Damon POV 

Lembranças do acidente invadiam minha mente a cada hora do dia.

Já fazia três dias que aquele maldito carro bateu em mim.

Todos os meus amigos ligaram para minha casa ou deixaram mensagens no meu celular para saber como eu estava menos à única pessoa que eu realmente queria que ligasse ou fosse me ver.

Não fique nem um dia completo no hospital, cheguei de quinta pra sexta e sexta de pouco antes do meio dia eu já estava indo embora.

Algumas horas depois que cheguei Matt foi até em casa saber como eu estava.

Conversamos, mas ele não ficou muito tempo, havia faltado ao treino pra ir em casa, mas não podia faltar no empregou que tinha no Grill.

Depois que ele foi embora fiquei um tempo pensando, se eu não tivesse saído àquela noite nada disso teria acontecido

Minha mãe havia saído audiência de divorcio, não deu para desmarcar porque as coisas aconteceram muito rápido.

Então eu estava sozinho em casa pela primeira vez desde o acidente às duas da tarde sem nem ao menos poder me levantar sozinho, minha mão direita estava enfaixada meu braço esquerdo quebrado e minha perna esquerda quebrada também.

Peguei o celular, por sorte pelo menos os meus dedos estavam de fora, disquei o numero, mas não tive coragem de ligar, não nos falávamos há seis meses, o que eu diria a ela quando atendesse e se atendesse o que eu acho difícil depois das coisas que disse a ela.

Disquei de novo, mas dessa vez não me dei tempo para pensar, apena apertei o botar para ligar, ela atendeu no terceiro toque.

-Elena?

-Damon

-Eu... Ah... – não conseguia dizer.

-Tudo bem Damon - ela fez uma pausa- e soube do acidente, como está?

-Não muito bem.

Silencio.

-Isso é tão estranho pra você quanto é pra mim? – perguntei.

-Demais.

-Eu sinto sua falta Elena.

-Eu também Damon, mas você quis assim, eu jurei a mim mesma que não falaria com você nunca mais, mas achei que pudesse ter acontecido algo, sua mãe passou aqui antes de sair e pediu para minha mãe passar na sua casa mais tarde caso a audiência demorasse a acabar.

-Foi só por isso que atendeu?

-É.

-Porque você ainda se importa comigo.

-Não, eu atendi porque você podia estar morrendo ai, e eu não ia querer um fantasma me perseguindo por ai dizendo: Você podia ter salvo minha vida, mas deixou o orgulho falar mais alto agora te perseguirei para sempre. – ela fez uma imitação da minha voz.

Eu ri.

-A qual é Lena, minha voz é mais bonita que isso.

Ela riu também.

-Deixa de ser convencido Damon.

Silencio.

Tínhamos tanta coisa para conversar depois de seis meses, mas os assuntos pareciam ter sumido agora.

-Você pode ir aqui? - perguntei por fim.

 -Ah... É...

-Não tudo bem, você deve ter outras coisas para fazer.

-Não, não, eu posso sim.

-Okay, a porta está aberta é só entrar.

Ela desligou assim que terminei de falar.

Eu estava nervoso, eu a via todos os dias no colégio éramos da mesma sala mas fazia tempo que não conversávamos pessoalmente.

Dez minutos havia se passado, e nada, da casa dela até a minha não dava nem cinco minutos a pé, mas lembrei de que Elena sempre demorava pra se arrumar.

“Eu estava no quarto dela deitado na cama enquanto ela se maquiava no banheiro, nós íamos a festa anual de volta as aulas, estávamos começando o primeiro ano do ensino médio.

-Elena anda logo, todo mundo já foi.

Alguns minutos depois ela saiu do banheiro.

-Como estou?- perguntou dando uma voltinha.

Eu me sentei na cama para vê-la, estava usando uma calça jeans escura, uma jaqueta de couro preta, uma bota e as pontas dos cabelos estavam enroladas.

-Feia como sempre- eu disse e ela me encarou furiosa, caminhou até mim na beira da cama e me empurrou, ela subiu em cima de mim e me fez cocegas.

-Tem certeza?- ela me perguntou sem para.

-Tenho.

Então ela fez cocegas no meu ponto fraco, em baixo o braço, eu ria tanto que não tinha forças pra afasta-la.

-Não. Não. È. Mentira. Você. Está. Linda. - eu disse pausando entre as gargalhadas.

Ela parou, saiu de cima de mim, ajeitou a roupa e disse calmamente como se nada tivesse acontecido:

-Vamos?

Me levantei estendi o braço para ela  e descemos as escadas.

-Mãe, estamos indo-  gritou parando na porta.

A mãe dela saiu da sala e veio em nossa direção, deu um beijo na testa de Elena e depois na minha e disse:

-Juízo os dois, e Damon querido, cuide dela, não deixe ela beber demais.

-Claro tia.

É eu a chamava de tia, afinal ela me conhecia desde os cinco anos.

Fomos no meu carro, é eu estava no primeiro anos e tinha um carro, em Mystic Falls nenhum policial te parava por nada, a não ser que você dirigisse na contra mão, o que eu não faria então sem problemas eu estar dirigindo sem ter uma carteira de habilitação.

Assim que chegamos vimos nosso amigos, estavam todos juntos; Matt, Bonnie, Caroline, Ric, Klaus, Kol, Rebekah, Anna, Rose, Stefan e Lexi, Klaus e os irmãos ,Rebekah e Kol, haviam se mudado a duas semanas e nós os conhecemos no Boliche.

-Nossa vocês demoraram! Deram uns perdidos por ai foi?- disse Caroline.

Elena revirou os olhos.

Todos eles achavam que eu e Elena nos pegávamos as escondidas, o que não era verdade, por que ela me tinha penas como melhor amigo, e eu também.

-Vocês sabem como Elena é pra se arrumar né?! – eu disse.

Elena os cumprimentou, e depois me puxou pela multidão para irmos até as bebidas. Pegamos um copo de cerveja cada e viramos de costas para a mesa analisando a multidão a nossa frente.

-O que acha da Samantha? Ela é gata.

Sempre fazíamos isso, eu pedia opinião com as garotas e ela me pedia opinião com os garotos.

-O cabelo dela é oleoso, parece que não lava há dias, se ela não lava nem o cabelo quem dirá escovar o dente ou tomar banho. Eca.- disse ela fazendo cara de nojo e depois bebendo um pouco da cerveja- ahh, Brant? O que acha?

-Vai por mim ele já está quase bêbado e ele é o tipo de bêbado chorão.

Virei o copo todo de uma vez.

- Vou tentar com Flavia.

-Boa sorte- ela disse enquanto eu ia em direção à morena de olhos verdes do segundo anos.

Depois disso só vi Elena no fim da festa, quando ela me procurou para irmos embora.

Eu tinha bebido além da conta, ela dirigi já que estava mais sóbria que eu.

 Como eu agradecia a Deus nesse momento por eu ter aceitado ensina-la a dirigir nas férias, ou estaríamos ferrados.

-E então?- ela me perguntou.

-A flava beija bem.

-Oh, que ótimo saber disso se um dia eu virar lesbica vou levar isso em consideração.

Nós dois rimos.

Estávamos quase entrando na rua de casa.

-Elena?

-Sim?

-Posso ficar na sua casa? Se eu chegar nesse estado em casa minha mãe vai me matar.

-Temos aula amanha de manha Damon.

-Minha mochila está no banco de trás.

Por sorte não tínhamos que usar uniformes.

-Tudo bem.

Ela estacionou o carro em frente a casa dela, não dava para por na garagem, porque o do pai dela já estava lá, ela desceu e depois me ajudou a descer, entramos pela porta dos fundos, na cozinha tinha uma escada que dava de frente com a porta do quarto dela. Elena me ajudou a chegar até seu quarto e me deixou deitado na cama enquanto  se trocava no banheiro, depois ela se deitou ao meu lado.

De olhos fechados perguntei:

-Ficou com alguém?

-Não.

-Por quê? – perguntei surpreso, não que Elena ficasse com vários, mas ela estava linda demais pra nenhum menino ter chegado nela.

-Eu não quis.

-Você não quis ou eles não quiseram? – brinquei.

Ela ficou bem brava.

-Os garotos fizeram fila por mim Damon, mas eu dispensei todos, simplesmente porque eu não estava afim de ficar com nenhum deles.

-Okay, me desculpa, foi só uma brincadeira.

Ela virou de costas pra mim e dormiu.

Pode parecer estranho, mas nós dormíamos na mesma cama as vezes e nunca aconteceu nada, a não ser eu levar uns tapas na cara no meio da noite, Elena se mexia muito.

Sua mãe não ligava que eu dormisse lá, com tanto que deixássemos a porta aberta.

Acordei no outro dia, com ela nos chamando para a aula.”

Fui retirado das minhas lembranças quando ouvi a porta da frente ser aberta, pouco depois ela estava subindo as escadas , e antes que ela chegasse nos últimos degraus, eu já podia vê-la de All Star, short curto e uma regata, só então vi que ela carregava uma sacola.

-Passei na locadora aluguei uns filmes, e peguei isso na sua geladeira espero que não se importe. - ela disse mostrando um pote de sorvete de creme, nosso preferido.

Ela espalhou os DVD’s a cama para que eu visse.

-Jogos Vorazes, Dezesseis Luas, Se Beber Não Case Parte 3, Velozes e Furiosos 6.- li os títulos em voz alta.

-Eu voto por Dezesseis Luas- ela disse.

- pode ser.

Ela pôs o filme na minha TV de 39, pegou o controle e sentou do outro lado da cama.

Abriu o sorvete e me estendeu uma colher, mas eu não a peguei.

-Ah desculpa , eu esqueci.

Meu braço esquerdo estava quebrado e a mão direita enfaixada, quando o carro me acertou por instinto pus a mão para amortecer a queda e acabou que minha mão direita passou no asfalto, só de lembrar a do um tremor me percorria o corpo.

Ela me deu uma colherada  de sorvete na boca e assim foi até metade do filme quando o sorvete acabou.

Elena se ajeitou na cama.

O filme era bem legal e a Lena era uma gata, assim como a minha Lena, só eu a chamava assim, nossos amigos só a chamavam de Elena.

-Damon? – ela disse um pouco antes do filme acabar- pra onde estava indo de Skate as duas da manha quando te atropelaram?

-Ah.. Você sabe, eu gosto de andar de skate para clarear as ideias, só estava um pouco estressado com toda essa coisa do divorcio dos meus pais.

Ela não pareceu acreditar muito, mas aceitou e voltou a ver o filme.

Quando acabou Elena se sentou na cama e pegou o celular.

-Tenho que fazer uma ligação, volto em um minuto.

Ela foi pra sacada do meu quarto e fechou a vidraça, eu podia vê-la mas não ouvi-la o que não foi preciso, ela parecia irritada enquanto falava, dois minutos depois ela voltou.

-Então o que quer assistir agora?

-Está tudo bem?- perguntei.

-É sim, tudo bem.

Se ela não queria falar eu não insistiria.

-Ah, Jogos Vorazes então.

Ela colocou o DVD e voltou para cama.

-Elena

-Sim?

Eu ia dizer a ela como eu sentia muito por ter dito aquelas coisas. Mas era covarde demais.

-Você pode pegar meu edredom? Estou com frio.

Ela o pegou e me cobriu.

-Quem era no telefone? – perguntei um tempo depois.

-Lucas- ela respondeu sem me olhar.

Lucas era a razão de tudo isso estar acontecendo.

Eram quase oito da noite quando minha mãe chegou, eu e Elena estávamos no terceiro filme. Não conversamos quase nada, apenas ficamos vendo os filmes.

-Damon cheguei. – gritou minha mãe do andar de baixo.

Pouco depois ela subiu.

-Ah Elena que bom te ver frequentando nossa casa novamente. – disse ela sorridente.

Elena apenas retribuiu o sorriso. Ela nos contou como foi a audiência e depois nos deixou sozinhos novamente.

Quando o filme acabou Elena se levantou e enquanto calçava o All Star eu aproveitei para inventar uma desculpa para que ela voltasse.

-Elena, posso te pedir um favor?

-Ah... Claro – disse ela e de imediato pude ver o alivio em seus olhos, o que ela pensou que eu podia pedir?

-Te vejo amanha então – eu disse.

-É. Até amanha.

Ela já estava na porta do quarto quando eu a fiz parar.

-Amigos? – perguntei com um sorriso torto.

Ela se virou e também sorriu.

-Amigos.