HICCUP HADDOCK HORRENDOUS

Soluço deu um sorriso confiante à loira na sua frente. Astrid estava impecável. Sua roupa estava impecável, seu cabelo estava impecável, tudo estava impecável na loira. É claro, Soluço escolheria uma roupa que acobertasse mais a menina, deixando menos pele para fora, e uma roupa não muito apertada e sem decote. Soluço deu um sorriso à garota.

— Diga que gostou, pelo amor de Deus – a loira pediu enquanto juntava as duas mãos e Soluço via a espada em uma delas. O garoto arqueou uma sobrancelha. – Faz parte da fantasia – a menina informou assim que percebeu a espada em sua mão. Deu um meio sorriso.

— Você está linda – Soluço sussurrou enquanto pegava na mão livre da garota e a puxava para perto de si mesmo. Astrid deu um sorriso travesso e malicioso e colocou sua mão no peito de Soluço.

— Muito obrigada – agradeceu com seu sorriso malicioso. Ficaram ali, parados por alguns segundos, até Astrid se afastar e ajeitar o vestido em seu corpo. – Vamos? – perguntou indicando a casa de Rapunzel com a cabeça.

Soluço assentiu, e deixou um suspiro pesado sair de seus lábios. Estava cansado e a festa nem havia começado direito. O moreno queria puxar Astrid pela mão e juntos irem para o seu quarto, fazer coisas mais interessantes que a festa, no entanto, aquilo magoaria muito Rapunzel, e isso era uma coisa que Soluço realmente não queria fazer. Magoar as pessoas. O garoto engoliu em seco e começou a andar.

— Tem certeza de que quer ir a essa festa? – o moreno retornou a pergunta, parando de andar no batente da porta, enquanto encarava a casa de sua melhor amiga loira.

— Soluço, é a festa de aniversário da sua melhor amiga, acho que ela merece, não? – a loira falou enquanto se aproximava do menino. Soluço sentiu o frescor do hálito da garota bater em seu queixo, e o mesmo suspirou, sentindo uma excitação invadir seu corpo. Controle-se Soluço, controle-se.— E, além do mais, você está extremamente lindo nessa fantasia – a loira soltou enquanto passeava seu dedo indicador do ombro do garoto até perto de sua coxa, soltando um sorriso malicioso.

Soluço arqueou uma sobrancelha, gostando do rumo da conversa.

— E você está extremamente gostosa na sua – sussurrou passando seu braço na cintura da menina e a puxando para mais perto de si. Astrid aumentou seu sorriso malicioso e colocou seus braços em volta do pescoço do moreno. – Nem pense em se afastar de mim – o garoto ordenou.

Sabia muito bem a não-resistência que Astrid tinha com a bebida. Um copo e a garota já ficava extremamente doida, querendo ser quem ela não era. Isso, por mais que Soluço nunca admitia em voz alta (nem no seu pensamento) incomodava o garoto. Astrid era uma garota gostosa, bonita e inteligente, qualquer um gostaria de tê-la. E, às vezes, ignoravam o fato de que ela já tinha um namorado ao seu lado.

— Oh, não irei, mostequeiro – a loira esticou seu indicador e passeou com ele pelo rosto de Soluço, causando alguns calafrios no menino quando a unha da garota entrava em contato com a pele do garoto. – E nem pense em me deixar sozinha – ordenou enquanto dava um sorriso de canto e olhava para baixo, um pouco envergonhada.

— Com certeza não irei – o moreno sussurrou mais perto dos lábios da menina. Soluço sorriu quando viu os pelos do braço da garota se eriçar. O garoto depositou seus lábios nos da menina, num rápido selinho. Astrid revirou os olhos e colou os lábios dos dois, num beijo verdadeiro.

— Oh! – Soluço rapidamente separou seus lábios dos de Astrid e se virou, vendo seu pai na porta, com um pano de prato na mão, os olhos um tantinho arregalados e a boca entreaberta. – Eu não sabia que vocês ainda estavam aqui – se desculpou rapidamente. Os lábios do homem se curvaram em um sorriso quando percebeu que a loira ainda continuava atrás de Soluço, com a cabeça abaixada e as bochechas um tanto coradas. – Olá Astrid – o velho cumprimentou.

Num gesto totalmente envergonhado, Astrid levantou um de seus braços e deu um rápido aceno, ainda com as bochechas coradas.

— Nós já vamos pai – o moreno falou, tentando mudar o clima daquele local.

— Aproveitem! – Stoick pediu enquanto fechava a porta em sua frente.

Soluço virou seu rosto para Astrid, que já havia se afastado do menino. O moreno soltou uma risada, chamando a atenção de Astrid. A loira levantou o rosto, e Soluço pode ver claramente (ou o quanto a luz da rua e da Lua permitiam) que suas bochechas ainda estavam coradas, não tanto quando antes, mas estavam.

— Pare de rir! – a garota ordenou enquanto cruzava os pés e os batia impacientemente. – Isso não é nem um pouco engraçado!

— Ah, admita, é sim! – o moreno retrucou enquanto colocava a mão na barriga. Astrid cruzou os braços por cima do busto e fez bico. Soluço foi parando de rir. – Ok, ok, não foi engraçado – confessou rapidamente quando viu a menina passar sua mão pelo cabo da espada. Por mais que fosse de plástico, uma espada e Astrid nervosa não combinavam. Soluço sabia muito bem disso, e Lucas poderia comprovar.

— Vamos logo – a loira pediu enquanto passava a mão no cabelo, ajeitando os fios desorganizados. Soluço suspirou, e bufou, sentindo-se estranhamente incomodado pelo fato de ir em uma festa; por mais que fosse a festa de sua melhor amiga. – Depois a Rapunzel fica brava com a gente, vem – chamou pegando na mão do moreno e o puxando.

Atravessaram a rua, escutando a música ficar cada vez mais alta. Soluço não estava com tal animação para festa, e a sua preocupação no momento era impedir Astrid de beber e fazer a menina ficar longe de qualquer garoto tarado. Quando mais cedo levasse a loira embora, melhor seria para o moreno, que poderia voltar para sua casa e ficar despreocupado.

Atravessaram o canteiro da frente, e pararam na porta que estava entreaberta. Astrid, indo na frente, abriu a porta de relance, e resolveu entrar, puxando Soluço, que logo abriu a boca. O moreno perguntou a si mesmo se realmente havia visto o horário certo, pois, naquela sala, o horário condizia com todos estarem de madrugada, e o menino tinha certeza de que não se passava da meia noite.

Astrid continuou puxando o moreno, passando pelo pessoal que tinha copos vermelhos de bebidas alcoólicas em mãos, cantando, dançando, se esfregando um no outro, e cantando a namorada de Soluço. O moreno, por sua vez, tentava ignorar, vendo que Astrid não dava atenção a nenhum deles, e seu pensamento concretizava em achar a aniversariante e entregar seu presente.

Ambos entraram na cozinha, onde viram Rapunzel abrindo a geladeira e retirando um pedaço de bolo, colocando num guardanapo. Astrid afirmou mais a mão de Soluço e o puxou até Rapunzel, passando por alguns garotos e algumas meninas, que pareciam estar numa rodinha de malicia.

— Rapunzel, finalmente! – Astrid exclamou chamando a atenção da menina, que se virou e sorriu ao ver os dois. Soluço deu um meio sorriso a menina, enquanto Astrid esticava uma caixinha dourada na direção da loira aniversariante, que sorriu.

— Finalmente vocês chegaram – a loira comentou soltando um sorriso e abraçando Astrid, partindo para abraçar Soluço logo em seguida. Soltou do moreno e pegou a caixinha das mãos de Astrid. – Soluço... Sua namorada está uma gata! – a menina comentou rindo, e Astrid ganhou um leve rubor, fazendo Soluço soltar um mínimo sorriso. – Toma conta dela, viu senhor?! – ordenou.

— Te achei loira – Flynn apareceu ao lado da namorada, passando sua mão na cintura da menina, e pegando o bolo das mãos da garota, que sorriu e deu um selinho no moreno. Soluço voltou a pegar na mão de Astrid. – Hei – o moreno falou dando um sorriso de canto, e Soluço pode perceber que Flynn já havia bebido demais para curtir a festa de sua namorada.

— Hei, vamos dar uma volta – Soluço sugeriu à sua namorada, que assentiu, e ambos saíram de perto de Rapunzel e Flynn, que começaram a se beijar.

Soluço deixou com que sua namorada guiasse a ambos novamente. Preferia ter Astrid a sua frente, podendo ter seus olhos atentos na garota, vendo se algum pervertido encostasse um dedo na loira. Astrid poderia não estar bêbeda, nem ter ingerido álcool algum, mas, aqueles garotos estavam, e por mais que não se passasse da meia noite, eles estavam super bêbados, e Soluço realmente não queria ninguém encostando um dedo em sua namorada.

Andaram até a sala, onde passaram para o corredor e saíram do lado de fora, onde algumas pessoas brincavam, e outras cantavam alguma música composta por eles mesmos, ou então, apenas tentavam cantar a música que estava tocando. Soluço realmente não tinha nada para fazer naquela festa, já que havia brigado com seu melhor amigo (e não queria vê-lo nem pintado de ouro), e não tinha muito interesse em dançar na pista de dança improvisada.

Astrid se dirigiu a mesa onde tinha alguns quitutes e algumas bebidas, e Soluço olhou a sua volta, tentando ver se encontrava alguém. Mais especificamente, queria encontrar Merida, para poderem conversar, e cuidarem de Astrid. O moreno sabia muito bem que Merida não curtia festas, e provavelmente estaria num canto, comendo alguma coisa, ou então, mexendo em seu celular, mas, desta vez, viu algo diferente.

Soluço estava olhando os quitutes juntamente com Astrid, experimentando alguns, e rindo da cara da loira quando ela reprovou um salgado e chegou a cuspir num guardanapo (a menina também bufou e mandou o moreno parar de rir, que aquilo não era engraçado. Mas, Soluço só parou de rir quando Astrid ameaçou de tacar um copo de alguma coisa em sua cara) quando ambos ouviram um grito bastante familiar vindo do meio de uma rodinha.

— Festa na piscina! – assim que o grito ecoou, Astrid e Soluço viraram seus rostos para a rodinha que pulava na piscina, sem se preocupar de pular um em cima do outro. No entanto, sobrou uma pessoa no chão, que tinha um sorriso malicioso, e fez Soluço perguntar se estava sonhando.

— Vamos ruiva! – um garoto, da piscina, gritou para a ruivinha, que continuava fora da piscina, e que havia dado a gloriosa ideia de pular na piscina. Soluço, não acreditando no que via, encarou Astrid e procurou ajuda. A loira, no entanto, tinha os olhos arregalados e a mão, com um doce diferente, parada no meio do caminho, tentando entender a situação. – Você deu a ideia, nada mais justo que pular também! – o garoto voltou a insistir.

— Eu não tenho biquíni! – a menina se defendeu, fazendo bico. Soluço percebeu sua voz embriagada, e não acreditou no que via. Merida estava bêbada. A ruiva havia bebido, e pelo que parecia, não havia sido uma dose somente para experimentar. Havia sido mais. E, o moreno sabia muito bem que ela, também, tinha resistência baixa ao álcool. Do jeito que a ruiva estava, ela não havia comido nada, e bebido muito.

— Mas não precisa! – outra garota exclamou enquanto dava um sorriso simpático e malicioso. Soluço percebeu que a menina estava somente de lingerie, e o moreno encarou Merida, que tinha um sorriso malicioso e encarava a menina.

— Ok, ok – a ruiva se pronunciou dando um sorrisinho tímido e envergonhado, ao mesmo tempo em que era malicioso e divertido, como se ela estivesse procurado por aquilo, mas não queria se tacar de vez. – Vocês me convenceram – Merida fingiu estar convencida, sendo que na verdade, esperava por aquilo. A ruiva colocou a mão atrás do vestido que usava, e Soluço viu o que a menina iria fazer.

— Oh, ela não irá fazer isso – murmurou para si mesmo, tendo em mente que Merida poderia muito bem se cuidar de si mesma, e ela estava somente brincando com aquele pessoal. No entanto, todos na piscina gritando para a menina ser rápida, e Merida sorrindo de felicidade e divertimento com os gritos dos outros; Soluço soube que sim, ela faria aquilo. E, num gesto rápido e incontrolável, o menino correu na direção da ruiva, no exato momento em que ela abria a vestido, deixando seus ombros a mostra. Agarrou sua cintura, e com os protestos, e chutes da menina, viu Astrid correr em sua direção.

— Desculpe pessoal, mas o show acabou! – Astrid gritou indo na direção de Soluço e ajudando o menino a acalmar Merida.

— Quer fazer o favor de me soltar? – a ruiva ordenou brava e irritada, e Soluço agarrou cada vez mais sua cintura. Sabia muito bem do poder que a menina tinha, e se não a segurasse mais firme, poderia se soltar, arrancar sua roupa ali mesmo e sair correndo. E, aquilo era a última coisa que queria.

— Fica quieta! – Soluço pediu seguindo Astrid. A loira ia à frente, abrindo caminho, até conseguirem, finalmente, entrar em casa, e irem à direção da escada. Algumas pessoas olhavam para Merida de uma forma estranha, outras riam, outras (meninos, com toda a certeza) mandavam Soluço soltar Merida e a deixar curtir a festa, até porque, não se tinha festa daquele jeito todo dia (esses últimos eram os que Soluço fazia questão de ignorar e apertar cada vez mais Merida, nem se importando direito se estaria doendo sua barriga, mas, sim, se ela não conseguiria escapar).

Começaram a subir a escada da casa de Rapunzel, e Astrid parou no topo, vendo um casal se agarrando. Soluço bufou, e começou a andar na frente, parando na frente da porta de Rapunzel e pedindo para que Astrid abrisse a mesma. A loira fez, e rapidamente entrou, verificando se tinha algum casal se agarrando, ou então transando. A menina fez um sinal positivo para Soluço, que entrou no quarto, e fechou a porta atrás de si com o pé, soltando Merida. Astrid logo se colocou na frente da janela, impedindo a menina de sair.

Merida olhou para os dois, e cruzou os braços.

— Eu quero sair!— gritou avançando na direção de Soluço. O menino virou seu corpo, trancando a porta do quarto com a chave que estava pendurada na fechadura. Colocou a chave dentro da calça, e saiu da porta, fazendo Merida bater com tudo nela. A ruiva girou a maçaneta ansiosa, mas, bufou e chutou a porta quando percebeu que a mesma estava trancada. – Me deixa sair! — gritou se virando para os dois.

— Ahn... Soluço, eu realmente não quero morrer – a loira comentou enquanto engolia em seco e via a ruiva a sua frente, com a cara de assustada e brava. Soluço passou a mão no rosto e respirou fundo.

— Merida, me escuta. Você está fora de si – comentou para a menina, que não mudou a expressão. – Você bebeu demais, ok? – falou mais irritado. – Tenho certeza absoluta de que se você tirasse sua roupa lá fora, amanhã você se arrependeria o dobro! – exclamou parcialmente irritado pelo fato da ruiva não estar escutando-o direito.

— Eu estou bem – admitiu enquanto deixava seu corpo escorregar e a ruiva ficar sentada. A menina abaixou a cabeça e fechou os olhos fortemente. Soluço suspirou aliviado e deu um olhar feliz para Astrid, que retribuiu. O moreno voltou a olhar para a ruiva, e viu que seu vestido ainda estava aberto, e uma parte do mesmo havia caído de lado, mostrando não somente seu ombro, como também uma boa parte de seu sutiã. Soluço sentiu suas bochechas corarem violentamente, e virou o rosto, encarando o chão.

— Eu ajudo-a – Astrid se prontificou, e Soluço assentiu, não olhando para as duas e sentando na cama de Rapunzel, brincado com a chave da porta do quarto da mesma. Ouviu alguns resmungos vindo de Merida, e alguns murmúrios de Astrid, mas, resolveu não olhar. Não queria ver Merida de lingerie, ou de qualquer outra coisa, que não fosse sua roupa.

— Soluço – a loira chamou o namorado, e pela voz parecia ser urgente, o moreno levantou, ciente de que não teria Merida somente de lingerie, mas foi exatamente o que encontrou. – Pelo amor de Deus, ela quer vomitar, me ajuda a tirá-la daqui – pediu enquanto segurava a menina que tinha a cabeça caída.

Soluço suspirou e andou até as duas dando a chave para Astrid, que rapidamente a pegou e abriu a porta, soltando Merida, fazendo Soluço ter que segurar a menina, e olhar para qualquer outro local, sem ser o sutiã, vermelho com delicadas rendas, que nem parecia de Merida. O moreno esperou que Astrid abrisse a porta, e quando a menina fez, saiu do quarto indo em direção ao banheiro, deixando Soluço para trás.

O moreno ficou parado na batente da porta, vendo a garota abrir a porta do banheiro desesperada, e correr para ajudar seu namorado a levar Merida até o banheiro. Assim que adentraram ao local, Merida se tacou no chão e foi em direção a privada, onde abriu a boca e acabou deixando tudo que tinha no seu estômago sair. Astrid torceu a boca e saiu do lugar, virando o rosto e parando no corredor. A loira suspirou e virou-se para Soluço, que encarava o teto, evitando olhar Merida, ou seu vomito, ou seu sutiã, ou qualquer outra coisa.

— Eu cuido dela – a loira falou enquanto encarava a ruiva dentro do banheiro. O moreno virou seu rosto, por dois segundos, vendo a ruiva vomitar no vaso sanitário. Uma boa parte de si não acreditava que aquela era a velha Merida que havia conhecido. O moreno se perguntou por que diabos Merida estava daquele jeito, e porque havia bebido. E, pediu para Deus trazer a velha Merida de volta.

— Tem certeza disso? – perguntou arqueando uma sobrancelha. Astrid torceu o nariz e deu um tapa no ombro do namorado, que sorriu.

— Vá pegar um copo d’água e algum remédio para enjôo e dor de cabeça. Ela vai precisar – pediu dando um meio sorriso e retirando seu chapéu. – E peça para Rapunzel, para que ela pegue uma roupa para Merida, assim como as íntimas também – recomendou retirando sua capa azul e longa e entregando a Soluço juntamente com o chapéu. – E implore para Rapunzel deixar a Merida ficar no quarto da Gothel por um tempo, até ela se recuperar – a loira retirou a espada do cinto e entregou á Soluço. Astrid estralou os dedos e prendeu seu cabelo louro em um coque mais firme.

— Eu irei fazer – o menino falou enquanto via a namorada assentir, lhe dar um selinho e entrar no banheiro, fechando a porta atrás de si, e escutando o barulho da tranca. Soluço entrou no quarto de Rapunzel, e colocou as peças de Astrid embaixo da cama, sabendo que ninguém fuçaria ali, e ficariam bem guardadas.

Desceu as escadas, pronto para procurar pela loira, mas, desanimou assim que viu seu ex melhor amigo entrar na sala, com um sorriso no rosto, e os braços abertos, como se estivesse pronto para a noite, e não estivesse nem ai para Soluço, ou então para a briga que tiveram. O moreno deu um meio sorriso. É isso que dá ser amigo de idiotas.

— X –

— Eu não acredito que sou eu – a ruiva comentou enquanto bebia o copo d’água e torcia a boca. Soluço deu um meio sorriso. Astrid já havia cuidado da menina, dado um bom banho de água fria nela (o que causou muitos gritos e xingamentos vindo de Merida – fato é que um dos jogadores que passavam pela porta do banheiro no momento, achavam que estava tendo uma transa lésbica –, mas Astrid havia conseguido segurar a menina, e isso resultou na garota levar uma boa ducha molhada, molhando toda a sua fantasia e fazendo a loira ficar com raiva de Deus e do mundo. Depois, a loira havia pedido ajuda á Rapunzel, e a garota foi ajudar a amiga, enquanto Soluço buscava os remédios necessários).

Rapunzel havia liberado o quarto de Gothel para Merida, enquanto Astrid se secava e colocava alguma roupa no quarto da aniversariante. Merida já havia sido trocada por Rapunzel e permanecia deitada no quarto de Gothel com roupas decentes e o cabelo, quase seco, solto, quando Soluço adentrou o local com o remédio necessário e copo d’água gelado. Merida havia reclamado, e falado que não iria beber, quando Soluço deduziu que a menina estava mais a velha Merida e contou sobre o que a ruiva havia feito. Isso acabou rendendo a rendição da menina e a mesma bebeu o remédio.

— Pelo menos você não conseguiu fazer sua besteira – o moreno concluiu enquanto dava um meio sorriso e pegava o copo das mãos da ruiva, que assentiu e deu um meio sorriso, ganhando uma pequena ruborização em suas bochechas. Soluço agradeceu por não ter contado sobre ele ter visto a menina seminua, ou então que ele tinha visto-a vomitar. Merida ficaria mais envergonhada do que já estava.

— É... – a menina admitiu num sussurrou fraco enquanto deitava sua cabeça no travesseiro que tinha ali. A ruiva fechou suas pálpebras, demoradamente e logo em seguida voltou a abrir as mesmas, deixando suas íris azuis à mostra. E, por incrível que pareça elas brilhavam. Brilhavam tão alegremente que Soluço sorriu involuntariamente. – Obrigada – agradeceu voltando a fechar suas pálpebras. Soluço assentiu.

— Não foi nada – sussurrou para a menina, mas, tinha em mente de que ela já havia voltado a dormir. O garoto deu um meio sorriso e levantou da cama, abrindo a porta e vendo Rapunzel e Astrid ir à direção do quarto. – Acabou de dormir – o menino informou as duas, que sorriram.

— Ainda bem – Rapunzel comentou enquanto bebia um gole da bebida que estava dentro do copo vermelho. O moreno olhou para Astrid e percebeu que a garota realmente havia trocado de roupa, mas, ainda estava com uma quantidade enorme de pele para fora e vestia sua capa azul e longa, assim como tinha o chapéu em sua cabeça, e a espada no cinto que usava anteriormente. O garoto analisou a bota preta que usava, assim como o short jeans curto e a blusa azul que tinha alguns desenhos em dourado.

— Conseguiu uma fantasia nova – o menino comentou apontando para a roupa da loira, que olhou para si mesma e sorriu. A menina passou a mão na blusa, e Soluço sorriu para a garota fechando a porta atrás de si. – Acredito que alguém terá que ficar de guarda aqui – Soluço falou, e as loiras se entreolharam, parecendo conversar pelo olhar. – Vai que entra um pervertido e... Sei lá o que pode acontecer!

— Eu posso ficar – Rapunzel se pronunciou e Astrid logo arregalou os olhos para a aniversariante, que não parecia incomodada em fazer aquilo. – Merida é minha melhor amiga e...

— E você é a aniversariante e tem que curtir sua festa – Soluço interrompeu a amiga. – Eu fico com ela, afinal, nunca curti festas mesmo – falou dando de ombros, achando o gesto a coisa mais normal do mundo.

— Quer que eu fique com você? – Astrid perguntou sentindo certo incomodo. Soluço sorriu. Eu não iria cuidar dela e ficar de olho se algum idiota relasse em você?— Eu não me importo – a menina deu de ombros. Mas, Soluço, no fundo, sabia que sua namorada se importava. E muito.

— Tudo bem – falou por fim, sentindo os olhares de Rapunzel e Astrid em cima de si. O moreno se aproximou e passou seu dedo em todo o rosto da loira, dando um sorriso de canto para a mesma. – Eu confio em você – sussurrou por fim. Astrid deu um meio sorriso e se aproximou dos lábios de Soluço, depositando os seus lábios ali e os retirando logo em seguida, num selinho demorado.

— Eu cuido dela – Rapunzel falou enquanto pegava na mão de Astrid e a puxava. Astrid deu um último sorriso á Soluço, e logo depois continuou sendo puxada por Rapunzel, com um sorriso no rosto.

— Cuide mesmo – o moreno sussurrou para sua melhor amiga, no entanto, ela já nem estava mais em seu campo de visão. Deu um último suspiro e voltou a entrar no quarto, fechando a porta atrás de si e encarando Merida dormir tranquilamente na cama de casal. Sentou-se no canto da cama, e com o celular em mãos, sorriu. – O que eu não faço por você, hein...