The Other World escrita por Palavras Incertas


Capítulo 12
Aproveitando a companhia


Notas iniciais do capítulo

Oieee! Tudo bem com você? Eu estou ótima! E o motivo para eu estar feliz é que, além dos comentários maravilhosos que eu recebi da Leticia di Angelo e da Klza Lima, a incrível Sophia Chase deixou uma recomendação linda! Muito obrigada Sophia Chase, eu realmente amei sua recomendação e eu nem tenho como te agradecer! Eu poderia usar todas as palavras do dicionário para tentar descrever a felicidade que eu senti quando li sua recomendação, mas nem isso bastaria.
Então para tentar agradecer, eu dedico esse capítulo totalmente e especialmente a maravilhosa Sophia Chase, para que ela saiba o quanto eu a adoro e o quanto eu estou feliz!



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As luzes da cidade ficavam desfocadas quando olhadas pelos vidros da janela, enfeitando o céu negro como esferas de luzes alaranjadas e tingindo a escuridão com um brilho amarelado e suave. A maioria das pessoas ficaria incomodada se fosse acordada no meio da noite por um pequeno vaga-lume batendo desesperadamente na sua janela, era um pequeno som, mas era o suficiente para despertar dos sonhos aqueles que têm o sono leve. Mas não aquela garota, aquela garota não ficaria incomodada, pois aquela garota levantou-se sentindo o contraste de seus pés aquecidos pela coberta no chão frio de madeira, e andou até a janela para que o bichinho singelo pudesse sair do quarto e voar para a liberdade.

E depois disso, ela não voltou pra cama, ela simplesmente ficou naquele lugar, observando e admirando as cores frias da noite, que em alguns pontos se deixavam colorir pelas cores quentes das lâmpadas. E ela ficava lá, pensando. Pensando em como seria voar pra um lugar longe e quente, um lugar feliz e sem problemas,sentindo a brisa suave batendo levemente no rosto e bagunçando os cabelos,mesmo sabendo que isso seria improvável, era sempre bom fantasiar um pouco, porque o mundo por si só já é sem graça o suficiente, e isso nos permite sonhar, porque ninguém merece viver em um mundo triste sem poder torna-lo alegre.

E eu não sei dizer por quanto tempo a garota ficou acordada imaginando. Imaginando um mundo perfeito. Mas eu posso dizer que quando ela foi acordada pelos raios de sol insistentes que cortavam o céu ela estava com dor nas costas, por ter dormido de mal jeito na poltrona que ficava ao lado da janela, porém esse é um preço pequeno para se pagar por momentos felizes, mesmo que esse sejam inventados.

E depois de tomar um demorado banho a garota saiu girando desastradamente pelo quarto, ela estava em um daqueles dias que você simplesmente fica feliz por nada. E, eu posso lhe afirmar, que esses dias são maravilhosos. E nem mesmo o grito agudo de sua madrasta a incomodou:

– Annabeth, vá logo para o colégio! Eu quero relaxar, e não posso fazer isso enquanto você fica fazendo barulho!

E Annabeth desceu as escadas pulando de dois em dois degraus, para poder fazer mais barulho, enquanto ouvia os gritos de frustração de sua madrasta, e quando finalmente chegou até a porta ela começou a rir descontroladamente da cara que ela imaginava que a madrasta deveria estar fazendo. A loira pagaria caro para poder ver a cara dela.

Entretanto nem tudo o que é bom dura para sempre, ao chegar na sala de aula o Sr. Stuart, o professor chato de história, caso não se lembre dele, disse que como o feriado do natal estava próximo ele iria aplicar um teste surpresa, e mesmo que isso não tenha sentido nenhum, pois definitivamente não há relação alguma entre feriados e teste, os alunos foram obrigados a fazer o tal teste.

Porém, nem tudo pode ser tão ruim quanto parece. Perdão, já estou ficando controversa, eu realmente preciso me decidir se as coisas são boas ou ruins. Por algum milagre, ou pelo espírito natalino, ou simplesmente por preguiça de ter que corrigir vários testes, o professor anunciou que a turma se dividiria em duplas e que cada dupla faria um só teste. E eu poderia citar todas as duplas aqui, mas como eu estou apoiando a teoria de simplificar as coisas, vou dizer somente que, enquanto Thalia e Luke formaram uma dupla, Percy e Annabeth formaram outra. Viu? Bem mais simples!

E, enquanto Annabeth sofria para tentar responder todas as questões corretamente Percy dizia que eles deveriam simplesmente chutar e marcar a letra “a” em todas as questões, que era o que ele sempre fazia nas provas de história, mas a loira obviamente ignorou esse comentário e continuou tentando responder. Mas ao chegar a questão 10 ela se deparou com uma pergunta que ela não lembrava a resposta, Annabeth podia ser inteligente e ter uma boa memória, mas não é sempre que se sabe todas as respostas. Pois é, a vida tem disso!

– Marca a letra “ A”! – Percy disse a respeito da questão 10.

– Percy. – Annabeth pronunciou o nome de amigo de uma maneira calma e doce. – Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu quero tirar uma nota boa nesse teste e que eu não vou marcar qualquer letra? – Agora a loira já tinha explodido e estava quase gritando.

– Acho que umas mil vezes está bom pra mim. – O moreno respondeu brincalhão, e em troca recebeu um olhar ameaçador que a loira. – Brincadeirinha! Eu já entendi! E não se esqueça que se você me matar agora vão ter muitas pessoas para testemunhar contra você!

– Tudo bem, prioridades primeiro, vou resolver a questão dez e depois eu te mato! – Annabeth respondeu tentando parecer preocupada.

– Eu deveria ficar ofendido por uma prova ser mais importante que a minha morte ou te agradecer por você me dar mais tempo para viver? – Percy perguntou fingindo estar confuso.

– Você deveria ficar com raiva de mim por eu estar cogitando te matar! – A loira respondeu séria.

– Hum, também! Então: você me ofendeu, obrigado e te odeio! – O moreno disse.

– Hum, essa foi a intenção, por nada e também te odeio! – Annabeth falou.- Agora que tal parar de me distrair e me ajudar? Ou ao menos me deixar pensar?

– Eu já disse Senhorita Sabidinha, marque a letra “ A”. – Percy respondeu, e completou quando viu o olhar de raiva que a amiga lhe direcionava- É, sério! A resposta certa é a letra “ A”! – Agora o olhar de raiva se transformou em descrença, então ele adicionou mais informações.- Eu tenho certeza que é a letra “ A”, eu prestei atenção quando o Sr. Stuart falou isso! – Parecia impossível, porém Annabeth conseguiu parecer mais desacreditada no que o amigo dizia do que antes.- Eu te juro, eu realmente prestei atenção, era interessante, ele estava falando sobre o número de mortes e eu achei legal.

Entretanto Annabeth continuou o encarando com cara de quem não acreditava no que ele dizia, mas honestamente, era realmente difícil acreditar que Percy sabia a resposta. Até que ela deu de ombros e se pronunciou.

– Tudo bem então! Letra “ A”! Acabamos!

– Graças a mim! – O moreno afirmou convencido.

– Claro, se você não contar com as outras nove questões que EU respondi. – Annabeth comentou, dando ênfase no eu.

– Sem graça! – Percy respondeu e usou um gesto infantil, ele mostrou a língua para ela, o que só a fez rir e sair da sala, já que os alunos poderiam ir embora ao acabar seus testes.

Os dois seguiram andando e conversando até chegarem no ponto que se separavam, eles já estavam se despedindo, mas a loira criou coragem e pediu:

– Eu não gostaria de voltar pra casa agora! Digamos que minha madrasta não vai ficar muito feliz se eu voltar cedo demais. Você pode me fazer companhia por um tempo?

O amigo respondeu que podia, e juntos foram caminhando para uma praça que tinha lá perto e se sentaram embaixo de uma árvore. Annabeth ficou feliz que ele tivesse ficado ali com ela. Annabeth sabia que sua madrasta não gostava dela, e por isso a loira tentava evitá-la ao máximo, além do fato de o sentimento ser recíproco. Entretanto ela ficava incomodada ao pensar que o amigo talvez tivesse que voltar pra casa.

– Tem certeza de que você pode ficar? Sua mãe não se importa ou algo assim? Ou você não tem nada melhor pra fazer?

– Se não fosse você que tivesse me convidado eu diria que você está tentando se livrar de mim.

– Não é isso! É que.. – Annabeth tentou se explicar

– Você acha que está me incomodando e que eu aceitei seu convite só por educação! – Percy a interrompeu antes que a amiga pudesse se explicar. – Mas não, eu aceitei porque gosto da sua companhia e porque eu não tenho nada melhor pra fazer. E pode ficar tranquila, minha mãe é muito compreensiva , uma das pessoas mais compreensivas que eu conheço.

– Eu ainda não a conheço! Gostaria de conhece-la, ela parece ser uma pessoa incrível! – A loira comentou imaginando conhece-la.

– E ela é! Meu maior medo é magoá-la, ela já fez tanto por mim. Eu só queria ser o filho perfeito que ela sempre sonhou. – Percy comentou triste, como se realmente acreditasse que era um fracasso.

– Aposto o que você quiser que você é sim o filho perfeito que ela sempre sonhou. Você é engraçado, carismático, gentil, corajoso... Bem, você entendeu. Só não se rebaixe tanto assim, você é bem mais do que imagina. – Annabeth o repreendeu.

– Deuses! Annabeth, você está bem? A Senhorita Perfeitinha me elogiando? Isso vai entrar pra história! – O moreno disse impressionado.

– Bom, conte-me um pouco mais sobre a sua mãe, eu estou curiosa agora. – A loira quis mudar de assunto com um aparente desconforto pelo assunto anterior.

Percy queria insistir mais no assunto, saber porque Annabeth tinha reparado tanto assim nele, porém quando viu que ela estava desconfortável resolveu concordar em mudar de assunto, mas ele não negava que tinha adorado ouvi-la elogia-lo, não só porque ela parecia ser perfeita em tudo, mas também porque ela era Annabeth Chase, e isso não deveria significar muita coisa, mas para ele significava.

E se caso você tenha entendido o que ele quis dizer com isso, meus parabéns, porque eu não entendi. E depois ainda dizem que as garotas são complicadas. Então, agora você já deve ter percebido que é hora de reviver o passado mais uma vez, porém quem sabe um dia o passado vai se enterrar e parar de nos atormentar.

Sally Jackson sempre foi uma garota diferente das outras com quem convivia, e a maioria das pessoas a criticava por isso, sempre diziam que ela deveria ser delicada, mas não entendiam que ela era uma garota delicada, só que não gostava de seguir as regras, não se contentava em fazer algo porque todo mundo fazia, e isso a tornava forte, única e especial. Entretanto nem todos gostam de pessoas diferentes, pois gostam de seguir suas vidas entediantes e monótonas, e pessoas que se diferenciam das outras tornam a vida entediante e monótona mais difícil de ser vivida de forma entediante e monótona, e tudo isso é tão entediante e monótono que repetir as palavras entediante e monótono se torna muito interessante.

E, como todos os romances que eu já narrei até agora, ela conheceu um deus, se apaixonou por ele e, bem, o resto da história você já sabe. Entretanto é aqui que entra o diferencial, é aqui onde as histórias se separam, porque ela não concordou quando seu pai a obrigou a se casar com um homem bem mais velho e que tinha uma má reputação quando o assunto era se tratar bem uma mulher e uma criança, ele era um homem grosso e sem coração, e de modo algum Sally deixaria que seu filho sofresse nas mãos daquele homem.

E então, ela disse não,ela negou com todas as suas forças o destino que seu pai tinha preparado pra ela, e não voltou atrás em sua decisão. Mas o pai dela não soube reconhecer a coragem do ato dela e expulsou-la de casa, a deixou a mercê de sua própria sorte, abandonada, sozinha e sem nada além de um filho que ainda carregava em seu ventre.

Entretanto Sally era uma lutadora, nunca desistiu fácil, e não seria agora que ela desistiria. Ela passou por todas as barreiras e por todos os obstáculos, ela venceu cada desafio e sempre manteve um sorriso no rosto.Mas as pessoas ainda assim a julgavam, não levavam em consideração sua bravura, seu esforço, elas só se lembravam que Sally tinha um filho sem ter um marido, e falavam horrores sobre ela,coisas que eu não me atreveria a repetir ou pronunciar.

Mas em algum momento da vida o destino dá um jeito de recompensar os lutadores, e esse dia chegou em uma tarde de outono, sete anos depois que seu filho, Percy, tinha nascido. Sally tinha levado seu menininho para brincar, ela o amava tanto, não o culpava pelos seus problemas, pois ele era a sua maior alegria. E enquanto estava distraída, observando o sorriso sincero e inocento do garotinho, um chapéu foi carregado pelo vento direto para o lugar onde ela estava sentada, e um pouco depois apareceu um homem correndo um pouco desajeitado, mas ela só o reconheceu quando ele estava perto, seu nome era Paul Blofis, um velho amigo de infância.

E, depois dessa cena extremamente clichê proporcionada pelo destino, que, na minha opinião, não é nem um pouco inovador, eles se tornaram grandes amigos novamente.Mas o tempo se encarregou de mudar a situação, ele não se contentava só com a amizade, ele queria algo mais, e, em um dia 19 de Agosto, um dia após o aniversário de Percy, Paul pediu a mão de Sally em casamento, mas a mulher recusou. Ela o amava, sim, tinha certeza disso, porém ela não queria que as pessoas falassem mal de Paul também, se importava tanto com ele , não queria que ele passasse pelo que ela passava. Então ela o deixou partir.

Dias depois, Paul voltou a vê-la, ele estava magoado com ela, mas ainda assim, queria se despedir,ele não tinha mais motivos para morar naquele lugar, e iria embora. Só que dessa vez Sally não o deixou partir, ela se lembrou do motivo de serem amigos quando crianças, os dois não se importavam com o que os outros diziam, seguiam suas vidas como queriam. E ela o queria. E ele a queria. Sally sabia disso, e não ia cometer o mesmo erro duas vezes. Eles se amavam, e era isso que importava.

Eu não posso dizer que eles viveram felizes para sempre, porque o para sempre é um termo relativo, e a felicidade nem sempre está de bom-humor, mas eu posso dizer que eles estavam caminhando para um felizes para sempre, ou ao menos, para toda a felicidade que eles precisavam.

– Eu lembro que quando eu era pequeno, minha mãe chegava do trabalho cansada, mas ela sempre brincava comigo, sempre, não importava o quão exausta ela estivesse. Mas eu me sentia mal com isso, eu só queria que ela se divertisse, então eu descobri que ela amava dançar e pedi pra ela que me ensinasse. No início eu não gostava muito, mas eu adorava quando ela ria de mim por eu estar fazendo alguma coisa de errado ou pisando nos pés dela. – Percy completou narrando um de seus momentos de infância.

– Isso é tão lindo Percy. – Annabeth comentou maravilhada. – E quem diria, hein?! Percy Jackson sabe dançar, isso é realmente surpreendente.

– Você está rindo de mim? Acha que consegue dançar melhor do que eu? – O moreno a desafiou.

– Eu não sei dançar. – A loira respondeu tímida.

– Ah, então a Senhorita Perfeitinha não sabe dançar? Isso sim é que é surpreendente. Mas fique tranquila, não vou deixar que os outros saibam, seu segredo está a salvo comigo. – Percy levou as mãos ao coração como se fizesse um juramento enquanto tentava não rir.

– Oh, obrigada! Você é um verdadeiro cavalheiro. – Annabeth respondeu irônica.

Ela não deveria ter dito isso, pois Percy se levantou e a puxou para cima.

– Percy o que você está fazendo? – A loira o questionou preocupada.

– Vou te provar que sou um cavalheiro. – E ao dizer isso o moreno lhe ofereceu a mão direita enquanto se curvava levemente e levava a mão esquerda para trás do corpo. – Senhorita Annabeth Chase, você me concede essa dança?

– Percy, eu já te disse que eu não sei dançar. – Annabeth respondeu corando levemente.

– Não tem problema, eu te ensino.

E então Annabeth concordou. Percy entrelaçou suas mão direitas e guiou a mão esquerda dela para seu próprio ombro, e depois colocou sua mão na cintura dela. Ele já tinha dançado várias vezes com a sua mãe, e por isso pensava que poderia ensina-la . E realmente ele podia, mas ele precisava de muita concentração para não se perder nos olhos cinzas dela.

E eles ficaram ali por um bom tempo, até que Annabeth conseguiu parar de pisar nos pés dele. E foi bem constrangedor, mas a loira tinha adorado. A única coisa que ela não entendia era porque parecia que tinha pequenas borboletas voando em seu estômago e porque ela sentia um leve arrepio onde o moreno lhe tocava.


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Notas finais do capítulo

Bom, foi isso, eu sei que está grande, então me desculpa se você não gosta de capítulos grandes, mas o tamanho do capítulo foi realmente necessário. E então, o que achou do lado preocupado do Percy e do lado garota sensível da Annabeth? Eu gostei, espero que você tenha gostado. E enfim eu revelei o passado do Percy, e eu estou feliz com isso, porque agora uma certa leitora não vai ter como me ameaçar mais, então eu posso dormir mais tranquila agora, já que eu vou sobreviver ( eu acho)! kkkkkk!
Bom, me desculpa se o capítulo não ficou muito bom, na minha cabeça ele estava bom, mas quando eu fui escrevê-lo ele não ficou como eu esperava.
Por hoje é só, obrigada por ter lido.
Beijinhos...