-Edward isso não vai dar certo, sua mãe vai me matar do mesmo jeito. –choraminguei, achando que aquela era a idéia mais absurda que já tinha ouvido.

-ela não fará nada com você... Você não quer? –eu o olhei rapidamente.

-não quero o que? Que ela me mate? Não obrigada, prefiro viver. –ela riu e sacudiu a cabeça.

-se casar comigo. –suspirei fundo e sorri.

-é claro que quero, mas acha que isso vai solucionar o problema? –ele deu de ombros. Não poderia ter certeza de nada naquele momento. Descobriríamos apenas quando voltássemos e contássemos a novidade.

-ela não vai fazer nada Bellinha. O que ela poderia fazer? Vocês já estarão casados. –Emmett falou do bando de trás, se apoiando pra frente e sorrindo pra mim.

-é, você pode estar certo. –falei com um pouco de esperança. Edward sorriu e pegou minha mão, dando um beijo na palma e a colocando em seu rosto.

-vai dar tudo certo. –ele falou me olhando novamente, e voltando a olhar para a estrada.

Nem preciso dizer que me impressionei por não precisarmos marcar hora para o “casório”. Ao que parece as pessoas em Forks não se casavam muito. Aquilo não era exatamente o que eu tinha sonhado para aquele momento. Eu e Edward fugindo de Esme para casar, sem minha irmã, Alice, Jasper e meu pai... Apesar de Emmett já estar com a câmera do celular na minha cara, jurando que gravaria tudo para mostrar a eles depois.

Chegamos ao cartório e Edward logo correu para o meu lado do carro, para abrir a porta, imaginei, mesmo eu já a abrindo de nervoso. Estava nervosa, apesar de estar apenas eu, Edward e Emmett ali eu me sentia estranha. Era engraçado eu ter que sair de Nova Iorque para me casar em Forks por que minha sogra não me suporta. Não era o motivo pelo qual queria casar. As coisas já estavam certas, mas o casamento relâmpago pareceu uma boa idéia no primeiro segundo.

Respirei fundo e entramos no lugar, que estava vazio, excetuando por uma secretária de cabelos brancos que mascava chiclete e lia alguma coisa no computador. Logo quando ela nos viu e falamos o motivo por estarmos ali, ela entrou por uma porta, que estava bem atrás dela. Ela demorou poucos minutos e então logo pediu para que nós três entrássemos. Um homem de cabelos grisalhos estava sentado atrás de uma enorme mesa escura, e tinha um sorriso educado nos lábios.

-Senhor Edward e Isabella, certo? –nós assentimos e ele seguiu nosso ato, abaixando a cabeça e olhando para alguns papeis.

-e Emmett. –o meu futuro cunhado falou, colocando o celular na cara do homem.

-ah, claro. Senhor Emmett, ainda não me esqueci do incidente do natal de alguns anos atrás. –Emmett mordeu o lábio inferior e se aquietou, sentado em uma cadeira e nos olhando. Eu me lembraria de perguntar sobre aquilo mais tarde.

-estão aqui para se casar, certo? –assentimos outra vez. Não queria falar muito e mostrar minha voz tremula.

-o quanto antes. –Edward concordou com um sorriso aberto, de tirar o fôlego.

-quanta pressa. –o homem riu um pouco. –bem, eu sou o juiz e posso resolver isso agora, mas...

Nos apoiamos sobre os cotovelos. Não diríamos o motivo da pressa, até por que ninguém precisava saber o que estava acontecendo em nossa vida. Até mesmo Emmett franziu a testa e se aproximou, querendo saber qual era o problema.

-vocês precisam assinar algumas coisas e também preciso da identidade... Você não é menor de idade, é? –ele falou me olhando com uma sobrancelha levantada e depois olhou para Edward furtivamente. O que ele pensava? Que eu estava fugindo de casa?

-não, já sou velhinha. –ele riu um pouco e abaixou a cabeça.

-os dois são nacionais desse país? –assentimos e começamos a pegar os documentos.

-aqui.

-ótimo, onde estão as testemunhas? –eu e Edward nos olhamos.

-testemunhas? –ele sorriu e assentiu.

-sim, é necessário ao menos duas. –nos olhamos novamente e então nosso olhar correu para Emmett.

-to aqui pra isso. –ele falou mostrando o polegar em sinal positivo.

-ótimo, agora só falta uma...

Aquilo não podia estar acontecendo. Estava com Emmett sentado nas cadeiras que duas horas atrás eram confortáveis, esperando Edward conversar com algum amigo, mas aparentemente todos estavam viajando ou não moravam mais na cidade. Estamos perdidos, pensei no momento, até que Edward veio até mim com um sorriso cuidadoso.

-não consegui ninguém. –sorri e coloquei uma mão sobre seu ombro.

-vamos esperar por Alice ou Rosalie então. –ele negou prontamente.

-não, vou ligar para meu pai. –arregalei os olhos.

-mas...

-ele te ama, mais do que a mim às vezes penso, e ele vai achar a idéia maravilhosa. –franzi a testa olhando para o chão.

-tudo bem. –ele beijou minha testa e sorriu.

-estaremos livres em alguns minutos. –e então piscando, com um sorriso torto no rosto, Edward se levantou discando alguma coisa no celular.

[Edward]

Não poderia deixar que minha mãe continuasse agindo daquela forma com Bella. Se ela não aceitava meu namoro com ela, então não precisava estar perto para ver, porem não poderia mudar nada. Bella estava sentada com Emmett, que tentava consolá-la. Ela não queria deixar transparecer, mas estava triste pela situação com minha mãe e estava nervosa pelo casamento.

Meu pai atendeu no segundo toque, o que me fez pensar que não estava no hospital. Quando disse que o chamaria não imaginei que correríamos o risco de ter que esperar o plantão dele acabar.

-Edward? –sua voz soava um pouco preocupada.

-oi pai... É, estamos com um problema. Poderia nos ajudar? –ele ficou mudo por algum tempo.

-Emmett foi preso outra vez? –eu ri e sacudi a cabeça.

-é claro que não... Estamos em um cartório e...

-você e Bella vão se casar. –ele completou a frase com certeza. O que mais poderíamos fazer em um cartório?

-é... Exatamente isso. –ele riu um pouco.

-estou indo. Darei um jeito de despistar sua mãe, não se preocupem. –sorri, olhando para minha futura esposa me fitando.

-obrigada pai. Eu te amo.

-eu te amo também. –desligamos o telefone e então fui me sentar com Bella para falar as novidades.

[Bella]

Sem duvidas, Carlisle ter aceito era um grande conforto. Agora eu estava um pouco afastada de todos, esperando a boa vontade de Aro atender ao telefone. Chamou uma, duas, três vezes até que quando estava desistindo o telefone fez um “bipe” e a voz sonolenta de Aro me fez rir.

-ah, eu te acordei?

-não, só me tirou do meu treinamento para a hora da morte. Qual o problema minha ex-diva? –segurei a risada.

-só estou longe há alguns dias e já sou ex? –falei chateada.

-ninguém que me acorda tão cedo pode ser uma diva. –ele falou entre um bocejo que deu vontade até a mim de bocejar.

-bem, suponho que não vai querer saber a novidade. –falei olhando minha aliança que brilhava em meu dedo.

-estou acordado e pronto para matar uma sogra dos olhos juntos. –ele falou, fazendo com que eu risse outra vez.

-não, ela não fez... Hm, esquece. Eu e Edward estamos em um cartório prontos para casar. –falei de uma vez, tentando disfarçar o assunto Esme. O que era difícil.

-O QUE? COMO VOCÊ OUSA FAZER ISSO COMIGO? –ele berrou, fazendo meu ouvido doer.

-é que as coisas se tornaram mais fáceis dessa forma, mas faremos alguma coisa assim que chegarmos a Nova Iorque. –avisei, antes que ele resolvesse dar um ataque.

-é o caos, é o caos. Um moço nem pode participar do casamento da melhor amiga, da diva, da musa inspiradora, da...

-Aro, menos... Bem menos. –ele suspirou.

-eu vou fazer greve de fome. –revirei os olhos e foi então que vi Carlisle entrando pela porta da frente.

-você sabe que eu amo ouvir seus dramas, mas meu excelentíssimo sogro chegou e eu preciso me casar, tchau Aro, se cuide e eu amo você. Tente não ficar muito bravo ok? –falei rindo.

-magoou.

-eu te dou minha bolsa branca...

-bom casamento minha diva. –ri alto.

-obrigada, até.

Carlisle sorriu para mim e me deu um abraço, se desculpando pela demora e pelo ocorrido. Avisamos ao juiz que a outra testemunha chegara e então ele nos chamou novamente para a salinha, arrumando os papeis e nos fazendo levantar.

Edward segurava forte minha mão e sorriu abertamente, olhando para o homem a nossa frente. Por incrível que pareça o tempo em Forks permitia que eu usasse uma blusa de gola baixa, ao invés das terríveis blusas que pareciam me sufocar. O Juiz chamou nossa atenção.

-Isabella Swan, é por livre e espontânea vontade que você aceita se casar com Edward Cullen? –sorri e olhei em volta. Todos esperavam pela minha resposta, apesar de sorrir com o que me parecia felicidade.

-sim. –Edward apertou levemente minha mão e então o juiz virou para ele.

-Edward Cullen, é por livre e espontânea vontade que você aceita se casar com Isabella Swan? –ele me olhou e ergueu uma sobrancelha, com o típico sorriso torto nos lábios.

-sim. –e então ele sorriu, olhando fundo em meus olhos e permitindo que eu me perdesse naquele momento só nosso.

O juiz falou mais alguma coisa que eu não prestei atenção e então fez com que assinássemos todos aqueles papeis que ele tinha falado antes. Agora eu não assinaria apenas Isabella M. Swan. Agora eu era Isabella M. S. Cullen, e estava gostando de como as coisas estavam soando.

Carlisle e Emmett também assinaram aos papeis e logo estávamos liberados, e casados. O colar em meu pescoço, o mesmo colar que Edward tinha me dado há muito tempo, quando as coisas eram muito diferentes, parecia refletir as luzes, brilhando e chamando a atenção para ele.

-vamos para casa? –Carlisle convidou e eu tremi.

-o que você acha? –Edward me olhou sorrindo e eu assenti. Precisávamos contar a Esme as novidades.

A viagem demorou menos do que eu esperava. Não era de verdade uma viagem, apenas alguns quilômetros, mas sempre parecera tão longe para mim e agora parecia que tínhamos nos tele transportado para a entrada da casa. Estava estranhamente silenciosa e não tinha sinal de Esme na sala.

Carlisle subiu as escadas, enquanto Emmett foi para a cozinha, esperando talvez que ela pudesse estar fazendo comida. Edward me abraçou com um sorriso nos lábios e beijou o topo de minha cabeça, o que fez com que eu sorrisse também.

-como está se sentindo como a nova senhora Cullen? –ri alto e abracei sua cintura.

-sabe, parece que o nome foi feito para mim. –ele riu outra vez e beijou minha testa.

-oras Emmett, o que pode ser de tão importante? –a voz de Esme fez com que meus cabelos da nuca se arrepiassem.

-o jantar está pronto? –ele perguntou, seguindo por sua risada estrondosa.

-está, vamos chamar aos outros e vamos comer.

Ela não precisou nos chamar, pois assim que ouvimos aquela frase, Carlisle já estava atrás de nós, com uma mão em meu ombro e a outra no de Edward, enquanto meu marido me guiava para a sala de jantar.

Sentamos a mesa e eu fiquei meu prato, com medo de encarar minha sogra e levar uma pratada na cara quando a noticia fosse anunciada. Edward segurou minha mão e se levantou olhando diretamente para sua mãe, que o encarava com uma expressão curiosa.

-mamãe, temos uma noticia para te dar... –ela me olhou e depois olhou novamente para o filho.

-sim, querido?

-eu e Bella nos casamos. –ela arregalou os olhos e quando achei que ela poderia pular em meu pescoço, já que ela estava olhando diretamente para lá.

-Esme, é verdade. Eu fui testemunha... –Carlisle começou a dizer, mas foi interrompido por um suspiro de sua esposa.

-tudo bem, queria mesmo conversar com vocês sobre isso. –ela apontou para meu pescoço e eu coloquei a mão lá por reflexo, só então sentindo o colar que Edward havia me dado.

-como? –Edward parecia embasbacado e eu nem ousaria dizer uma palavra sobre isso.

-é, você decidiu que quer ficar com ela e... Bem, se isso te faz feliz eu estou também. Eu apenas não sabia que esse colar pertencia a ela agora. –ela sorriu e me olhou com timidez.

-faz algum tempo mamãe. –ela assentiu.

-tudo bem, não importa. Vamos sentar e comer como uma família normal então? –ela falou com um sorriso, me olhando outra vez. –e a propósito Bella, me perdoe por mais cedo.

-está tudo bem. –eu falei com um sorriso. Nem podia acreditar que tinha sido tão fácil.

-ah, a velha e boa família Cullen de volta. Quem sabe no próximo ano eu não venha com Rosalie. –Emmett falou com um suspiro e sorriso, enquanto Esme o fuzilava com os olhos.

-vamos pensar nisso mais tarde, ok?