Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 19
Capítulo 19 - E a desgraça é vomitada.




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A multidão toda já tinha me aceitado como princesa Aquariton. Eu tinha duas raças para proteger, eu mal podia esperar para o primeiro dever como princesa. O conselheiro Gasmar levanta de seu lugar ao lado dos tronos, abre uma redoma de cristal que brilhava com o brilho do sol. Danilo me presenteava com um dia radiante. Gasmar tira minha linda coroa de dentro da redoma. Era fina e com ondas em azul que representavam as ondas do mar. Haviam pequenas faíscas estampadas representando os raios, servia como uma linda tiara. Me senti poderosa ao senti-la tocar minha cabeça e se encaixar na minha testa.

Escuto palmas solitárias e fortes vindo de fora e passando pela entrada. – Espetáculo lindo, ótimo circo, temos direito a mais uma rodada só que dessa vez, com um toque de baixaria? – Mauricio dizia com ironia. – Lindo de verdade, até me emocionei com seu discurso querida prima.

–Mas o que esta fazendo aqui? – pergunto com raiva.

–Meu rapaz, esta atrapalhando. – O anfitrião diz com educação.

–Eu atrapalhei o espetáculo? – os buxinhos vindos das platéia só inflavam mais o ego de Mauricio disposto estragar o meu momento. – Por favor me perdoem... – ele sobe ao palco com pulinhos – Eu só queria parabenizar a família da minha querida prima, por tal feito tão incrível.

–Mas que diabos esta falando estorvo ? – digo perdendo a postura.

–Não se revolte querida prima. Eu só estou aqui, para lembrar a todos o quando, a família Martins, é boa e caridosa. – ele faz uma pausa e me da uma piscadela. Danilo levanta para pega-lo mas eu o seguro.

–Deixe Danilo, deixe o rato falar. – digo.

– A alguns anos atrás, nos conflitos entre raças e reinos, duas famílias se digladiavam. Aquarimos e Electros. O Rei Aquarimo naquela época, Ferdinand Martins, vulgo avô de Ally, se encantou com uma protituta da cidade. Eles tiveram um caso por varias noites. Ele prometia amor eterno , e ela boba aceitava e correspondia. Certa vez, a moça engravidou. O rei, com suspeitas de que sua mulher estava desconfiando, mandou seqüestrar a pobre coitada, e mandou que a levassem para uma ilha isolada. A chamada Ilha de ninguém, onde nenhuma raça tem domínio. Ela sem entender o porque daquilo tudo, entrou em desespero quando os guardas a levaram para o navio. Na ilha, a deixam pra morrer num deserto mortífero. Mas, por sorte, um camponês viúvo passava por ali a cavalo, a viu caída no chão, de barriga e desmaiada. A levou para sua casa cuidou dela, agradecida a pobre coitada lhe prometeu casamento. Por sorte, acabaram se casando e se apaixonando. Quem era a pobre coitada? Minha Avó Clarissa. – A platéia toma um susto, meu coração quer sair pela boca. – Estava grávida da minha mãe, se não fosse por aquele camponês, minha mãe teria morrido. Mas, o destino nunca deixa por isso mesmo não é? Quando minha mãe se casou com meu pai, e logo me teve. Tentou entrar em contado com seu amado e inspirador avó querida prima. E o que aconteceu? – ele faz uma pausa abaixando a cabeça - SEUS GUARDAS A MATARAM! – ele grita – QUERIAM APAGAR OS ÚLTIMOS VESTÍGIOS DA TRAIÇÃO QUE REDEU TANTA DESGRAÇA! Perdi minha mãe aos sete anos. E logo aos oito meu pai se foi numa invasão dos Aquarimos tentando tomar a ilha QUE FOI COMANDADA POR SEU PAI! – estou chocada, não sei o que dizer. Não posso acreditar que... aquilo tudo seja verdade, não, não poderia! – SUA FAMÍLIA ME TIROU TUDO! FEZ MINHA FAMÍLIA RASTEJAR NA LAMA E NA DESGRAÇA POR DUAS GERAÇÕES! – ele se volta para o publico – E agora, a terceira esta mudando isso. Eu, Mauricio Virtins, tenho sangue Aquarimo e elétron. Por isso, sou um Aquariton assim como minha querida prima Allany Martins. Não serei apenas príncipes elétron, mas sim, terei o mesmo poder sobre vocês que minha querida prima tem! E eu prometo, não serei nada bondoso!-ele se vira para Gasmar – É melhor minha coroa estar pronta até daqui a dois dias. – Ele apenas deixa as palavras no ar, vomita toda aquela tragédia do palco e sai de cena pisando forte como um vencedor. Eu estava imóvel, todos estavam, eu olhava ele desaparecer entre os muros do jardim sem ter o que pensar ou dizer. O lugar reinava silencio. George se levanta e assume o microfone.

–Certo galera, não esqueçam de clicar em curtir se você gostou dessa festa e compartilhem para que todos curtam também! Me seguiam online e não esqueçam de me adicionar em. Por hoje foi só pessoal, até a próxima. – Saímos do palco em silencio. Entramos no carro em silencio. Chegamos em casa em silencio. Eu subi para o quarto em silencio. Não podia acreditar que minha família fez tanto mal a Mauricio. Meu avô que era um herói para mim ... Fico pensando na dor que Mauricio teve. E pior, ele passou por tanta coisa sozinho. Teve que crescer sozinho, passar pelo coma de absorção sozinho... ele não tinha um Danilo para protegê-lo. E pensar que ele só sobreviveu aos demônios no coma, porque ninguém sabia de sua existência até pouco tempo. Eu não poderia tratá-lo mal depois de tudo... de tudo o que ... fizemos a ele.

Danilo dormia ao meu lado e o relógio dizia que o sol estaria pra nascer em breve. Eu havia passado a noite toda pensando no banho de sangue que era a vida de Mauricio. Todo o rancor e amargura que ele sentia, tinham motivos. Éramos parentes... o único parente que eu tinha. Amanheceu e estavam todos em volta da mesa tomando café. Desci as escadas e fui direto para a porta.

–Ei, Ally não vai ... – eu bato a porta – tomar café... Onda será que ela vai? – dizia Danilo.

–Talvez nadar, espairecer. – Disse Marta.

– Ou talvez, ela vá ver o ''Querido primo'' – George diz com uma voz irônica.

Fui ate metade do caminho para casa de Mauricio. Não sabia aonde era ao certo, por isso, desviei em uma fresta pela mata em direção a praia. A mata era calma e eu podia sentir o cheiro de vida que havia em todo lugar. A noite havia chovido e meus poderes estavam um pouco preguiçosos. Eu sentia as pontas dos dedos formigarem pelo contato com galhos molhados de chuva. O sol estava por ali, me lembrando que Danilo estava a uma olhada para cima. Sempre ali, me protegendo. De repente, sinto a presença de alguém na mata mais a trás, começo a apressar meu passo, minutos de pois escuto passos ritmados e começo a correr, os passos ocultos também se apressam e logo correm atrás de mim. Alguém me perseguia. Eu tinha medo de ser mais um dos monstros que meu pai mandara para me assombrar, mas quando tudo fica silencioso e eu paro para descansar olhando de um lado para o outro, eu respiro e quando volto a olhar pra frente.

–AH! – eu grito e sinto meu coração pulsar ate quase explodir.

–Ei princesinha não acorde os passarinhos. – Mauricio dizia.

–Eu estava ...

–Me procurando ?

–Indo ao mar.

–Mas antes iria até minha casa, não?

–Bom, eu – eu começo a andar e ele vem ao meu lado. – queria falar com você.

–Agora que já esta falando, termine.

–Bom, eu... Sobre tudo o que disse ontem...

–Sim, é tudo verdade. Já fizeram o teste de DNA e deu positivo, tenho sangue Aquariton.

–Não era o que eu ia perguntar, eu acreditei em você.

–Então? ...

–Bom, eu queria me desculpar. – Chegamos a praia e eu me sento numa rocha, ele esta a minha frente.

–Se desculpar?

–Sim, por minha família. Por meu avó, por meu pai e, por tudo. Eu sinto tanto tudo que te aconteceu.

–Ei ei, sem compaixão por favor. Isso me enoja. Escuta, eu tenho ódio da sua família, mas, querendo ou não eu estou nela. Sou um príncipe agora e tomarei o meu lugar.

–Era esse ponto que eu queria chegar. Não vejo mal em dividir o trono com você. Ficaria grata por alguém me ajudar em tudo.

–Espera... te ajudar? – ele ri – não em faça rir. Não seremos amiguinhos Allany. Tenho que engolir você dando opiniões em tudo o que eu fizer, mas, eu nunca vou engolir você nem seu grupinho de super heróis. Escuta, - ele pega meu queixo – Se atração que sinto por você não fosse tão forte, eu te mataria pra reinar sozinho. Mas, alguma coisa em você me diz que ainda vai ser-me útil, então vivera até La.

–Qualé bastardinho – Eu me levanto e colo meu nariz do dele – Não se acha ta bem? E você sabe muito bem, que seus poderes são inferiores aos meus pois eu sou sangue puro. E você, é meio sangue. – eu cruzo os braços – Eu serei útil a você? Só se for pra salvar o teu traseiro na próxima batalha. – Eu passo por ele .

–Gosto do teu jeito queria prima. Me lembra um pouco a mim mesmo.

–Não me insulte bastardinho – viro as costas e vou até a escada que dava a rua. Deixara Mauricio aos ventos da praia com um sorriso irônico no rosto e me observando partir. Vou caminhando ate em casa. Eu pagaria pra ver Mauricio se dar bem as minhas custas. Se é guerra que ele quer, é Tempestade que ele terá.


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