–Estamos andando a horas ... Quando essa maldita vila vai chegar ? Não esta perdido de novo não e ? - Mauricio reclamava.

–Quieto mauricinho. A vila e logo ali, e só atravessarmos essa ponte suspensa. - George apontava para uma ponte mole e vagabunda de madeira suspensa sobre um dos caminhos de rio.

–Esta brincando não é ? olhe só pra essa ponte, um espirro e ela se esvai. - Disse Gabi.

–A nossa única opção. - Disse George entregando o Vit para Danilo.

–Esperem, eu talvez possa pedir para Jasper nos levar. - Marta se ofereceu.

–Não, isso assustaria os guardas e começaria um ataque, meu povo e bem louco por batalhas. Certo, vamos nessa. - George foi na frente, um pé depois do outro. Gabi veio em seguida, Marta e Mauricio, e por fim Danilo com Vit em suas costas.

–Cara, não me lembro de balançar tanto ... - George olhava pra baixo vendo pequenas pedrinhas se afogarem na agua.

–E agora que ele fala... - Diz Danilo.

– Não corram, só vai piorar tudo. - Mauricio avisou.

–Não olha pra baixo, não olha pra baixo, não olha pra baixo... - Gabi dizia pra si mesma.

–Você esta bem? - George olhava pra trás ainda andando.

–Não, morro de medo de altura.

–Venha, me de sua mão. - George aperta a mão de Gabi, isso a faz corar. - Isso ai galera, estamos chegando no meio.

O pequeno Vit começa a tremer nas costas de Danilo, seus olhos estão vermelhos e seus cabelo voava com o vento, isso fez Danilo se desiquilibrar, a ponte toda quase virou, todos estão parados agora.

–Mas o que acha que esta fazendo!!? - Mauricio reclamou .

–Vit esta tento outra alucinação.

–Corram! Corram! a bruxa voltou, ela veio me pegar, corram! - o garoto se contorcia mole nas costas de Danilo.

–Acalme-se! eu estou aqui, ninguém vem atrás de você! - Danilo segurava os braços do menino olhando para seu rosto assustado e desacordado.

–Ninguém pode parar a rainha gelada.

–Não e uma alucinação - Marta olhava para o fundo do mar com terror nos olhos - Corram!

O rio começava a se zangar e suas aguas ficaram inquietas. Todos corriam enquanto uma força agitava as aguas. A ponte tendia a cair mais eles conseguiam se equilibrar, quando Mauricio chegou em terra, todos olhavam para trás a procura de Danilo. Danilo pisou numa tabua falsa e afundou seu pé na ponte, deixando o Vit de olhos vermelhos caído e se debatendo de terror, seus olhos sangravam e Gabi gritava do outro lado já salva. Danilo lutava pra se salvar e quando seu pé finalmente se soltou, foi quando apareceu a onda da rainha. Ally estava ali, na frente de seus olhos, comandando todas as ondas, em seu traje de rainha do gelo, de braços cruzados por cima da onde que virava gelo.

–Ally ... - Disse ele surpreso.

– A morte chegou pra você garoto. - Ela nem parecia ligar para o fato de Danilo estar ali, ela só se preocupava com Vit, que gritava sem parar, George segurava Gabi que estava gritando desesperada.

–George! preciso chamar Jasper! - Marta gritava em meio ao vento.

– Certo chame!

–Jasper, espirito dos ventos, preciso de você - Ela segurava seu colar, seus olhos ficaram em um tom verde esmeralda pura, e os ventos aumentaram quando Jasper apareceu vindo de uma nuvem nos ceus. A enorme Águia não preocupou Ally. - Jasper Leve Vit daqui!

A enorme águia se posicionou em cima do garoto, tentando pega-lo com suas garras, Vit se balançava muito e por isso acabou caindo da ponte, Jasper desceu pra pega-lo, mas Ally foi mais rápida, com uma onda ela engoli-o o corpo do garoto.

–Vit! Não! - Gabi dizia desesperada! George, faça alguma coisa!

–Não posso! não aqui, Tector não luta na agua.

Jasper dava mergulhos rápidos na agua atrás de Vit, mas nem sinal, Danilo permanecia imóvel olhando para Ally, a ponte balançava mas sem explicação ele não caia. Mauricio foi ate ele e o puxou. Vit foi jogado pra cima por Ally, que agarrou-o pela cabeça e o envolveu com uma rajada de agua, o barulho de seus ossos quebrando foi ensurdecedor, Gabi desmaiou ao ver a cena. O sorriso de prazer nos olhos de Ally assustaram Danilo, isso o fez ter certeza, não era mais a sua Ally.

–Ally! Porque fez isso! e so um garoto! - Danilo gritava a ela. Ally numa atitude fria o olhou sem expressão, e voltou para o fundo do mar. Danilo foi correndo ate o outro lado.

–Gabi, Gabi acorde. - Marta tentava acorda-la.

–Não! não posso acreditar.. ela o matou! meu irmão! a única pessoa que eu tinha no mundo!

–Calma.. respire. - George tentava acalma-la. - Venha, vamos embora, não queremos que ela volte.

Mauricio manteve um sorriso calado em sua face, enquanto todos os outros andavam em silencio ate a vila que já estava bem próxima. Como não tinham mais o porque prosseguir, lá eles encontraram os pais de George e explicaram todo o que havia acontecido. Sem mais delongas, montaram nos ombros de Jasper e resolveram voltar para casa, pensar novamente aonde ir, qual caminho seguir. Marta temia pela vida de Marcelo ao chegar em casa. Jasper os deixou bem na porta do casarão.

–Marcelo... Marcelo... - Ela gritava entrando pela sala.

–Estou aqui Mah. - Ele a recebeu saindo da cozinha, correu pra abraça-la e lhe deu um beijo.

–E Sophia? como esta ?

– Esta la em cima, dorme, esta tudo bem com ela.

–Ótimo!

–E porque estão de volta ?

–Bom nós... perdemos a chave.

–Como assim ?

–Ally matou meu irmão. Ele era a chave pra acharmos o lugar aonde aquela bruxa se esconde! - Gabi chorava.

–Você é aquela menina da floresta ... Esperam, aquele garoto, era um Vitden?

–Sim, e o perdemos, não sei mais o que fazer. - Danilo subiu para seu quarto.

Danilo entrou pela porta de vagar, assim que pisou pra dentro uma onda de lembranças vivas o acertou, o cheiro de Ally estava por todo lugar. As fotos... o pisca-pisca que seu pai avia lhe dado para fugir das tempestades, tudo. Danilo sentou na cama e olhou para a janela. Resolveu ir para a sacada, se apoiou na grade e olhava para o mar.

–Minha Ally... será que ainda pensa em mim ? - A voz de Danilo equalizou na cabeça de Ally em seu castelo de gelo.

–Inferno! - ela gritava. Sua criada veio ver o que a aborrecia.

–O que a minha senhora ? algo a preocupa?

–Não e que... vozes malditas! deixe-me sozinha!

–Como quiser senhora, mas este convite acabou de chegar.

–Deixe-o na mesa, depois verei do que se trata. - A pobre criada se afastou fechando as portas da sala devagar. - Maldito vermezinho flamejante. Tão longe e mesmo assim não me deixa em paz! A alma daquela azeda ainda se derrete por ele! Alany Martins! fraca e nojenta! Essa Ally morreu! a nova e uma versão mais bonita, e melhorada. - Ela sorri pra seu espelho de mão. Seus olhos passaram pelo papel na mesa ao lado de seu trono. - Mas o que será isso ? - Ela o abre.

'' Com todo o respeito que o conselho Elemental convida a senhorita Alany Martins ao baile de Elementos. E de extrema importância sua presença.''

–Baile? Mas será que eles não sabem que .... Hm... isso pode ser muito divertido. - ela sorri maliciosa - VICKTO!

–Sim minha rainha.

–Você acha que o conselho ainda não sabe que vim para as trevas ?

–Creio que não minha rainha. É provável que seus... ex amigos queiram manter segredo, talvez acham que possam deter a sua fúria.

– tolos - ela ri em voz alta. - Certo, arrume tudo o que for necessário, irei a esse baile.

–Um baile ? - George lia o papel que acabara de chegar. - Como querem dar um baile uma hora dessas ?

–E a tradição George, havia me esquecido dele, também, com tudo isso... E além do mais, eles não sabem sobre Ally. - Marta dizia com Sophia em seu colo.

–Esta certa. - George assentiu. Danilo descia as escadas. - Ei brow, temos um baile pra ir.

–Baile?

–Sim, o baile do conselho.

–Tinha me esquecido disso. Não vou.

–A você vai, todos nós iremos, e nossa obrigação. - Marta diz.

–Acha que.. Ally vai estar lá ?

–Acho pouco provável...

Na noite seguinte todos estavam em seus trajes de Gala. Elegantes, porem desanimados. Gabi, apesar de ainda abalada, se ofereceu para ficar com Sophia.

–Não estou com o menor clima pra sorrir hoje . - Disse Danilo.

–Nenhum de nós está. - George concordou.

–Não sei do que estão falando... - Mauricio descia as escadas abotoando seu traje - Esta e uma noite maravilhosa, na verdade, meu primeiro compromisso como Aquarion.

–Bom pra você almofadinha. - George desdenha- Ei Dan, a missão acabou, já posso bater nele ? - George sussurrou.

–Ele ainda pode ser útil. Tenha paciência.

Então seguiram para o palácio Elemental. O lugar estava arrumado, - mais do que o normal, todos sorriam - menos os príncipes e princesas, que tinham mais cara de velório, exceto Mauricio, que sorria. os convidados das mais altas classes estavam naquele salão. Muita comida, muita bebida, e mulheres enfiadas em vestidos agarrados, loucas para conquistar um dos poderosos. Chefes de guerra, generais, todos bem acompanhados e felizes. Os reais assumiram uma mesa especial e bem ao centro, haviam guardas por todos os lados. O cochicho aumentou e todos olhavam para a entrada, descendo as escadas, numa vestido justo e preto, Ally fazia seus cristais brilharem mais do que podiam. os reais ficaram chocados com a presença de sua, ex amiga. Danilo não podia conter o nervosismo.

–Meu Deus! ela veio! - Marta cobria sua boca com uma das mãos.

–Não posso acreditar - George dizia.

–Esta maravilhosa . - Mauricio mordia seu lábio.

Danilo só sabia olhar, sua respiração estava pesada, e seus olhos a seguiram ate uma mesa separada.

–Quem é o velho que esta com ela ? - perguntou George.

–Provavelmente algum capacho que ela herdou do pai - Marta diz.

Ally percebeu o olhar de seus ex parceiros e sorriu maliciosamente.

–Temos que pega-la! - George disse.

–Aqui não. Não podemos deixar com que os conselheiros saibam. Aqui ela esta protegida. - Marcelo se conformava.

Ally passou a festa toda sentada em uma mesa logo a frente da dos reais, ninguém deu muita atenção do porque ela não estava junto a eles. Ela riu, comeu, bebeu e se divertiu dando curtas e esnobes olhadas para Danilo a noite toda, que não parou um minuto de olha-la. A festa já estava quase no final, e o presidente do conselho, um polco alterado pelo vinho, subiu ao palco meio cambaleante para fazer um discurso meio confuso. Ally se levantou e foi ate o corredor, Danilo sem pensar a seguiu.

Ela foi ate uma sala no topo do palácio. Entrou e antes que fechasse a porta, Danilo colocou seu braço para impedi-la. Ele entrou e ficou encarando-a.

–Não vai dizer nada ?

–O que quer que eu diga ?

– Que estou bonita.

–Você nunca me pediria isso se fosse você mesma.

–O que quer dizer com isso ?

–Quer dizer que estou quase me convencendo que você não e Ally. - A revelação de Danilo abalou-a um pouco mas ela logo voltou a pose.

–Ela ficando louco, seus olhos não veem que sou eu ?

–O corpo sim, a alma não.

–Hora deixe de bobeira! - ela tentou sair mais Danilo a pegou pelo braço. - Largue-me!

–Seus olhos... Esses não são seus olhos. esse não e o cheiro que me lembro. Suas marcas de expressão não são assim.

–Acho que bebeu de mais!

–Aé? - Danilo beija Ally de surpresa, no inicio ela reluta, bate em seus ombros, mas depois, seus olhos mudam de cor, e ela se entrega ao beijo. Danilo para pra olha-la - Essa é você - Ele sorri e volta a beija-la. Ele aperta contra seu peito, puxando-a pra si mais e mais. A empurra na parede fazendo com que os quadros caiam no chão. A intensidade e forte, os beijos aumentam e os dois querem mais. Danilo esta disposto a lembrar a Ally, quem ela e.

Pernas laçadas e corpos unidos, aquele velho casal se encontra novamente. Danilo acende, Ally se rende. No final de tudo, na porta da sala, eles se beijam um pouco mais.

–É bom te ter de volta. Porque estão tão quieta ?

– Danilo, preciso te dizer uma coisa eu .... - Ally e tomada por uma dor infernal, Danilo se preocupa em segura-la mais ela foge de seus toques. - Se afaste de mim! - uma voz de bruxa tomava o corpo de Ally - Dan.. me ajude - Ela olhava pra ele com seus olhos de duas cores, seu olhar de pavor deu a certeza de que Danilo precisava. Ally pulou pela janela apanhada por uma agua negra como a escuridão.

–Ally! - ele gritava - Eu vou salvar você!

–Danilo? ouvimos os gritos, todos já foram embora, o que houve aqui ? - George entra pela porta.

–Era Ally, eu sei o que ela tem! Não e ela de verdade.

–O que esta dizendo!?

– Ally foi possuída.