Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 33
Capitulo 33 - Coração de fogo.




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– Ei Dan, afinal pra onde estamos indo desta vez ? - O vento bagunçava os cabelos de George enquanto ele falava, o sol fazia seus dentes parecerem mais brilhantes e seu tom loiro denunciava a distancia que ele era um príncipe. - E o que veio pegar com seu avô?

– Eu estava pensando, com tudo o que aconteceu, tudo tão depressa ... Ally não foi até seu reino, nem chegou a conhece-lo. A classe Aquarimo nem a Eletro sabem do que houve com Ally. Tenho que contar a eles, ver se sabem de alguma solução, algo que possa me dar uma luz maior. Antes de te contar o que quero fazer, quero ir até la primeiro. - George assentiu. - E, vim até meu avô buscar uns mapas para não termos problemas em nos perdemos. Também peguei isto ... - Danilo puxou do bolso esquerdo uma joia vermelha que brilhava mais do que qualquer coisa já vista por George.

– Que linda ... - Os olhos dele brilhavam com a joia - Mas o que é ?

– Esta é a joia de minha família. Coração de fogo. Ela e o bem mais precioso e poderoso de minha família. Ela me da o direito de um pedido, meu avô me deu e pediu pra eu usar bem.

–Pretende pedir pra achar Ally?

–Não ... Isso farei sem ajuda da sorte. Farei com minhas mãos.

– Então o que pedira a joia ?

–Ainda não me veio algo - ele pendurou a joia no pescoço - Mas virá, eu a usarei bem.

A tarde vinha chegando e George e Danilo precisavam para pra comer algo e descansar. Encostaram numa cidadezinha pertencente aos domínios de LazyCity, algo como o ''interior'' da grande cidade. End, a cidade mais afastada da civilização que já existiu. O nome já dizia '' fim'', era com toda certeza o fim da linha para quem fosse parar ali. Sem sinal de tecnologia e sem o mínimo de condições básicas de vivencia.

–Que príncipes somos nós ? - George dizia olhando em volta - Olhe este lugar, não vejo um carro, uma tv, uma pessoa limpa...

–Só porque não e do jeito que você esta acostumado, não significa que seja ruim. O diferente não é estranho, e apenas diferente. Algumas pessoas não gostam da luxuria que as grandes cidades oferecem, o simples pode render muito mais calor ao coração do que o gélido e vazio mundo de ilusões caras.

–Você tem razão. Não vejo ninguém triste, todos sorrindo.

–São felizes assim. Com o pouco que tem. - Os dois rapazes entraram num casebre e pediram um quarto para alugar.

– Seu quarto é o 11, o jantar é as 20 horas e o café as 7. E por favor, caso os pombinhos forem fazem '' festinhas'' abaixem o volume, esse tipo de casal e muito escandaloso por aqui. - A atendente era ríspida e tinha falta de um atacante na dentição superior. Era arrogante e parecia entediada, tinha uma flor no cabelo na quase morta, vestia uma saia curta preta e uma blusa florida que marcava sua pança molenga. George e Danilo se entreolharam e subiram as escadas.

– O que ela quis dizer com ''pombinhos''? - Danilo frangia o cenho.

–E com '' esse tipo de casal'' ? - George completou. Os dois ficaram se olhando por uns estantes na frente do quarto.

– Você não acha que ? ... - Os dois falaram ao mesmo tempo. Caíram na risada com as insinuações da atendente que George apelidará carinhosamente de ''Madame pança firme''. O casebre tinha uma quantidade aceitável de hospedes, a maioria homens mercadores e que viajavam com todo tipo de mercadoria. Havia também uma família que voltava de férias e o carro quebrou a frente da cidade, os forçando a parar e procurar uma oficina.

O quarto não era nem grande nem pequeno, uma cama beliche num lado, uma escrivaninha de outro, tapetes, uma tv instalada na parede e uma grande janela que focalizava o sol. Dava pra se ouvir alguns gritos e choros de um bebe - provavelmente naquela família que encalhou aqui - ao fundo abafado.

–Quanto tempo ficaremos aqui ? - pergunta George subindo na cama de cima.

– Só ate o café, e pode descer dai - Danilo o segura pela blusa puxando-o pra baixo - A de cima é minha.

–Certo, decidiremos como homens maduros. Joken... pô! Ah! não e justo! porque você sempre ganha?

– É um dom - Danilo ri subindo em seu ''premio''. - Esta entardecendo, estou pensando em dar uma volta pela cidade, ta afim ?

–Não eu ... vou ficar aqui, mas pode ir.

–Certo, volto antes do jantar. -Danilo pula pra fora da cama, veste suas botas e sai. George vai ate a janela e o vê se afastar de vagar, assim que o perde de vista ele chama seus parceiros secretos.

– Yin, Yang ... - Os cachorros enormes aparecem numa serra próxima ao hotel. George calça seus sapatos e vai ate eles levando comida e agua. - Vocês são muito bons! nem eu mesmo senti a presença de vocês nós seguindo. Tenho que ir rápido, Danilo já vai voltar. Cuidem-se.

Danilo andava pelos corredores daquilo que chamavam de cidade. Muita poeira e nenhum asfalto. A terra pura cobria o chão. Carroças passavam e camponeses a cavalo. Uma gritaria assustou Danilo, que correu para um restaurante ali perto. Um assalto estava acontecendo e vitimas estavam presas dentro da cozinha do lugar. Uma multidão tomou conta dos arredores do lugar, curiosos querendo ver alguma ação.

–Afastem-se. Pode ser perigoso! - um guardinha fuleiro e gordo dizia as pessoas com voz que sustentava uma pose de durão. Um tiro foi ouvido de la de dentro, e fez com que o guardinha soltasse um grito fino. Danilo tentou entrar mas o guarda o barrou - Não, ninguém entra se não for da policia. - Outro tiro, o guarda se jogou atrás de uma viatura tremendo como um cachorrinho com frio. Danilo ultrapassou as faixas amarelas de ''PARE'' e entrou no restaurante. Estava escuro e ele ia abaixado por trás das mesas e cadeiras. Dois bandidos conversavam entre si.

– Isso é perda de tempo! ele não virá. - Um dos bandidos falou.

–A não? não sente esse cheiro... cheiro de flamejante! - Ao ouvir o que parecia ser o líder dos dois, Danilo se levantou com uma chama em sua mão esquerda.

– Certo, suas armas no chão e os reféns livres, ou ...

– Ou o que ? - o chefão disse.

– Ou... eu farei churrasco dos dois babacas.

– Então o pequeno rei acha mesmo que pode nós vencer ?

–E porque não acharia ?

– Acho que não esta nós reconhecendo não é Danilo ?

– Essa voz ... - Ao tirar as mascaras pretas, os ladrões se revelaram Derek e James, dois ex membros da sociedade Elemental. Foram banidos do grupo por não honrarem seus deveres. Foram tomados pelas trevas.- Derek! James! o que fazem aqui ?

– Viemos brincar com você! - James atira pra cima e Derek ataca Danilo com raios azuis. Derek e James não eram pertencentes de nenhuma família real ou poderosa, tinham conseguido seus poderes por meio de matança de seres mágicos e bruxaria. Com a parceria das trevas, estavam mais poderosos agora. Os raios de Derek não acertaram Danilo, que pulou pra cima de uma das mesas do salão. James controlava parte dos poderes de levitação, então colocou Danilo preso no teto. Danilo queimou parte do braço de James sem muito esforço, e caiu quebrando outra mesa. Derek furioso com o estado do amigo, jogava varias mesas em cima de Danilo, que queimava todas. Com um chicote de fogo, Danilo prendeu os dois e pegou as chaves da cozinha. Libertou os reféns e esquentou um pedaço de aço perdido ali pelo chão. Colocou no pescoço de Derek que estremeceu.

– O que fazem aqui e como sabiam que eu estaria aqui ?

– Nunca abrirei a boca pra você flamejante!

–Diga! - Danilo apertou o aço da garganta de Derek que gritou agonizante.

–Eu falo! eu falo! tira isso dele! - James entregava o jogo.

– Estou esperando. - Danilo mantinha seus olhos vermelhos como sangue.

– Um cara ...

–Que cara ?!

– Um cara, nós encomendou sua morte.

–Comece a trabalhar com respostas completas, ou será você que conhecerá o calor do aço!

–Certo certo! - ele se contorcia - Um cara, alto com pinta de marrento pediu pra virmos trás de você e seu amigo. Ele nós disse aonde procurar e disse que você ia acabar aparecendo aqui. Nós mandou matar você, não era pra você sair da cidade. Nós íamos prender você em algum lugar e depois ele iria passar pra pegar você.

–Algum nome ?

– Não ele não nós disse.

–Aonde iam me entregar a ele ?

– na colina, tem uma cabana velha. Íamos te arrastar até lá e te entregar a ele. Eles nós pagou pra isso. E Derek - ele cotovelou o amigo amarrado a suas costas. - Que te odeia aceitou, eu tive que vir com ele porque sou amigo, agora estou nessa roubada.

–Certo, não vou matar vocês. - James da um sorriso e respira aliado. - Mas...

–Mas? não espera tem um mas?!

–Quieto! Eu irei a essa cabana.

–O que ? ele vai matar você!

– Já mandei ficar quieto! - Danilo alterou a voz fazendo James olhar para baixo - Eu irei até lá, e um de vocês ira comigo. James, você que é tão simpático será o escolhido.

–Porque sempre eu ?! - Ele choramingou.

– Você ira no meu lugar, eu e meu amigo iremos nós passar por vocês dois, e então eu vou pegar esse desgraçado. Mas é claro que não vou deixar você aqui né Derek, você ira junto, ficara desacordado nos fundos.

–Desacordado ? - Danilo lhe da um soco na barriga, é quando Derek desmaia. Danilo mandou um menino que brincava ali por perto do restaurante ir ate o casebre e chamar George, que veio correndo. Danilo contou tudo o que havia acontecido e George, como todo bom amante de lutas, aceitou sem muitas perguntas. Os dois vestiram as roupas dos ladrões, e Danilo vestiu James com suas roupas, ao cair da noite, eles subiram a montanha e entraram na cabana.

–Espero que esse cara não demore, tem ideia de quem possa ser ? - George disse quanto arrastava Derek para os fundos.

–Tenho.

Passos são ouvidos pela floresta, o negociante chegou. Eles colocaram um saco na cabeça de James, e o sentaram na cadeira de costas para a porta. Um de cada lado, George e Danilo viram a maçaneta girar de vagar, quando a porta se abriu, Danilo viu que estava certo.

– Então, vocês realmente conseguiram minha mercadoria não é ? esta vivo ? ótimo, isso sim foi uma surpresa. - Mauricio disse entrando na cabana fazendo os punhos de Danilo e George se serrarem. - Porque estão me olhando com essa cara ? eu já lhes paguei!. - Mauricio virou a cadeira para sua frente, e tirou o saco da cabeça do que ele achava ser o corpo de Danilo. Ao tirar, uma surpresa - James ?! mas o que ? - Ele arregalou os olhos. George se moveu lentamente ate o outro lado, para fechar a porta. - Quem são vocês afinal!

– Sua morte acaba de chegar querido primo. - Danilo tira a mascara.

–Ate quím fim vou te cobrir de porrada mauricinho. - George tirou depois.

–Vocês ...

Danilo pegou Mauricio pelo colarinho da jaqueta preta que ele usava. Ele não queria usar poderes, e sim seus braços para aqui-lo, seria da forma antiga e divertida. O jogou na parede e perguntou :

– Porque quer me matar ?!

– Hora, quem no mundo não teria vontade de te matar? - Ele disse com ironia. Danilo socou sua fuça uma vez.

– Porque!?

–Porque me deu vontade. - Danilo socou sua fuça outra vez.

– Diga!

– Porque você me estressa. - Mauricio cuspiu um dente rindo. Danilo deu com o joelho em sua barriga.

– Fale!

– porque eu não quero que ache Ally ... - Ele caiu no chão tossindo sangue.

– E porque não quer isso?

– Porque Ally tem que ...

– Tem que ? - George o chutou.

– Ser minha.

–O que foi que disse ?! - Danilo se abaixou pra segura-lo novamente.

– Minha! Ally é minha! - Danilo o socou.

– Sua!? não me faça rir! você é primo dela animal!

– Sim, eu posso ser só o primo bastardo. Mas, eu fiu pra aquela droga de cidade, apenas por ela. Eu já sabia de sua existência a anos. Eu a observava, queria manter contato com a única família que tinha, de tanto a querer de longe, acabei querendo mais do que podia. Resolvi pegar a coroa so pra ficar ao lado dela. Assim talvez ... - Danilo o largou brutamente e andou de um lado pro outro em sua frente. - Assim talvez, ela também gostasse de mim. Dai você apareceu naquele maldito dia de escola! no dia em que eu finalmente falaria com ela, você com aqueles seus óculos horríveis! Eu vi vocês no parque GreenTree, vi vocês no baile e vi também você a protegendo do coma de absorção.

–Vocês e doente cara. - George disse o chutando novamente.

– Espera... James disse que você não queria que eu achasse Ally, que não era pra sairmos da cidade, mas porque? Diga ou eu te mato aqui e agora!

– Eu ... Eu sei o que há com Ally.

– Ela foi possuída não foi ?

–Sim. - Mauricio passa a mão em sua boca sangrando.

–Como sabe disso ?

– Eu vi quando aconteceu...

–Então, você sabe o que foi ?!

– Sim.

–Diga-me por favor diga-me!

–Nunca! não vou lhe dar o que você quer e ... ficar sem nada...

–Escute, faremos um trato, eu faço uma coisa por você e você me retribui contando tudo o que sabe, certo ?

–O que poderia fazer por mim ? - Ele disse com desdém.

–Eu posso limpar seu coração e purificar sua alma. Eu posso lhe devolver a vida e a vontade de viver. Posso tirar essa obsessão do coração e, quem sabe ate de dar uma família.

–família ?

–Sim, a nossa família. Você ficaria bom, e assumiria o trono que e seu por direito. Sendo assim, um de nós.

– Como poderia confiar em tais promessas ?

– Olhe em meus olhos, e saberá a resposta. - Mauricio olhou dentro dos olhos de Danilo, ele viu a chama da luz e a confiança em seus olhos.

–Certo, farei o que quer, mas... me cure primeiro.

–Confiarei em você, como esta confiando em mim. - Mauricio assentiu. Danilo se levantou e tirou sua joia de dentro da blusa. Fechou os olhos e fez o seu pedido. - Coração de fogo, este pedido não e pra mim, e para uma alma mais necessitada de pureza. Peço que lhe purifique e lhe traga de volta a luz perdida, que foi consumida pela sofrimento e pelos azares da vida. - A pedra vermelha começou a perder coloração e ficar branca, sua cor tomou força de gás que começou a flutuar no ar e entrou pelas narinas de Mauricio que ficou meio assustado. Os olhos dele tinham a cor antiga da joia e uma luz saiu deles. Seus olhos tristes ganharam vida, seus machucados foram curados e sua alma limpa.

–Eu me sinto ... - Danilo da a mão para que ele se levantasse. - vivo. Obrigado! - Mauricio abraça Danilo com sinceridade e ternura.

– Não a de que. Agora que é um de nós, por favor, ajude a achar a minha Ally.

–Certo, eu ajudarei no que for preciso.

– O que a possuiu ?

– Não e '' o que'' é '' quem'' .

– Alguém fez isso com ela ?!

– Sim, e não vai acredita quando contar.


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