301 escrita por blackwaffle


Capítulo 13
Acordo


Notas iniciais do capítulo

Será que as informações que Luiza obteve eram verídicas ou seria tudo fruto de sua imaginação? E sua relação com os garotos, continuará assim até o fim ou uma surpresa a aguarda?



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Já estava amanhecendo e o sono chegava como uma explosão dentro de mim, não consegui evitar e dormi escorada em uma árvore qualquer, em direção à prisão, mas um pouco receosa porque, afinal, tudo pode acontecer aqui quando se está dormindo. Era madrugada e o céu estava um pouco escuro, parecia amanhecer logo logo.

Matheus e Bruno, diferente de mim, estavam acordados, mas sentados numa rocha ainda perto do lago em silêncio enquanto Guilherme e Arthur dormiam, pareciam estar revesando a vigilância, um tipo de acordo. Matheus rapidamente se levanta e chama Bruno para conversar, um pouco mais longe dos meninos e mais próximos ao lago, sérios.

"Acredito que Luiza foi esperta, e é a mais esperta", iniciava Matheus e logo era questionado por Bruno, como de costume: "Aonde quer chegar com isso?".

"Não percebe que um por um está morrendo? Sinto como se estivéssemos num jogo onde o único beneficiado é o último a ficar de pé, e Luiza se aproveitou da primeira oportunidade", opinava Matheus. "Faz um pouco de sentido, uma vez que os que já morreram foram pegos desprevenidos e vulneráveis. Não aconteceu nada com a gente ainda porque decidimos ficar juntos", comentava Bruno.

Guilherme abria os olhos devagar e observava de forma discreta a conversa dos outros garotos, ainda um pouco tonto e com a visão embaçada.

"Não temos nada a perder, mas... Mesmo sendo loucura, acho que entendi como isso aqui funciona...", Matheus parecia estar um pouco nervoso dando tais informações. "Você está pensando no mesmo que eu?", perguntava Bruno. "Se estiver pensando num jogo de sobrevivência que envolve assassinatos? Sim", disparava Matheus.

Guilherme parecia não acreditar no que estava ouvindo e coçava um pouco os olhos, mas em silêncio para não acordar Arthur, que estava dormindo escorado na rocha ao lado.

Matheus e Bruno, com reações estranhas e discretas, decidem fazer um acordo e, assustado, Guilherme se levanta e diz que precisa fazer suas necessidades enquanto entrava na floresta.

"Eu não sonhei? Do que eles estavam falando?", pensava Guilherme, entrando na floresta. Um pouco longe, Guilherme consegue ouvir Bruno e Matheus de pé acordando Arthur com leves chutes. Atencioso, Guilherme se esconde num arbusto e observa a situação.

"O que vocês querem?", perguntava Arthur um pouco tonto de sono, ainda escorado e os observando. "Desculpe meu camarada, mas entramos em um acordo que envolverá todos em nosso caminho", dizia Matheus num tom calmo enquanto decidia apertar o pescoço de Arthur. Arthur, sem muita reação devido ao sufoco, tenta pedir ajuda a Bruno, mas percebe que é em vão quando Bruno pergunta a Matheus se "já pode ir".

Matheus então, pressionando Arthur sentado de costas pra rocha contra a mesma abrindo forçadamente sua boca, tomando proveito por Arthur ser o mais novo dos sobreviventes. Guilherme, indignado, decide sair do arbusto e é lesado por espinhos, mas tentava correr, mancando, o máximo que podia para ajudar Arthur até que Bruno pega uma pedra significativamente grande e, segurando-a, empurra Matheus e bate na boca de Arthur com a mesma várias vezes até seus dentes quebrarem e sua boca cuspir muito sangue. Bruno repetia o mesmo feito diversas vezes até abrir um buraco na região da boca de Arthur, fazendo-o cair deitado de lado. Bruno, um pouco receoso, finaliza soltando, com força, a pedra na cabeça de seu companheiro, o finalizando de uma vez. O sangue tomava conta daquela parte.

Guilherme, precavido, foge o mais rápido possível por mais que tenha se aproximado para tentar salvar Arthur, mas logo Matheus e Bruno percebem por causa do barulho da mata.

"Guilherme não está muito longe", avisava Matheus. "O que faremos quando sobrarmos só nós dois?", perguntava Bruno. "Tentaremos arranjar um meio de nos beneficiar com isso", respondia Matheus. Bruno ficava quieto, mas por dentro não se sentia muito bem com o que fez, com Arthur e o acordo. Era aí que Bruno passava a repensar nas ideias de Matheus. Para disfarçar sua sensação de desaprovação, Bruno pergunta a Matheus se ele acredita que eu, Luiza, estava viva.

"Luiza é esperta, tanto que não está com a gente. Ou ela está tramando algo, ou saiu daqui de uma vez", afirmava Matheus. "E se ela estiver viva, o que faremos?", perguntava Bruno, disfarçando seu nervosismo. "Simples, matemos", respondia Matheus, sem o menor remorso. "Melhor pegarmos nosso caminho, o sol já está nascendo", avisava Bruno e rapidamente era respondido por Matheus: "Sim, mas vamos atrás de Guilherme, já temos uma ideia para que lado ele foi" e os dois partiram na mesma direção que Guilherme fugiu.


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