Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 37
Capítulo 37 - Como Bonnie e Clyde.




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Mauricio então chegou nos portões do casarão. Estava quieto, a velha arvore do quintal tinha perdido suas folhas e seus galhos esqueléticos balançavam com o vento. Uma janela estava aberta - a do quarto de Sophia - a cortina branca saia janela afora e dançava a valsa do vento. Mauricio observou o céu, estava pra chover e as nuvens se revoltavam. Era arriscado entrar, Sophia ainda poderia estar la dentro ou pior, sua rainha poderia ter vindo busca-la. Mauricio rodeou o casarão, foi ate a entrada dos fundos e se teletransportou pra uma arvore gigante que ficava fora das dependências do casarão. Nas sombras, ele observou o movimento. Alguém passou a frente da janela de trás, Mauricio resolveu esperar anoitecer para não ser descoberto.

A chuva chorava em LazyCity. Mauricio vestia uma blusa branca de manga cumprida em gola ''V'' e Jeans cinza embranquecidos e botas marrons de cano alto. Ele permaneceu na arvore ate a chuva cessar, protegido pelas longas folhagens da floresta. Quando as luzes se apagaram, ele resolveu entrar. Com facilidade, ele caminhou pelo grande galho ate a arvore seca dentro dos muros do casarão. Se transformou em vapor e com ajuda da corrente entrou pela janela aberta, ninguém no quarto. Foi percorrendo os cômodos do andar de cima até chegar ao quarto de Marcelo. Ouviu vozes do outro lado da porta.

– Erramos feio! erramos feio! - Marta dizia.

–Porque esta dizendo isso ? - Marcelo dizia com voz calma.

– Você ainda me pergunta ? Você me disse que aquela criatura iria substituir minha filha que VOCÊ vendeu para as trevas! - Marta gritou. Mauricio escutou algo como vidro se quebrar.

–E substituiu. - Marcelo respondeu friamente. Mauricio resolveu entrar no quarto, sua forma gasosa entrou facilmente pela maçaneta, como um fantasma. O intruso perfeito.

– Mas o que há com você ?! Esta louco? Vendeu sua própria filha e esta ai, calmo. Por SUA causa eu perdi meus poderes, e MINHA FILHA! quer saber... - Marta agarrou seu arco. - eu devia ...

– Devia o que ? - Marcelo a surpreendeu segurando em seu pescoço.

– Meter uma flecha no meio da sua testa! - Ela disse imponente. Marcelo deu uma risadinha forçada de ironia.

– Ora, então a Elfa realmente acha que pode me matar com seu brinquedinho ? - Marcelo apertou mais o pescoço de Marta, fazendo com que o lugar onde seus dedos pressionavam ficasse vermelho. Ele encostou seu rosto no dela, e assoprou uma mecha de cabelo que caia nos olhos de Marta. - Você é patética. - ele sorriu fazendo Marta tremer enquanto sufocava. Mauricio estava a ponto de perder o disfarce para salvar Marta, mas Marcelo a largou, empurrando-a no chão. - escute Marta ... - Ele sentou cruzando as pernas em sua poltrona. - Você acha mesmo que eu realmente ''amei'' você ? - ele disse com desdem.

– O que ? - Marta disse quase que pra si mesma tentando se levantar.

– Você acreditou não foi ? - a voz dele agora aparentava uma falsa pena. - Tão ingenua.

–Do-do-do que esta falando ? - Marta se apoiou na comoda.

–De tudo isso, das nossas ''noites românticas'' - ele fez sinal de aspas. - Dos nossos ... jantares ... de tudo. Aquele baile, o seu coma de absorção... Você acreditou mesmo que eu me importei com você ?

– O que quer dizer Marcelo?! - Ela dizia ainda meio sem folego.

– Quero dizer que ... - Ele se levantou e chegou perto dela, fazendo-a se esquivar e se colar na parede com respiração forte. - Eu te enganei princesinha dos ventos. - Os olhos de Marta estavam chocados, como o resto de seu corpo. - Foi tudo parte de uma plano. Engravidar você, e prometer a criança para as trevas, em troca da vida de minha irmã. Logo depois, colocar um bebê de luz e trevas no lugar, e faze-las se alimentar dos seus poderes.

–Você ... Você ... - Uma lagrima desceu.

– Sou mal ? um mostro talvez ? - Ele mexia seu rosto próximo ao de Marta.

– Desde de aquele tempo ? ... tudo foi ... Mas, como sabia ? Como sabia de tudo o que iria acontecer e ... e porque ?

– Bom ... - ele se afastou alguns centímetros. - Quando a garota entrou em coma de absorção, eu e Carla vimos o quanto ela seria poderosa. Uma Aquariton, bem ali, dando sopa. Claro que tínhamos que pegar aquele poder. Marta propôs o plano, tudo bem esquematizado. Ela me disse que havia sido treinada por Arthur e que sabia todos os feitiços certos para tudo sair conforme o planejado. Ela sabia que o único jeito de conseguir poder suficiente, era vendendo sua alma para as trevas, e morrendo, foi a forma mais rápida. Ao renascer, tomou o corpo de Ally e bom, o resto você já sabe. - Disse ele com um sorriso sínico.

– Porque fez isso Marcelo ?

– Porque minha raça e superior. Mais forte do que qualquer filho do sol ou filha do mar, mas forte que o dos filho da terra, mais forte do que vocês, patéticos do ar.

– Mas... Sophia também sugou seus poderes!

– Sim... Bom ela precisava de energia, o primeiro passo para evoluir. Mas não se preocupe, minha alma ja foi escurecida, e meus poderes ja voltaram.

– Você se vendeu ...

– Sim, - ele se afastou, indo em direção aporta do quarto. - E sabe que não me arrependo. - ele se virou para ela. - Ainda ha tempo Marta... venha comigo ?

– Nunca. - Marta disse com nojo. - Você me fez acreditar que Sophia era a salvação pra nós, me fez acreditar na droga de uma profecia falsa. Eu ... eu .. quase a matei...

– Fala serio, Você acha que eu não sei o quanto você a inveja ? Marta, você sempre quis o lugar de Ally, ser como Ally.

– Meu erro foi ter deixado isso me consumir. - Ela abaixou a cabeça envergonhada. - Mas porque esta me contando tudo isso ?!

– Porque... Mortos não podem atrapalhar meus planos ... - Marcelo com uma esfera de luz roxa, atirou contra Marta, que caiu no chão já sem vida. Ele chegou perto para conferir o resultado. - Que pena ... No começo eu ate gostava de você. - Ele se virou e saiu do quarto. Desceu as escadas e saiu do casarão. Provavelmente indo ate a cúmplice.

Mauricio se fez em forma humana, correu ate Marta com alguma esperança de salva-la, mas o pulso já havia parado. Ele sem perder tempo, vasculhou o quarto atras do Colar Neuron. Jogou almofadas e travesseiros pelos aries, ate achar uma pequena falha do piso, ao arrancar uma parte da madeira, achou uma pequena caixa dourada com o simbolo da serpente e ao abrir ..

–Isso! - Mauricio pegou o colar e enfiou em seu bolso. Foi ate a porta e parou, pensando no corpo de Marta ali... jogado, esquecido e traído. Ele a pegou no colo, juntou seu arco e sua coroa e a carregou escada abaixo. Foi ate o jardim de trás e colocou seu corpo em meio as folhas, seu arco e sua coroa sobre suas mãos trassadas e disse : - Deus a tenha, espirito dos ventos. - Um vento forte tomou o jardim, Mauricio olhou para trás afim de saber de onde teria vindo esse tufão, ao olhar de volta Marta não estava mais lá, e ele ouviu uma Águia ao longe dizendo; Obrigada.


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