia para nos ajudar a levar as malas. Demorei um pouco para abri a porta, afinal achar uma chave naquela bolsa não era nada fácil. Finalmente a abri e estaquei, reparando nas três imagens que estava bem no meio de minha sala me encarando com os olhos semi-abertos.

-Aro, Alice, Rosalie? –eu falei meio atônita.

-na verdade Jasper também está. Assistindo TV na sala. –Alice falou sério, ainda me encarando. –COMO VOCÊ OUSA?

-ai minha mãe, o que eu fiz? –eu já me encolhia nos braços de Edward, que ria baixo em meu ouvido.

-COMO ASSIM O QUE VOCÊ FEZ? VOCÊ CASOU E NEM ME CONTOU? NEM ME CONVIDOU? –ela falou chorosa. –estou muito decepcionada com você Bella.

-Alice, foi uma...

-Emergência. –Edward emendou sorrindo e beijando minha testa.

-emergência? Eu fui parar na emergência por quase ter um infarto quando o ponposo me contou. –ela falou com os olhos cheios de lágrimas.

-me desculpe Alice. –eu falei com a voz rouca, quase começando a chorar também.

-tudo bem, tudo bem. Você não me ama, sempre desconfiei. –revirei os olhos.

-É O CAOS, É O CAOS! ESSA MINHA AMIGA INGRATA! QUEM FOI QUE TE ALIMENTOU NAS NOITES FRIAS? QUEM TE DEU CAMA E COLO? –Aro começou a chorar e eu paralisei prestando atenção em suas palavras.

-ahm... Edward? –ele me olhou furioso e Edward já gargalhava, enquanto Emmett encarava minha irmã.

-Rose? –Emmett falou com um sorriso no rosto.

-MEU FOFÃO! –ela falou e então se jogou em seus braços.

-meu moranguinho, senti tanto a sua falta. –revirei os olhos para a melação no centro de minha sala.

-olhe gente, me perdoe, mas... Foi mesmo emergencial, então... –Escutei um suspiro pesado e olhei para o lado, encontrando um Jasper sorrindo e com os braços cruzados.

-eles não estão bravos de verdade, é claro... Só querem que você fique com dó para dar carta branca para eles organizarem seu casamento. –revirei os olhos e os olhei furiosa.

-jogo sujo. –eles sorriram tímidos.

-nós já sabíamos que você ia ceder, mas precisávamos ter certeza. –Alice falou se aproximando e me abraçando. MINHA NOSSA, DE ONDE TINHA SURGIDO AQUELA BARRIGA.

-sua... Barriga. –eu falei a olhando com os olhos arregalados.

-é... Cresceu. –ela riu e passou a mão em cima dela.

-sabe Diva, estávamos conversando... O que prefere? De manha ou fim de tarde? –franzi a testa.

-para o que? –ele revirou os olhos e suspirou.

-dã... Seu casamento, é claro. –Aro falou suspirando e colocando as mãos na cintura.

-tanto faz...

-acho que terei que ligar para o tio Charlie... Acha que ele libera para nós fazermos umas reformas na casa, mini Alien? –Arregalei os olhos.

-acho que sim. Ele nos adora. –ela riu, abraçada a Jasper.

-nos conte como foi lá. –Jasper pediu voltando a se sentar no sofá, dando espaço para Emmett e Rosalie.

-bem, no começo não foi muito bom. –Edward falou me puxando para o sofá, enquanto Alice e Aro ainda maquinavam sobre meu casamento.

-é... Mas as coisas se acertaram. –falei sorrindo.

-Tia Esme não é muito fácil. –Jasper concordou. –mas sabia que ela aceitaria depois que percebesse que Edward só seria feliz assim... –ela sorriu nos olhando, abraçados e com uma mão sobre a do outro.

-acho que tem razão. –concordei, percebendo que minha irmã me encarava.

-Bella? –ai...

-sim? –perguntei temerosa.

-temos uma novidade para você, mas quem tem que contar é o papai. –gelou até minha alma com essa.

-tudo bem... –concordei com um sorriso forçado

-devemos ir lá, agora mesmo. –assenti e nos levantamos, começando a ir para a porta. Vida de Bella não é fácil, mal chega e já tem que resolver problemas com amigos estranhos e depois descobrir novidades por parte do pai...

Edward foi dirigindo lentamente, com Rose e Emmett tagarelando no banco de trás. Aro tinha ido com Alice e Jasper, já que “tinham muito a resolver”. A casa do meu pai nunca tinha parecido tão longe, e para dizer a verdade eu estava apavorada com o que ele teria que me contar. Meu deus... Meu pai já sofreu tanto, não permita que isso aconteça outra vez. Eram minhas preces por todo o caminho. O que quer que acontecesse eu ficaria com ele e não permitiria que voltasse a ser como era antes...

A casa realmente parecia mais viva. As cercas vivas que cobriam praticamente a casa toda estavam dando curiosas flores coloridas. O jardim estava bem cuidado, coisa que não acontecia há muito tempo. Nada ali transmitia uma notícia ruim, e o aperto do meu peito diminuiu à medida que Edward segurava minha mão e me tirava do carro com cuidado. Antes mesmo que eu pudesse apertar a campainha, Angela abriu a porta com um sorriso no rosto e nos cumprimentou.

-boa noite. –ela falou com seu sorriso cativante.

-boa noite Angela, é bom ver você. –falei com um sorriso aberto, já correndo os olhos pela casa atrás de meu pai.

-é bom ver você também Senhora Cullen. –arregalei os olhos a olhando. Todos já sabiam?

Virei a tempo de ver Alice e Aro soltando tímidos “cof cof” e olhando para outra direção. As bochechas rosadas de ambos demonstravam a culpa que tinham naquilo. E então ouvi um barulho vindo do alto da escada e minha boca se escancarou, quando vi uma imagem conhecida ao lado de meu pai.

-Bellinha. –ele berrou e veio me abraçar com força, coisa que não acontecia há tanto tempo.

-pai. –sorri, olhando para Sue que sorria para mim timidamente. Imaginei que ela estava ali resolvendo algo da empresa. Sue era a secretaria de meu pai há anos.

-Venha, temos muito que conversar. –ele me puxou pela mão, que puxei Edward e que foi puxando todo mundo.

A mesa do jantar já estava servida, o que eu realmente agradeci, já que estava morrendo de fome. Meu pai se sentou em seu lugar de sempre e eu fiz o mesmo, ao meu lado Edward e a minha frente Rosalie. Apenas o que me chamou a atenção foi Sue que se sentou ao lado de meu pai.

-Bella... Fiquei sabendo do casamento, meus parabéns. –ela falou com um sorriso aberto.

-obrigada Sue. – sorri em resposta, mas logo olhei para meu pai, esperando que ele falasse alguma coisa.

-Bella.

-pai. –ele me olhou e suspirou.

-preciso te contar algo... –e novamente meu coração se acelerou.

-hm...

-eu e Sue nos casamos. –arregalei os olhos.

De todas as noticias mais inesperadas e absurdas aquela superava todas. Não fazia sentido. Meu pai nunca tinha me dito nada e também não tinha percebido muita proximidade entre eles nas comemorações da empresa.

-filha, as coisas se acertaram e ela me faz bem, então...

-pai... –senti a mão de Edward se apertar em volta da minha.

-Bella, por favor, tente entender.

-o senhor merece ser feliz.

-mas Bella... –ele arregalou os olhos. –o que você disse?

-é verdade. Muita coisa aconteceu e eu seria completamente egoísta e injusta se não concordasse com isso. O senhor está mais feliz e é só olhar para... Tudo. É isso o que importa para mim. –escutei um suspiro coletivo por parte de todos, apenas Edward olhava para Charlie com a boca aberta.

-ai menina, que susto. –Charlie falou e se levantou, vindo para o meu lado.

-eu nunca discordaria de algo que faria o senhor feliz, não aprendeu ainda? –ele riu e ficou corado.

-acho que fui bobo. –olhei para Sue, que estava completamente vermelha.

-parabéns Sue. – e cruzei a mesa, dando um abraço apertado nela.

-Obrigada Bella.

-bem, será que podemos jantar como uma família grande e unida? –ri e concordei, voltando para meu lugar ao lado do meu marido.

Edward ao meu lado estava imóvel e eu sorri para ele, que sacudiu a cabeça e sorriu também, se aproximando de mim e me dando um beijo.

-viu? Tudo se acerta no final. –assenti sorrindo. E enfim era verdade... Não há tempestade que dure para sempre.