Depois de conhecer o meu conselheiro estranho, fui andar pela cidade. Todos sorriam pra mim e se curvavam quando eu parava na frente alguma lojinha ou barraca, não e uma coisa que me agradava porem, eu tinha de aceitar.

- Princesa Allany, e uma honra tê-la em meu humilde café - Senhor G, o dono o café em que eu adorava ir me recebia na entrada. - Deixe-me servir seus bollypolons, sente-se, a casa e sua.

- Ora deixe disso Senhor G, venho aqui a anos, não quero que me trate diferente.

- Sim majestade... digo, Ally - ele sorri e logo me vem com meus bolinhos preferidos e uma xicara de café quente. Estava quieta e relaxada, o barulho das pessoas ao me redor não me incomodava, era eu e eu como a tempos não acontecia.

-Ei amor ! - Danilo me chama quebrando o silencio. - Estava pensando, quer ir nadar?

- Nadar... Desculpe, não estou muito no clima.

- Tocar um pouco talvez?

- Eu não ...

- Dar uma volta, ir ate a praia e só andar? ver um filme em casa?

- Danilo... - eu aumento a voz - Desculpe, eu só gostaria de ficar sozinha, um pouco, intende?

- Algo errado?

-Não, nada errado, juro.

- Esta bem, bom café. - ele beija minha testa e se vai. Não sabia o porque, só não estava mais querendo companhia, eu to gostaria de ficar sozinha, como antes, só eu e eu.

Depois de alguns pratos e pratos de bolinhos, recebo uma SMS de Danilo

'' Ei, tenho uma surpresa pra você, venha pra casa mais cedo se puder, beijo''

Li sem muito animo, não sabia o que era, mas eu não estava tão afim de saber afinal. Fui ate o parque Green Tree acompanha de um livro de poesias do DC Monroe.

``Sou um meio nada do quase sempre, no sempre quase de ser feito de não ser. Do quanto ser no quando sou, de tanto ser feito do tanto que fui, deixando ir o que não chegou, na partida do que não se uniu, existindo numa vida que não se vive, sendo o ser de feitos de fatos, nas portas fechadas dos portas retratos: sou um complexo do Eu só.`` - DC Monroe.

Passei horas e horas lendo, quando vi, já era tarde. Juntei minhas coisas peguei o carro e fui para casa. Ao abrir a porta, vejo pétalas de rosas murchas jogadas pelo chão, me levavam ate a sala onde havia mais rosas, velas, e vinho. Apenas uma taça havia sido usada, eu esquecera de Danilo. Subi as escadas e fui ate o quarto pensando numa desculpa, ele vem ate mim assim que chego no andar de cima.

- Danilo... me desculpe eu ...

- Você não veio. - ele vira as costas e entra no quarto.

- Eu sei, me perdoa pelo atraso, ainda podemos comer.

- Não podemos, você já estragou a surpresa e todo o sentido da noite.

-Qual é não e pra tanto.

-O que disse?

- Só estou dizendo que não precisa fazer uma cena só porque eu me esqueci de jantar com você.

- Então você realmente se esqueceu? Me perdoe por tentar ser um bom namorado a você princesa Ally. Eu poderia saber aonde estava?

- Eu estava ...

- Quer saber não diga. Vou sair um pouco.

-Qual é, e só um jantar!

- Só um jantar? seria O JANTAR. Eu iria comemorar com você o seu primeiro dia. Iria te dar umas dicas e iria dizer que fui coroado rei mais cedo. Mas você não se importa.

- Você recebera a coroa? que incrível!

- Quando parou de se importar comigo?

-O que esta dizendo?

-Quando voltou a ser tão fria?

- Eu não estou ...

- Esta! e não minta pra mim - ele grita. - Você não vem mais ate mim. Não fala quase comigo, esta seca. Não temos uma noite juntos a dias, você esta distante. Como antes ...

- Pare de falar besteiras!

- Não são besteiras e você sabe.

- Quer saber cansei de você! - eu grito - Cansei de suas melosidades, seu romancismo exagerado, seu drama tudo! não sei o que me deu quando aceitei ser seu par! - A expressão de Danilo era de pânico, como se não reconhecesse a pessoa que estava ali a frente dele.

- Quem e você? - ele sussurra e sai.

Me pego socando paredes e rasgando travesseiros, o que esta havendo comigo? Em meu braço, uma estranha mancha preta arde ao se formar. E como uma nuvem viva na minha pele se mexendo. Gotas de sangue começam a pingar no carpete, minhas vistas se embaçam, eu desmaio.

Estou num mar escuro, o cheiro de enxofre me e família. Estou embalada por aguas desconhecidas e ao meu redor feixes  de fogo caem nas aguas. Nado pra cima mais a superfície nunca chega. Olhos vermelhos se formam a minha frente, grandes bigodes escamas finas começam a aparecer e um enorme dragão negro se forma a minha frente. Eu tento nadar com força e meus gritos são abafados pela agua. Ninguém poderia me salvar, eu estava morta sem duvida.

- Ally... venha ate mim - A voz rouca e imponente equalizava nas ondas do mar. - Ally, eu poderei te salvar, Ally ...

- Socorro!! - eu levanto da cama encharcada de suor. Danilo esta ao meu lado e todos os outros também, e um alivio ver rostos conhecidos outra vez.

- Calma, esta tudo bem, respire - Marta diz me segurando. - Foi so um sonho ruim.

- O que aconteceu comigo ?

- Danilo chegou em casa ontem a noite, te viu desmaiada e nos ligou. Seu pulso ensanguentado e com uma marca preta. - Eu levo a mão ao pulso que agora esta enfaixado.

- Da ... - Eu o olho, mas ele não me retorna o olhar. Esta com os olhos fixos na janela. - Me perdoe por ontem eu não ... - ele sai do quarto.

- O que houve Ally? achei que ontem vocês iriam comemorar. - Marta passa as mãos por meu cabelo, os outros saem nos deixando a sós.

- Iriamos eu acho... - eu me sento - Cheguei atrasada e perdi o jantar. Ele ficou chateado e eu fui tão grossa ...

-Não e a primeira vez não e?

-Como assim?

-Já tem algum tempo que você tem deixado Danilo de lado. Não só a ele mais a nos todos. Tempo de mais trancada no quarto, sozinha. E quando não e no quarto e presa em seus próprios pensamentos que você não divide com ninguém.

- Eu venho fazendo isso ?

-Vem. - ela se senta ao meu lado - A algo errado?

- Não eu ... eu acho que não. Esta tudo bem pode me deixar sozinha?

-Mais Ally ..

- Saia.

-Certo.

Todo aquele papo de Marta me dava sono, eu não queria estar ali. Rodeada por bobões. Tirei a bandagem do meu pulso e a mancha preta agora havia formado um dragão que serpenteava em meu pulso. aquilo me fez sentir deliciosamente, poderosa.