Stronger escrita por Ana Wayne, Vick Wayne e Mia Oliveira, Miranda Kaiba


Capítulo 7
05. The one who is here now




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Você pertence a mim...

Ela a acordou, embora duvidasse disso. Estava com um sono desgraçado. Não estava conseguindo dormir muito. Também, tinha estudado um pergaminho durante o dia e a noite inteira. E como se não tivesse sido o suficiente, ela ainda tinha sonhado com aquela voz novamente. Felizmente só teria o turno da tarde no hospital, e nada mais do que isso. Empurrou o cobertor para longe do corpo e se levantou, ainda sonolenta, foi ao banheiro e ligou o chuveiro. “Gelada!” Pensou, quando as gotas da água tocaram suas costas.

Ela permaneceu ali por uns minutos. Se lembrando do que a voz a dissera. Você pertence a mim... Disse novamente. Ela se irritou. Por que aquela voz a estava atormentando tanto? Porque você pertence a mim! Ela resistiu ao impulso de destruir a parede com um de seus socos. Mas estava irritada. Desligou o chuveiro e se secou. Colocou uma roupa profissional e ao mesmo tempo confortável e comeu algo. Não queria ter que sair antes das 10h, mas era necessário.

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Fez suas compras. Nada que fosse inútil. Apenas um novo conjunto de kunais, já que perdera muitas das suas; um short novo para as missões para que assim se livrasse dos seus que estavam rasgados demais; uma nova sandália, as suas já estavam gastas e velhas; e, finalmente, um novo kit de medicina ninja, pois o seu já estava acabando.

Quando acabou de fazer suas compras parou em um restaurante. Um restaurante de comida italiana, da qual ela se tornara uma cliente quase que frequente, já que o mesmo se encontrava próximo a loja de artigos ninjas que ela preferia. Enquanto o garçom não trazia seu pedido ela aproveitou para estudar novamente os jutsus médicos que Tsunade a passara. Tão distraída que estava quase não percebera um pessoa se sentando a sua frente.

– Bom dia, flor do dia! – Disse a voz masculina que ela já conhecia muito bem. O rapaz fez um pedido.

– Katsura-senpai, já são quase meio-dia, não acredito que o termo certo seja “bom dia” – O garoto riu e Sakura tirou os olhos do pergaminho para olhar para o rapaz a sua frente. – E creio que “flor do dia” é um termo muito brega!

Ambos riram.

– Certo, certo! Então quer dizer que além de ser uma forte kunouichi, uma médica forte e uma bela mulher, ainda é uma apreciadora da culinária italiana?

– De certo modo, mas e você: além de ser um shinobi poderoso, um médico exemplar e o solteiro mais cobiçado de toda Konoha também é um apreciado da cozinha italiana?

– Na verdade sou. – Brincou ele e Sakura riu.

Katsura Noaki, era seu chefe, um prodígio e um pedaço do mal caminho. Noaki era o único herdeiro da família Katsura, uma família rica de Konoha, que há anos fazia parte da aristocracia da cidade. Noaki também era um ninja forte, considerado um prodígio: aos nove anos conseguira se formar na Academia Ninja como gennin, aos 12 já era um chunnin e com 14 ganhara o título de jounnin e recebera uma oferta para trabalhar na ANBU, que recusara. No mesmo ano se afastara das atividades ninjas e procurara um médico-nin que o orientou na carreira médica. Aos 15 se tornara um dos melhores médicos de Konoha e chefe de sua própria equipe médica. E hoje, com 19 anos, era considerado um dos mais poderosos shinobis de Konoha e o terceiro melhor médico do país, perdendo apenas para Tsunade e sua discípula, Sakura.

Apenas sua força, inteligência e riqueza já o tornaria bastante abençoado, mas os deuses haviam sido muito bons com ele o dando uma beleza exuberante. Pele clara e suave que faziam um contaste maravilhoso com os cabelos negros e destacava os olhos azuis escuros que seduziam quase todas as moças de Konoha, – mas que muitas vezes eram escondidos pelos óculos de leitura que ele utilizava no hospital –. E isso ainda se somava a um humor agradável e divertido, sempre calmo e gentil.

Era difícil não se apaixonar por ele. E Sakura sabia muito bem disso.

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Sakura chegou em casa exausta. Depois do expediente, havia ido a uma festinha com alguns médicos do hospital para comemorar a cirurgia bem sucedida em um shinobi. Havia sido uma cirurgia grande, demorada e muito complicada, ainda mais por causa do risco de infecção e do veneno em seu sangue.

Era umas 19h quando chegou em casa, e mesmo exausta preparou algo para comer – algo bom e saudável, ao contrário da comida do barzinho onde estivera – e então tomou banho, deixando-se relaxar. Quando estava na sala novamente percebera, apenas agora, que havia algum recado em sua caixa de mensagens e então a ligou.

– Hai, hai Sakura-chan! – Seu sangue gelou ao reconhecer a voz de seu amigo, que já não via há dois anos. – Sou eu, Naruto! Sakura-chan, eu estou morrendo de saudades, e estou louco para te ver! Sei que eu deveria voltar para a vila nesse ano, mas eu não vou poder! – “Você prometeu”. Pensou, enquanto sentia as lagrimas ameaçarem a cair. – Eu sei que eu prometi, mas por favor Sakura-chan, não chora! – “Como não?” – Eu prometo que volto em um ano, eu só preciso me tornar mais forte! – “Você pode se tornar mais forte aqui!” – Sakura-chan, eu tenho que me tornar mais forte para trazer o teme, por favor me entenda! Eu também quero te proteger, Sakura-chan! – “Você não pode fazer isso estando tão longe!” Pensou em gritar, talvez assim sua voz conseguisse alcançar a cabeça oca de seu amigo loiro. – Eu vou sentir muita a sua falta Sakura-chan, e eu prometo que vou me tornar mais forte por nós dois! Então até mais, Sakura-chan!

“Não, não, não” Pensava. E sussurrava. E sentia as lagrimas caindo. E ela já não tinha mais força ou vontade de se levantar daquele chão, apenas se apoiou na mesa de canto onde ficava o telefone e deixou a mensagem repetir, mais algumas vezes, enquanto chorava e se entregava a profunda imensidão do mundo dos sonhos.

E foi naquela mesma noite que Sakura sentiu-se ser carregada como uma criança novamente. Em braços quentes e acolhedores, como em um sonho. Em seus sonhos, aquela voz que vinha de lugar nenhum a acalmava, dizendo palavras doces e ternas. Eu estou aqui, Sakura! Sempre estarei! E ela sabia que ele – quem quer que fosse ele – sempre estaria ali, com ela. Ela, então, se sentiu bem. E pela primeira vez em dois anos se sentiu amada, e se sentiu protegida!

Na manhã seguinte Sakura não entendeu como fora parar na cama, e nem o porquê de haver um perfume diferente – e um tanto masculino – em seu travesseiro.

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-senpai: é um sufixo utilizado no Japão para se referir a uma pessoa com um grau de experiência maior do que a pessoa que está falando.


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Notas finais do capítulo

Katsura Noaki: http://24.media.tumblr.com/tumblr_lxwjjr8iw31r6q8wyo1_500.jpg