Marcas Do Passado (HIATUS) escrita por MissBieber


Capítulo 3
Lembranças (malditas)


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas, fiquei tão feliz com os comentários que decidi postar mais. Por enquanto está sem banner, mas logo terá um. Fiquem tranquilas.



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POV DAMON

Amanda Clark não era apenas bonita, ela era deslumbrante. Suas características de boa moça eram acentuadas pelo rosto angelical. Seus cabelos dourados davam mais destaque aos grandes olhos verdes. Usava pouca maquiagem, não havia nada de artificial nela e mesmo assim era linda.

Depois da sessão de fotos, todos se foram, nos deixando sozinhos.

– Espero que as fotos fiquem boas. - ela disse depois de alguns minutos de silêncio, na tentativa de quebrar o clima constrangedor.

– Com você como modelo... não tem como não ficarem. - falei, abrindo um sorriso, sem perder a oportunidade. Ela se encaixava no padrão de "mulheres com quem eu posso dormir" que exige apenas que a pessoa seja mulher e tenha mais de dezoito anos. - É sua primeira vez em Nova York, certo ? Está quase na hora do almoço e já estou indo para um restaurante. Quer vir comigo ?

– Está me convidando para sair com você ? - ela perguntou, erguendo uma sobrancelha. O tom que usou parecia dizer "por favor, eu não saio com gente como você".

– Exatamente. - eu respondi cruzando os braços - Mas se eu não for uma pessoa sensual que está a altura de sair com você... tudo bem. - brinquei.

Ela riu. Sua risada era engraçada e isso me fez rir também. Era um som contagiante.

– Bom, não é minha primeira vez em Nova York, mas eu aceito seu convite se eu puder escolher o restaurante. - disse ela, abrindo um sorrisinho desafiador.

– Se eu não escolho o restaurante o convite deixa de ser meu e passa a ser seu.

– Exatamente - ela brincou - Mas se eu não for uma pessoa sensual que está a altura de sair com você... tudo bem.

– Essa frase é minha.

– Exatamente. Mas se eu não for uma pessoa que está a altura de roubar sua frase de efeito... tudo bem.

Dei uma risada. Ela pegou a bolsa. Juntos deixamos a editora e fomos para o restaurante que ela escolheu. Não era bem um restaurante. Era um bar.

Estávamos no meu carro, pois Amanda havia ido para a editora de táxi.

O bar ficava entre a Broadway e Park Ave. Havia uma placa na entrada do local que com letras garrafais dizia : "Old Town. Bar. Restaurant."

– Acho que não é um restaurante em que um dos fotógrafos da Vogue costume almoçar. Mas é um lugar que me faz lembrar de casa. - disse Amanda docemente.

Quando entramos reparei em cada detalhe do local e tenho que admitir que o bar tinha um ar de aconchego. O chão era de ladrilho, velhos lampiões e lustres antigos estavam espalhados por todo o local. Algum jazz antigo tocava baixinho.

– Se chama Old Town por remeter ao vintage. - explicou Amanda, indo em direção a uma mesa vaga.

– Você disse que é um lugar que te lembra sua casa... - eu ia falando, mas fiz uma pausa para puxar uma cadeira na qual Amanda se sentou. Não sou de me gabar, mas sou um perfeito cavalheiro. - Onde você nasceu ? - puxei dessa vez uma cadeira para mim e me sentei.

– Em Boston. Sei que quando se diz "poxa, nasci em Boston" as pessoas só pensam no quanto a capital de Massachussets é moderna, na Universidade de Harvard e etc. Mas eu vivi lá e sei que não é tão moderno assim. Quero dizer, a Revolução Americana começou em Boston e a história da cidade não fica confinada apenas em museus, ela está em toda parte, especialmente no longo trajeto da cidade, o Freedon Taril, que reza a trajetória da Boston colonial, quando lutava por liberdade e independência. O mais legal de Boston é simplesmente andar pelas ruas e admirar o novo e o velho convivendo em harmonia. Aqui em Nova York, tudo o que conheço e vejo é muito moderno. Mas esse bar me lembra Boston. - explicou.

– Tudo bem. Você é modelo, loira e... inteligente. Isso me surpreende.

– Que preconceito com loiras e modelos. - ela falou me dando um tapa leve no braço. - Quer dizer que toda loira e toda modelo tem que ser superficial ?

– Claro que não. Não tem que ser superficial, tem que ser mais que isso, tem que ser uma... piscina de criança. - eu ri, Amanda riu também mas revirou os olhos como se não soubesse se eu estava falando realmente sério.

Peguei o cardápio que estava sobre a mesa e dei uma olhada, mas Amanda não o fez e quando o garçom veio ela já sabia o que pedir. Fiz o meu pedido e acrescentei ao nossos pedidos duas cervejas.

– E você, Damon ? Nasceu em Nova York ? - perguntou-me.

– Não. Eu vim da Itália. Mas não me pergunte muito. Quando vim para a América eu era jovem de mais. As poucas vezes que fui a Itália foram a trabalho e nada mais. A vida de um fotógrafo da Vogue não é só um mar de rosas, na verdade costuma ser bem agitada.

– Itália... eu diria que esse é o país da Arte. Michelangelo, Tintoretto, Leonardo Da Vinci, Filippo Brunelleschi. A Itália ofereceu a humanidade contribuições de homens notáveis.

– O.K, agora será que você poderia fazer o seu papel de superficial e eu o papel de italiano, por favor ?

– Tudo bem, o que você tem a dizer sobre seu país, italiano ? - ela perguntou rindo.

– A Itália é linda, é um país bem... - perguntei a palavra certa para minha frase, mas a única coisa que saiu de minha boca fora : - italiano.

Amanda gargalhou e eu ri com ela.

Eu já disse que a risada dela é totalmente engraçada ?

– Tudo bem. Como você pode saber de tanta coisa ?

– Não sei de muita coisa. Sou um fracasso em física, álgebra. Mas sou boa em história desde que me entendo por gente, minha mãe era professora de história. Sou boa em esportes também, meu pai foi treinador de um time de basquete que existiu antes de eu sequer nascer então aprendi algumas coisinhas. Moda não é algo difícil. E se quer saber sou muito fraca pra bebida, bebo duas garrafas de cerveja e já estou tombando para os lados e te chamando de Spike. Spike foi meu cachorro quando eu tinha cinco anos de idade, ele morreu, mas já superei. Não sou boa em nada que se trata de relacionamentos e falo demais, mas isso você já percebeu.

– Relacionamentos são sempre um fracasso para mim também.

– Ninguém é bom em tudo. Mas veja bem : você é um fotógrafo da Vogue e é terrivelmente lindo.

Eu sorri convencido :

– Sei disso.

O garçom apareceu trazendo nossos pedidos e depois se foi novamente.

– E você, Damon ? Namora, é casado, é noivo, divorciado ?

Flashback on

– Eu te amo. - falei.

– Eu também. Eu te amo tanto, Damon. - disse Elena, seus olhos estavam marejados e a cada segundo ela parecia lutar para não chorar, seu rosto estava molhado de suor, um suor frio que me assustava, ele tremia.

– Você não pode me deixar, Elena.

– Não faça com que se torna mais difícil, Damon. Eu morrerei daqui alguns dias. - ela disse com dificuldade, um sorriso relutante se formava em seus lábios, ela parecia tentar me acalmar - Mas tudo ficará bem, meu amor.

– Não. Não ficará. Eu só... - eu ia dizendo, mas minha voz falhou e só aí percebi que as lágrimas já escorriam por meu rosto - Eu daria tudo para estar em seu lugar.

– Seja forte, Damon. Você só tem que ser forte. Porque não importa aonde eu esteja, sempre te amarei. Eu te amo, não só agora, mas sempre.

– Não posso prosseguir sozinho.

– Você pode, querido. Você é forte e corajoso. Vai conseguir passar por isso. Compartilhamos lindos momentos juntos e você... fez a minha vida. Não tenho arrependimentos, mas sou só um capítulo em sua vida, Damon. Você terá muito mais. Guarde nossas maravilhosas lembranças, mas não tenha medo de construir mais algumas. Obrigada por ter me dado a honra de ser sua mulher.

Flashback off

– Nada exatamente. - respondi - E você ?

POV AMANDA

– Nada exatamente - Damon respondeu hesitante - E você ?

Flashback on

– Eu odeio seus olhos verdes vívidos, odeio seu sorriso, odeio seus lábios, odeio sua bunda, odeio tudo em você, Amanda. - gritava Anthony.

– É mesmo ? Eu também te odeio, você só fode com a minha vida.

– Você é sempre tão... idiota, sempre fala demais, sempre está me preocupando. Você é sempre tão você e isso me irrita.

– Você também não é o príncipe encantado. - gritei, me aproximando dele perigosamente. Nossos lábios há poucos centímetros de distância. Então ele me beijou, em seguida disse que me amava, mas estava mentindo.

Flashback off.

– Nada exatamente. - respondi

POV DAMON

Amanda tomou a cerveja direto da garrafa - sem servir no copo e isso me surpreendeu, poucas garotas costumam beber direto da garrafa, a maioria está sempre preocupada em parecerem elegantes o suficiente e terem classe. Embora ela tenha feito isso, não pareceu menos bonita ou menos elegante. Ela era incrível sem fazer esforço. Eu fiz o mesmo, por costume.

Amanda olhava para um ponto fixo no bar sem parar, parecia sem graça e depois olhou para mim e disse :

– Não olhe agora, mas algumas mesas a frente tem uma ruiva que não para de olhar pra cá. Sério, ela está te secando. - Amanda riu. - Gente sensual deveria estar saindo com gente sensual.

Me virei para a mesa a qual Amanda se referia e olhei para a ruiva que ainda me encarava, um sorriso maroto se formava nos lábios dela. Era até gostosa.

– Moça. - gritei para que ela me ouvisse, mas isso só fez com que todos no bar olhassem para mim. Pude sentir o olhar de Amanda sobre mim também. - Desculpe, mas você está me secando e isso está deixando minha namorada bastante sem graça...

Amanda riu sem parar e me deu um tapa, quando olhei para ela percebi que seus olhos pareciam quase saltar das órbitas e suas bochechas estavam coradas :

– Você está fazendo papel de idiota e me deixando envergonhada - ela disse em meio a um acesso de risos.

Eu ri. Não só pela risada dela ser engraçada, mas por saber que ela tinha razão e por saber que não só Amanda mas a moça ruiva também ficara constrangida. Aquilo tudo era bem engraçado.

Terminamos o almoço. Paguei a conta inteira, insisti por isso e Amanda acabou cedendo.

Infelizmente eu teria que voltar ao trabalho e Amanda não. Nos despedimos com uma promessa de sairmos novamente.


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Notas finais do capítulo

Seguinte, o Anthony será interpretado pelo Adam Levine
http://s1.ibtimes.com/sites/www.ibtimes.com/files/styles/picture_this/public/2012/10/04/2011/08/15/147091-adam-levine.jpg
Não gostei tanto desse capítulo, mas talvez o próximo seja melhor.
Um beijo a todas.