Marcas Do Passado (HIATUS) escrita por MissBieber


Capítulo 4
Italianos (canalhas)


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, me desculpem pela demora, vou postar sem banner mesmo e.. já vou avisando que não gostei desse capítulo, mas ele meio que foi algo ponte mesmo.



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POV DAMON

– Você, definitivamente, é um péssimo pai, Damon Salvatore ! - Caroline exclamou baixinho assim que abriu a porta do seu apartamento.

Devia passar das onze da noite quando estava finalmente livre e pude ir buscar Alice no apartamento de Caroline e Stefan. Minha filha havia passado um dia todo ali e eu já sentia falta dela.

– Você deixou ela aqui ontem, as oito e vem buscar ela agora ? - Caroline parecia indignada.

– Não sei porque reclama, você adora a Alice. - falei, me dando permissão para adentrar o local.

– Não me importo que ela fique aqui, Damon. Só acho que você deveria ser um pai mais responsável e mais presente também. Sei que Elena gostaria disso. - a loira explicou.

Fingi não lhe dar ouvidos. Talvez ela tivesse razão. Mas a vida não estava sendo fácil sem Elena ao meu lado. Só ela conseguia colocar minha cabeça no lugar e agora que estava morta...

– Onde está Alice ?

Caroline não me respondeu, apenas me guiou até o quarto que ficava ao lado da sala de TV. Era um quarto totalmente preparado para Alice - a qual Stefan e a loira tratavam como se fosse filha deles, já que Car descobriu ser estéril.

Abri a porta vagarosamente e sorri com a cena que vi : Alice estava dormindo na cama pequena, envolta a cobertores cor de rosa e Stefan estava dormindo sentado em uma poltrona que ficava ao lado da cama, ele segurava um livro de histórias infantis.

Me aproximei da cama e peguei Alice no colo, tomando todo o cuidado do mundo para que a pequena não acordasse.

– Cuide bem da minha filha. - disse Caroline, fitando o rosto sereno e infantil de Alice. Car sempre chamou Alice de "minha filha", ela dizia que embora não fosse filha dela de sangue, era filha de coração. Definitivamente, a loira e o meu irmão eram os segundos pais de Alice e tinham um grande carinho para com ela. Quando Elena morreu, esse carinho apenas se intensificou mais, já que eles passaram a ficar mais tempo com a criança.

Eu apenas sorri e afirmei com a cabeça.

Caroline me acompanhou até o elevador, deu um beijo de despedida na testa da minha filha e acenou para mim. Então a porta do elevador se fechou.

O porteiro do prédio já me conhecia, acenou para mim, sempre simpático e me desejou uma boa noite. Retribui a boa simpatia e educação e sai do edifício, indo em direção ao meu carro que estava estacionado logo na esquina.

Coloquei Alice no banco de trás do carro, deitada e aconchegada. Notei o quanto ela se parecia com Elena : o mesmo cabelo castanho reluzente e liso que caia na altura da cintura, o rosto fino que parecia ter sido desenhado por um deus, o nariz pequeno e meio arrebitado e os olhos caramelados.

Fechei a porta e dei a volta no carro. Me sentei no banco do motorista, coloquei a chave na ignição e dei a partida.

Quando cheguei em casa já era quase madrugada, pois mesmo tarde da noite, o trânsito não era um dos melhores. Os carros simplesmente pareciam nunca andar.

Coloquei Alice em sua cama e fui para a sala. Eu ainda não estava com sono e também não conseguia tirar Amanda da minha cabeça. Sabia que iria vê-la novamente, mas talvez não seria algo mais casual e passaria a ser um encontro para tratar de assuntos profissionais.

Não pensei nem duas vezes antes de pegar meu celular e discar o número de Amanda. Chamou duas vezes e ela atendeu.

POV AMANDA

– Um italiano ? - perguntou Jordan, se jogando ao meu lado, no sofá. - Da última vez você não teve sucesso com um estrangeiro.

Olhei para Jordan com uma sobrancelha em pé. Sabia de quem ele estava falando : Anthony. Mas suspirei fundo para não dizer nada que machucasse meu amigo gay.

– Ele parece fazer o tipo de um canalha. - falei, me referindo a Damon Salvatore.

– A gente meio que se acostuma com canalhas.- disse Jordan.

– Sim. - afirmei - Como aqueles que te faz pensar em sexo no banheiro de balada. Bonito, com camisa de marca, relógio Armani no pulso e jeito meio idiota. Te pega pela risada e com os sórdidos três dedos na cintura. Como aqueles que você não sabe se está zonza pelo cheiro do perfume, do sorriso escanteado ou pelo olhar sutil que ele traçou entre seus seios e sua boca. Lá no fundo a gente sabe que esses canalhas românticos não ligam no dia seguinte.

– Mas pra que se importar ? - Jordan disse como se lesse meus pensamentos - De vez em quando eles te convidam para um cinema na próxima semana, em filme daqueles bem vagabundos que você só consegue lembrar como foi que ele te beijou na última vez ou quando tu pode deixar que aquilo acabe na sua cama.

– Acho sacanagem a capacidade que eles tem de nos fazer rir com humor inteligente. Tem coisa mais chata que homem bonito, engraçado e inteligente ?

– O pior é que tem. - respondeu Jordan : - Canalhas que confundem a cabeça da gente. Sabe bem ? Zoam o cabelo, falam do seu modo de andar e acham engraçado a careta que você faz quando se acha perdida no meio de uma conversa. Te perturbam com a mania de deixar subtendido o que pode acontecer ou não. Sexo de sexta pode virar namoro, beijo na testa é quase como "eu te amo" e o abraço é um claro "eu não sei mais viver sem você". É o tipo de cara que mexe com a gente fazendo tudo errado pra você se envolver.

– E nada é tão bom quanto ser tirada do sério por um bom idiota. Você quer se livrar mas não sabe como, quer partir pra outra até se dar conta de que o gosto de um canalha nunca te deixa em paz. Canalhas como esses são irresistíveis pelo fato de fazer tudo o que você não quer.

– Eles tem um bom sexo. - Jordan falou sorrindo maliciosamente.

– Uma boa conversa. - completei.

– E o péssimo hábito de deixar o cheiro deles pelo quarto, enquanto vão embora no meio da madrugada, sem nem se lembrar de deixar um bilhete sobre o travesseiro ou de ligar no dia seguinte.

– Ou... o péssimo hábito de te deixar plantada no altar, esperando que ele venha mesmo sabendo que ele não aparecerá. - eu disse, entornando a garrafa de cerveja e me lembrando da minha infelicidade e do meu quase casamento com Anthony.

– Mas no fim da noite a gente senta no balcão e pede pra descer uma dose de canalha, da pior espécie, se possível.

– Eu não. Pelo menos não mais. - falei, voltando a colocar a garrafa de cerveja sobre a mesinha de centro.

No minuto seguinte, como uma ironia do destino, o meu celular começou a tocar. O visor indicava o nome de Damon. Sim, eu havia salvado o número do telefone dele em minha agenda de contatos, mas não pretendia telefonar para tratar de assuntos que não fossem profissionais.

Jordan sorriu ao perceber que era Damon que ligava e com um tom malicioso na voz ele disse :

– Creio que você está mentindo. Mas tudo bem, um canalha a mais não faz mal.

Revirei os olhos e atendi o telefone.

– Amanda ? - Damon foi o primeiro a falar.

– Sim ? Damon ?

Ouvi a risada fraca dele, que vinha do outro lado da linha :

– Eu mesmo. Desculpa por ter ligado a essa hora da noite.

Olhei para Jordan que parecia conter uma risada escandalosa. Mordi o interior de minha bochecha contendo o nervosismo - o qual eu não sabia o porquê de sentir. Só sabia que meu coração pulsava um pouco mais rápido do que o normal.

– Não. Tudo bem. Eu estava apenas assistindo TV.

– Tem algo para fazer amanhã ? - ele perguntou indo direto ao ponto.

O dia seguinte seria sábado. Fim de semana. Ele não iria trabalhar. Eu também não. Perfeito. Esqueci como me fazer de difícil numa hora daquelas e ignorei o que disse antes sobre estar cansada de canalhas.

– Absolutamente nada. - respondi

– Ótimo. - ele disse, imaginei um sorriso vitorioso se formando em seus lábios que me eram tão atraentes. - Gostaria de sair comigo amanhã ?

– Claro, contanto que você me leve a um teatro. Estou afim de assistir algum musical. - sugeri.

– Quem sabe. - ele disse. - Eu te pego as nove da manhã, pode ser ?

– O que ? - perguntei sem acreditar. - Por acaso você pretende me raptar e roubar meus órgãos ou algo assim ?

– Eu só pretendo passar o dia com você. Quero provar o quanto posso ser um italiano inteligente...

Que ótimo, pensei, agora há pouco eu disse a Jordan que não existia canalha pior do que um homem bonito, inteligente e engraçado. Damon já era bonito e engraçado e então me mostraria um lado inteligente e provavelmente seu lado romântico também. Como eu poderia resistir ?

– O.K - respondi, mordendo o interior da minha bochecha.

– Te vejo amanhã então. - mais uma vez era como se eu conseguisse enxergar mais um sorriso vitorioso, triunfante e convencido nos lábios de Damon Salvatore.

– Sim, amanhã. Anote meu endereço : 666, da Park Avenue. Prédio The Drake. Apartamento 24 do décimo quinto andar.

– Tudo bem, já anotei. Boa noite. Sonhe comigo. - ele brincou.

– Boa noite.

E o pior é que realmente sonhei com ele.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado mais do que eu, fiquei feliz com os reviews que recebi e se quiserem ver o trailer da fic aqui está o link : http://www.youtube.com/watch?v=M-WbrKA70GI