Amor e Guerra escrita por Daniel Guimarães, Amanda Ribeiro


Capítulo 6
Dúvida e Decepção




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/384398/chapter/6

Eu sabia que devia ir ao encontro de Miguel logo, mas minha dúvida em relação ao que Bertazzo havia dito sobre Amanda. Aquela revelação ainda rodava em minha mente, minha amada, uma rainha de um maldito como Bertazzo? Como isso era possível? Eu precisa tirar satisfações com ela, e foi exatamente o que fiz...

– Amanda, o que você se lembra de seu passado? – perguntei-lhe, como quem não quer nada.

– Como assim? Porque quer saber do meu passado em um momento como esses?

Aquilo me deixou mais encucado ainda. Ela parecia querer se esquivar de minha pergunta. Como sou um pouquinho estourado, comecei a ficar nervoso e aumentando meu tom de voz disse:

– Apenas responda o que te perguntei! Não tente mudar de assunto!

– Por que está tão nervoso amor? – disse ela, visivelmente chocada com minha atitude – Eu jamais esconderia nada de você, o que te aflinge?

– Não me venha com essa de santinha agora, sua... sua... serva de Bertazzo!

Nesse momento, a única coisa que consegui ver foi a mão delicada de Amanda tocar em meu rosto, mas não de maneira carinhosa, ela havia me dado um tapa, e um tapa forte, que cheguei a ficar um pouco tonto. Mas aquilo me fez pensar conscientemente. Minha amada jamais mentiria para mim e um bastardo como Bertazzo jamais estaria falando a verdade, ainda mais envolvendo minha Amanda.

– Me perdoe minha amada. – disse, me ajoelhando as seus pés e pegando uma de suas mãos – Foi apenas algo que Bertazzo disse que me deixou incomodado e um pouco alterado.

– Eu te entendo meu querido. – disse-me com a maior calma do mundo – Ver todo seu reino destruído deve ter mexido, e muito, com seu estado emocional. Acalma-se, e quando se sentir melhor, voltaremos a conversar sobre isso.

Assenti com a cabeça e quando me levantei, senti os braços de Amanda me envolvendo e me puxando, ela me acomodou em seus lindos e macios seios. Não sei quando, mas creio que adormeci, pois quando abri meus olhos, estava deitado com a cabeça em seu colo e ela adormecia com a cabeça encostada em uma das colunas próximas. Ver aquele rosto angelical, inocente, me fez pensar que realmente não era possível que ela fosse a reencarnação de uma rainha tão maldosa como Bertazzo havia dito.

Fiquei ali por vários minutos observando e acariciando delicadamente aquele lindo rosto, até que vi seus olhos, lentamente, se abrirem e ouvi sua voz sonolenta dizer:

– Está mais calmo meu amor? Gostaria de conversar agora?

– Estou – disse enquanto me levantava para sentar-me ao seu lado – Você... – fiz uma pausa e entrelacei meus dedos nos seus – me promete que jamais esconderá algo de mim?

– E porque eu teria motivos para tal ato? – disse ela tocando-me o rosto com a ponta de seus dedos – Eu jamais mentiria para o homem que mais amo neste planeta.

Naquele momento, percebi a sinceridade em suas palavras e todos os motivos para duvidar de alguém como ela, simplesmente desapareceram da minha mente. A única coisa que fiz, foi segurar os dedos da mão que descansava em meu rosto, puxá-la para mais perto e depositar um beijo quente e suave sobre seus maravilhosos lábios. Ela respondeu aos meus desejos e agarrando meu pescoço com os dois braços, me beijou de forma apaixonada e demorada, o que me fez ficar ainda mais relaxado e me fez querer esquecer tudo que acontecia a minha volta e ficar ali naqueles braços que me traziam tanta calma. Porém, um grito de desespero me fez sair daquele “transe” e decidi que era hora de partirmos. Levantei-me, estendi a mão para ajudar Amanda a se levantar e sorrindo para ela, perguntei:

– Já viajou por teletransporte?

– Não... – disse ela, confusa e um pouco assustada – nem ao menos sabia que isso era possível.

– Apenas segure firme em minha mão e lhe mostrarei como é possível. – disse, estendendo-lhe a mão.

Ela hesitou por alguns segundos, mas enfim agarrou minha mão e fechou os olhos. Concentrei todas minhas forças naquilo, pois a distância era consideravelmente grande, o que provavelmente gastaria grande parte de minha energia. Fechei os olhos e quando estava começando a utilizar meu poder, senti os dedos de Amanda se soltarem dos meus e seu corpo caindo. Quando abri meus olhos, desesperado, a vi ajoelhada no chão, com as duas mãos, uma de cada lado, pressionando a cabeça. Abaixei-me rapidamente e desesperado, tentava acalmar seus agonizantes gritos de desespero, porém ela sequer me sentia ali. Percebi que alguns dos homens de Bertazzo tinham escutado seus gritos e vinham em nossa direção. Sem saber o que fazer, abracei-a e sussurrei em seu ouvido:

– Me perdoe por isso... Talvez te machuque um pouco.

Usando meu poder de teletransporte, sem concentrar minhas forças, nos levei até onde deveríamos ir. O local onde agora estávamos era similar a um estábulo, porém era apenas um disfarce para os que o viam de fora. Do lado de dentro, movendo a prateleira certa para o local correto era possível abrir uma passagem secreta que nos guiaria para uma cadeia de túneis subterrâneos, onde no fim deste labirinto, que apenas os que o conheciam conseguiam ultrapassar, encontrava-se uma “base secreta” onde estavam todos meus 7 servos mais habilidosos, os Vampiros das Trevas.

Finalmente, ao chegar nessa base secreta, quase desmaiando, entreguei nos braços de Miguel a desmaiada Amanda e o pedi que a acomodasse num quarto o mais confortável possível e trouxesse nosso curandeiro, Aldebaram para que cuida-se dela. Após fazer isso, ouvi murmúrios de meus servos e vi apenas vultos vindo em minha direção antes de desabar, desmaiado, no duro chão de concreto.

Ao acordar, percebi que todos me observavam, apreensivos, ao lado da cama. Fiquei feliz por ver, depois de tanto tempo todos meus valiosos servos, mas de repente, a memória de Amanda agonizando passou pela minha mente e levantando de súbito, a vi deitada na cama ao lado da minha, acordada, visivelmente apavorada.

– Pelos céus, você está bem! – disse, abraçando-a – O que te assustou tanto, minha cara?

Com a cara mais pálida que o normal e os olhos arregalados, ela olhou fixamente no fundo de meus olhos, me abraçou caindo em prantos. Com um sinal de cabeça pedi que todos se retirassem e comecei a acariciar sua cabeça pedindo que se acalmasse. Depois de alguns minutos deitada em meu peito e tendo os cabelos afagados por mim, ela enfim parou de chorar e me disse:

– Eu tive uma visão. Uma visão terrível. E nela... – parou, parecendo engasgar com as palavras – Você era morto... pelas minhas mãos!

Quando as últimas silabas saíram de sua boca, ela caiu em prantos outra vez. Eu não sabia o que dizer ou fazer, estava imóvel, meus olhos arregalados e as palavras de Bertazzo passando em minha mente. A única coisa que conseguia pensar era: ele estava certo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e em breve postarei o próximo ^^

E uma observação: o nome do curandeiro, Aldebaram, é o mesmo do Cavaleiro de Touro do anime Cavaleiros do Zodíaco e foi sugerido pelo meu amigo Davi ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor e Guerra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.