Entre Lobos E Vampiros escrita por mrs montgomery


Capítulo 26
O Fim da Tortura - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoinhas :3 Este é o último capítulo, espero que gostem ;*

Boa leitura =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/384061/chapter/26

Os olhos vermelhos e arregalados de Kathleen encaravam os três lobos de um modo amedrontado. Ela se aproximou ainda mais do garoto e apertou sua mão a dele. Eram três lobos, e os três estavam com sangue na boca, provavelmente sedentos por mais. Estavam próximos aos dois, e nenhum dos cinco se movia. Jack se aproximou dos lobos, dando um passo à frente e soltando a mão de Kathleen, que encarou o menino com dúvida e abraçou o próprio corpo.

– Pai, o que quer aqui? – O garoto perguntou com voz e postura firmes. Kathleen encarou novamente o garoto, incrédula com a primeira palavra que ele disse. Pai. Então o pai de Jack era um lobo? Então, se sua mãe era bruxa e seu pai lobisomem, o que ele era?

Nos dê a Van Gould e ninguém sai ferido. – O lobo que estava à frente rosnou entre os dentes cerrados. Jack recuou e apertou a mão de Kathleen com força, ainda de costas para ela, fazendo com que ela se sentisse segura novamente e recostasse a cabeça em seu ombro.

Kathleen prestou atenção nos olhos do lobo. Era o mesmo que a atacou e a deixou naquele estado. De olhos profundos. Extremamente parecidos com os de Jack.

– Porque quer tanto ela? Ela nunca fez nada a ninguém!

Ela tem o sangue da mãe! – O lobo exclamou, cerrando os dentes pronto para atacá-los. – Por causa da mãe, ela não merece viver!

Kathleen apenas assistia tudo sem dizer uma palavra ou realizar um movimento, apenas apertava a mão de Jack com cada vez mais força e respirava acelerado.

– Não acredito que está deixando que as coisas do passado afetem seu presente. Só porque levou um fora de Donna não pode culpar Kathleen!

Um fora de Donna, Kathleen pensou. O que raios minha mãe tem a ver com isso?

– Não ama minha mãe? – Jack perguntou, com algumas lágrimas nos olhos se esforçando para caírem. Kathleen abraçou-o por trás, ignorando a presença dos lobos e consolando Jack. – Não ama a mim? Não ama Ella?

Entregue a Van Gould, Jack. Apenas faça isso, caso contrário, você sabe do que somos capazes. – O lobo disse, ignorando as perguntas do filho.

– Nunca. – Respondeu lacônico.

Quando os lobos avançaram, Jack gritou para que Kathleen corresse e a mesma fez o que o garoto pediu, sentindo-se a maior egoísta do mundo por isso. Seu coração apertava a cada passo que ela dava, sentindo seu mundo desabar. Os ferimentos doíam e incomodavam, porém era possível correr sem se desequilibrar. Mas ela queria que Jack estivesse ali, correndo junto a ela, suas mãos entrelaçadas e seus olhares amedrontados. Uma lágrima escorreu por sua bochecha quando lhe vieram à mente as coisas que poderiam estar fazendo com ele, então ela deu meia volta para salvá-lo e se deparou com um lobo pronto para matá-la.

Um grito ecoou pela floresta e as lágrimas jorraram de seus olhos. O lobo olhou para a garota, parecendo ter um mínimo de compaixão, e então se afastou dela.

Donna era boa. – O lobo disse, deixando Kathleen pasma. Ele, além do possível pai de Jack, conhecia sua mãe. – Vou te dar apenas uma chance, garota. Fuja para longe. Direi a ele que te matei. – Kathleen foi se afastando. Os olhos arregalados, as mãos trêmulas, a pele mais pálida que o normal. – Fuja!

Sem outra opção, fugiu. Correu para longe, sua capa voando, pois estava lutando contra o vento, as lágrimas rolando por seu rosto, as mãos gélidas e raladas segurando a barra do vestido rasgado. Só de pensar que Jack podia estar sofrendo, ela queria voltar. Mas ela podia morrer.

Como sou egoísta, pensou. Matar o garoto que amo para salvar minha pele!

Irritada consigo mesma, desafiou o que o lobo disse e voltou para salvar Jack. Como ela havia sido egoísta! Pensando em sua própria pele enquanto ele só pensava nela. Mais lágrimas inundaram seu rosto quando ela se lembrou disso, mas ela não parou de correr. Precisava salvá-lo, precisava ao menos ouvir sua voz, sentir sua mão na sua. Chegou arfando ao local onde os dois estavam e caiu ajoelhada nas folhas quebradiças ao lado do menino.

Jack estava banhado em sangue. Havia vários cortes em seu corpo, e um em especial sangrava bastante, este localizado em sua bochecha. Um grito de pavor ecoou pela floresta pela parte de Kathleen. Ela não chegou a tempo. Ela não foi corajosa o bastante para enfrentar os lobos. Ela foi covarde e fugiu. Foi egoísta.

Uma das mãos foi até o pulso do menino e a outra até o peito, para ver se ele ainda estava vivo. Um sorriso enorme surgiu em seu rosto quando viu que ele ainda estava com vida, e também porque os olhos dele se abriram um pouco. Ela o abraçou e começou a se desculpar.

– Jack, me desculpe, por favor, eu fui egoísta, eu... – Ela sussurrava enquanto abraçava Jack e tentava estancar o sangue com sua capa.

– Kate... – Ele colocou um dedo em seu lábio a impedindo de falar. Ela sorriu minimamente ao ver que ele a chamava pelo apelido que só as amigas a chamavam. Era um apelido muito especial, fora dado por sua mãe quando ela tinha três anos, por isso tão especial. – Não foi culpa sua...

– Jack, não fale. Você está fraco. Eu vou dar um jeito de tirar a gente daqui. E foi culpa minha sim! Eu fui egoísta e covarde!

– Você foi inteligente e fugiu. – Ele disse com a voz fraca, levando uma mão a nuca de Kathleen, trazendo a para perto o suficiente para sussurrar em seu ouvido. – Do que adiantaria eu estar vivo e você morta?

– Você estaria bem – Kathleen ajudou-o a sentar.

– E sem você. Valeria alguma coisa? – Disse com um pouco de dificuldade e sentando-se. Kathleen passava o pano de sua capa com cuidado pela bochecha de Jack.

– O que quer dizer com isso?

Jack sorriu fraco e puxou Kathleen novamente para perto de si, de modo que ela ficasse a milímetros de seu rosto e ela pudesse se afogar nos olhos dela.

– Kathleen, eu sou louco por você. Não suportaria a ideia de viver em um mundo sem você.

Os olhos de Kathleen brilharam e ela não pode evitar um enorme sorriso, por mais tensa que a situação fosse. Jack estava ali novamente. Ela estava protegida, por mais que Jack estivesse acabado. Ela iria dar um jeito. Eles, juntos, iriam dar um jeito. E ela não podia ser egoísta e nem covarde. Tinha que ser forte. Tinha que ser corajosa, assim como sua mãe. Por Jack.

– Eu também – Ela sussurrou no ouvido do garoto. – Sou completamente louca por você desde o dia do nosso quase primeiro beijo! Não consigo viver sem você! Por favor, seja forte e não me deixe!

Jack a abraçou fortemente, por mais que estivesse machucado. Só de estarem ali juntos suas forças já se recompunham. Vê-la sorrir fazia ele nem se importar com o sangue seco em seu rosto. Sentir sua respiração quente curava suas feridas. Pegar em sua mão fazia com que ele flutuasse.

Ella, Amy, Carrie e Sam surgiram da floresta com várias coisas em suas mãos, deixando todas caírem quando viram o estado de Jack. Os gritos das meninas só fizeram com que Kathleen apertasse Jack ainda mais, deixando o garoto quase sem ar. Mas ele nem ligou. Apenas a apertou ainda mais em seus braços.

– Jack! – Ella berrou indo acudir o irmão.

As meninas pegaram os itens medicinais e foram cuidar dos ferimentos do casal, e Kathleen se recusou a receber cuidado algum antes que Jack estivesse totalmente bem. Enquanto as meninas faziam uma espécie de creme medicinal que Amy aprendeu na aula de ciências antes das férias, Kathleen limpava o sangue seco que estava no rosto de Jack.

– Você está melhor? – Jack perguntou. Os dois estavam sentados embaixo de uma árvore e ele não aguentava ver que ela cuidava dele e não deixava que as meninas nem mesmo ele usassem medicamento algum nela. Ele sabia que ela queria que ele ficasse melhor primeiro, por estar em piores condições, mas ele queria cuidar dela.

– Bem melhor. E você?

– Estou bem, mas ficaria melhor se você permitisse que as meninas usassem o que elas acharam na floresta em você.

– Eu estou bem. Você está bem mais machucado que eu. Primeiro melhore, depois eu passo aquilo.

– Você é muito teimosa! – Os dois riram.

– Kate – Amy chamou, se aproximando dos dois e sentando-se em frente à Kathleen. – Aquela meleca ta pronta, quando acabarmos aqui, para onde vamos?

– Meu Deus, eu me esqueci completamente de minha tia, Emma! Ela mora aqui perto, podemos ir lá e ela cuidará dos ferimentos de Jack! – Kathleen sugeriu.

– Emma é muito boa com medicina. – Disse Jack.

– Bem, então iremos até lá. Vou falar com as meninas e iremos jogar aquela coisa fora. – Amy sorriu e se retirou.

Depois de Amy contar as meninas, todos foram até a casa de Emma. No caminho, Ella e Kathleen ajudavam Jack a andar, já que ele estava com as pernas fracas. Já estava escurecendo, devia ser em torno de cinco da tarde, as nuvens estavam incrivelmente escuras, indicando que iria chover, e um vento frio soprava por ali, fazendo Kathleen se aninhar em Jack.

Em pouco tempo, chegaram até a casa de Emma. Kathleen bateu na porta e Emma abriu, se surpreendendo.

– Tia, essas são minhas amigas de quem te falei, e Jack você já conhece! Precisamos urgentemente da sua ajuda!

– Oh, entrem crianças! – Emma deu passagem para que todos passassem. Depois que todos entraram na casa e se sentaram no sofá e duas poltronas na sala, Emma chamou Jack e Kathleen até a cozinha e os três se sentaram a mesa. – Onde está Grace?

– Ela se juntou a eles... – Kathleen falou com a voz chorosa e Jack passou um braço por seu ombro, consolando-a.

Emma se levantou da mesa, com os olhos cheios de lágrimas e colocou os punhos cerrados sobre a madeira escura da mesa.

– Foi aquele monstro do Octavio – Disse com algumas lágrimas rolando por sua bochecha. – Não sei como aquela coisa pode ser meu irmão!

– Fique calma, Emma. – Jack tentou acalmar a mulher.

– Certo... Jack, eu irei pegar alguns itens medicinais lá em cima. Pode demorar, porque eu não sei onde deixei, mas não faça muito esforço. - Emma disse se retirando da cozinha.

– Há quanto tempo conhece Emma e Grace? – Kathleen perguntou.

– As conheci há um ano.

– Hm... Ella também as conhece?

– Sim. Mas Ella não é de vir aqui, ela prefere ficar em casa lendo livros de magia. – Um silêncio se iniciou na mesa. – Vem, quero te mostrar uma coisa.

– Você não pode fazer esforço! – Kathleen disse se levantando a mesa junto a Jack.

– E eu não vou fazer esforço.

Jack entrelaçou sua mão na de Kathleen, e os dois saíram pela porta da cozinha até fora da casa. A lua minguante estava exuberante pelo céu, as nuvens haviam desaparecido e permitido que todas as estrelas brilhassem, parecendo ainda mais brilhantes naquela noite. A temperatura estava amena, não fria como na outra parte da floresta. Jack guiou Kathleen até um penhasco onde era possível ver uma linda vista para o mar que cercava aquela região. Com as montanhas e estrelas como plano de fundo, tudo ficou lindo.

– Isso é lindo... – Kathleen comentou, observando o lago.

– Eu sempre quis te trazer aqui. – Kathleen se virou, ficando de frente para Jack e entrelaçou seus dedos nos dele. – Quando estou chateado, observo essa paisagem lá de casa. Mas aqui é bem mais bonito, e eu queria compartilhar isso com você.

– Por quê?

– Porque você é especial para mim. – Ele disse, se aproximando de Kathleen o bastante para que ele pudesse sentir a respiração quente da garota e ouvir seus batimentos, devido ao enorme silêncio da floresta.

– Jack, promete que nunca vai me deixar? – Perguntou, olhando fundo nos olhos escuros do garoto.

– Prometo.

Com essa resposta, ela se aproximou alguns milímetros e levou seus lábios aos dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu ainda não estou acreditando que esse é o último capítulo =[

Eu quero agradecer a Wise Girl, Ingred, Ricardo GeenGreymanne e Amanda pelas lindas recomendações :3 Eu amei todas, elas me fizeram ter mais animação ainda para continuar escrevendo =D Quero agradecer a Chris Oliveira, Wise Girl, Amanda, Ingred Bezerra e Lorrainy Salvatore Forbes por serem as leitoras que sempre deixaram comentários incentivadores e que massageavam meu ego ^-^ Também quero agradecer a todos que leram, por mais que não comentassem, foi muito bom para mim entrar e ver que o números de leitores crescia!

Como disse antes, terá uma continuação, mas só a postarei depois de Sangue Rebelde, spin-off desta fic, que já foi postado o primeiro capítulo, estou trabalhando no segundo. Bem, é isso, sou péssima em agradecimentos, mas quero agradecer a todos!

Espero que tenham gostado desse capítulo, prestem bem atenção na promessa dos dois, ela será muito importante na continuação *-* Bem, é isso², nos vemos em Sangue Rebelde ou na continuação de Entre Lobos e Vampiros *-*

Beijos,

Naah ;*