Songs Of The Heart escrita por mandani, souasoof, mandiproost


Capítulo 11
Better Than Revenge - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Baseado na música "Better Than Revenge" da Taylor Swift.
NaruHina, escrito por mandiproost.
Essa fic vai ser dividida em três partes, provavelmente. Espero que gostem e, por favor, leiam as notas finais ^^



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"The story starts when it was hot and it was summer
And, I had it all; I had him right there where I wanted him
She came along, got him alone, and let's hear the applause
She took him faster than you can say sabotage"

"A história começa quando estava quente e era verão
E, eu tinha tudo. Eu o tinha exatamente onde eu queria
Ela chegou, o pegou sozinho, e vamos ouvir os aplausos
Ela o tomou mais rápido do que você consegue dizer sabotagem"




– Mãe, eu não aguento mais. Devolva-me meu celular, por favor.

– Não. Você sabe que tirei seu celular por uma semana por ter tirado notas baixas na escola. Faltam apenas três dias. Use o tempo para estudar. – disse minha mãe enquanto prendia o cabelo escuro e liso num coque. – Não sei como foi chegar a esse ponto. Uma menina tão inteligente.

Hiromi, minha mãe, era uma mulher baixinha, mas quando se tratava de seu comportamento, altura não era documento. Eu tenho lembranças dela correndo pela casa quando eu ou minha irmã fazíamos algo de errado. Ela era aquele tipo de mãe que fazia o papel da família toda.

Meu pai nos abandonou assim que Hanabi, minha irmã mais nova, nasceu. Eu tinha cinco anos e me lembro de como minha mãe sofreu. Nessa época, nós nos mudamos pra casa da vovó, até as coisas se ajeitarem. Foi aí que minha mãe arrumou um emprego e conseguimos comprar uma casa aconchegante e pequena perto do centro mais ou menos três anos depois que papai foi embora.

– Mãe, exatamente por isso. Faltam apenas três dias. Você não pode reduzir o castigo? – perguntei com os olhos extremamente pidões. Todos dizem que eu pareço muito com ela. Cabelos longos, lisos e escuros, olhos claros como pérola, feições delicadas e, apesar de eu odiar admitir, também era baixinha. – Preciso falar com a Ino.

– Nada disso. Você falará com a senhorita Yamanaka amanhã na escola. Agora termine seu jantar e vá estudar.

Aquele era o ponto máximo. Quando ela colocava alguma coisa na cabeça, era quase impossível alguém tirar.

Bufei, revirei os olhos e terminei de comer. Caminhei pela sala e pelo corredor até chegar à última porta onde se encontrava meu quarto. Ele era um dos meus cômodos preferidos. Com muita relutância, eu havia conseguido com que minha mãe, aos poucos, decorasse do jeito que eu queria. Ele era grande, então eu aproveitei o espaço para colocar uma cama de casal no centro. O tapete embaixo da cama era felpudo e lilás. Havia uma escrivaninha de madeira branca que percorria um dos quatro lados do quarto e possuía uma cadeira roxa e giratória. No teto, em cima da cama, eu havia colado várias fotos e pôster de bandas e ídolos. As paredes eram brancas, com exceção de uma que era pintada de lilás com flores. É... Eu sabia que apesar de algumas atitudes rebeldes eu era uma daquelas garotinhas que gostava de The Vampire Diaries e amava coisas fofas.

– Hinata, eu já pedi várias vezes para você ir até a casa da Sakura. – disse minha mãe enquanto segurava o telefone fixo nas mãos e me olhava com um ar cansativo, parada na porta do meu quarto. – Estava falando com a senhora Haruno pelo telefone e ela me disse que Sakura sente sua falta. Não sei por que vocês não se falam mais.

– Mãe, eu já expliquei várias vezes. Não volto a falar com aquela vaca nem que me paguem. E duvido muito que ela sinta minha falta. – minha mãe realmente não entendia que as pessoas mudavam.

– Olha aqui mocinha, não me venha com essa história de vaca dentro de casa. Não foi essa a educação que eu te dei. – ela já havia levado as mãos à cintura, indicando impaciência.

– Perdão, mas não vou voltar a falar com Sakura. – disse enfatizando o nome da garota. Virei o rosto para uma revista em cima da cama a fim de disfarçar a raiva.

Sakura era uma menina que estudava no mesmo colégio que eu. Nossas mães fizeram amizade na maternidade. Aquela situação bem típica. Nós nascemos no mesmo dia. Elas se encontraram, começaram a conversar, ficaram amigas. Daí em diante, nós duas crescemos juntas. Éramos inseparáveis até completarmos doze anos. Nessa época, Sakura já havia começado a desenvolver seu corpo, enquanto eu estava um pouco atrasada. Ela possuía olhos verdes como esmeraldas e cabelos num tom rosado que era único, enquanto eu tinha cabelos escuros sem graça e os olhos claros eram a única coisa que me salvavam.

Ela começou a namorar os meninos mais populares do colégio e, consequentemente, começou a andar com as meninas mais populares, me deixando para trás. Ela mudou completamente seu comportamento e se tornou uma perfeita vaca.

Depois três anos ela não falava mais comigo e, quanto falava, ou era na frente da mãe, por educação, ou era pra me zoar na escola. Ela estava no grupo das líderes de torcida e andava quase o tempo todo com aquela saia e top minúsculos, deixando a mostra as coxas malhadas e a barriga perfeita. Não sei como é permitido alguém andar quase de calcinha e sutiã pelo colégio. Hoje, depois de cinco anos desde que ela caminhou para o lado obscuro da escola, a nossa relação era quase inexistente. Minha mãe ainda insiste para que eu volte a falar com ela, mas depois de ter me deixado sozinha, e depois de tudo o que ela fez para mim e para a maioria das meninas na escola, eu quero é distância.

Fico feliz por ter feito amizade com Ino, uma menina de cabelos loiros e lisos e olhos azuis cobertos por óculos de armação escura. Ela era mais alta que eu, como a maioria das meninas, e era bem magra. Eu não me considero magra. Tenho uma pequena porção de gordura concentrada na minha barriga, o que me deixa furiosa, mas não o suficiente para começar a malhar. Sempre fui preguiçosa. Acho que era uma característica do meu pai, porque minha mãe sempre fora muito agitada. Talvez seja coisa de mãe mesmo.

Conheci Ino na sétima série, quando Sakura definitivamente me abandonou. Ela era uma novata e eu sempre via em novatas a chance de uma nova amizade. Com o tempo, nos tornamos melhores amigas. Ela namora um cara do último ano chamado Sai. Eles são simplesmente fofos juntos.

Namorado. Ta aí uma coisa que eu gostaria de ter. É vergonhoso eu ter dezessete anos e nunca ter namorado. Ino, apesar de tímida, já namorou um cara antes de Sai. Sakura já deve ter namorado uns trezentos caras. E eu na estaca zero. Na verdade, sempre admirei um menino loiro de olhos azuis que está na minha sala desde a sexta série. Nós nunca nos falamos diretamente, mas eu sei muita coisa sobre ele. Típico palhaço da sala, sempre fazendo brincadeiras e nunca estudando para provas. Invocado e, na maioria das vezes, zoado pelos próprios amigos. Ele parece ser muito divertido. E ainda tem certo charme. Mas mesmo não sendo super popular, ele não era excluído como eu. Era provável que nem soubesse meu nome. Uzumaki Naruto.

*/*

– Minha mãe veio com a história de que eu deveria falar com a testuda de novo. – disse revirando os olhos e demonstrando impaciência.

– Nossa... Sua mãe deve gostar mesmo da Sakura pra ficar pedindo esse tipo de coisa. Será que ela não sabe que ela é uma das meninas mais malvadas do colégio? – disse Ino enquanto passava as mãos pelo cabelo e olhava para o celular. Nós estávamos sentadas num dos bancos do pátio da escola durante o intervalo.

– Eu já tentei explicar para ela. – disse olhando para o pátio lotado. Após uma pausa, percebi que ela não largava o celular, o que me deixou com um pouco de inveja. – Você quer parar de mexer nesse celular?

– Ora... Só porque você está de castigo e não pode usar o seu não quer dizer que eu também não possa usar o meu.

Nós começamos uma pequena briga amigável enquanto eu tentava tirar o celular das mãos da garota e ela tentava se esquivar.

– Está tudo bem aqui?

Misericórdia. Eu não acreditava no que via. Aquele era Uzumaki Naruto? Falando comigo? Meu Deus. O mundo talvez tivesse esperança.

– Tudo ótimo. Só estávamos testando habilidades de luta. – eu disse enquanto ajeitava os fios rebeldes de cabelo que Ino havia bagunçado.

– Você é Uzumaki Naruto, certo? – disse a garota ao meu lado enquanto me cutucava levemente. Ela sabia da minha pequena queda por ele e, provavelmente, estava tentando fazer com que a conversa se estendesse.

– Sim. – disse o loiro enquanto abria um enorme e charmoso sorriso.

– Olha só... Essa aqui é minha amiga Hyuuga Hinata. Você pode ficar de olho nela enquanto eu vou ver meu namorado? Sabe como é... Não quero deixá-la sozinha, mas também não quero que ela vá comigo. Você entende, não é mesmo? Além do mais, vocês estão na mesma sala. Devem ter o que conversar. – disse minha amiga enquanto se levantava do banco.

– Anh... E-eu... – começou o menino, mas não teve chance de terminar. Ino já havia ido embora e me deixado naquela furada suprema. Ah... Mas ela iria me pagar. Como iria.

– Me desculpe por ela. Pode ir embora, se quiser. – dei de ombros. Pode ir embora uma ova. Agora ele teria de ficar.

– Ah... Não tem problema. Mas agora vou ficar. Não tenho nada de interessante pra fazer agora. – ele respondeu enquanto se sentava ao meu lado. – Eu sabia que estávamos na mesma sala. Desde a sexta série, certo?

O tempo passou voando. Nós conversamos durante o intervalo inteiro e eu tinha o pequeno pressentimento de que tudo iria mudar. Ele parecia estar interessado em mim, me perguntando coisas pessoais e também falando sobre si mesmo. Nós estávamos nos dando muito bem. Bem demais. Seria essa a chance de eu desencalhar? Ou então de viver uma paixão daquelas de cinema? Tudo bem... Eu confesso que penso muito nessas coisas e sonho demais também. Mas poxa... Que garota não sonha com o cara perfeito? Nem que ele seja perfeito somente para ela.

Desde que Ino havia nos apresentado oficialmente, havia se passado duas semanas e Naruto sempre voltava a falar comigo, na escola ou pelo celular. Nós estávamos virando amigos muito próximos. E dizem que depois da amizade, tudo se resolve, não é mesmo? Mas estava acontecendo tudo tão rápido. Era normal?

– Você é um idiota. – eu dizia enquanto dava um leve soco no braço do menino. Na verdade, eu era a idiota, pois eu tinha quase certeza que estava me apaixonando por ele.

– Ora... Sua mãe não lhe ensinou a não utilizar a violência para lidar com seus problemas? – ele disse enfezado enquanto me agarrava por trás e me levantava do chão. Nós estávamos caminhando pela rua. Ele havia começado a me levar da escola até minha casa e, segundo Ino, aquilo já era uma confirmação de que ele queria algo mais do que amizade.

– Não. Ponha-me no chão, seu brutamontes! – Mas não queria que ele me colocasse no chão. Estava amando aquele contato, mas não poderia demonstrar tão de cara.

– Me obrigue. Além do mais... Quem mandou ser compacta? – sussurrou em meu ouvido. Aquilo me causou arrepios e eu espero que ele não tenha percebido.

– Você. Está. Me. Chamando. De. Baixinha?! – gritei enquanto tentava acertá-lo com as mãos.

– Eu nunca disse isso. Agora... Se a carapuça serviu, quem sou eu pra contrariar, não é mesmo? – ele disse por entre risos. Nós sempre nos divertíamos muito.

Naruto me colocou no chão e virou meu corpo de frente para o dele. Eram mais ou menos cinco e meia da tarde e o por do sol invadia a rua repleta de árvores. De repente nós dois ficamos sérios. Eu estava muito nervosa. Ao mesmo tempo em que já sabia o que viria em seguida, ansiava por aquilo e, também, tinha medo.

– Eu... Eu gosto de você, Hinata. – disse o garoto a minha frente enquanto direcionava os olhos azuis para os meus. Eu estava completamente submergida naquele olhar. Era como se fosse uma mistura de sentimentos. Eu podia sentir que ele dizia a verdade. Meu Deus. Ele havia acabado de se declarar pra mim. O que eu deveria fazer agora?

– E-eu também gosto de você, Naruto. – não pude deixar de sentir minhas bochechas queimando. Era a primeira vez que eu dizia algo do tipo pra um garoto.

O menino abriu um largo sorriso e se aproximou lentamente de mim. Eu percebi que tremia. Que maravilha! O sorriso dele, que eu tanto gostava, foi diminuindo e seus olhos passaram a transmitir algo como um pedido de permissão. Eu me aproximei alguns milímetros a fim de demonstrar que ele poderia dar prosseguimento.

Os lábios de Naruto tocaram os meus e eu correspondi. Naquele momento, o mundo parou de girar. Eu senti uma onde de arrepios enquanto ele levava as mãos até minha nuca e minhas costas. O perfume que ele exalava era sedutor demais. O beijo terminou e ele se afastou. Meus olhos relutantes demoraram um pouco a se abrir e encarar a realidade. Pude reparar que ele estava sorrindo feliz e satisfeito. Suas mãos desceram das minhas costas até minhas mãos e ele fez com que elas se entrelaçassem.

Foi um dos dias mais perfeito da minha vida.

Caminhamos até minha casa e ele foi embora, me deixando lá, como uma boba, admirando a obra de Deus. E que obra... Não pude acreditar que ele estava interessado em mim. Talvez eu precisasse de uma dose de autoestima.

– Oh... Que bom que você chegou. Nós vamos à casa dos Haruno. – disse minha mãe enquanto vasculhava sua bolsa a procura de algo.

– Como é?


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Notas finais do capítulo

Olá, aqui é a mandiproost ((: Eu estava, há muito tempo, pensando em fazer uma oneshot inspirada numa música da Taylor, mas quando fui procurar, percebi que quase todas são tristes :/ Então escolhi Better than Revenge por ser uma música divertida e que expressa sentimentos além de tristeza e amor, não é verdade? Dessa vez tentei escrever em primeira pessoa e não sei se gostei muito do resultado.
Quanto aos pedidos de músicas e casais, estão quase prontos... só falta revisar. Pedimos paciencia, pois a faculdade voltou e agora temos nosso tempo reduzido ://
Enfim, espero que você tenha gostado e que, por favor, não se esqueça de deixar um comentário/review para me deixar feliz *-*