Butterfly On Your Right Shoulder escrita por Tomoito


Capítulo 2
Capítulo 2 - Eu aprendi o que é ter um sentimento


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a quem favoritou a minha história!Como a história já esta pronta, vou postar um capitulo por dia!



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Depois da aula, Len estava lendo novamente de baixo da árvore. Em meio as pinceladas eu olhava para ele, para a forma como o vento balançava sua franja, o jeito que, a cada meia hora, ele mudava de posição; era estranho, mas eu queria aprender tudo que ele fazia, tudo o que ele gostava de fazer. E a distância que eu tenho dele começa a me incomodar, como se fosse um perigoso obstáculo. Esse sentimento faz com que meu coração doa todas as vezes que eu olho para ele, lá longe, em baixo da árvore.

–Rin, pode me ajudar aqui? - disse Miku

Vejo-a na porta trazendo uma caixa com vários materiais de pintura, rapidamente coloco minhas coisas na mesa e vou ajuda-la a carregar as coisas até o balcão.

–Para que tudo isso?

–Ah, é para a exposição de artes! A professora pediu para fazermos tudo que tivermos vontade de fazer. Depois ela vai escolher os melhores e vai expor-los.

–Sei... O que vai desenhar?

–Bem... Sabe... O Kaito me levou para um lugar lindo esse fim de semana. Era um lindo campo cheio de flores... Acho que vou desenhar aquele campo!

–Parece ser bem bonito!

–E você? O que vai fazer?

–Não sei... Tenho que pensar...

–“Desenhe seus verdadeiros sentimentos”, é isso que a professora diz.

–Tentarei fazer isso...

Volto para meu quadro, ao lado da janela e dou os toques finais na pintura; a borboleta em meu quadro parece tão viva quanto a que eu vi na minha janela, posso sentir que ela irá voar a qualquer momento. Dou mais uma olhada lá fora e percebo que Len não esta mais em baixo da árvore, com um suspiro lavo minhas mãos e vou a biblioteca; na biblioteca tem um belo livro de paisagens naturais, sempre que estou com falta de criatividade eu gosto de olhar as imagens até que ache algo interessante para pintar.

“Desenhe seus verdadeiros sentimentos”. A Frase ecoa na minha cabeça. Mas o que eu realmente estou sentindo no momento? Tudo que sei é que estou confusa, afinal, não se pode gostar de alguém só vendo ela pela janela, certo? Eu tenho que conhecer a pessoa verdadeiramente para poder criar algum tipo de sentimento por ela. Conforme vou olhando as estantes a procura de meu livro, fico mais distraída, após achar meu livro tiro-o da estante e vejo dois olhos direcionados para mim.

–Aah! - grito surpresa, derrubando o livro no chão - Mas o que...?!

–Olá. - disse Len, aparecendo no corredor - Desculpe se te assustei.

–N-Não... é que... Eu estava distraída e... Por que estava ali?

–Estava devolvendo um livro.

–Ah, certo... -raciocino, ainda com o coração acelerado.

–Pegando um livro de fotos? -disse Len, recolhendo o livro.

–Sim... Preciso de inspiração para a exposição de artes...

–Mas a inspiração tem que sair de você, não de um livro.

–Bem, - digo um pouco brava por ele criticar meu jeito de desenhar - isso sou eu que escolho! -termino de falar, pegando o livro de suas mãos - Com licença.

Vou para uma mesa no fundo da biblioteca, ainda um pouco brava. Independente do que eu pense dele, independente se eu gosto dele, ninguém tem o direito de julgar como eu decido o que vou desenhar. Não é errado pegar referências de livro só porque estou sem muita criatividade. Não tem problema algum nisso.

Olho para as imagens do livro, tentando captar uma imagem que transmita minhas emoções; paro numa das primeiras fotos, esta mostra uma floresta sendo incendiada durante a noite. Analiso suas chamas chegando ao topo das árvores, o modo como estão se alimentando delas, consumindo toda a sua vida. O fogo me faz lembrar o modo rude com que agi com Len, a raiva que senti quando ele me criticou. Decidindo o que iria pintar fecho o livro e me levanto. Vejo Len no corredor anterior ao meu, lendo a descrição de algum livro; sem dar muita atenção a ele, devolvo o livro ao seu lugar e volto para a sala do clube de desenho.

Pego um novo quadro e começo a desenhar, deixando minha mão fluir de acordo com o que minha mente achasse melhor eu fazer; quando o sinal do fim das atividades do clube toca, eu percebo que havia desenhado uma mesa com um livro aberto em chamas.

–Vamos embora, Rin? - pergunta Miku, chegando ao meu lado - Hum... Aconteceu alguma coisa na biblioteca que eu deveria de saber?

–Nada. - digo guardando minhas coisas na bolsa.

–Tem certeza? Você só faz desenhos tão... Intensos quando esta brava...

–Não de preocupe com isso. - falo colocando a bolsa no meu ombro - Vamos?

–Claro. -disse Miku vindo atrás de mim

~//~

–Então... - disse Miku na caminho para a minha casa - O que aconteceu na biblioteca?

–Já disse que não foi nada, Miku...

–Foi sim! Você ficou agressiva! Alguém que te disse alguma coisa! O que foi que falaram?

–Não quero falar no assunto.

–Vai falar! O que aconteceu? Se não falar, eu digo pro Len que você gosta dele!

–Eu não gosto dele, ta? - respondo irritada - Pare de perguntar sobre isso!

Miku fica em silêncio por algum tempo, provavelmente pensando na minha reação.

–Foi o Len, não foi? Ele fez alguma coisa com você?

–Não foi o Len.

–Foi sim... Você ficou brava quando eu falei nele... Rin, -disse Miku parando na minha frente - ele não tentou fazer nada com você, tentou?

–Não! - respondo alarmada - Meu Deus, Miku, você tem uma idéias muito loucas de vez em quando! Claro que ele não fez nada comigo!

–O que? Você não me diz o que ele fez! Eu só posso pensar na pior das hipóteses!

–Se quer mesmo saber o que ele fez, eu falo! É só que ele disse que é errado eu ficar olhando fotos pra descobrir o que vou desenhar. Nada mais.

–Só isso? Nossa, você foi exagerada, Rin. Alem do que, você sabe que ele esta certo! Já te disse mil vezes que não pode procurar inspiração desse jeito.

–Você falar e ele fazer é diferente! Ele nem me conhece e já fica me criticando...

–Rin... Ele esta tentando se aproximar de você, só.

–Aham, claro. Belo jeito de se fazer uma amizade.

–Você esta sendo infantil.

–Não estou não!

–Esta sim! Pare de ficar encobrindo seus sentimentos e arranjar qualquer razão pra fugir deles!

–Eu não estou fugindo de nenhum sentimento! -respondo parando no meio da rua

–Então admita que esta gostando do Len!

–Não vou admitir algo que não é verdade!

–Continua fugindo da verdade! Admita logo!

–Nunca! Não tem como gostar de uma pessoa só olhando para ela!

–Isso não é verdade!!!

Assim que Miku grita comigo eu lembro como ela começou a gostar do Kaito. Kaito estuda na faculdade ao lado da nossa escola, no primeiro ano. O pátio deles fica ao lado do jardim lateral da nossa escola; assim, todos os dias Miku gostava de almoçar ali, pois dava para ver os alunos da faculdade. A distancia, Miku começou a gostar de Kaito que almoçava logo a nossa frente; um dia Miku tomou coragem e se declarou para Kaito, durante o almoço, lembro até mesmo que ele pulou a cerca e almoçou com a Miku naquele dia.

–Miku... Não foi isso o que eu quis dizer...

–Foi sim! Você sempre achou que o amor é racional, mas não é! Nunca se sabe como vai acontecer!

–Miku, eu...

–Para de falar! -disse Miku virando as costas para mim e seguindo pela outra rua - A gente se separa aqui! Espero que você pare de ficar se enganando e criticando como o amor é!

Assim Miku vai embora, me deixando sozinha na esquina da minha casa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu gosto de colocar o Len mais... "másculo" do que costumamos dizer que ele é, acho que fica mais fofo!Deem review! Assim posso saber o que agrada mais, para minhas futuras histórias~



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