Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 20
Capítulo 20 - Mister Manguaça




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/383447/chapter/20

– Pronta pro primeiro dia? – Danilo me perguntava quando entravamos no carro a caminho do Centro Elemental. Seria lá que eu finalmente teria meus primeiros deveres de princesa.

–Vou inundar aquele lugar ! – Eu disse com olhos brilhando. Não admiti, mas estava um pouco nervosa. Eu sabia que Mauricio apareceria por lá, mas, eu não ligava. Só queria colocar ordem e fazer as coisas do meu jeito, pelo menos... As coisas que só precisavam da minha aprovação e não a minha e de Mauricio em conjunto. Todos chegamos em nossos carros ao Centro Elemental. Sophia havia ficado com uma amiga de Marta, Lucia.

–Aqui estamos Ally, pronta pra botar Fo... – George se interrompe olhando párea Danilo que sorri – Quer dizer, água, em tudo La dentro ? – olhamos para ele com uma interrogação em nossas faces.

–Você já fez piadas melhores brow – disse Danilo balançando a cabeça.

–Eu sei eu sei, preciso de um UP. – ele rebate. – subimos as escadas e cada um se dirigiu a sala de seu respectivo conselheiro.

–Com licença... – eu dizia a senhorita zangado.

–O que é? – ela tirou os olhos do livro com fúria, os óculos cor de vinho tinham pontas afinadas e pareciam cortar qualquer um que ousasse atrapalhar a sua leitura.

–é meu primeiro dia, sou a princesa Ally, tenho assuntos com Gasmar.

–Eu sei quem você é. – ele disse com voz áspera. – Só um instante, vou ver se o Velho, quer dizer, Senhor Gasmar, vai vê-la. – ela larga o livro grosso que estava lendo na mesa e se esforça pra chegar a ponta da cadeira que para suas pequenas pernas de ‘anã’ eram altas de mais, da um pulo esforçado até o chão e sai num passinho de pingüim até a sala de Gasmar. Admito, tive que me controlar para não rir, e tenho certeza que ela me viu segurando a risada. A porta se bate e eu me distraio com as coisas da mesa da baixinha ranzinza. Estiquei-me um pouco para ver o que ela estava lendo, não pude conter a gargalhada. Duvido que um catálogo de modelos de cueca em poses provocantes, seja o trabalho de uma secretaria Elemental. Os passos curtos e barulhentos dela me assustaram e imediatamente coloquei a mão na boca para fingir um tose repentina.

–Esta gripada? Não me passe germes !. – ela resmungou.

–Deve ser a poeira. – eu limpada a garganta.

–Esta dizendo que este palácio é sujo?! – ela para na minha frente olhando para cima, tendo que esticar toda a sua cabeça para me olhar dos olhos.

–Não não senhora, acho que deve ser a gripe mesmo.

–Ora gripe, nem esta frio. Acho que até esta calor aqui. - ela me da as costas e da dois passos curtos de pingüim abanando a blusa.

–Talvez devesse tiraras as Cuecas ... – digo baixinho.

–O que disse? – ela se vira para mim com rapidez.

–As blusas, talvez devesse tirar sua blusa, é de lá então, deve esquentar...

–Sim, ate que tem razão. Esta um inferno aqui de tão quente.

–Quer que eu chame o bombeiro? – digo baixo de novo.

–O que disse? – diz ela com as mãos apoiadas na cadeira para tentar subir.

–Não, não disse nada. Então.. Posso falar com Gasmar?

–Não, não pode.

–O que?! Porque?! Esta ocupado?

–Não, ele esta bem. Tomando um xá para ser mais exata.

–Ele quer que eu volte depois?

–Escute mocinha. – ela tenta por uns minutos subir na cadeira, da pulinhos e pulinhos e não consegue subir. Ela se pendura varias vezes mas os pés sempre voltavam ao chão. Eu eu ria em silencio e saberia que mais cedo o mais tarde a gargalhada sairia. Eu solidaria como sou, pego um pacote que estava aos pés da mesa, e coloco ao lado da cadeira, ela me olha de baixo por um instante e sobe. Quando finalmente consegue se acomodar na sua cadeira enorme para ela, esta ofegante e despenteada, tenho dores na barriga de tanta risada segurada.

–Então? – ela respirava tomando fôlego – sobre o que falava mesmo?

–Sobre Gasmar e seu chá... – disse eu.

–A sim... – ela passou as mãos no cabelo curto – Gamar é o conselheiro dos Aquarimos, e você é uma Aquariton. Não se consultara mais com ele.

–Ora, e com que então ? – pergunto

–Vai ser com o Mister Manguaça.

–Em? – digo franzindo o cenho.

– Mister Manguaça será o seu conselheiro. Você o encontrará no final do corredor agora vá.

–Mas, senhora...

–Escute! – ela bate na mesa e eu me assusto – Ele é o conselheiro mais sábio e mais poderoso. Agora, vá!

–Esta bem, esta bem! – eu saio com passos rápidos. – Espero que meu pressentimento esteja errado – cochicho. Cheguei a ultima porta do enorme palácio. – Senhor Joe – leio na porta. – Ué, será que ela me deu o nome errado? – Descido bater na porta pedindo informação. Um toque, dois toques, ninguém atende. – Alô? Tem alguém ai? – eu bato mais uma vez, com um pouco mais de força e a porta cai de ante de mim fazendo um barulho enorme que equaliza por todo o salão. Estou em estado de choque, olhos esbugalhados e de boca aberta. – Ai meu Deus, eu sinto muito mesmo! – digo sem olhar para frente. – Alô? Tem alguém ai? – A sala estava vazia e empoeiradas. Pacotes de salgadinhos por todo lado em estado imundo. – Tem alguém ai? Oi? ... acho que entrei na sala errada... – Fui entrando de vagar. A medida que eu entrada no lixão que estava aquela sala, mais cuidado tinha para não pisar nas latinhas de cerveja e restos de salgadinhos e lanches que tinham no chão. Cheguei a mesa de madeira repleta de revistar de mulheres semi nuas – O palácio é um lar de tarados – pensei comigo. Um barulho alto e rouco me assusta de repente. – Oi? Tem alguém ai? – me estico na mesa – Estou procurando o Mister ... AAAH – eu dou grito quando olho para o chão do outro lado da mesa, um velho fedendo e desacordado roncava largado de baixo da mesa, estava com uma garrafa de álcool na mão e com meu grito, ele pula batendo a cabeça no móvel.

–Quem? O que? Aonde eu to? – ele dizia dando pulos de ninja.

–Mais que diabos estava fazendo ai de baixo? – tento recuperar o ar com a mão no peito.

–Dormindo, não percebeu? Alias, quem é você e o que esta fazendo aqui?

–A sim.. me desculpe. Estou a procura do Mister Manguaça.

– EI, VEJA LA COMO ME CHAMA MOCINHA! – ele tentava se equilibrar nas pernas. – NÃO GOSTO DESSE APELIDO IDIOTA E SEM NEXO QUE ME DERAM!

–Sem Nexo? Serio? – eu ergo um sobrancelha.

–Sim, sem nexo. – ele se senta na cadeira – Meu nome é ... – ele coça a cabeça – É... É ...

– Senhor Joe? – dou uma ajudinha.

–Isso, isso mesmo! Nós conhecemos de algum lugar? Talvez de Vegas?

–Ta brincando comigo NE?

–Já vi que não nós conhecemos não é?

–Não – digo revirando os olhos.

–Então, em que posso ajudá-la? – ele coloca os pés da mesa. Eu solto um suspiro

– A Secretaria de Gasmar me pediu para procurá-lo. Sou Alany Martins, princesa Aquariton. – ele que não parecia se importar muito com o que eu dizia, arregalou os olhos quando a palavra “Aquariton” saio da minha boca e chegou até seus ouvidos.

–Disse, Aquariton? – ele se levanta e se aproxima de mim.

–Disse – eu recuo .

–Você é chave! – ele dizia maravilhado.

–Chave? Que chave?

–A chave! A chave! – ele dizia alegremente.

–Por Deus! A chave de que?!

–Sente-se – disse ele se sentando em sua cadeira.

–Me diga logo! – eu me sento afastando pacotes vazios que ocupavam a cadeira.

–Minha querida... você é a chave de ... – ele desmaia na mesa e volta a roncar.

–Ah Qualé! Logo comigo?! – resmungo sem acreditar no que eu vejo. – Acorda velho – lhe dou um tapa no rosto.

–Em? o que? Aonde? Quem é você? – ele da mais pulos de ninja.

–Quer por favor me dizer, que chave é essa que disse que eu sou? – eu coloco as mãos no cenho, de olhos fechados.

–A sim desculpe. – ele se senta rapidamente. – Você é a chave dos mundos. Escuridão e luz, magia negra e magia pura. Você queria Alany... – ele segura minha mão- É a chave que colocara os dois mundos em paz outra vez ! – ele sorri de um jeito que me assusta. Eu puxo minha mão de volta com meus olhos mais esbugalhados que antes.

–Você tem serio problemas, não? – ele faz cara de quem não entendeu – Mas, - eu me arrumo na cadeira – se você é tão poderoso e respeitado, porque tem um apelido como Mister Manguaça? Quer dizer, sei o motivo porque ta na cara – ele aperta os olhos e ergue uma sobrancelha – Quero dizer, os conselheiros são respeitosos e de postura...

–Digamos que eu não seja como meus irmãos. Mamãe sempre disse, Joe seja com seus irmãos! – ele se levanta – Nunca gostei disso, sou jovem e bonito, por isso... quero mais é viver!

–Jovem? Bonito?

– Por acaso tem problemas nos olhos minha querida?

– Por acaso já se olhou no espelho velho? – ele franje a testa e sai chutando os pacotes no chão ate o espelho do móvel na parede.

– AI MEU SANTO GARGALO! – ele se assusta – Devo ter perdido o controle do encantamento quando estava... estava ...

–Manguaçado ?

–Não! Quando estava fora de mim. – Ele fecha os olhos concentrado, cruzando seu dedo indicador com o médio e seu anelar com seu mínimo. Fazendo a mesma coisa na outra mão. Uma aura azul sai de seu interior e vai mudando cada centímetro de seu corpo. Ele estava mais alto, cabelos mais pretos e um sorriso largo. Ombros retos e sua postura esta armada. Parecia um jogador de futebol bem musculoso. As rugas já não existiam e sua voz estava mais potente e maliciosa. – E agora gatinha? Toparia sair comigo?

–Ainda sei que você é um velho, bêbado e babão por trás dessa magia toda. – digo com desdenho.

–Muito gentio – ele fecha a cara.

–Vamos ao assusto. Como pretende me ajudar? Tenho coisas a fazer!

–Ei, Ei, não se grila. Vamos ao povoado mais tarde, temos um reunião para saber dos moradores quais melhorias precisam ser feitas. Você da uns abraços, beija alguns bebês e cai nas graças do povo.

–Ta me achando com cara de política? – Eu me levando – Escuta aqui cara – o seguro por seu colarinho – Estou nisso pelas pessoas, pra pretejá-las! Se você quer sair por ai vivendo sua vida, que saia! Eu farei tudo sozinha. Mas, não me trate como se mandasse em mim e isso tudo não tivesse importância.

–Ei, vai amassar a jaqueta! Isso é couro sabia! – eu o solto e ele se conserta. – Certo, vamos falar serio agora. O conselheiros existem para monitorar o reino e ajudar com decisões difíceis e importantes, ajudar você a entender seus poderes e evoluí-los. Mas, como você é uma Aquariton, já controla bem tudo isso. Só, deixe-me trabalhar e qualquer coisa eu ligo pra você esta bem? Quando se trata de pessoas, eu sou responsável. – O tom de voz dele me pareceu serio, então resolvi acreditar.

–Mas, e Mauricio ?

–Ah sim, o primo bastardo não é? Bom, ele virá até mim mais cedo ou mais tarde. Não se preocupe, eu te ligarei.

–Certo. – Saio da sala em direção ao povoado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oculto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.