The Other World escrita por Palavras Incertas


Capítulo 11
Desatrada


Notas iniciais do capítulo

Oiiieee! E aí? Já sentiram minha falta! Bom, eu voltei, comemorem, ou não, vocês quem sabem. Esse capítulo me deu trabalho para escrever, então sem querer matar a autora pela demora hein?! Eu tive que reescrever a metade dele, porque meu computador simplesmente resolveu que seria engraçado não salvar o que eu escrevi, sorte que a minha memória estava boa e eu consegui lembrar, e depois eu fui terminar de escrever e o telefone não parava de tocar. Mas eu venci todos esse desafios e aqui estou.
P.s. Os agradecimentos de hoje são para a Leticia di Angelo e para a Sophia chase, porque eu nunca vou cansar de agradece-las.
Boa leitura...



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Certa vez eu disse que era possível citar mil coisas mais divertidas do que assistir uma aula de história do Sr. Stuart, e, só para ficar claro, aprender a escrever em latim de trás para frente, quebrar uma perna, observar por um mês inteiro a vida diária das lesmas e escrever uma mesma palavra um milhão de vezes em um único dia estavam na lista. E, graças a essa lista, que na verdade foi criada por Thalia, eu posso citar uma única coisa mais divertida do que passar um dia inteiro no edifício IRCBM: assistir uma aula de história do Sr. Stuart.

E, se você pensava que a tortura já tinha acabado, desculpe-me por te contrariar, mas nem tudo na vida é tão fácil assim. Mas que graça teria se a vida fosse fácil? Na verdade, teria muita graça, porém não vamos levar isso em consideração agora, daria muito trabalho e eu estou tentando deixar a minha vida mais fácil. Então vamos simplesmente observar o sofrimento das nossas protagonistas.

O dia ainda estava frio, parecia que até o sol estava de mal-humor hoje, ou talvez ele estivesse conspirando secretamente contra nossas protagonistas simplesmente pelo prazer de ver as outras pessoas sofrerem, pois além de estarem cansadas, entediadas, com raiva e com sono Thalia e Annabeth ainda precisavam passar frio. Ou talvez, quem sabe, em uma explicação bem mais sem graça, esteja frio somente pelo fato de ser inverno. Eu disse que era uma explicação chata. Mas enfim, o único fato meteorológico que nos interessa agora é que: estava frio. Simples assim.

Ah, esqueci de mencionar um pequeno detalhe: estava se aproximando da hora do almoço. Então corrigindo: elas estavam cansadas, entediadas, com raiva, com sono, com frio e com fome. Tem como piorar? Na verdade tem, e parece que a instrutora sabia muito bem como fazer isso:

– Então minhas queridas, tirando algumas exceções – ao falar isso a instrutora olhou diretamente para Thalia, que revidou com uma carinha inocente de: eu não tenho nem ideia do que você está falando, eu nunca faria nada que te contrariasse.- Vocês estão se saindo muito bem. E o nosso próximo desafio será- ela deu uma pausa dramática, como se isso fosse fazer a próxima tarefa ficar mais emocionante, o que obviamente não funcionou- Vocês terão que cozinhar! Não é empolgante?

Não. Definitivamente não era empolgante, nem um pouquinho. Mas pelo menos ela saiu da sala onde estavam por alguns minutos, o que garantiu a Thalia e Annabeth tempo para conversar:

– Agora sim eu entendi a empolgação dela. Ela não está feliz por cozinhar, ela quer é nos matar de fome. – A morena comentou seriamente – Eu sabia que essa mulher é do mal. Aposto o que você quiser que ela é um monstro disfarçado!

– Talvez ela seja só uma mulher louca que tem uma obsessão por gatos, gosta de assar bolinhos e biscoitinhos e gosta de torturar criancinhas e moças indefesas. – Annabeth entrou na brincadeira também, mas manteve o tom de voz sério para parecer convincente.

– Não, muito comum. – Thalia descartou a ideia. – E , além disso, não dá pra matar uma mulher louca só porque ela gosta de cozinhar, não tenho nem ideia do porquê é proibido, só sei que é. Já um monstro... – A morena deixou a frase no ar e completou com um sorriso psicopata.

– Você tem razão, ela é um monstro. Mas qual monstro ela é? – A loira fez uma expressão curiosa ao dizer isso, porém infelizmente ela não obteve resposta, pois o monstro, digo: a instrutora, voltou para a sala ainda contente. Aquela mulher parecia decidida a deixá-las morrer de fome.

A instrutora explicou as regras da próxima tarefa e dividiu os grupos, ficando três garotas em cada grupo, dando a cada um uma receita. As meninas, por sorte ficaram no mesmo grupo e teriam que preparar um prato estranho francês que eu não sei nem ao menos falar o nome, o importante é que a comida era muito estranha.

Elas foram pro lugar para o qual tinham sido designadas e esperaram até a outra garota do grupo chegar:

– Oi! Tudo bem? – Indagou timidamente a terceira garota do grupo. Ela era ruiva, tinha olhos verdes claros e pequenas sardas pintavam seu rosto claro.

– Olá! Sim, nós estamos bem, e você? – Annabeth respondeu antes que a amiga pudesse se pronunciar, digamos somente que a loira não confiava muito na maneira exótica que Thalia tinha de fazer amizade.

– Também estou bem. – A ruiva respondeu educadamente, o que às vezes pode ser um problema, pois se elas tivessem dito a verdade talvez tivessem um assunto, porém como preferiram ser educadas ao invés de sinceras elas ficaram encarando o chão constrangidas esperando por ter algo sobre o que falar. – Prazer, Rachel Elizabeth Dare. – A garota disse subitamente, como se só naquele momento tivesse lembrando que não tinha dito seu nome.

– Annabeth Chase e Thalia Grace. – A loira respondeu pelas duas e apontou para si mesma e para a amiga respectivamente enquanto dizia os nomes. E, ao que eu pude notar, Annabeth tinha aderido a filosofia da amiga de dizer que foi um prazer conhecer tal pessoa quando já se está morrendo.

– Alguma de vocês sabe cozinhar? Porque se fosse possível eu queimava até água. – Rachel arriscou uma brincadeira, ela parecia aquele tipo de garota tímida no início, mas que se você dá uma chance logo ela fica uma pessoa alegra e espontânea.

– Nós definitivamente vamos morrer de fome. – A loira exclamou dramaticamente. - Por favor, avisem ao meu pai que eu quero lírios alaranjados no meu túmulo e quero que todos chorem e digam que vão sentir minha falta.

– Eu sou nova demais para morrer. – A ruiva jogou os braços pra cima em um movimento exagerado.

– Parem de drama vocês duas. – Thalia as repreendeu. – Façam algo de útil.

– Como o quê? – Annabeth indagou preocupada com o comportamento da amiga.

– Como me ajudar a pensar em um jeito de envenenar a comida da instrutora. – A morena respondeu e deu um sorriso psicopata.

– Bom, se eu vou morrer então que eu ao menos consiga fazer algo de útil pela humanidade. – A loira falou pensativa.

– Pela humanidade.- Gritou Rachel, que foi seguida pelas outras duas garotas.

Bem, uma notícia feliz: as meninas sobreviveram a tarefa de cozinhar, tirando algumas queimaduras, um cabelo cheio de farinha e vestidos sujos de molho elas estão bem, porém infelizmente eu não posso dizer o mesmo da comida que elas prepararam. Na verdade, eu acho até que elas confundiram o sal com o açúcar.

Entretanto, pela primeira vez na vida, eu aposto, a instrutora foi gentil, ela deixou que todas as garotas almoçassem a comida feita pelas especialistas, o que foi realmente um ato muito gentil, porque a comida estava ótima, e Annabeth, Thalia e Rachel decidiram que não gostam de comida francesa.

Depois de muitas outras tarefinhas chatas, sem graça e sem importância finalmente chegou a penúltima lição: aprender a caminhar. Não vou nem comentar que a maioria das pessoas já aprende isso quando tem um ano de idade, porém para a instrutora parecia extremamente necessário reforçar que elas não sabiam andar. Ela achava que as garotas tinham o quê? Seis meses de vida?

Essa tarefa chata consistia em basicamente caminhar em um corredor longo e estreito com livros na cabeça e manter uma expressão arrogante no rosto enquanto tentava não deixar os livros caírem. Claro, que a instrutora não explicou dessa maneira, ela teve que falar um monte de besteira sobre postura, sobre elegância e sobre autoconfiança e ficar repetindo as mesmas coisas várias vezes. O que ela poderia ter muito bem resumido em: vocês vão ter que sair por aí andando com livros na cabeça parecendo idiotas. Viu que simples? Pra que complicar tanto as coisas?

– Eu não acredito que nós vamos ter que ficar andando por aí com livros na cabeça! Será que eu já não me humilhei o suficiente por hoje não? – Perguntou Thalia aos sussurros, irritada com todas as tarefas que tinham que cumprir.

– Pois é, daqui a pouco elas vão nos mandar sair na rua com peixes na cabeça, porque do jeito que as coisas estão indo... – Respondeu Rachel no mesmo tom de voz. A garota ruiva agora estava acompanhando Thalia e Annabeth, já que as três tinham se dado bem e sobrevivido a batalha da cozinha, como elas passaram a chamar a tarefa de cozinhar, juntas.

– O que há com você Annabeth? Está tão calada! – Indagou a morena curiosa com o fato de a amiga não estar as acompanhando na piada.

– Você já viu os livros que nós vamos ter que colocar na cabeça? – A loira perguntou triste, não fingindo, mas sim como se realmente se importasse.

– Claro que não! São todos iguais. – Thalia respondeu.

– Não são não! Esses livros são os dos meus autores favoritos! E tem muitos aí que eu ainda nem consegui ler! Olha só que desperdício! Por que elas não me deram os livros?- Annabeth falou ainda triste.

– Porque se tivessem te dado os livros nós não poderíamos fazer papel de idiota, o que seria totalmente contra os preceitos dessa “aula”. – A morena respondeu como se explicasse algo a uma criança pequena.

– Se você deixar algum desses livros cair eu juro que eu mesma te mato. – A loira apontou de forma ameaçadora para a amiga.

– Calma Annabeth, você é forte, vai conseguir superar isso! – Falou Rachel em um tom de voz que indicava tanto ser uma brincadeira quanto estar falando sério. A loira só concordou com a cabeça e saiu andando

– Falando sério! Essa garota é assustadora. – Comentou Thalia.

– Muito assustadora. – Completou Rachel antes das duas começarem a rir do exagero da amiga.

E o que eu posso dizer sobre essa tarefa? Bem, basicamente Annabeth foi a única das garotas que conseguiu o incrível feito de não deixar nem um dos livros caírem no chão. Thalia demorou um pouco para conseguir andar sem deixar os livros caírem, mas no final ela conseguiu, e, para a sorte dela, a amiga loira parecia bastante orgulhosa com o que tinha feito que até se esqueceu que tinha prometido matar a morena. Já Rachel, bom, pra Rachel foi um pouquinho mais complicado, na verdade, foi muito mais complicado. Ela poderia ser uma pessoa divertida e engraçada, porém também era extremamente desastrada, na última tentativa ela parecia até estar conseguindo, mas quando estava chegando no final do corredor a ruiva tropeçou em seus próprios pés e caiu de cara no chão.

E, finalmente, para a alegria de todas as pessoas que tem um bom coração e não gostam de ver as pessoas sofrendo, apresento-lhes então: a última prova. Por favor, imagine uma música de suspense só para que eu não tenha gastado um parágrafo inteiro à toa. Muito obrigada.

E a última lição, era a emocionante, a importantíssima, divertidíssima e espetacular: arte de servir chá.

Pois é, eu acho que aprender a passar uma linha na agulha é mais importante que isso, mas fazer o que, não é? Agora só nos resta servir chá!

O chá que as garotas teriam que servir era de camomila, eu nunca provei um chá de camomila, então eu não posso dizer se é bom ou não, mas as senhoras pareciam gostar. Cada garota tinha que servir uma das senhoras que estavam sentadas na mesa principal comendo bolinhos, e a senhora que elas servissem era quem diria se elas fizeram tudo certo ou não.

As garotas foram de uma em uma, e era uma tarefa relativamente simples, só era necessário ter um pouco de equilíbrio e não confundir a esquerda com a direita. Annabeth e Thalia se saíram bem.

Quando Rachel foi servir o chá ela confundiu a direita com a esquerda, deixando a instrutora furiosa, pois a ruiva teve o azar de ter que servir a instrutora. Mas ela conseguiu deixar que nenhuma gotinha de chá caísse fora da xícara de porcelana. E estava tudo muito bem, tudo muito lindo, porém sempre tem algo para estragar. Quando estava se virando para sair da mesa Rachel tropeçou no pé da cadeira e deixou que a bandeja que segurava caísse, mas a bandeja não foi simplesmente de encontro ao chão e se partiu, ela voou um pouco e deixou que todo o chá quente derramasse encima da instrutora.

A mulher saiu de lá aos gritos, o que é compreensível, já que ela deve ter se queimado toda, a ruiva se desesperou e teria corrido atrás da instrutora para tentar ajudar se sua mãe não tivesse a impedido:

– Você é uma vergonha Rachel, eu não sei como posso ter uma filha como você! Tudo o que você faz é só pra me envergonhar? Porque se for, está dando certo. – A Senhora Dare gritou furiosa para filha e saiu a passos largos para procurar a instrutora.

Rachel estava péssima, tudo o que ela fazia era para tentar deixar a mãe orgulhosa, mas ela sempre conseguia estragar tudo. E agora ela estragara tudo mais uma vez, e deixara uma mulher ferida, por mais que odiasse a instrutora ela não merecia isso.Rachel se sentia como se fosse a pior pessoas do mundo.

– Você é uma vergonha Rachel. – A ruiva ouviu uma péssima imitação da voz da sua mãe, ela não ousou virar pra trás para descobrir quem estava falando. – Então sempre que precisar passar vergonha nos avise, vai ser ótimo ajudar. – E então a garota foi surpreendida por cabelos loiros e um abraço, a pessoa que tinha falado era Annabeth, e ela não estava debochando dela, estava só querendo ajudar, e isso a fez se sentir muito melhor, ao menos alguém não a condenava por ser desastrada.

– Você é a garota mais desastrada que eu já conheci, mas eu gostei de você. – Thalia disse, abraçando também a ruiva.

–Tchau, a gente se vê! – Annabeth se despediu, pois já estava na hora das duas partirem.

E Rachel ficou lá, parada, olhando, porque pela primeira vez ela encontrou pessoas que não a condenavam por ser desastrada


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Notas finais do capítulo

Então, eu nunca pedi isso, mas... Agora eu vou pedir, então, por favor, se você leu isso e gostou, ou não gostou, por favor comente e deixe sua opinião, porque ela é muito importante pra mim. Obrigada desde já.
E, o próximo capítulo talvez saía mais rápido.
Obrigada por ter lido.
Até o próximo capítulo..