Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 13
Capítulo 13 - O sol se pôs e a levou .




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Já estava anoitecendo e estamos todos prontos. Tínhamos conseguido arrumar toda a cozinha e ainda decoramos a sala com flores. Estávamos ansiosos para vermos nossos amigos novamente. Escutamos o barulho do carro de George chegando. todos nós viramos para a porta a espera do famosos grito de bem vindos. A maçaneta gira lentamente, quando se abre explodimos !

– SEJAM BEM VINDOS! - gritamos. Mas com a imagem que vimos, nosso grito logo se cala. Quem entra pela porta é George, todo suro de terra e alguns fio de grama e de cabeça baixa.

– George? o que ouve? aonde esta Mara? - Danilo tenta intender. George permanece quieto sem se mexer segurando a maçaneta da porta. - George?! responda!

–Ela ... - A respiração dele esta fraca e forçada - Ela ...

–AONDE ESTA MINHA IRMÃ?!

– Ela ... - um soluço o interrompe - Ela se foi - as lagrimas pingam no chão.

– O que você disse?! - Danilo tenta intender

– Mara se foi ... - George cospe as malditas palavras em nossos ouvidos. Ele fecha a porta chorando e matem a cabeça baixa.

– Se foi? se foi? pra onde?? Você esta dizendo que ... - Danilo vai pra cima de George - AONDE ESTA MINHA IRMÃ? - ele o segura pela blusa.

– Mara morreu - George grita. Danilo larga e ele se senta no chão com a cabeça voltada para a parede. Esta vermelho e seus olhos azuis como o céu, hoje estão da cor avermelhada do luto e da dor.

– Não. não esta ... - As lagrimas começam a rolar pelo rosto de Danilo. Estamos todos pasmos com a noticia . - Mas como? o que aconteceu ?

– Não fomos a França sem motivo. Mara tinha ... - ele sufoca um soluço - Mara tinha Câncer. - ele chora sem parar e tenta encaixar as palavras em meio a suas lagrimas que queimam - Ela não contou a ninguém. Descobri enquanto estamos protegendo Ally. Achei uns exames escondidos em meio a papeis de desenho. Na época ela mentiu pra mim dizendo que não eram nada. Mas depois, vieram as tonturas e ela passou a passar mal todos os dias e eu ate - Ele respira - Cheguei a achar que ela estava gravida. Eu insisti e insisti para que ela me contasse o que estava a vendo e ela me disse. Fiquei sem chão. Não sabia o que pensar ou o que fazer mas ela não me permitiu chorar, pelo menos não na frente dela. O médico dela disse que já era tarde e que a doença se arrastava a anos e ela não sabia de nada. Nenhum tratamento adiantaria. então ela me pediu segredo e que eu a deixasse viver o quanto ela ainda podia. Fomos para frança porque, - ele não contem os soluços - Porque nós falamos sobre casar lá. Era um sonho dela. Foi o que fizemos. Nós casamos num pequena capela. Eu, ela e de fundo a Torre Eiffel que ela tanto gostava e sonhava em conhecer. Estava linda. De vestido rose e tiara de flores na cabeça. O vento - ele tem outro soluço - O vento nós trouxe folhas soltadas quando ela me disse sim - o choro se aperta - Depois que nós casamos ela me disse que estava cansada e eu a carreguei ate nossos hotel no colo. Depois que já estava se sentindo melhor, fomos tomar o sonhado lanche na sonhada torre Eiffel. Nós dois sentados numa toalha de pique nick, uvas, vinho, queijos e os beijos dela - ele desaba ao lembrar - O sol estava se pondo. E o vento nós trouxe mais folhas soltas que dançavam com os cabelo dela. Ela me disse o quando me amava e que nunca iria me deixar sozinho. Me pediu pra ter força. Ela se deitou em meu colo. O sol se pôs e a vida dela foi junto. - ele grita a ultima frase como se estivesse arrancando seu coração com as própria mãos.

Estamos todos chorando ao saber que nosso anjo se juntou aos de mais. Danilo, eu vejo dor nos olhos de Danilo. Ele não queria aceitar.

– Câncer? Não pode ser... ela ... Porque não contou nada!? Você simplesmente a deixou morrer?! - ele grita.

– Eu Não pude ... eu não podia negar a ela ... Ela não queria ouvir nenhum adeus de ninguém. Ela não queria nós ver chorando. Eu não pude dizer não, ao.... seu ultimo ... ao seu ultimo pedido! - ele se perde em meio a lagrimas.

– Aonde você .... aonde você a enterrou? - Danilo cospe as palavras malditas.

– Ela me pediu para que fosse enterrada juntos com seus pais então... Eu voltei com Tector o mais rápido que pude. A enterrei - ele engole a seco - No cemitério dos seus pais.

–Vou ver minha irmã! - Danilo corre para o carro, vou atras dele.

–Danilo, Danilo espere! - ele para e me olha.

–Eu dirijo.- Pego o carro e partimos. O único barulho que ouvimos são os das coisas passando por fora da janela. As lagrimas ardiam nos olhos de Danilo, eu queria tanto salva-lo daquela dor.

–Porque paramos? ainda não chegamos. - Danilo me pergunta.

– eu achei que seria uma boa ideia levar flores para Mara - digo de cabeça baixa e mordendo os lábios. Eu tinha medo da reação dele. Medo dele me intender mal de algum modo ou de até... eu o ferir mais.

–tudo bem, pode fazer isso pra mim? Eu não teria forças pra ...

–Tudo bem. Eu sei quais ela gostava. - Lhe dei um sorriso e entrei na loja. A atendente me levou ate as rosas vermelhas, Mara amava rosas vermelhas. Peguei o maior buque que pude achar e voltei para o carro. Lá eu vejo Danilo tentando conter soluços debruçado sobre o porta luvas, não sabia o que dizer então, apenas me deitei por cima dele.

–Ela se foi ... - Ele sussurra.

– Carnalmente sim, mas, nós nossos corações ela nunca vai ir.

–Ela.. ela se foi e estava longe de mim. eu não pude me despedir nem ajuda-la. - ele sussurra e respira fundo.

– Ela morreu feliz meu amor. Ela morreu com quem amava no lugar que amava. Ela morreu em paz.

– Mas Ally ... Ela era minha caçulinha - ele não contem o choro.

– Sua caçulinha agora esta nós braços dos pais amor, e ninguém no mundo vai cuidar melhor dela do que eles. Ela esta num lugar melhor.

–É que... é que ...

– Não precisa falar mais nada, vem aqui, meu ombro é todo seu. - ele me abraça forte mas dessa vez esta me pedindo socorro sem esboçar palavras. Eu tinha que me livrar do medo e salva-lo. - Esta tudo bem. Já passamos por isso antes. Vai ficar tudo bem. Estarei sempre aqui pra você.

–Eu sempre vou precisar de você - ele volta a se encostar no banco do carona e tenta secas as lagrimas.

–Sempre estarei aqui. - eu beijo sua testa - Podemos ir?

–Podemos. - Eu seguro sua mão enquanto dirijo, só a solto para trocar de marcha mas logo corro para aperta-la novamente. eu tinha que lhe mostrar que estava ali e que eu não o deixaria cair no escuro. Eu sempre estaria ali, para segurar sua mão e seu mundo.

Chegamos aos cemitério dos Mills. Grama verde e arvores de flores brancas. Um pedaço do céu. Danilo se agacha e passa a mão sobre a lapide de Mara, que ficava logo ao lado da de sua mãe.

– Você esta com eles agora não esta minha criança? - ele sussurra. - As lagrimas correm.

– Amor, lembra de como ironizávamos a morte? É claro que quando ela nós atinge onde mais dói, nas pessoas que amamos, é desumanamente impossível de zombar dela. Mas, lembra que ela esta ...

– Morta. - ele me interrompe

– Libertada. Libertada desse mundo, das dores, da doença. Amor ela esta longe de todo o mal que o mundo pode fazer a ela. Sentiremos falta mas, ela sempre estará em nossos corações.

– Eu sei, obrigada . - Ele me olha como se dissesse " obrigado por estar aqui".

– Sei de um lugar que você vai gostar de ir agora. Talvez ate se sinta melhor lá.

– Não quero deixa-la.

–Você não vai. Poderá voltar aqui quando quiser.

–Esta bem. - Entramos no carro e fomos ao nosso cantinho. O parque GreenTree. Fomos ate a nossa arvore. Nós sentamos ali e ele se deitou no meu colo. Ficamos quietos ouvindo o vento e eu fazia carinho em seu cabelo. Ele adormeceu, talvez para tentar sonhar com Mara lhe dando adeus. Talvez estivesse voltando a sua infância. Quando não tinha que perder os pais pra ter poderes, quando não tinha que lutar com demônios para salvar a mulher que ama, quando ele só brincava com Mara no quintal de sua casa. Ele só queria ve-la pela ultima vez porque agora, ela foi brincar em outro quintal com outras crianças com asas.








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