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— Elena, você está bem? — Bonnie perguntou estalando os dedos a frente de Elena que encarava a porta, ela suava frio e a cada momento ela ficava mais nervosa.

Era o final do dia, e faltavam duas horas para o encontro entre Elena e Damon.

— Eu? Anh? — Elena perguntou saindo de seu transe um pouco confusa. - Desculpe, o que você disse?

— Eu disse, você está bem? Eu estou assustada Elena, o que aconteceu?

— Ahn, é, eu sei que eu não te contei, eu juro que eu ia te contar okay? É apenas que, eu vou jantar com o Damon, pronto. - Elena falou se rendendo e então levantando de sua cadeira.

— O QUE?? EU NÃO CREIO ELENA GILBERT, É ISSO AI GAROTA, AI SENHOR, É AGORA QUE ELA DESENCALHA, É AGORA! - Bonnie começou a gritar.

— Cala a boca Bonnie. — Elena falou não conseguindo conter o riso.

— Calar a boca? Eu aqui fazendo a maior força para você desencalhar e você me manda calar a boca?

— Bonnie, por favor, eu não vou desencalhar, eu apenas vou sair para jantar com o Damon. - Elena falou calmamente mas escondendo um nervosismo inimaginável.

— Ah claro, e me diga qual é o verdadeiro propósito para essa janta? O que você disse a ele quando o convidou.

— Ele me convidou. — Elena falou sorrindo fraco e olhando para o chão.

— Wow, apenas isso que eu posso dizer. Elena me diga uma coisa, porque essa mudança súbita? Quero dizer, a dias atrás você se julgava por gostar do Damon e agora está aceitando sair com ele!

— É eu sei, é que eu descobri uma coisa, mas enfim, eu preciso da sua ajuda!

— Sim eu já sei, você precisa da minha ajuda para se vestir, é claro que precisa! Porém... Não é querer ser ciumenta nem nada mas porque você não pede ajuda a Caroline? Ela com certeza te ajudaria mais.

— Eu sei, é que eu não quero que ela crie teorias como eu estar gostando do Damon ou vice-versa...

— Mas ela estaria errada? - Bonnie perguntou rindo, e Elena a fuzilou com os olhos. — Okay, okay, mas eu acho que você deveria ligar para ela.

— Por enquanto não, eu tenho medo que ela deixe algo escapar para o Damon e ai, ai sim eu estaria ferrada.

— É verdade, ninguém pode saber que a grande doutora Elena Gilbert está apaixonada.

Elena apenas revirou os olhos.

— Ah Elena, eu me lembrei agora, a Anna me contou que hoje você recebeu uma ligação estranha e...

— Mas isso é um hospital ou um antro de fofocas? — Elena perguntou assustada, como Anna sabia da ligação, e já havia contado a Bonnie?

— Ah Elena, por favor, as notícias voam, mas enfim, era quem? – Bonnie perguntou rindo.

— Não era nada, era uma proposta de emprego, uma ótima na verdade, mas eu precisaria obviamente sair do hospital e sair daqui, e não estou interessada. — Elena respondeu com descaso, realmente, a proposta era maravilhosa, seu salário seria quase o dobro do que ela recebia no momento e seria em um dos hospitais mais conceituados dos Estados Unidos.

— Me diga mais uma coisa, o que você ainda está fazendo aqui? – A morena lhe perguntou.

— Trabalhando? – Elena falou como se não fosse óbvio, porem dando um ar de pergunta.

— Bem, considerando que seu turno acabou a cerca de 10 minutos atrás, de que são 6:40p.m e que você tem um encontro essa noite, volto a perguntar, o que você ainda está fazendo aqui?

— Ai meu Deus, Bonnie eu preciso que... – Elena levantou, pegou seu casaco e sua bolça.

— Eu sei, que eu passe em sua casa, meu turno termina daqui a 20 minutos, vai para casa e avisa ao porteiro que eu vou para o seu apartamento, tome um banho que até você terminar eu estarei lá.

— Okay. – Elena falou dando um beijo no rosto da amiga.

Elena atravessou a porta de sua sala, desceu as escadas e atravessou os corredores daquele hospital que naquele dia parecia mais colorido. Ela foi ao estacionamento, entrou no seu carro e dirigiu por alguns minutos até chegar ao seu apartamento, fez o que Bonnie lhe pediu e em seguida entrou no banheiro.

Despiu-se e começou a olhar seu reflexo no espelho, começou a pensar se aos olhos de algum homem ela seria... Atraente. Ela devia admitir – e admitia – que seu corpo possuía curvas, não era extremamente grande nem pequeno, era na medida, Elena não se preocupava muito em estar no peso ideal, mas procurava fazer caminhadas em seu tempo livre, abito que de alguns meses até aquele momento ela havia perdido. Ela entrou no chuveiro e a água quente lhe relaxou e lhe fez esquecer-se do frio que estava na rua, ela então começou a pensar em ninguém mais ninguém menos que Damon, ela indagou: Estaria mesmo apaixonada por Damon Salvatore ou esse seria apenas mais um pequeno truque de sua mente? Ela como neurologista sabia que o amor não era nada mais do que um conjunto de reações químicas liberadas pelo cérebro. E se ela sentisse algo, seria amor ou paixão? Para ela essas duas palavras obtém diferentes sentidos. Quando ela terminou o banho, secou-se, pôs seu robe e foi em direção ao seu quarto, onde lá encontrou Bonnie vasculhando por seu guarda-roupa.

— Encontrou algo? — Elena perguntou sentando-se na cama.

— Aham, quero dizer, eu pretendia que você usasse um vestido, mas com a neve ai fora...

— Neve? – Elena perguntou levantando-se e correndo para a janela, a neve caia lentamente porem ainda não estava acumulada na calçada.

— Aham, por isso eu estava pensando nesse look... – Bonnie então mostrou a roupa a Elena. – O que acha?

— Eu gostei, mas não é melhor essa blusa? – Elena pegou uma blusa de renda no seu guarda roupa, que combinava com o casaco e a calça.

— Vai ficar perfeito. – Bonnie assentiu. – Agora vá se arrumar, eu preparo a maquiagem.

— Certo.

Elena se vestiu no quarto mesmo, mas ainda não haviam escolhido o sapato. Bonnie fez uma maquiagem um tanto forte, e Elena optou por deixar seu cabelo solto. Quando ela olhou sua imagem no espelho adorou o que viu, e percebeu que havia muito tempo desde que ela havia se arrumado para alguém pela última vez, de algum modo Elena não estava muito nervosa, ou ao menos não aparentava, até que ela ouviu o interfone tocar.

— Srta. Gilbert, Damon Salvatore está a sua espera, ele pode subir?

Elena ficou estática, olhando para os lados e para Bonnie.

— Avise a ele que eu já estou descendo. – Bonnie falou assim que arrancou o interfone da mão de Elena. – Elena, fica calma, respira, é apenas uma janta e nada mais.

— É apenas uma janta. – Elena repetiu.

— Boa sorte. – Bonnie falou sorrindo ternamente para a amiga.

Elena desceu de elevador e assim que chegou a rua encontrou Damon encostado em seu Camaro 1969 azul esperando por ela, ele vestia uma camisa preta junto de calça jeans escura e uma botina. A neve havia parado e apenas um vento soprava o que fazia com que ela tremesse um pouco. Damon deu a volta ao carro e abriu a porta, Elena o seguiu e então entrou no carro, sem nem mesmo uma palavra, Damon sentou no banco do motorista e Elena finalmente se pronunciou.

— Onde vamos?

— É uma surpresa, mas eu acho, apenas acho, que você ira adorar.

Ele então deu arranque no carro, e Elena sabia que qualquer fosse a coisa que ela fizesse com Damon, ela sempre iria adorar.