Um Destino A Dois escrita por Laura Marie


Capítulo 10
Tentações e restrições


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo contém relatos relacionados aos filmes "X-Men: O Filme", "X-Men 2" e "X-Men Origens: Wolverine".


Aaah! E para quem estava esperando, o relacionamento de Vampira e Gambit começou a ficar mais sério. Espero que gostem!
;-)



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Já fazia quase duas semanas que Gambit e Vampira estavam saindo juntos. A rota sempre variava, passando por restaurantes, cinemas e até mesmo parque de diversões. Os dois eram como um casal de adolescentes apaixonados, já que tudo parecia tão novo para eles.

Vampira já não ficava mais sem jeito com a presença de Gambit. Aliás, ela até se acostumou a chamá-lo pelo seu nome, Remy. No entanto, ela ainda não havia revelado o seu nome, apesar de que ele nunca a tinha cobrado isto.

Além disso, eles ainda nunca tinham se referido como namorados. Eles sabiam que estavam envolvidos em uma relação, mas não haviam determinado o termo certo para ela. Vampira tentava entender isto. Ela não tinha coragem para perguntar ao Remy se eles estavam namorando, pois ela tinha o desejo de ouvir à clássica e colegial pergunta “Quer ser minha namorada?”. Vampira era uma garota romântica, mas também não queria apressar as coisas. Pela primeira vez, ela estava sendo verdadeiramente feliz em uma relação, então evitava qualquer coisa que poderia estragar isso.

Apesar de não terem declarado uma relação séria, Remy permaneceu fiel à Vampira, assim como ela era a ele. Pela primeira vez, ele estava se relacionando com uma única mulher. Mas a grande novidade é que ele sentia ciúmes de Vampira, apesar de que ele confiava plenamente nela. Em outras palavras, Gambit também estava experimentando o verdadeiro amor.

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Era um dia letivo, e todos os estudantes estavam entusiasmados pelo instituto. Vampira caminhava pelos corredores tentando se desviar das correrias dos adolescentes quando se encontrou com a Ororo.

- Olá Vampira! Eu estava te procurando.

- Ei! Aconteceu alguma coisa?

- Não. Eu só preciso conversar com você. Podemos ir à minha sala agora?

- Claro!

As duas partiram para a sala de Ororo. Assim que chegaram, Tempestade sentou em sua cadeira, e Vampira se sentou em frente à sua mesa. 

- Vampira, eu tenho observado que você está bem diferente ultimamente.

- Sério? Diferente como? – Vampira sabia o que Ororo queria dizer, mas preferiu disfarçar.

- Você parece estar tão cheia de vida. Faz um bom tempo que não a vejo chateada por aí. Eu acho que este rapaz está realmente lhe fazendo bem.

- Sim, nós nos damos muito bem – Disse Vampira timidamente, mas Tempestade estava certa. Depois que começou o seu relacionamento com Remy, ela não se sentia mais triste e sozinha.

- Então, por causa disso, eu decidi que já é hora de você voltar ao trabalho. Quero dizer, a menos que você se sinta preparada novamente para isso.

Vampira não acreditava no que ouvira. Finalmente ela poderia voltar a lecionar no instituto.

- É sério? Mas é claro que sim, Ororo! Eu não agüento mais ficar sem trabalhar – Um grande sorriso surgiu no rosto de Vampira – Obrigada mesmo!

- Imaginei que você ia aprovar a idéia – Ororo também sorria – No entanto, eu a aconselho que volte ao trabalho só após o baile de Halloween.

- Já é Halloween? Nossa, o tempo tem passado tão rápido! Então é por isso que todo mundo está tão eufórico pelo instituto.

- Sim. Apesar de que ainda sentimos pela morte do professor e de Jean e Scott, os próprios alunos foram quem quiseram esta festa. Então acho que já é hora de quebrar um pouco este clima de luto.

- Parece ser uma boa idéia – Vampira não parecia muito animada com o baile.

- Você pode chamar o seu namorado para vir aqui.

- O Remy? – Vampira sentiu o seu rosto avermelhar.

- Sim. Acho que seria uma boa oportunidade para todos nós se conhecermos direito.

- Remy não é o meu namorado – Vampira desviou o olhar.

- Mas como não? Vocês têm saído quase todo dia!

- Sim, mas acho que estamos nos conhecendo ainda. Também não acho que ele gostaria de vir aqui.

- De qualquer forma o convide! Apesar dos maus entendidos, ele sempre será bem-vindo aqui – Tempestade tentava transmitir confiança à Vampira.

- E não se esquecendo do fato que Logan quer vê-lo morto – Vampira falou humoradamente.

- Mas reconsidere a minha idéia, Vampira. Eu acho que isso será bom para vocês dois.

Vampira apenas sorriu e ficou pensativa.

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Não seria a primeira vez que Gambit estaria no instituto. Mas desta vez, ele iria devidamente convidado e preparado, ao contrário do que aconteceu anteriormente. No entanto, Vampira achava que convidá-lo para ir à sua casa seria um passo muito adiante em seu relacionamento. Ela estava ciente de que Remy não era acostumado a um relacionamento estável. Então temia que qualquer formalidade pudesse afastá-lo dela.

“É apenas um baile bobo, Vampira!, disse ela consigo mesma. Ela mal se lembrava qual foi a última vez que tinha ido a um baile de Halloween. No fundo, ela queria que Remy conhecesse a sua casa e seus amigos. Aliás, caso um dia eles oficializarem a sua relação, seria preciso um amplo conhecimento de todos. Ela também não gostava muito de festas. Mas ela e Remy poderiam ficar em um lugar mais calmo no instituto. 

Enfim, após tomar a decisão, ela foi ao seu quarto e pegou o celular.

Remy estava concentrado em frente a um computador, tentando hackear uma conta bancária, quando ouviu o seu telefone tocar. Ao ver que era a sua Vampira, ele sorriu.

- Bonjour, chérie! Eu já estava com saudades!

- Oi Remy! – Vampira também sorria do outro lado da linha – Eu espero que não esteja te atrapalhando.

- Você nunca me atrapalha, chérie – Gambit falava ao telefone enquanto digitava – Está tudo bem?

- Está tudo bem sim. Eu só liguei para falar que haverá um baile Halloween aqui no instituto amanhã... Então eu queria saber se você gostaria de vir... – Apesar de estar falando ao telefone, Vampira se sentiu apreendida.

- Aí no instituto? – Gambit até parou de fazer o que está fazendo.

- Sim. Mas eu vou entender se você não quiser vir...

Houve um breve silêncio entre eles. Vampira temia que tivesse deixado Gambit sem jeito.

- Eu vou, mas só com a seguinte condição – Gambit quebrou o misterioso silêncio – Só se você usar uma fantasia bem sexy, chérie.

- Sem chance! – Vampira se sentiu aliviada com a brincadeira, apesar de que também se sentiu um pouco envergonhada.

- Ah vamos lá, chérie! Será só para mim – Gambit falava com malícia, e até imaginava como Vampira estaria sem graça do outro lado da linha.

- Já era de se imaginar que você diria algo assim. Mas não se preocupe! Eu não vou deixar o Logan te matar, eu prometo! – Vampira também quis revidar maliciosamente, e pôde ouvir Remy rir no telefone.

- Tudo bem, chérie. Vamos combinar então.

Após acertar os detalhes para o baile do dia seguinte, eles se despediram e desligaram o telefone. Gambit voltou a se concentrar em seu “trabalho”, enquanto Vampira correu imediatamente para o seu guarda-roupa, para já decidir o que vestir amanhã.

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Apesar de ter sido sexta-feira, Gambit e Vampira não se encontraram na noite passada. Segundo Remy, ele tinha que terminar de fazer o seu longo e árduo “trabalho” ainda naquele dia. Enquanto Vampira precisava ganhar tempo para se preparar para o baile. Vampira sentia falta de Gambit. Mas ela achava que não seria ideal se eles se vissem todos os dias. Apesar de confiar em Remy, ela temia se em algum dia ele simplesmente se cansasse dela.

Assim que a hora do baile se aproximou, Vampira começou a se arrumar. Mas ela, obviamente, preferiu não usar uma fantasia. Ela até sorriu quando se lembrou da brincadeira de Gambit no telefone, mas achou melhor descartar a idéia. Vampira achou uma blusa no fundo de seu guarda-roupa. Era uma espécie de corset vermelho com detalhes pretos e brilhantes. Possuía um decote que ela não costumava usar, mas a peça também modelava muito bem o seu corpo. Para acompanhar, ela vestiu uma saia de couro, não tão curta e nem muito grande. E para evitar qualquer incidente com os seus poderes, ela cobriu o seu decote e ombros com um lenço preto transparente, além de usar as longas luvas também pretas. Para finalizar, ela também vestiu uma meia-calça, e calçou um par de botas.

Vampira estava ficando cada vez mais deslumbrante. Desta vez, ela preferiu fazer algo diferente em seu penteado. Ela cacheou todo o seu cabelo, o que lhe caiu perfeitamente bem. Quanto à maquiagem, ela passou um batom vermelho e uma sombra não muito forte nos olhos.

Assim que ficou pronta, ela desceu para a sala, onde a festa acontecia. Ainda era cedo, mas o lugar já estava cheio. Assim que Vampira começou a descer as escadas, os rapazes que estavam na sala a olharam de boca aberta. Ela estava realmente muito atraente naquela noite de Halloween. Até Bobby, que estava acompanhado pela Kitty, a encarou dos pés à cabeça. Ele ainda sentia algo especial por ela, mas ele também tinha o pleno conhecimento de que ela jamais poderia ser sua novamente.

Vampira ficou vagando pelo salão enquanto Gambit não chegava.

- Vampira você está linda! – Disse Ororo que tinha acabado de encontrá-la.

- Obrigada, Ororo! Você também está deslumbrante! – Vampira ficou alegre ao encontrar a amiga – Está gostando da festa?

- Sim. Todo mundo parece estar gostando também.

- É verdade... – Vampira tentava disfarçar a sua ansiedade – O Logan está por aí?

- Ele foi dar uma volta pela cidade. Você sabe como ele não fica muito à vontade com festas.

- Então eu acho que não devo me preocupar muito esta noite – Vampira disse humoradamente, fazendo Tempestade rir.

- E falando nisso, olha só quem está chegando aí – Tempestade apontava para Gambit, que já estava entrando na sala à procura de Vampira.

- Eu vou até ele. Até daqui a pouco, Ororo! – Vampira ficou feliz em vê-lo e foi imediatamente em sua direção.

Remy também ficou feliz ao ver Vampira vindo em sua direção.

- Oi! – Disse Vampira enquanto o abraçava, e em seguida, lhe deu um leve beijo.

- Oi, chérie! – Gambit ficou sem ar ao reparar Vampira dos pés à cabeça – Uau! Você está extremamente linda, chérie.

- Obrigada! Você também está encantador! – Vampira sorria, mas não tão timidamente como antes.

Gambit estava vestido como o de costume. Uma jaqueta de couro, uma camiseta preta por baixo, e calça jeans. Os seus cabelos estavam um pouco molhados, jogados para trás. Assim que tinha chegado, todas as meninas começaram o flertar. E todos ficaram surpresos ao ver que Vampira não o feria com os seus poderes.

- Venha cá! Quero lhe apresentar uma pessoa – Vampira segurou a sua mão, o guiando entre a multidão.

Vampira o levou até à Ororo. Eles já tinham se visto quando Gambit esteve pela primeira vez na mansão, mas não tiveram a chance de se conhecerem formalmente. Gambit também conheceu Jubileu, que apareceu logo em seguida para cumprimentá-los. Assim que ela apareceu, Gambit a reconheceu. Era ela quem estava com a Vampira no dia em que a tinha visto perto do shopping.

Após as apresentações e cumprimentos, Remy chamou Vampira para dançar. Enquanto dançavam, todas as pessoas ao seu redor os observavam. Algumas olhavam atentamente para Gambit, que neste caso, eram as meninas. Mas também havia aqueles que observavam por curiosidade, devido aos poderes de Vampira.

Vampira começou a ficar desconfortável com todos aqueles olhares, e Remy pôde perceber isso.

- Você quer ir para outro lugar, chérie?

- Sim, por favor! – Vampira segurou novamente a sua mão, e juntos foram para a área da piscina.

Vampira ficou um pouco constrangida. Aqueles olhares sempre a perturbavam.

- Me desculpe, Remy. Eu não estava me sentindo muito à vontade lá.

- Tudo bem, chérie – Gambit a envolvia entre os seus braços.

- É sempre assim. Eu nunca posso ficar próxima de alguém sem ter que aturar isto!

- Você não precisa se preocupar com o que os outros pensam, chérie.

- Eu sei... Eles também não sabem que você é imune aos meus poderes. Mas afinal, qual é o problema de eu querer levar uma vida normal e ter um namorado como todo mundo? – Vampira falou a palavra “namorado” sem querer. Os seus olhos se arregalaram quando percebeu o que tinha dito. Ela começou a se retrair, se afastando um pouco de Gambit.

No entanto, Remy sorriu quando ouviu Vampira o referir como sendo o seu namorado.

- Então quer dizer que eu sou o seu namorado?

- Bem...eu... eu não sei! Eu só falei por falar. Aliás, nós nunca falamos sobre isso – Disse Vampira, enquanto retirava uma mecha de cabelo de seu rosto.

Gambit se aproximou novamente dela, segurando delicadamente o seu rosto. E quando olhou profundamente para dentro de seus olhos, ele disse:

- Então, você quer ser minha namorada?

Essa era a pergunta que Vampira queria ouvir. Os seus olhos brilharam, e ela não perdeu tempo para respondê-lo.

- Claro! – Logo em seguida, ela o beijou profundamente. Finalmente o seu relacionamento estava oficializado.

Eles ficaram sozinhos por um tempo na área da piscina, até que Vampira teve a idéia de apresentar o instituto para ele.

- Você quer dar uma volta? Acho que não vai demorar muito para que todo mundo da festa comece a se jogar na piscina.

- Tudo bem. Aonde você quer me levar, chérie?

- Vou lhe me mostrar o instituto. Venha! – Vampira segurou a mão de Gambit, e começou a guiá-lo pelos caminhos do instituto.

_____________________________________________________

Primeiro, Vampira o levou para a ala escolar, onde ficavam as salas de aulas e biblioteca. Depois, ela mostrou a ala de treinamento, composta pela academia e a “sala de perigo”. Gambit ficou um pouco surpreso ao conhecer esta parte do instituto.

- Vocês estão se preparando para uma guerra? – Disse ele humoradamente.

- Quase isso... nunca se sabe quando será preciso.

- Imagino que tenha sido aqui onde você aprendeu a lutar – Gambit ainda se lembrava do desempenho de Vampira em sua luta na joalheria.

- Foi sim... – Disse ela, colocando uma mecha branca de cabelo para trás da orelha – Venha, vou lhe mostrar outra coisa.

Ela novamente o guiou, descendo por uma escada ao lado da “sala de perigo”.  Após descerem a escadaria, eles chegaram a uma espécie de porão. Estava tudo escuro, mas quando Vampira acendeu as luzes, Gambit teve uma surpresa.

- Holà! –Gambit ficou muito surpreso quando os seus olhos se depararam com o jato “Pássaro Negro”.

- Você gostou? – Disse Vampira, enquanto sorria ao seu lado.

- É magnifique, chérie! – Gambit se aproximava do jato – Eu já sabia que os X-Men eram poderosos, mas nunca imaginei que vocês teriam uma belezinha destas. Vocês voam nele?

- Sim. Quero dizer, só de vez em quando. Eu já tentei pilotá-lo uma vez, mas acho que aviação não é o meu forte... – Vampira sorria enquanto se lembrava do ocorrido – E eu não sabia que você tem interesse por aviões.

- Eu também tenho um, chérie. Na verdade é um monomotor.

- Sério? – Vampira também ficou surpresa.

- Sim, eu o ganhei em um jogo. Fiz uma trinca!

- Legal! – Disse Vampira enquanto tentava disfarçar o seu desconhecimento de jogos.

- E por falar nisso, o Logan ainda tem medo de voar? – Gambit ria e voltava a se aproximar de Vampira.

- Ele sempre fica um pouco tenso quando voa. Por quê?

- Eu o levei para a ilha do Stryker em meu avião. Ele parecia muito assustado.

- É difícil imaginar o Logan assustado com alguma coisa – Vampira ria – Quando eu tentei pilotar pela primeira vez, também estávamos na base militar do Stryker. Foi um desastre!

- Posso te ensinar a pilotar um dia, chérie.

- Seria ótimo! – Vampira sorria e o segurou pela mão novamente – Venha, também há outra coisa que quero te mostrar.

Gambit já não sabia mais o que esperar naquela mansão. Desta vez, Vampira tinha o levado para a garagem. Assim que acendeu as luzes, ele se deparou com vários carros.

- Vocês realmente têm estilo, chérie – Disse ele,enquanto caminhava por entre os carros.

- Eles são dos professores e de alguns alunos que também moram aqui.

- E qual deles é o seu?

- Eu não tenho carro, mas tenho isto – Vampira passou à frente, e o levou até onde estava a sua moto.

- É uma moto bastante bonita, chérie – Disse Gambit enquanto reparava a motocicleta.

- Não tão bonita quanto à sua. Aliás, ela precisa de um conserto há bastante tempo. Só que o Logan ainda não teve tempo para olhá-la.

- O que ela tem? – Gambit se agachou para verificar melhor o problema da moto.

- Eu não sei. Não entendo muitas coisas sobre mecânica.

- Eu posso ver isso para você amanhã, chérie – Ele se levantou e se aproximou mais de Vampira.

-Tudo bem! Mas assim que ficar pronta, eu vou lhe levar para dar um passeio nela. Pode ser?

- Combinado, chérie! – Gambit também a respondeu com um leve beijo.

De repente, Vampira se lembrou que tinha que o mostrar a última parte da casa. Então, eles saíram da garagem, passaram pela cozinha e chegaram até a ala dos dormitórios. Gambit também se surpreendeu pela grande quantidade de quartos. Aliás, havia muitos mutantes que estudavam e preferiam morar no instituto.

- Alguns estudantes dividem o quarto com até três pessoas. Mas os quartos são bem grandes – Disse Vampira, enquanto caminhava pelo corredor.

- Pelo visto muitas pessoas moram aqui. Você divide o seu quarto com alguém?

- Não. Eu já dividi com a Kitty e outras garotas. Mas quando me tornei professora, eu consegui um quarto só para mim.

- E você dorme por aqui? – Gambit apontava para os quartos do corredor onde estavam.

- Não. O meu quarto fica no andar de cima. Venha, eu vou lhe mostrar o resto – Vampira se sentiu um pouco tímida ao falar sobre o seu quarto. No entanto, ela pensou que não seria nada demais em mostrá-lo a ele. 

Assim que terminaram de subir uma pequena escadaria, eles chegaram ao andar onde ficava o quarto de Vampira. Ela andava na frente, tirando uma chave de sua bolsa. Em seguida, ela parou em frente a uma porta e a destrancou. Assim que abriu, ela entrou no quarto, seguida por Gambit.

Gambit começou a reparar em cada detalhe do quarto. Era bem arrumado e bonito, típico de uma garota da idade dela. As paredes eram lilás, e havia alguns bichos de pelúcia em cima da cama. Lá, também havia uma cômoda com espelho, um banheiro, e também um grande guarda-roupa. O quarto de Vampira também tinha uma varanda, que tinha como vista o jardim frontal do instituto.

- É muito bonito o seu quarto, chérie. Ele combina com você.  – Disse ele enquanto se aproximava dela.

- Obrigada! – Disse ela timidamente – Quando não estou trabalhando, eu passo a maior parte do tempo aqui.

- É mesmo? E o que gosta de fazer aqui? – Gambit caminhava em direção à varanda.

- Gosto muito de ler, ou então fazer alguma coisa no computador.

Gambit apenas sorriu de volta. Ele começou a observar o instituto pela varanda, e Vampira pôde notar que ele estava pensativo.

- O que foi? – Disse ela, tocando no ombro dele.

- Não é nada, chérie – Em seguida, ele se virou para ela – É que eu nunca me imaginei dentro deste lugar.

- Por que você diz isso?

- Uma vez o Xavier me convidou para fazer parte dos X-Men. Mas eu não aceitei.

- Imagino que você tenha tido os seus motivos – Vampira abaixou a cabeça e voltou para dentro do quarto, sentando na beirada de sua cama.

- Sim, chérie. Eu nunca consigo me imaginar sendo um herói na história – Gambit ria e também se sentou na cama, ao lado de Vampira.

- Antes de descobrir que eu era uma mutante, eu nem imaginava que existia este lugar – Vampira desviou o olhar quando começou a se lembrar de seu passado – Quando eu fugi de casa, eu nem fazia idéia para onde iria. Daí eu encontrei o Logan em um bar na beira de uma estrada. Eu insisti que ele me desse uma carona, mas no meio do caminho nós fomos atacados pelo Tigre Dente de Sabre.

Gambit apenas ouvia a história de Vampira atentamente. Ele pôde sentir que estava conseguindo conquistar a sua confiança cada vez mais.

- Durante o ataque, os X-Men nos encontraram e levaram com eles. Confesso que senti um pouco de medo quando cheguei aqui. Mas depois que soube que havia outros mutantes por aqui, eu me senti mais segura – De repente, Vampira se lembrou de algo que a entristeceu um pouco – O professor havia me dito que tentaria me ajudar a controlar os meus poderes...

Gambit percebeu que Vampira mudou quando tocou no assunto de seus poderes. Mas ele não quis interferir o curso de sua história.

- Depois disto eu também quase morri por causa dos meus poderes.

- O que aconteceu? – Gambit ficou preocupado, mas também curioso.

- Eu fui capturada pelo Magneto. Foi ele quem estava por trás do ataque do Tigre Dente de Sabre. Ele queria os meus poderes, e quase os conseguiu. Eu estava quase morrendo quando Logan me tocou e transferiu a sua energia vital para me salvar.

- O Logan realmente se importa com você, chérie.

- Sim. Eu devo muito a ele. E, aliás - Vampira tirou as mechas brancas de trás das orelhas – foi depois disto tudo que eu consegui isso.

- Elas ficam bem em você, chérie – Disse ele enquanto acariciava o rosto dela.

Ela sorriu timidamente, e um silêncio permaneceu entre os dois. Gambit ficou a encarando enquanto acariciava os seus cabelos.

- O que foi?

- Você é uma garota muito bonita, chérie – Disse Gambit, após se aproximar ainda mais perto dela.

Vampira apenas sorriu e abaixou um pouco a cabeça. Gambit segurou o seu rosto e a beijou. E lá ficaram eles se beijando, sentados na cama de um quarto escuro, apenas pouco iluminado pela lua.

Os beijos começaram se tornar mais profundos. De repente, Gambit a puxou fortemente para ele, a prensando contra o seu corpo. Ele retirou o lenço que cobria o seu busto, e começou a beijá-la em seu pescoço. Vampira sentiu um calafrio percorrendo o seu corpo, e ela gemia baixo. Ela jamais tinha sido tocada tão profundamente. Os beijos de Gambit começaram pelo seu pescoço, até que eles foram descendo até se aproximarem de seus seios. Vampira começou a sentir o seu corpo gelar, mas também sentia um calor dentro de si. Ela gostava, mas não sabia se já estava preparada para um contato tão próximo e íntimo.

As mãos de Gambit percorriam pelo corpo dela, até que ele a deitou na cama. Ele tirou a sua própria jaqueta, e sem perceber, já estava em cima dela. Gambit continuou a beijando, enquanto suas mãos entraram para debaixo de sua blusa. Vampira gemia entre os beijos, e podia sentir a respiração ofegante de Gambit.

Gambit pôde sentir ainda mais que ela possuía um corpo definido. Suas mãos estavam na cintura dela, até que começaram a subir pelo seu corpo. No entanto, quando ele estava prestes a tocar em seus seios, Vampira se despertou de seu transe.

- Remy! – Vampira parecia assustada, e se levantou rapidamente.

- O que foi, chérie? Eu te machuquei? – Gambit não entendeu a reação dela. Por um momento ela parecia gostar, mas de repente ela parou e ficou assustada.

- Não! É que... Me desculpe, Remy! – Vampira já estava de pé e de costas a ele. Ela se sentia envergonhada e não sabia ao certo o que dizer.

Gambit se levantou e foi até ela, a virando para ele, segurando o seu rosto. 

- O que foi, chérie?

- É que... eu acho que não estou preparada ainda... – Vampira tentava não olhar para ele.

- Você ainda não confia em mim?

- Não é isso! – Vampira tirou as mãos dele de seu rosto, e ficou de costas novamente – É que eu passei anos sem tocar em ninguém... eu acho que isso é demais para mim agora..

Gambit podia compreender a situação de Vampira. Ela era uma garota sensível que já se decepcionou demais, e sua confiança só poderia ser conquistada com o tempo.

- Não se preocupe, chérie – Gambit se aproximou novamente dela – Me desculpe por querer apressar as coisas de novo.

- Não. O problema é comigo. Você deve estar me achando uma idiota, não é? – Vampira se virou para ele, mas não olhava em seus olhos.

- Eu jamais pensei isso de você, Vampira! – Gambit a segurou pelo braço e levantou delicadamente o seu rosto – Você tem todo o tempo do mundo comigo, chérie. Eu vou estar te esperando quando estiver pronta.

Vampira se sentiu segura ao ouvir as palavras de Gambit, apesar de que ela nunca imaginou que ele diria algo assim. Ela voltou a sorrir e o abraçou fortemente.

- Obrigada, Remy!

Por um instante, Gambit pensou que ele tinha estragado o momento, assim como aconteceu na primeira vez em que se viram. Ele a compreendia, e queria que ela se sentisse segura com ele. No entanto, ele também aceitou a ser paciente consigo mesmo, pois o que ele mais desejava era sentir a “sua Vampira” profundamente.


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