- A comida estava maravilhosa!

O elogio de Niklaus me fez rir, sentindo meu rosto levar um breve rubor e borboletas voarem em minha barriga. Ter Niklaus esta noite, comigo e Camille, realmente, foi a melhor noite de toda minha vida. Klaus e Camille tinham se dado muito bem. Minha filha basicamente já tinha se apaixonado por Niklaus. Segundo Camille, Niklaus parecia o rei da história que Bonnie tinha lhe contado. Agora Camille tinha posto na cabeça que Niklaus era o Rei, eu a Rainha e ela a princesa. Quando ela dissera aquilo, quase repreendi minha filha. Mas em ouvir a linda risada de Klaus, tinha feito-me esquecer tudo.

- Fico feliz que tenha gostado, majestade. - digo fazendo uma breve reverência, fingindo usar vestidos longos de época; trazendo uma linda risada de Klaus.

Durante o jantar, mesmo eu estando bem nervosa (consegui esconder tal estresse), eu me diverti muito. Camille ria com as piadas que Niklaus contava. Eu acabava rindo junto apenas de ver o sorriso estampado no rosto de Camille.

- Camille é uma garota adorável. - Klaus comentou sorrindo enquanto assistia Camille brincando e conversando com suas duas bonecas. Sorri feito uma boba quando ele mencionou o nome de minha unica razão de viver.

- Sim, ela é. - concordei como uma verdadeira mãe coruja que sou. Klaus riu de leve e ri em seguida - Camille é uma garota abençoada, sabe? - suspiro de leve - Já passamos por tantas coisas, e ela continua sempre com esse sorriso e a alegria estampada no rosto.

Klaus ficou em silêncio por alguns segundos. Logo eu sabia o por que. Eu ainda não tinha me aberto para ele. Ficava em dúvida se fazia isso ou não. Mas eu tinha que ser sincera...

- Refere-se a quê? - Klaus perguntou intrigado.

- Camille e eu passamos por muitas coisas antes de chegarmos aqui. - disse olhando para minhas próprias mãos.

Klaus aproximou-se de mim e afagou meu rosto, logo o puxando para me fazer olhá-lo.

- Você está se referindo ao pai dela? Seu ex-marido? - perguntou atencioso.

Engoli em seco. Seria a primeira vez que contava aquilo para alguém.

- Foram os piores anos de toda minha vida. - sussurrei desviando meus olhos dos dele - Camille só era um bebê... Ela não podia ter passado por tudo aquilo!

Klaus me ouviu atentamente, unindo as sorancelhas em confusão, esperando por explicações.

- Em parte eu fui a culpada. - admiti encolhendo meus ombros e sentindo o forte aperto no peito - Quando ele bateu nela pela primeira vez... eu deveria ter feito algo.

Klaus me olhou um tanto assustado, e ainda não entendendo do que se tratava.

4 ANOS ATRÁS

- Eu cansei!

Galen levantou antes de mim logo que ouvimos o terceiro choro de Camille naquela noite. Ela estava inquieta a noite toda, não sabia o que fazer. Tinha feito-a dormir, mas ela sempre acordava entre os choros. Tinha a impressão de que ela queria dormir conosco; porém acabaria estressando Galen, que não suporta a ideia de deixar camille dormindo conosco na mesma cama. Pois ele dizia que ela já nos atrapalhava quando estava distante, imagine ao nosso lado (entre nós).

Levantei junto com Galen, enquanto o mesmo já ia enraivado para fora do quarto. Ele já estava reclamando de dores de cabeça por ter bebido de mais; e sem contar que teria de ir cedo para a delegacia de uma cidade vizinha investigar um novo caso. Então, ele estava completamente enfurecido por ter seu sono interrompido algumas vezes.

Vesti meu roupão por cima de meu pijama e fui na direção do quarto de Camille. Antes de chegar lá, pude ouvir a voz de Galen...

- Garota irritante! Não presta para nada, apenas para chorar e não me deixar dormir!

- Galen, ela está sem sono, apenas isso. - disse ao chegar no quarto cor de rosa de nossa filha. Fora uma das poucas vezes que vi Galen dentro deste quarto. Ele passou as mãos furiosamente nos cabelos e olhou para a pequena bebê berrenta dentro do berço branco com enfeites infantis.

- É sua culpa, Caroline! - Galen berrou nervoso - Esta garota irritante é mimada desta maneira por sua culpa! - apontou para Camille, que continuava a chorar - Eu apenas quero ter uma ótima noite de sono! É de mais pedir isso?! Eu trabalho para sustentar vocês, eu tenho que acordar cedo e aguentar aquele serviço estressante, e a única coisa que quero quando chego em casa, é descansar e ter uma ótima noite de sono! - via o ódio em seus olhos. Estava assustada de mais para dizer ou fazer algo. Camille gritou mais alto desta vez, assustando a nós dois - CALE A BOCA, GAROTA DO DEMÔNIO!

Galen de repente avançou naquele berço, enfiando seus braços lá e agarrando minha filha com força. Gritei desesperada e Galen bateu fortemente em minha filha, sem hesitar.

AGORA

Niklaus me olhava horrorizado enquanto lágrimas rolavam em meu rosto. Aquilo sempre seria pior que uma facada no peito. Eu tinha visto minha filha apanhar com apenas 9 meses de vida, e não tinha lhe dado ajuda. Quando gritei com Galen naquela noite, tinha levado uma surra marcante. No outro dia, mal conseguia enxergar com o olho esquerdo. Camille passou a noite inteira em meus braços, tremendo de medo daquele terrível monstro.

- No outro dia recebi flores e Camille ganhou uma linda boneca, o que me fez pensar que Galen estava arrependido; ele queria uma nova chance de se redimir. - murmurei olhando para as arvores que rodeavam minha pequena casa em Mystic Falls.

- Caroline... - Klaus tentou dizer algo. Seus olhos saíram de mim e foram para a pequena garota dentro da sala que brincava alegremente sozinha. Ele fiocu perdido em seus próprios pensamentos e em seguida voltou a me olhar - Você não teve parte de culpa nenhuma. - negou incrédulo - Você acreditou que ele mudaria...

- Galen fizera mais vezes, e cada dia que passava tudo ia ficando pior. - eu o iinterrompi e Klaus me olhou indgnado.

- Foi por isso que você o abandonou? - Klaus perguntou iincerto.

- Eu não o abandonei. - sussurrei chateada, com certo desespero - Eu fugi dele.

Klaus me encarou como se eu lhe contasse algo terrível, pois sim, isso era bem terrível. Eu esperei um pouco enquanto tomava fôlego para lhe contar toda minha trajetória de dois anos atrás.

- Caroline, você deve ir atrás da polícia. - Klaus disse afagando meu rosto e limpando as lágrimas que escorriam em meu rosto. Eu neguei com medo, ainda deixando lágrimas caírem.

- Galen é a polícia. - disse afastando uma mecha de meu cabelo para trás da orelha. Olhava para o chão tentando não mostrar minhas fraquezas e medos - Eu ainda não entendo como ele não encontrou a mim e Camille. - disse encolhendo meus ombros levemente - Ele é um ótimo detetive.

Lembrava-me de todos os casos que ele trabalhava. Sempre, sempre conseguia encontrar as vítimas e ou culpados. E ele nunca estava errado quanto suas suspeitas. Este era meu maior medo. Galen conseguia ser astuto e preucativo. Sempre trabalhava em silêncio, e facilmente encuralava sua vítima.

- Eu sei que sempre que permaneço em algum lugar, deixo meu rastro. Mas nunca deixo meu rastro da minha próxima partida. Isso eu de fato aprendi com ele. - dei de ombros timidamente.

Suas mãos quentes tomaram meu rosto para me fazê-lo olhá-lo. Seus olhos tentavam me demonstrar calma e solidariedade. De alguma maneira eu me senti segura apenas com aquele olhar.

- Não se preocupe, love... Eu vou te ajudar. - ele disse confiante.

- Infelizmente, você não pode, Niklaus. - neguei - Eu não quero te envolver nisso. Você não tem ideia do quanto Galen pode ser perigoso...

Niklaus me silenciou delicadamente, com um delicado beijo nos cantos de meus lábios. Ele limpou a única lágrima que escorria em meu rosto e segurou o mesmo gentilmente.

- Eu não vou deixar que aquele idiota lhe toque novamente, Caroline. - Niklaus prometeu - Nem em ti, e nem muito menos na pequena Camille.