Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 6
Capítulo 6 - Coma de absorção




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Já estava noite e Danilo já havia indo embora. Eu estava deitada em minha cama, olhando para a janela que ficava ali do lado. As estrelas brilhavam tanto quanto eu me lembrava dos olhos do meu pai. Senti saudades na hora, me veio a cabeça todos os aniversários que passei sem ele. Minha formatura do 9º ano e a do 3º chegando. Minha mãe sempre cuidou bem de mim, mas... Ele fazia falta. Só em pensar que ele poderia ter me explicado tudo que esta prestes acontecer comigo... Estou grata por ter Danilo. O enterro de Agelly foi duro. Vela ali deitada com os olhos fechados e saber que ela não estava dormindo. Aquela maquiagem branca que a deixava pálida e sem vida... Vinha a calhar pra situação. Sua mãe chorava como nunca, seu pai não sabia se chorava ou se pedia pra sua esposa parar de chorar. Eu me sentia fraca e o cheio do incenso me dava tonturas. Danilo estava lá, me segurando. Minha mãe não pode ir, pois estava trabalhando ate tarde naquela noite. Fiquei feliz por ter passado rápido, adormeci.

Na manhã seguinte, a escola estava de luto. Não tivemos aula na terça feira. Fui ate a cozinha tomar café, minha mãe estava sentada na mesa lendo o jornal e tomando café. Disse-me:

–Filha, como você esta? – ela levanta e me abraça.

–Na medida do possível bem mãe. – eu retribuo. Nós tomamos café em silencio, ate que um assunto me vem a cabeça. – Mãe... como você conheceu meu pai?

–Hora filha – ela me olha surpresa – Foi no colégio. Quando tínhamos 17anos. Lembro-me bem, fiquei tão confusa na primeira vez que o vi... Parecia que estávamos fadados e ficarmos juntos para sempre.

–“ Meus avôs anjos escolheram bem” – pensei comigo. –Vocês sempre viveram bem? As famílias se davam bem?

–Claro filha, sua avó por parte de pai era um doce. Lembro-me que cozinha com mãos de fada. Varias receitas que faço para você, ela quem me deu.

–Então vocês eram felizes?

–Muito meu amor. – ela faz uma pausa- Filha... Não quero que pense que todos que você ama estão morrendo... Alguma hora temos que partir... Mas, afinal, do que Agelly morreu? – Tinha me esquecido de perguntar para Danilo! Como exatamente ela morreu.

–Não sabemos mãe, ela só estava muito doente. Algo... No coração – eu invento. – Vou encontrar Danilo – lhe dou um beijo subo me visto e saio.

Fomos ate o parque – nosso lugar favorito – Ele estava me esperando de baixo da mesma arvore no mesmo lugar.

–Ei, como você esta? – ele diz puxando para que eu sente.

–Curiosa. – eu sento

–O que mais quer saber? – ele beija minha testa, varias vezes.

–Você não me disse como Agelly morreu.

–Ah, sim. Desculpe me esqueci. Bom... As vezes, quando os novatos estão em coma de absorção, eles não agüentam a dor que sentem... É como se queimasse cada parte dentro de você. O coma não te livra da dor.

–Ela morreu...

–Agonizando... Às vezes o poder é grande mais pro corpo que lhe foi escolhido.

–Isso pode acontecer comigo?

–Não vou mentir pra você... – levo minhas mãos a cabeça – Mas calma, as chances mínimas.

–Mas aconteceu com Agelly.

–Sim, mas... Foi uma em um Milhão.

–Posso escolher não ter esses poderes?

–Sei que esta com medo. Mas não fique, estou aqui pra proteger você. Confie em mim...

–Eu confio, com minha vida. – eu o abraço – Mas... E você? Já enfrentou alguma guerra?

–Ainda não. Assumi o trono a alguns meses, as coisas estão calmas por todo o mundo. Novatos de todos os elementos estão se descobrindo. É um período tenso, porém calmo.

–Como vai saber lidar com os demônios para me proteger?

–Já enfrentei seis demônio sozinho.

–Como? – me assusto – Quando?

–A algumas noites. Minha irmã, Mara, também passou pelo coma.

–E ela sobreviveu? Esta bem? E você? Machucou-se?

–Calma Ally... – ele diz calmo como sempre. –Eu fui treinado pelo mestre. Me sai bem, e sim ela esta bem. Ela é a princesa dos Flamejantes. Senta ao meu lado no trono.

–Então... os elementos são representados apenas por lideres de sangue de cada família?

–Sim, se eu não tivesse irmã, eu seria o príncipe sozinho. Quando nós casarmos, você será princesa de um elemento e eu príncipe de outro.

–Você me disse que eu só seria princesa se meus dons fossem de Aquarimo. E enquanto minha mãe?

–Ah sim... Ela também era princesa. Então, de qualquer forma você será minha princesa.

–E você meu príncipe. – eu o beijo. – Quando passamos a ser rei e rainha?

–Assim que completamos 30anos.

–É tudo tão de outro planeta. A algo mais que eu precise saber?

–Sim... Assim que seus poderes aparecem... Seus pais... Morrem.

–O QUE? – eu grito.

–Perdi meus pais a algumas semanas.

–Mas porque isso tem que acontecer?

–Porque todo o folego de poder que eles trazem no corpo... É transplantado pra você. Para que seus poderes venham com mais força. Desculpe-Me. Eu também não quero aceitar, mas...

–Não acredito! MINHA VIDA TODA SE ESVAINDO POR MEUS DEDOS! MEU PAI SE FOI POR MIM... ANGELLY E AGORA... NÃO! NÃO QUERO ESTE PODER! NÃO QUERO SER PEINCESA DE NADA! –Grito e choro. levantei-me e sai correndo pelo parque, Danilo vem atrás de mim.

–Ally, me escute. – ele me para perto de uma cachoeira – Eu sei como é, eu passei por isso. Você não esta sozinha! Eu estou com você! Amor... Ally? ALLY? ALLY? ALLY ABRA OS OLHOS!- Eu desmaio.

Estava no escuro e minha respiração estava pesada. Havia fumaça, Cheiro de mar... Der repente eu via um azul. Um barulho forte de água quebrando. Ondas vinham e iam por todo lado. Eu estava me afogando. Batia meus braços contra a água desesperada em busca de ar. Vejo um vulto na água... Uma sombra preta que se movia rápido. Algo que parecia uma cobra enorme e com escamas. Tentei nadar e fugir, mas a criatura me pegou e me levantou no ar. Me jogou na areia da praia, eu desmaio de novo.

Gritos altos mas não humanos me acordaram. Eu estava numa ilha estranha com o sol na cara e assustada. Uma criatura azul e enorme olhava para baixo me encarando.Tinha Escamas grandes, era muito bonito para os olhos. Dei um pulo para trás assim que abri os olhos. Não era uma cobra... Parecia mas um... Dragão!

–O QUE É VOCÊ? – eu grito. A criatura me olha sem reação. Sem expressar uma emoção si quer. – Vai ficar paro ai me encarando? Você fala? Faz mímica? A ONDE EU ESTOU!! – um eco prolonga meus gritos

–Se gritar de novo eu lhe jogo no mar pra morrer afogada. – O dragão azul falou, mas sem mexer os lábios.

–Como você fez isso?

–Fiz o que? – A voz era forte, impunha respeito. Arrogante e ignorante. Algo que me irritava.

–Falou sem mexer seus lábios!

–Isso é telepatia. Dragões não falam, esperta. – Meu sangue ferveu.

–Quem você pensa que é sua lagartixa crescida!- Ele da um grito forte e alto. Sente cada parte do meu corpo tremer.

–Você por acaso acha que esta falando com qualquer ser? Não credito que Arthur me deixou você como peso! –Ao ouvir o nome do meu pai, eu me senti mais confusa ainda.

–Você conheceu meu pai?

–Mas é claro! Foi o melhor guerreiro que eu já tive o prazer de lutar. Meu único mestre!

–Espera, aonde eu estou? Mestre?

–Vou ter que te explicar tudo não é? – ele respira com rancor – Sou o guardião da água. Meu dever é lutar ao lado do príncipe ou princesa que assume o trono Elemental. Mas é claro, não vou deixar que uma criança seja meu mestre.

–CRIANÇA? Tenho a idade certa! Se não... Eu não estaria aqui! E A ONDE EU ESTOU?

–Não grite! – a voz forte dele me fez sentar na areia como uma criança que recebe bronca do pai. – Você esta no coma de absorção. A idéia, é você ficar aqui ate seus poderes se desenvolverem. Mas, magrinha e fina desse jeito, muito me admira ter chegado aqui.

–Sou muito mais forte do que você pode imaginar! Como meus poderes vão vir?

–Pelas minhas contas... Agora. – Eu desmaio assim que ele acaba de falar.


No mundo real, a batalha começa – Danilo assume.

O coma de absorção finalmente chegou. Vou protegê-la de qualquer forma! Com a minha vida. Levei-a para casa. Coloquei-a em minha cama e sai gritando por meu avô.

–VÔ! VÔ! A Hora chegou.

–Calmo Danilo. – era um senhor bem vivido. 60anos em suas costas velhas e curvadas. Em cada ruga e cicatriz, um aprendizado. – Aonde a colocou?

–No meu quarto, deitei-a em minha cama.

–Certo. Vamos começar o ritual. Pegue todas as velas e Chás. Chame todos os seus amigos, eles viram logo. –Obedecendo às ordens de meu avô, pego tudo que preciso e ligo para meus amigos. George – príncipe dos Terrion- Marta – princesa Ventalmina - Marcelo e Carla– príncipe e princesa Mentalminos e minha irmã Mara – Flamejante. Todos os seis lideres da Sociedade Elemental.

–Que bom que chegaram amigos! Estamos prestes a proteger alguém em especial. – eles chegam ate minha casa mais rápido do que eu imaginaria.

–Qual a situação? – George pergunta. Alto, louro e forte.

–Nas próximas semanas, protegêramos a futura princesa Elétron ou Aquarimos. E também, meu par.

–Hora hora, então vamos proteger minha cunhada? – minha Irmã Mara diz com um sorriso.

–Sim Mara. Pessoal, ela é muito importante para mim. É minha vida, vocês sabem como é...

–Sabemos – Diz Marta olhando para Marcelo, seu par. Mara e George também era um par. Carla esperava ate que o próximo príncipe aparecesse.

Entramos e ficamos em volta do corpo desacordado de Ally. Aquela cena me cortava o coração. Vela ali, deitada de olhos fechados ardendo em febre e se alagando em suor. Demos nossas mãos, colocamos nossas auras em proteção de Ally. Sabíamos que os demônios logo viriam atrás de seu poder. Estávamos prontos pra qualquer coisa. O primeiro turno de proteção avia acabado. Todos foram para o jardim tomar um ar. Fiquei olhando minha princesa ali... Adormecida. Sem pensar muito bem, peguei papel e caneta...

“Minha negra flor esta em hibernação. O suor em sua testa me assunta um pouco. Nunca havia lhe visto tão pálida. Dói-me o coração não poder fazer sua dor passar me corta a alma vê-la se afogar no escuro. Sei o que deve esta se passando a ela agora. Amor como queria estar em teu lugar.”

Escrever me liberta. Talvez seja a única coisa que eu possa fazer pra desabafar. Ela não esta aqui para me ouvir reclamar. Sinto tanta falta dos abraços que ela me dava. Sinto falta dos nossos momentos de baixo daquela arvore enorme. Do jeito de vida que ela passava. Eu puxava seu cabelo, eu mordia sua boca eu a amava a cada dia. Tua vida esta em jogo e eu estou aqui, sentado a beira de tua cama. Ela esta fria como gelo, treme cada parte de seu frágil corpo.

– Danilo... – George entra no quarto. – como esta cara?

–Estou meio atordoado. É difícil vê lá assim.

–Sei bem como é, quando sua irmã passou por isso você viu como fiquei. Dói não poder fazer a dor passar não é?

–Agente se sente de mãos atadas. Ninguém vai tocar nela! NINGUÉM! – Minhas chamas saem sem que eu perceba.

–Ei, calma cara! Segure suas chamas!

–Desculpe-me. Quando se trata dela... Bom, eu perco o controle.

–Não vou deixar ninguém encostar um dedo nela. – Ele me da tapas reconfortantes nas costas e sai. Eu olho para Ally, beijo sua boca, a sinto fria, é agonizante. Vou ate a cozinha tomar algo para esfriar a cabeça.

–Danilo... – Me viro e vejo Carla.

–Ah, oi Carla.

–Você fica lindo a luz do dia sabia... – O sol batia em meus óculos.

–Obrigado – digo sem entender muita coisa. George já tinha me alertado, Carla gostava de mim. Sim, era uma garota bonita, ruiva de cabelos médios, usava sem um batom vermelho. Mas, sua beleza não se comparava a minha Ally. Talvez pelo fato dela ser a única que não tinha encontrado um par, ela esteja meio... Desesperada.

–Alias, você é um gato de qualquer forma não é mesmo? – ela se aproxima de mim e coloca suas mãos em meus ombros.

–Muito gentil da sua parte – Retiro suas mãos e me afasto.

–Sabe... Essa Ally... Não esta a altura de um cara como você.

–Não fale mal da minha Ally – falo com tom grosso, minhas chamas saem mais uma vez.

–Calma gato quente, não precisa ficar esquentado... Só estou dizendo que... Eu teria muito mais a lhe oferecer.

–Escute Carla. Você achará alguém, não se preocupe. Quanto a mim e a Ally... Fomos feitos um para o outro e vamos permanecer assim. – Saio da cozinha e volto ao quarto. Não sairia de lá por muito tempo.

–Como ele esta? –Mara pergunta a George no jardim.

–Como esperávamos que estivesse. Lembro-me de quando foi com você. Sei o que ele esta sentindo. – ele a abraça.

A alguns metros à frente, Marta e Marcelo conversam.

–Em quanto tempo você acha que chegaram aqui? – Marta pergunta olhando para o horizonte.

–Breve. – Marcelo tinha cabelos pretos jogados aos olhos. Como todo Mentalmino, era serio e tinha um ar de grosseria. Seu relacionamento com Marta não era dos mais amorosos, pelo menos não aos nossos olhos.

–Você ficou como Danilo esta? – Marta pergunta chegando perto de Marcelo.

–O que quer dizer?

–Nervoso e preocupado... Quando foi a minha vez...

–Não.

–Bom saber o quanto se importa comigo. – Marta se afasta e se vira pro outro lado.

–Eu não fiquei por que... – ele segura seu braço – eu sabia que você iria conseguir. – eles se olham e ela o beija. O jardim era um espaço lindo. Cheio de rosas e arvores. Dava para a floresta mais a frente e por isso, vários passarinhos e pequenos animais vinham ate nós. Arrependo-me de não ter trazido Ally aqui...

Ally esta cada vez mais fria e eu cada vez mais assustado! Não vejo a hora disso tudo acabar! O celular de Ally toca, é sua mãe.

–Alô? – eu atendo.

–Ei... preciso falar com Ally? Ela esta por ai? – a respiração dela esta fraca sua voz quase sumindo... Esta acontecendo, ela esta morrendo.

–Ally não pode responder... Me...

– Diga a ela, que eu a amo... – ela me interrompe. A um silencio assustador na linha. Ela se foi. Como irei contar a Ally? Desligo o celular e levo minhas mãos à cabeça. Meu Deus, minha pobre criança é frágil de mais pra isso tudo! Ally começa a entrar em convulsão. Eu me desesperado.

–VÔ! VÔ!! – eu grito.

–Ótimo, esta acontecendo. – voltem a suas posições!

Na ilha do Coma, Ally volta a respirar.

– Meu Deus, o que esta acontecendo comigo? – levo minha mão a cabeça. Estou largada naquela areia fria. Meus membros são pedras de gelo.

–Finalmente acordou não é? – O Dragão azul novamente fala comigo.

– O que falta acontecer agora?

–Na teoria, você e eu teríamos que entrar em sintonia. O que não ira acontecer.

–Como é?

–Não servirei a você!

–Você é melhor que eu?

–Sim.

Cale-se! – Sinto uma energia estranha em mim, meu sangue ferve como água quente. Meus músculos tremem, meu coração acelera, meu olhos estão azuis e quando percebo disparo um raio de gelo por meus dedos. – o que foi isso? – Assustada e ofegante, nunca havia sentido nada como aquilo.

–Seus poderes. Já estão com você.

–É... Aliviante e libertador! Me sinto leve.

– É, só cuidado pra não cair.

–O que quer dizer com... – ao olhar para baixo, percebo que estou em cima de uma pequena montanha de gelo – COMO EU VOU DESCER DAQUI?

–Descongele esse gelo.

–Como?!

–Já mandei não gritar – ele se enfurece. – respire fundo, e feche os olhos. Sinta seu poder agir dentro de você, imagine os gelo descongelando e ele fará o que você mandar.

–Consegue! Viu, sou mais poderosa do que você pensa.

–Vamos testar isso. Você lutara comigo! – A voz dele se equaliza, fico pasma com a notícia. Como lutarei com ele? Um Dragão enorme de milhões de anos de experiência! Contra mim... Uma novata?

–Não posso lutar com você! Esta louco? Não sei nem usar meus poderes direito!

–Isso servira para te ensinar. Só vou lhe servir se nossos corações se unirem e eu sentir que você é digna. É seguir o que eu acabo de lhe ensinar. Pronta? Comecemos já! – Ele lança seu pescoço enorme em queda livre em minha direção. Não sei o que fazer então fecho meus olhos e coloco minhas mãos em posição de defesa. Depois de alguns minutos, vejo que nada senti, abro os olhos e aquela criatura enorme esta envolvida sobre uma camada de gelo que saio de minhas mãos.

–Eu consegui! – Estou feliz e assustada ao mesmo tempo.

–Ainda não ! – ele se liberta. Lança um raio de gelo sobre mim. Me lembro do que ele falou... Feche os olhos e imagine o gelo se derretendo... Foi o que fiz! E Deu certo! Ao abrir meus olhos novamente, o raio de gelo tinha se esvaído em água. Ele não desistiu, varias investidas deu contra minha, eu escapava pulando em pequenas placas de gelo flutuantes que eu mesma criava. Eu estava dominando meu poder! Quando estava comemorando cedo de mais por sina, ele me agarra com sua cauda enorme, me aperta com força, não consigo respirar! A luz esta deixando meus olhos e quando a escuridão esta quase chegando...

– Eu vou mais forte do que você pensa! – eu grito. Sinto meus músculos queimando, agora, de forma diferente! Estou elétrica! Quando fecho, um raio de eletricidade sai de todo o meu corpo! Ele me solta e agoniza em meio a pequenas faíscas que ainda fazem o efeito.

– O que?... Como fez isso? – ele me pergunta de olhos esbugalhados.

–Eu não... sei – olho para minhas mãos.

–Afinal, você é uma Aquarimo ou uma elétron?!

–Eu não...

–Como pode ser os dói?! – Enquanto a enorme criatura caída falava, um espírito famíliar aparece. Meus pais anjos.

–Não se assuste minha filha. – Diz a mulher loira, de cabelos cumpridos e olhos azuis. Sua voz era reconfortante.

–Somos seus pais minha filha. É tão bom te ver. – o Homem alto de olhos verdes diz.

–Mãe... Pai?

–Somos-nos – minha mãe diz. – Sou Clarissa e este é Daniel, seu pai.

–Não acredito que são vocês...

–Calma minha filha. Vimos o que aconteceu. – diz meu pai.

–Sabem o porquê eu domino o raio?

–Não ao certo. Estava escrito que você teria grande poder. Um poder que não saberíamos de onde vem. Mas de alguma forma, você é uma Aquarimo e uma Elétron. – ele continuou.

– Algo raro aconteceu aqui. Pode ser que... – minha mãe faz uma pausa.

–O que? – eu pergunto ansiosa.

–Você seja uma Aquariton.

–Mas o que é isso?

–Aquariton minha criança, é uma forma rara de ser mágico. O único que já existiu foi seu bisavô. Você recebeu um presente maior do que imagina. – minha mãe termina.

–Isso é...

–Especial. – Diz o enorme dragão. – Você recebeu minha lealdade Alany Martins. Sou Bludar, e serei o teu ajudante e guardião. – ele se curva.

–Prometo honrar sua lealdade Bludar. – Faço carinho em sua cabeça. Sinto-me poderosa. Como nunca senti. Sinto-me a pessoa mais forte do mundo. Como se pudesse pisar em qualquer pessoa que atravessar o meu caminho.

– Filha, vamos partir, você terá mais alguns dias de coma. Seu poder vira por completo. Nós veremos de novo em breve... – Meu pai diz. Eles me abraçam e se vão.

–E agora Bludar? O que acontece?

–Agora, tome este amuleto. – um Colar lindo aparece em seu peito. É enorme. Um dragão preto e um azul estampados. Brilha mais do que qualquer coisa que eu já tenha visto. A medida que o Lindo Amuleto vai caindo e se aproximando de mim, vai diminuindo ate ficar do tamanho certo para mim. – Agora quando precisar de mim, toque neste colar e me chame com o coração. Aparecerei pro que for. – Bludar some e eu caio em um sono pesado.

No mundo Real, os ânimos entram em desespero.


–Ally! Ally! – eu grito mesmo sabendo que não vai dar em nada. Ela esta se congelando. Meu coração esta se partindo! Não posso fazer nada!

–Calma Danilo, temos problemas maiores agora! – George me diz. – eles estão aqui.- Minha boca seca. Meu coração acelera sinto minhas chamas queimarem.

–Então, vamos matar cada um! – eu grito. As chamas dominam meu interior. Queimar tudo por onde eu passo. Cheguei na frente do jardim, vários demônios negros estavam chegando pelo horizonte. Meus olhos queimavam. Fomos ao encontro dos demônios. Eles queriam o poder da minha Ally, terão que me matar pra chegar ate ela. E um filho do sol, não se mata.

A batalha começa. Eu procuro matar quantos demônios conseguir.

–Queremos a menina ! – eles gritavam sem parar.

–Vão ter que me matar primeiro! – eu gritava de volta. Deixei que as chamas me dominassem por completo. Eu era puro fogo. Puro ódio pura raiva. Arrancava cabeças, socava demônios e meus amigos variam o mesmo. Poucos demônios vieram desta vez.

–Foram só 10? Só 10 demônios? – Mara diz sem compreender.

–Eles viram de novo. E quando vierem, terão mais do meu poder. – respondo.

–Danilo você esta muito enfurecido. Se acalme. – Diz George.

–Só vou me acalmar, quando Ally acordar. – voltei a minha casa. Direto para o quarto. Assim que pisei do no quarto, me assustei com a cena, Ally estava suspensa no ar. Havia raios por toda parte, meu avô havia desmaiado, uma tora de madeira tinha lhe atingido. –Ally! Pode me ouvir? – Não tive resposta. George e Marcelo entram no quarto e se assustam com tudo aquilo.

–Mas, o que é isso? Não era pra isto esta acontecendo! – grita Marcelo.

–Ela esta sendo possuída por alguma arte das trevas. Procurem pela casa! Algum deles deve ter entrado aqui! – grita George.

–Vão olhar, pensam para que as meninas fiquem La fora olhando. Eu fico aqui caso alguém apareça. – respondo. E eles partem. Olharam em toda a casa, ninguém achou demônio nenhum. Eu tentava tirar Ally do ar, mais eu me queimava com os raios e descargas elétricas. Eu estava quase certo que ela era uma Elétron, afinal, estava na cara. Ally estava com os olhos azuis como água, não entendia o porque. De repente escuto um barulho. Uma canção de dominação partia do armário. Só podia ser um demônio! Abro, e uma surpresa.

–CARLA! O QUE ESTA FAZENDO? Porque esta enfeitiçando Ally? – eu grito e é quando Ally cai de volta à cama.

–Não estou fazendo nada!

–Mas o que é isso? – Marcelo entra no quarto. – Mas, o que estava fazendo sua irresponsável, podia ter matado a garota!

–Pois era o que eu queria! Essa diaba tirou Danilo de mim! Essa sem graça e franca não fará falta!- Minhas chamas voltam a queimar, eu quero arrancar cada membro do corpo da víbora. George me segura.

–Carla, vá para casa! E não volte mais aqui. – Ela obedece ao irmão. Corro para ver como Ally esta. Os olhos continuam azuis como o gelo e sua pele esta pálida. Fico aliviado que pelo menos nada de mais tenha acontecido.

Os dias passam e agora falta só mais um dia de coma. Podemos agüentar firme.

–Danilo, eles voltaram! – Mara grita. – e Tem milhões La fora!

–Vai começar a matança. - respondo. Nós corremos para que cheguemos ate eles antes que se aproximem de mais da casa. George usa seus poderes da terra, esta criando vários precipícios entre os demônios. Marta usando seu poder para comandar os ventos. Marcelo usa seus raios psíquicos e entra na mente dos malditos e faz com que seus cérebros estourem. É pouco para o que eles merecem! Estou queimando tudo o que vejo pela frente. Meu ódio dilaceram meu coração e eu os mato como se isso fosse fazer Ally acordar.

–São muitos, vamos invocar nossos guardiões! – Mara grita. Concordamos e fechamos nossos olhos.

– Joker, espírito do fogo em animal, venha e me ajude- penso segurando meu colar, que tinha um tigre vermelho em meio ao preto. E é quando surge meu guardião. Joker do fogo, um tigre branco enorme em fogo puro. Seu fogo era vermelho e azul e nada queimava mais que sua alma. O espírito do sol reinava dentro dele.

–Jasper, espírito do vento em animal, venha e me ajude. – Marta segura seu colar onde estampada estava sua Águia guardiã. Branca com asas enormes numa cor prata que brilhava. E é quando sua Guardiã aparece.

– Tector, espírito da terra em animal, venha e me ajude. – Pensa George, segurando seu colar, que tinha estampado seu guardião, Um Furão enorme e marrom, com unhas afiadas e de olhar vermelho. E é quando seu guardião aparece.

– Neuron, espírito da mente em anima, venha e me ajude. – Pensa Marcelo, segurando seu colar, que lhe tinha estampado uma enorme cobra dourada. E é quando seu guardião aparece. Como só os mais velhos tinham guardiões, Mara fica comigo e Joker. A batalha vai continuar, só que agora, mais sangrenta.

– Joker, os mate com toda a sua ferocidade! – eu grito. Minhas chamas estão todas para fora. Eu sou puro sol, pura luz e pura chama. Os demônios tem seus cavaleiros esqueléticos em cavalos de osso com chamas em roxo. Eles estão vindo para cima de nós, estamos prontos e não temos medo.

Os dois grupos se encontram. Homem e guardião juntos numa batalha que salvara a vida do meu bem mais precioso, Ally. Como no filme trezentos, esmagamos os inimigos com gritos e fleches de poder. Eu piso em crânios e os esmago, meu fogo queima cada ser escuro que meus olhos podem ver.

–Neuron! Calda de aço! – comanda Marcelo. E é quando a cobra gigante estica sua calda e esmaga todos que estão abaixo dela.

–Joker, Fogo de luz! – Eu comando Joker a disparar seu raio poderoso contra as sombras. Tenho cede de vingança. Eles desaparecem. Ganhamos, matamos cada ser das trevas que estava ali. Me sentido aliviado por tudo ter acabado, volto para casa, quero beijar Ally e ver-la abrir os olhos e me dizer que consegui. Abri a porta ansioso para vela, mais tudo que vejo é meu avô caído no chão.

–Vô? O que aconteceu aqui? – eu o ponho em meu colo.

–Eles... Levaram a menina. – ele desmaia.

–NÃO! – eu grito enfurecido. Vou ate o quarto e a parede esta quebrada, Ally não esta mais ali. Entre em desespero, o que farei agora?

–Danilo, vamos achá-la! – Mara diz.

–Como conseguiram levá-la? Ninguém passou por nós!

–Vamos pegar as coisas, eles não devem esta muito longe. – Fala George. Pegamos nossos mochilas que continham mantimentos e remédios. Partimos. Na fronteira da cidade de LazyCity com a floresta aberta, eu me virei com a promessa de que não voltaria sem Ally.

Eu estou na frente, calado. Só sei pensar no que vão fazer com minha Ally, e de como conseguiram levá-la.


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