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O dia de Elena foi tranquilo, apesar das consultas e da cirurgia ela pela primeira vez em muito tempo se sentia verdadeiramente feliz, mas talvez aquela felicidade fosse abalada ao chegar em casa, ou talvez, apenas aumentasse. Ela deu carona para Bonnie até o seu apartamento, e de lá, Elena seguiu para o seu.

– Elena, eu estava pensando e, você conhece a piada do não nem eu? - Bonnie perguntou seriamente encarando a estrada.

– O que? - Elena perguntou rindo.

– Ah Elena, por favor, isso é sério. Você conhece a piada do não nem eu? - Ela perguntou novamente, pausadamente e séria.

– Não. - Elena falou desentendida.

– Nem eu. - Foi a resposta de Bonnie, ela caiu na gargalhada e não conseguia parar, enquanto Elena olhava para ela mais desentendida ainda e talvez até um pouco assustada.

– Meu Deus, eu não acredito que a minha colega de 25 anos, formada em enfermagem, me fez uma piada tão tosca.

– Pois acredite cara Elena, acredite...
Assim que Elena chegou ao seu prédio encontrou o carro de Caroline estacionado na portaria e ela encostada no mesmo.

– Caroline? - Elena perguntou um pouco curiosa.

– Elena! Oi, eu vim aqui porque eu precisava falar com você, e o porteiro falou que você não tinha chegado ainda então...

– Sim... mas, vem. - Elena falou lhe chamando enquanto entrava no prédio.
As duas entraram no elevador conversando sobre assuntos aleatórios e assim que chegaram ao apartamento de Elena Caroline se sentou no grande sofá branco e de sua bolça tirou um envelope.

– Bem, o Damon me pediu para tirar as coisas da Katherine do quarto, e claro que eu assenti, e enquanto eu encaixotava as coisas e limpava o armário eu achei isso.

– E então ela entregou o envelope nas mãos de Elena.

– Mas e porque você não entregou para o Damon? - Elena perguntou desentendida.

– É porque, ahn, okay, é porque eu li está bem? - Ela falou levantando suas sobrancelhas e adquirindo uma postura na defensiva, o que causou risadas de Elena.

– Ah, claro. - Elena falou ainda rindo.

– Mas eu não li tudo, eu percebi que era algo muito pessoal, algo para você...

– Para... mim? - Elena perguntou com seus olhos brilhando.

– Sim, e por isso que eu precisava trazer, leia e tire suas próprias conclusões, e agora eu preciso ir embora. - Caroline falou se levantando apressada.

– Espera ai mocinha. - A morena falou se levantando. - Uma pequena pergunta, aonde você vai com tanta pressa? Se é que posso saber?

– Eu vou jantar na casa de Klaus essa noite. - Ela falou um pouco envergonhada.

– Ah, é que você parecia um tanto nervosa e tudo mais, mas se é apenas pelo jantar... - Caroline então baixou a cabeça e Elena viu um sorriso brincando nos lábios da loira. - ... Não é apenas pelo jantar! Vai ter algo a mais não é? - Elena falou sorrindo. - Eu já entendi Caroline, e lhe desejo uma ótima noite de sono, se é que vão dormir. - Elena falou rindo, o que fez Caroline corar porém rir também.
Caroline agradeceu e foi embora, Elena se direcionou ao seu quarto, se sentou em sua cama e abriu um envelope, era uma carta escrita com uma letra um tanto grande, redonda e cursiva, e ela começou a ler.

"Por que eu estou escrevendo isso? A verdade é que nem mesmo eu sei, talvez seja pela falta de alguém com quem compartilhar meus medos e meus segredos, ou melhor, meu segredo, o segredo de que eu tenho uma irmã. Não é uma realidade fácil, a verdade é que eu sei quem ela é, seu nome é Elena Gilbert, ela é a minha cara - literalmente -, a única coisa que me falta pra ir de encontro a ela é... coragem. Eu não sei como chegar a alguém e dizer "Olá, meu nome é Katherine e você é minha irmã gêmea, pois é, como esse mundo é pequeno não?", eu não sei como dizer isso ao meu marido, eu simplesmente não sei. Mas esse não é meu único problema, eu tenho medo, medo da morte, não por mim, e sim por Damon, eu tenho medo de o que ele faria se algum dia algo acontecesse comigo, eu espero que antes que qualquer coisa aconteça comigo eu consiga entender melhor meu passado, talvez assim eu não teria tanto medo do futuro, eu teria a certeza em alguém para confiar, não que a família do Damon não seja boa, na verdade eu acho que até amo a Caroline, e o Stefan e como um irmão, mas esse é o problema, é a família do Damon, e a minha? Minha irmã, pelo o que eu saiba, e quase tão sozinha quanto eu, e eu gostaria de poder fazer companhia para ela, de ter uma verdadeira irmã, de ter a certeza de que se algo acontecesse comigo, ela, a Elena, cuidaria de Damon, que ela o ajudasse a encontrar alguém que ele ama, e que ame ele. - E nesse momento Elena viu seu celular tocar, indício de que ela havia recebido uma mensagem, mas ela não a leu – E você, seja quem for que está lendo isso, não, isso não é uma carta suicída, é apenas mais uma daquelas cartas que eu escrevo e depois toco fora, apenas mais uma carta onde eu tento me expressar, a verdade é que eu apenas tenho medo da morte como um cego tem medo do escuro, e não é por mim, é por quem está perto de mim, é assim que me sinto desde que meus pais morreram, eu não quero que Damon se sinta só, assim como eu me senti. Tudo o que eu desejo, comigo ou sem mim, é que aqueles que eu amo sejam felizes, apenas, sejam felizes..."

Elena então pegou a carta, a segurou em seu peito e começou a chorar, não era tristeza, não era culpa, não era saudade, era felicidade, era o que Katherine queria. Elena ficou feliz por ter algo que a lembrava de sua irmã, algo que indiretamente, Katherine havia deixado para ela. Ela se recuperou, guardou a quarta e leu a mensagem em seu celular.

"Elena, oi, se você não tiver nenhum plano para amanhã me daria a honra de jantar com você? Eu mesmo lhe busco."

– Cara, ela não vai aceitar, eu não sei o que raios aconteceu comigo quando você me convenceu a mandar essa mensagem.

– "Cara, ela não vai aceitar" - Stefan falou fazendo uma imitação barata da voz de Damon. E o telefone de Damon tocou.

– Opa! - Stefan gritou e correu para pegar o celular de Damon antes dele, os dois pareciam duas crianças apostando uma corrida. Eles estavam na sala de reuniões sentados em cima da mesa discutindo o fato de Damon estar pensando extremamente em Elena.

– E o que ela respondeu? - Damon perguntou desafiante.

– Claro, a que horas você me busca? E onde será? - Stefan falou escondendo a felicidade em sua voz.

– Eu sabi... O que? Me deixe ver isso aqui. - Damon arrancou o telefone da mão de Stefan e leu, e então começou a sorrir.

Stefan a cada momento tinha mais certeza de que seu irmão estava apaixonado.