The Other World escrita por Palavras Incertas


Capítulo 10
Rebeldia


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, eu voltei! E eu sei que eu demorei, e eu queria ter postado antes, mas eu estava viajando e estava sem internet. Aceitam minhas desculpas? Então, queria agradecer por todas aquelas pessoas que me apoiaram em 2013 e pedir que continuem a me apoiar em 2014, pois eu juro pra vocês que vou tentar ser uma autora mais competente e vou dar o meu melhor. E, antes que eu me esqueça, Feliz 2014!



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Convenhamos, não há em toda semana dia mais agradável que o sábado, com certeza a perspectiva de passar um dia inteiro fazendo o que você gosta ou simplesmente não fazendo nada é incrivelmente convidativa. Mas, por outro lado, algo que realmente não é agradável é criar filosofias e reflexões sobre os dias da semana, porém o que eu posso fazer? Falar sobre economia? A resposta é um absoluto não, porque até mesmo os dias da semana são mais interessantes que economia.

Mas,como dizem por aí, toda regra tem exceção, e esse sábado em especial que eu irei narrar gosta de ser rebelar e ser uma exceção. Malditas exceções. Não em minha opinião, obviamente, porém não tenho certeza se duas de nossas protagonistas gostam de sair da rotina, bom, ao menos não nessa situação, já que nesse caso nem eu gostaria.

Era um dia frio, combinando exatamente com o humor de Annabeth, não que os dias frios a deixassem irritada, longe disso, o que a incomodava era o que teria que fazer por praticamente a tarde inteira. Mas não era bom pensar nisso agora, no momento era mais fácil observar o mundo ao seu redor, tentando não se lembrar do quanto sua cama estava quentinha e agradável. Observar o modo como a casa da esquina tinha sido construída. Como um bom livro cairia bem agora. O modo como as pessoas andavam meio curvadas tentando se esconder com frio. Como adoraria uma boa caneca de chocolate quente. O jeito que as folhas das árvores... Não, isso definitivamente não estava funcionando.

Porém não era mais necessário tentar não pensar no dia ruim que teria pela frente, já estava em frente ao edifício IRCBM, que todos insistiam em chamar de Instituto de Reunião e Confraternização das Belas Moças, mas que na opinião de Thalia deveria ser conhecido como Idiotas Reunidas Conversando Besteiras Medíocres, o que Annabeth também achou que seria mais apropriado.

Entretanto, mesmo não gostando de lá, Annabeth tinha que admitir que era um lugar bonito, com muitas janelas e cortinas, muitos lustres e quadros. Porém nem mesmo a arquitetura do local faria o dia valer a pena. Não mesmo.

E enquanto subia três lances de degraus ela relembrava como tinha ido parar naquele local:

Ela recebeu a notícia no dia anterior, enquanto todos jantavam em silêncio, menos os gêmeos, que continuavam brigando. Eles sempre brigavam, em qualquer momento ou qualquer situação, era incrível essa capacidade deles.

Poderia ter sido um jantar normal, com uma boa comida, as pessoas se ignorando e os gêmeos brigando. Claro que não poderia. Qual seria a graça se a sorte favorecesse a garota loira? Era bem mais divertido que o universo conspirasse ao seu favor. Então, mais precisamente no momento em que Annabeth estava se levantando para sair da mesa, sua madrasta a chama de volta:

– Annabeth, sente-se, ainda temos um assunto a discutir.

E, nesse momento, até os gêmeos se calaram. Aqueles pequenos traidorzinhos. E não precisa ser necessariamente um gênio para concluir que: aquela conversa não ia ser boa. Mas enfim, não vendo como contrariar, Annabeth se sentou novamente para ouvir o que a mulher tinha a dizer.

– Você obviamente sabe do Baile de Natal – como ela poderia esquecer? Não sei se a madrasta se lembra, mas era exatamente nesse baile que a vida dela viraria um inferno. – E também deve saber que eu só quero seu bem, por isso mesmo amanhã nós iremos em uma reunião onde você vai aprender a se comportar como uma dama. Não é maravilhoso?

Depois de ter passado a vontade de rir devido ao “ eu só quero o seu bem”, que era com certeza a maior mentira que ela já ouviu na vida, já que a mulher que estava na sua frente conseguia o incrível feito de só se importar com ela mesma, Annabeth começou a pensar no que ela havia dito, e definitivamente, aquilo não chegaria nem perto de maravilhoso.

– Na verdade, se me permite dizer, seria horrível. – A loira tentou falar da forma mais educada que conseguia, porém permitiu que todo o desprezo fosse visível em sua voz. Nem de brincadeira que ela teria que passar seu precioso sábado com senhoras desprezíveis a obrigando a aprender coisas estúpidas e ridículas como andar em um salto e o melhor jeito de servir um chá, enquanto essas senhoras fofocavam e riam dela.

– Por que seria horrível querida? – E era exatamente nesse momento que começaria a guerra fantasiada de educação e preocupação.

– Por que seria maravilho querida?- Annabeth respondeu com outra pergunta, entretanto o mais incrível era observar a ironia presente no “ querida”, cada uma conseguia ser mais irônica do que a outra.

– Pense bem, tenho certeza que você vai adorar!

– Engraçado, porque quanto mais eu penso mais eu acho que isso é uma péssima ideia.

– Você vai e ponto final. – Ela definitivamente não tinha paciência nem argumentos pra uma discussão.

– E com que autoridade você me obrigaria a fazer isso?

– Annabeth, pare de fazer birra, se sua madrasta acha que é melhor pra você então é porque deve ser. – Disse seu pai que pela primeira vez se pronunciou .E, se ele tinha se intrometido na briga, então era melhor concordar e ficar calada, nem Annabeth era louca o suficiente para discordar de seu pai.

– Se o senhor acha... – Ela disse tentando evitar ser sarcástica.- Boa noite, vou dormir. – E finalmente conseguiu sair da mesa de jantar.

Ao chegar no salão superior o som alto das conversas a atingiu em cheio, eram pessoas esnobes demais para um único local, chegava a ser uma cena digna de pena. Porém um fato a consolava, ao menos Thalia estava naquele local, então elas poderiam criticar juntas tudo o que estava acontecendo. Até que essa vida injusta às vezes dava um jeito de aliviar suas injustiças.

Era fácil encontrar Thalia no meio da multidão, já que era só procurar uma garota emburrada e descontente em meio a muitas adolescentes empolgadas saltitando de alegria. Era realmente muito fácil.

– Odeio essa felicidade exagerada logo pela manhã. – Foi a primeira coisa que a amiga disse quando Annabeth se aproximou.

– É tão mesquinho que chega a dar nojo. – Acrescentou a loira. – Como será que elas não percebem o quão ridículo isso é?

– Se elas ganharem sapatos então pra elas está tudo bem.

– Sapatos e vestidos! Não se esqueça dos vestidos.

– Ah, é claro, como eu fui me esquecer dos vestidos? – Thalia bateu em sua própria testa fingindo estar se punindo pelo esquecimento.

Elas provavelmente continuariam com a brincadeira se nesse momento a Senhora Dare não tivesse entrado no salão e feito com que todas as pessoas se calassem.

– Bom dia minhas queridas! É realmente muito bom ter vocês aqui! Esse é um momento muito especial para nossas lindas filhas, - ela disse se dirigindo às mães que estavam lá- Então espero que as apóiem bastante. E vocês minhas queridas, - dessa vez a Sra Dare se referia as adolescentes- Espero que entendam a importância desse momento e não levem na brincadeira. Obrigada pela presença de todas. Nossas instrutoras vão dividir vocês em grupo para que o aprendizado seja melhor.

E assim seria o “ maravilhoso” sábado, tendo que aprender coisas idiotas que todos levavam muito a sério, como se fosse caso de vida ou morte, escutando as garotas do mesmo grupo que Annabeth falando sobre suas previsões para o futuro, tentando não se estressar com ninguém e ainda por cima tendo que ficar em pé em um salto. Bom, ao menos a comida era boa.

A primeira aula de Thalia e Annabeth, que por sorte ficaram no mesmo grupo, era aprender a costurar e bordar, porque obviamente é muito importante aprender a passar uma linha na agulha. Bom, eu só sei que é importante, mas quando eu descobrir por que exatamente é importante eu lhe aviso, fique tranquila. Enfim, dentre tudo de entediante que poderia acontecer essa era uma tarefa bem divertida, não costurar em si, mas sim observar as pessoas que não conseguiam passar a linha na agulha e as que acabavam se furando. Então, não há muito que reclamar dessa tarefa.

A segunda tarefa não foi tão legal assim na opinião de Thalia, tudo bem, foi péssima, horrível, terrível e... acho que já deu pra entender. Só que essa exige uma narração mais bem detalhada.

Thalia ainda estava rindo de suas colegas que haviam feito escândalo quando furaram seus dedos com as agulhas, ela estava imaginando como se sairiam lutando com espadas e realmente seria um massacre. Um hilário massacre. Entretanto ela conseguiu parar de rir quando escutou qual seria a próxima lição: aprender o momento certo de falar e o que falar.

Tudo bem, podiam obrigá-la a costurar, cozinhar, bordar, tricotar, lavar, passar, cantar, dançar, sapatear, e qualquer outra coisa inútil terminada em “ ar”. Mas controlar o que ela tinha que falar? Não, isso nunca. Nunca. Nunca. E ... Nunca!

E quando começou a tarefa ela deixou de lado a sua regra: faça tudo certo para a tortura acabar mais rápido. E mudou para: essas senhoras estúpidas não vão me obrigar a ficar calada. Não era uma regra muito bem elaborada, eu confesso, mas ela teria que servir.

– Bom, agora nós vamos aprender em que momento devemos falar e o que falar, já que não podemos de modo algum contrariar nossos maridos. – Disse a instrutora com um sorrisinho no rosto. E dessa vez ela e Annabeth trocaram um olhar de desgosto, nem de brincadeira iriam se submeter a isso.- A primeira regra é: só falem quando pedirem sua opinião, mas mesmo assim falem o que acham que seu marido gostaria de ouvir.

– Então se ele não quer exatamente minha opinião por que pediria? – Perguntou Thalia.

– Acho que a senhorita não entendeu. – A instrutora deu um sorriso de falsa compaixão. – Só fale quando pedir sua opinião.

– Na verdade, eu acho que entendi só a parte de que essa regra só serve em um casamento. – Thalia deu de ombros.

– Serve para todos os momentos.- Disse a instrutora já irritada.

– Sério? Não foi isso que eu escutei. Mas se serve para todos os momentos então por que a senhora está falando mesmo que ninguém tenha pedido sua opinião?

– Largue de ser irritante mocinha. Você está aqui para aprender a se comportar e parece que isso vai ser bem difícil pra você, então é melhor parar de ser chata e prestar atenção.

– Nós também temos que aprender a ser sem educação? – A morena indagou inocentemente, porém sorrindo por dentro.

Entretanto a instrutora não se deu o trabalho de responder, ela virou de costas e saiu andando e falando. Mas antes de segui-la Thalia foi surpreendida por dois olhares de admiração e descrença, um era de Annabeth, o outro era de uma garota ruiva que estava no grupo. Parece que nem todas as garotas são manipuláveis pela sociedade.

Thalia sabia que seria repreendida por sua atitude mais tarde, mas realmente valia a pena sentir um pouco a sensação de rebeldia, era como poder respirar novamente.


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Notas finais do capítulo

Então, não vou dar minha opinião sobre esse capítulo, mas se estiver ruim culpem 2014, porque eu passei a virada do ano escrevendo. E, uma notícia triste: eu provavelmente vou demorar a postar o próximo capítulo. Por quê? Porque eu vou viajar de novo e vou ficar uns 15 dias fora, mas se eu conseguir eu posto antes.
Beijinhos da autora!
Até o próximo capítulo...



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