301 escrita por blackwaffle


Capítulo 15
Conflito


Notas iniciais do capítulo

A teoria de conspiração fortalece e confunde quem dá atenção. Quando não se há mais o que fazer, o jeito era ceder ao próprio jogo.



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Todos nós estávamos cheios de preocupação em relação a Bruno. Segundo Guilherme, o incentivo de Matheus foi a chave para esses conflitos desnecessários. Com muita pressa, entramos (eu, Joanna e Guilherme) no térreo do farol e fomos em direção à porta que parecia estar arrombada. Ao entrarmos, paramos para ouvir atentamente os gritos de Bruno. Depois de percebermos de qual sala vinha os gritos de Bruno, fomos correndo em direção à ela e o encontramos sozinho encostado no canto da parede próximo à janela, sentado e gemendo de dor.

'Meu deus, o que aconteceu aqui?!', eu parecia estar mais nervosa que o próprio Bruno ao encarar uma cena tão deplorável. "Matheus decidiu de repente me atacar. Ele teve uma forte alteração de humor", respondia Bruno, com muito esforço. "Não precisa falar mais nada, Bruno, só nos diga apenas para onde Matheus foi, por ora", dizia Guilherme, tentando tranquilizar a situação.

Enquanto isso...

Joanna parecia bloquear a saída de Matheus, na "cozinha", no meio. Matheus, afastado, ameaçava Joanna com uma enorme faca enferrujada, um pouco distante, do outro lado da mesa velha.

"Você é a tal Joanna, não é? O que tem em mente depois de tanto tempo escondida?", perguntava Matheus, desconfiado e evidentemente debochando da ruiva. "Por que tanta pressa pelo seu irmão?", perguntava Joanna, ignorando todo o estresse do garoto. "Meu irmão?! Como você sabe?", Matheus parecia aumentar o tom de voz a cada palavra que dizia.

Joanna ficou em silêncio por alguns segundos e mostrou o que estava escondendo em suas costas, vários papéis e explicava: "Ao entrar nesse corredor andei observando os papéis que estavam não só espalhados pelo chão, mas também dentro de alguns pequenos armários, neles você pode saber das nossas vidas pessoais". Matheus rapidamente toma o papel com suas informações das mãos de Joanna. "O que isso na verdade quer dizer?", perguntava Matheus, acalmando-se.

Após segundos, mais uma vez, de silêncio, Joanna toma fôlego para responder, ela parecia relutar contra seu "problema" ao respirar fundo e respondia: "Não faço ideia do que isso significa, mas parece que tem mais gente envolvida. De qualquer forma é vão tentar resolver essas questões de maneira hostil, como está fazendo". "V-Vou sair daqui preso, diga a verdade! Vocês vão me prender", Matheus avança em Joanna e a empurra com muita força contra-parede, para o corredor. Joanna começa a ter estranhos movimentos de nervosismo e hipertensão e parecia não se controlar.

Rapidamente ouvimos os barulhos e gritos por parte de Matheus. Eu fui em direção à porta aonde eu, Guilherme e Bruno estávamos, olho pro corredor e me deparo com a situação de Joanna e Matheus. Matheus já tinha golpeado Joanna com uma faca enferrujada diversas vezes, o que provocou um enorme banho de sangue no corredor. Matheus grita perguntando se vai sair daqui preso e menciona sobre a esquizofrenia de Joanna enquanto chora e decide fugir do farol, correndo para longe. Ainda sem reação com o que vi, gritei muito alto e rapidamente Guilherme aparece, para testemunhar junto comigo o que houve.

'Parece que temos mais uma vítima de Matheus', avisava eu enquanto me aproximava de Joanna, para me certificar de que ela estava morta. "É um pouco triste, mas... Falando nisso...", lamentava Guilherme, não conseguindo continuar a frase. 'Diga-me o que houve, Guilherme. Que cara é essa?', perguntava eu, prestes a chorar.

Guilherme vai em direção a mim e limpa uma lágrima minha que estava saindo, ele sabia que eu estava muito triste e prestes a chorar. Guilherme me leva até à sala onde Bruno estava e completa: "Ele também não resistiu". 'Por que tudo isso está acontecendo? Por que eu tenho que passar por isso?', eu não conseguia mais guardar meu choro e abracei Guilherme.

Minutos depois de muito choro, decidimos aproveitar e vasculhar e encontramos vários papéis espalhados e vários deles sujos de sangue de Joanna. "O que será que deve isso?", Guilherme passa a ler parte desses papéis e eu fiz o mesmo. "Olha Luiza, são sobre nossas vidas pessoais", completava Guilherme. 'Não tem a de Joanna, nem a de Matheus. Será que ele levou a dele e Joanna teve algo a esconder?', eu estava cheia de perguntas a respeito desse mistério.

Depois de muito tempo lendo papéis e tirando conclusões, Guilherme avista uma pequena mesinha cheia de gavetas e só encontra aranhas e alguns outros insetos. 'O que é isso?', eu perguntava me aproximando de Guilherme e à mesa. "Isso o que exatamente?", "respondia" Guilherme. Tiro a mesinha da frente e a afasto para longe. 'É uma espécie de tubulação', tento respondê-lo enquanto me abaixo, entro e completo: 'Vem!'.

Eu e Guilherme ignoramos o fato de Matheus estar desaparecido e entramos dentro da tubulação. Dentro dela encontramos uma espécie de escritura, uma escritura da ilha, o que era muito estranho. Parecia que alguém tinha comprado esta ilha do próprio governo. 'Isso é muito errado!', era o que eu exclamava. Ao me indignar com as coisas que eu estava lendo, eu e Guilherme começamos a ouvir um barulho de um helicóptero. Sem pensar muito, continuamos na tubulação até o final e, como eu estava na frente, a abri e notei que atrás do farol tinha um helicóptero prestes a voar cheio de pessoas estranhas dentro.

"O que está vendo, Luiza?", perguntava Guilherme, um pouco nervoso. Expliquei o que estava vendo e logo fui interrompida com a presença inusitada de Matheus. Matheus apareceu da onde entramos e puxava a perna esquerda de Guilherme enquanto segurava outra faca enferrujada, e essa parecia maior. "Aonde vocês pensam que vão? Sempre soube da conspiração de vocês, seus desgraçados!", Matheus parecia nos ameaçar sem nenhuma piedade. Enquanto Guilherme gritava com muito medo, eu respondia Matheus: "Não seja idiota, o desgraçado aqui é você!".

"EU SABIA, EU SEMPRE SOUBE--", Matheus parecia estar fora de si enquanto puxava Guilherme e golpeava suas pernas com a faca. Em meio a muitos gritos de dor, principalmente dentro de um lugar apertado e sem saída, Guilherme respondia Matheus, perdendo o medo e tentando chutar o garoto: "Juro que vou matar você! Você acabou com todos nós!".

Sem pensar duas vezes, consigo sair da tubulação e tento puxar Guilherme, do lado de fora, mas Guilherme estava gritando demais de muita dor, Matheus parecia golpear insanamente meu amigo. 'Matheus, pare com isso ou eu vou...', eu estava completamente impaciente com as coisas naquele momento. "VAI O QUÊ? Está mostrando sua verdadeira face depois de tanto tempo, sua dissimulada?!", ainda dentro da tubulação, Matheus continuava a golpear as pernas de Guilherme e ignorando os chutes do mesmo. "Luiza, por favor, deixe-me com ele! Eu cuido disto! Vá e aproveite essa oportunidade por favor, eu me viro!", Guilherme parecia mais confiante que nunca. Na verdade eu nunca enxerguei tanta confiança nele como agora. Parecia que ele queria acabar com tudo isso assim como eu.

Depois de pensar bastante e ouvir muitos gritos e ameaças de Matheus, decido largar Guilherme, como pediu. Matheus se aproveitou da fragilidade das pernas então machucadas de Guilherme e o puxa para dentro do farol com rapidez. Depois disso, não consegui mais ouvir nenhum grito, nem nada. Viro-me, sem olhar para trás e corro em direção ao helicóptero, que já estava nos céus partindo. Olhando para cima, me dou conta de que parte das nossas respostas já não existe mais.

'Guilherme?! Guilherme, aonde você esta?', gritava eu com a cara dentro da tubulação, manchada de muito sangue. Seguro firme os papéis confiscados dentro das salas do farol e me levanto. Olho em direção à prisão, respiro fundo e finalmente me decido ignorar o próximo e, engolindo o choro, vou à prisão. Não consegui resistir e já comecei a chorar sem ao menos ficar longe do farol. 'Não olhe para trás' era o que eu repetia, com o rosto completamente vermelho junto com meus olhos. Parecia ser um pesadelo que não acabava mais.

'Eu vou resolver tudo isso', pelo menos era o que eu acreditava. Não demorou muito para anoitecer, mas isso não me fazia parar, eu já estava próxima ao meu objetivo. Entro na prisão facilmente, já que estava aberta e me dou conta de que estava completamente vazia. Meus passos ecoavam o ambiente e não conseguia mais ver ninguém. A prisão estava suja e abandonada.

'Meu deus, o que eu perdi? Por quanto tempo eu sofri? Espero que Guilherme esteja melhor do que eu. Guilherme não pode mentir para mim, ele tinha que dar conta de Matheus!'; Ao saber da notícia de que a prisão foi abandonada por absolutamente todos, fujo, fujo para bem longe dela e corro para o farol. Eu não tive mais notícias de Matheus e Guilherme. Ao correr no meio da escuridão e me esbarrar em muita coisa, sem contar com as quedas, refletia meu desespero. Só sabia que estava indo em direção ao farol abandonado, e que o fim estava próximo.


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