Entre Dois Mundos escrita por Quel


Capítulo 23
O amor cura tudo!


Notas iniciais do capítulo

MEUS AMORES!!!!!

Bem vindas ao último capítulo.

Boa Leitura!!!



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Susana observava, junto com seus irmãos, o julgamento de Miraz. O rei tirano estava no centro da sala do trono do castelo telmarinos. Caspian estava em seu lugar de rei e Aslan estava ao seu lado, capitães e alguns aldeões estavam presentes.

— Você foi o responsável pela morte de muitos soldados bons, que acreditavam que seus ideais eram corretos. — Disse Caspian sério — Pais perderam seus filhos e não falo apenas dos telmarinos.

— Quem se importa com um bando de animais? — Perguntou Miraz sarcástico. — Fiz o que era certo.

— Matar inocentes é o certo? — Perguntou um dos aldeões.

— Você não reclamou enquanto eu estava no poder, por que o faz agora? — Perguntou Miraz e o aldeão nada falou — Estão querendo não ser mandados para as masmorras isso sim.

— Chega! — Ordenou Caspian. — Miraz você passara o resto da sua nas masmorras.

— Eu sabia hahahahaha você não tem coragem para me matar e nem para mandarem me matar — disse o tirano rindo —, é um covarde como seu pai!

Caspian nessa hora se levantou do trono, seu rosto vermelho e as mãos fechadas em punho demostravam o quão irritado estava ficando.

— Cale-se!

— Vai fazer o que se eu não te obedecer? Me matar? HAHAHA ENTÃO ME MATE!

Caspian puxou a espada da bainha e já caminhava em direção ao tio.

Todos os presentes não conseguiam se mexer tamanho assombro.

— Cale-se. — disse Caspian frente a frente com o tio.

— Só irá me calar se me matar, reizinho. E nós sabemos que você não fara isso. — Caspian apertava com força o cabo da espada — Não, você não irá me matar por não ter lhe obedecido. Não me matou quando soube que matei seu pai!

— Já chega!

Caspian levantou a pesada para dar o gole fatal, porém, alguém lhe impediu.

Pedro segurava o braço do jovem príncipe.

— Não faça isso. — Disse apenas.

Os olhos escuros do jovem príncipe estavam vermelhos e marejados. Pedro sentiu a dor que o outro suportava.

— Não seja como ele. — Disse.

Caspian largou a espada que caiu no chão fazendo um baque.

— Levem Miraz para as masmorras.

Os capitães que ali estavam pegaram o rei tirano pelo braço.

— Eu sabia! Sabia! Você é um covarde! Como o seu pai!

A voz de Miraz se perdeu assim que as portas se fecharam.

— Estão dispensados. Obrigado por terem vindo. — Disse Caspian para os aldeões.

Estes saíram rapidamente.

Aslan foi para o lado de Pedro.

— Seu pai teria orgulho da pessoa que você está se tornando, Caspian. — Disse.

Caspian olhou para o leão agradecido.

Aslan saiu da sala.

Lucia e Edmundo se aproximaram.

— Como você está? —Perguntou Edmundo.

— Na medida do possível. — Respondeu Caspian. — Obrigado por ter me impedido. — Agradeceu olhando para Pedro.

— Não precisa agradecer.

Os três saíram do aposento, permanecendo assim só Caspian e Susana.

A rainha gentil estava em um conflito interno. Queria e muito consolar Caspian, abraça-lo e beijá-lo, mas seu corpo não respondia as suas vontades.

Caspian a olhou e ali Susana sentiu dor, uma grande dor no coração ao ver os olhos que tanto amava marejados e emanando uma dor profunda.

Não sabendo de onde, Susana levantou e se aproximou de Caspian.

O plano era abraça-lo.

O que aconteceu foi que ela ficou parada do lado dele.

Caspian fechou os olhos. Esperava tanto um abraço dela nesse momento. Somente a menção do pai abria uma grande ferida em seu coração, uma ferida que jamais que seria curada.

Susana viu o exato momento em que a lagrima caiu dos olhos escuros.

Rapidamente, ela foi de encontro ao príncipe para abraça-lo e ao chegar perto dele, no momento em que ia tocar o braço dele, imagens de alguém apertando seus braços, gritando de prazer enquanto lagrimas de dor caiam de seus olhos invadiram sua mente.

Susana não tocou em Caspian.

E ele abriu os olhos e a viu ali. Parada ao seu lado. Olhando para o chão. Com a mão estendida.

Em um impulso esticou a mão para tocar no ombro do amor de sua vida, mas Susana se afastou como se ele a tivesse machucado.

Caspian, por um momento, esqueceu a dor e se questionou o que estava acontecendo.

Susana se perguntava o mesmo.

“Eu não havia superado? ” Pensou.

As imagens que tanto lutou para apagar estavam voltando com força total e para isso ela não estava preparada.

” O que eu tenho que fazer para ter paz? “ Pensou

Seu coração gritava para contar tudo a Caspian.

Mas e a coragem? Como seria a reação dele? Ele a abandonaria ao saber que não era mais virgem?

Mais e mais perguntas rodeavam sua mente.

O jovem príncipe, futuro de rei de Telmar olhou uma última vez para a rainha gentil, seu coração se encontrava em pura aflição e não conseguia por mais que quisesse ajudar Susana em seu conflito interno.

Assim, Caspian saiu também.

“ Parabéns, as minhas mais sinceras felicitações! Ele foi embora e você nem o consolou, muito menos explicou o porquê de estar tão distante. Só você mesmo Susana”

A consciência de Susana gritava para correr até Caspian e contar tudo sem se importar com as consequências, sem se importar com o que seu corpo queria que ela fizesse. O medo de ser tocada como fora por Rabadash impedia que suas pernas obedecessem seu coração. Seus braços não responderam aos comandos de envolverem Caspian.

Mantinha-se presa dentro de si mesma.

— Eu quero ser livre. — Sussurrou para o vento.

— Não permita que o medo tome sua felicidade. — O grande leão disse.

Susana o olhou, em todo a sua majestade, parado ao lado da porta.

— Não sei como vencer esse medo.

— Precisa de ajuda.

— Caspian já tem suas dores para se preocupar com as minhas.

— Ele também precisa de ajuda.

— Não estou entendendo.

— O amor é isso. Mesmo na dor e na angustia ajudar o outro. Você sabe disso. Escreveu sobre isso.

— Escrever é fácil.

— Vá atrás da sua felicidade, minha criança.

Susana fitou o leão e no mesmo momento seu peito se encheu de coragem, suas pernas se moveram e quando percebeu já estava correndo.

Aslan observou a jovem rainha com um grande sorriso.

....

Caspian entrou em seu antigo quarto percebendo como estava tudo do mesmo jeito, os moveis, até a colcha em cima da cama estava da mesma maneira.

Sentou na cama macia e ali sozinho lembrou-se dos momentos em que o pai sentara ali, cantando ou contando uma história para o jovem dormisse.

Também recordou das broncas que levou por conta das suas traquinagens. Caspian IX era o melhor para corrigir uma criança, sempre com amor, sua voz calma e forte eram tudo.

Sem perceber, Caspian já estava deitado e lagrimas desciam por seu rosto.

A saudade não cabia em seu peito e o seu escape eram as lagrimas.

— Caspian, meu filho, leve isso para sempre em seu coração: humildade, coragem e amor são os três componentes para ser um homem bom e amado. — Dizia Caspian IX em uma das noites. — Tudo acaba um dia, principalmente o dinheiro, então nunca se apague a ele e sim aos sentimentos.

— Sim, senhor. — Respondeu o jovem Caspian X sorrindo.

— Você se tornara um grande homem. Um grande rei!

— Vou ser maior que o senhor?

— Com certeza. Eu vou o homem mais orgulhoso do mundo no dia da sua coroação, meu filho. — Disse o rei de Telmar abraçando o filho.

— Promete?

— Prometo.

— Você não cumpriu sua promessa. — Disse Caspian com os olhos fechados. — Você não vai estar aqui. E nunca mais estará.

Caspian sentia-se o mesmo de quando soube da morte do pai. Indefeso. Pequeno diante de um mundo.

Achou que estava dormindo quando sentiu braços o abraçarem fortemente.

— Não é feio chorar e muito menos vergonhoso, a dor precisa ser sentida. — A voz doce e calma de Susana o despertou de seu estado.

— Su? — Chamou abrindo os olhos e virando-se para mulher.

— Estou aqui. — Disse ela acariciando o rosto do príncipe. — Estou aqui para todos os momentos em que você for precisar de um abraço.

Os dois se abraçaram fortemente e ali ficaram por segundos, minutos, horas, eles não contaram, apenas aproveitaram o carinho e apoio.

Contudo, Caspian não é aquele tipo de pessoa que se esquece facilmente das coisas e uma coisa que não saia de sua mente era o quanto Susana estava distraída e presa em seu próprio mundo.

— Eu só queria saber se foi algo que eu fiz ou falei. — Disse após indagar a rainha gentil de seu estranho comportamento.

— Eu vim até aqui para te contar isso. — Disse Susana. — Eu não sabia como te contar ou se deveria te contar o que aconteceu.

— Se refere do mês em que ficou presa com Rabadash?

— Isso.

Ali, no fim da tarde entrando em uma noite fria, Susana contou tudo o que aconteceu para Caspian, foi o mais sincera possível sobre seus sentimentos naqueles momentos de tortura e é claro foi impossível não se emocionar com tudo.

As lagrimas faziam parte daquela história.

Não entrou em detalhes das noites que passou ao lado de Rabadash, nem queria se lembrar daqueles dias.

— Foram os piores 15 dias da minha vida, me senti o pior dos seres humanos existentes. — Falou secando as lagrimas. — Ele não me deixava comer direito e por vezes desmaiei nas madrugadas.

Caspian acariciava o rosto da amada com carinho e amor. Não falava nada.

— Achei que ia morrer de fome. Até que chegou um dia que eu ganhei coragem e sai do quarto para comer alguma coisa, depois desse dia tudo mudou. Comecei a treinar e os treinos me deixaram mais forte, não apenas fisicamente e aprendi a confrontar Rabadash. Ele não tocou em mim mais e eu não deixei, quase não dormia no quarto e isso o deixava louco de raiva, me procurava em todos os lugares. Nessas horas eu contei com a proteção do Tadeu, além é claro de todo o conhecimento que ele compartilhou comigo. Com certeza, uma pessoa que Aslan me mandou para que eu não desistisse.

— Você me perdoa? — Perguntou Caspian fazendo Susana se assustar com o pedido.

— Perdoar pelo o que?

— Por não ter te protegido durante estes 15 dias, por toda marca de dor que aquele desgraçado te deixou. Eu me sinto o pior dos homens por ter deixado isso acontecer contigo, me perdoa, por favor, não saberei conviver comigo mesmo se não perdoar.

Aquelas palavras deixaram Susana sem palavras.

— Caspian, não há o que perdoar. A culpa não foi sua. Nem minha. Não foi de ninguém.

— Eu te darei todo o amor, carinho e respeito que você merece.

— Eu sei que dará. — Disse Susana beijando o príncipe. — Na verdade, esse tempo que ficamos aqui foram os melhores e tudo porque eu estou com você.

— Eu quero matar aquele desgraçado. — Disse Caspian e involuntariamente Susana riu.

— Ele já está morto, meu amor.

— Eu ressuscito ele e mato outra vez.

— Você é o melhor homem do mundo. — Disse Susana o beijando diversas vezes. — A maior tortura de Rabadash vai ser a minha felicidade ao seu lado.

— Eu te farei feliz, muito feliz.

Os dois beijaram-se com amor e paixão.

Em seu interior, Susana agradecia por Caspian não ter agido da maneira que ela imaginou. Agradeceu por ele ter a abraçado e por continuar a amá-la mesmo do que ouviu.

O medo de ser tocada já não existia mais dentro de si. Pelo contrário, ela queria e muito ser tocada por Caspian.

Ali, naquela cama, os dois consumaram o casamento.

Não foi preciso fazer pedido. Os dois sabiam que não precisavam disso.

O amor cobria tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Demorei tanto para postar porque esse capitulo foi complicado, tantas emoções, o amor que precisava ser sentido. Ah gente, foi super dificil.
Agradeço de coração a todas vocês que me acompanharam até aqui.
Não era minha intenção terminar agora, nesse capitulo, mas pensei melhor e acabei por decidir que seria bem melhor. Fiquei com medo de prolongar e ficar sem sentindo os outros capitulos.
Espero que tenham gostado da estória.
♥ ♥ ♥ ♥
OBRIGADA MEUS AMORES, MESMO DE CORAÇÃO.



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