Finn

Eu estava deitado e com os olhos fechado, minha cabeça latejava de tanta dor, e eu sentia que algo estava em cima de mim, tentei colocar minha mão na cabeça mas sou impedido.
-Não, deixa que eu resolvo. - Eu ouvi uma voz familiar mas não conseguia abrir os olhos, senti a mão segurar a minha e a colocar novamente no chão.
-Isso é um sonho? - Eu pergunto e escuto uma risada.
-Seria bom, eu poderia não ser suspensa por bater em um professor. - Ela fala rindo.
Abro os olhos e vejo Rachel em cima de mim com um algodão e álcool.
-Porque está em cima de mim? - Eu pergunto curioso e ela cora.
-Você é muito pesado. - Ela fala. - Eu estava tentando te colocar no sofá para limpar esse hematoma enorme.
-Porque me bateu com uma frigideira? - Eu pergunto me levantando e me sento no sofá assim que vejo tudo rodar.
-Bom, acho que foi um sonho se realizando. - Ela fala rindo e se senta ao meu lado. - Sempre quis imitar um desenho, ainda mais com um professor.
-Esse é o tamanho do ódio que sente por mim? - Eu pergunto e ela ri.
-Esse ódio nunca existiu, é apenas coisa da sua cabeça. - Ela fala molhando o algodão. - Eu pensei que fosse um ladrão.
-Um ladrão? - Eu pergunto e ela cora.
-Meu pai está trabalhando e só chega amanhã a tarde. - Ela explica. - E eu acabei de falar com o Sam, e não é normal um professor vir na casa de uma aluna essa hora.
-Eu vim trazer o seu caderno que esqueceu. - Eu explico. - Se fosse um ladrão ele provavelmente não iria bater na porta.
-Eu não pensei muito. - Ela fala e passa o algodão na minha testa e eu gemo. - Desculpe.
-Não foi nada. - Eu falo corando.
-Ficou bem inchado. - Ela fala após terminar de limpar.
-Melhor eu ir. - Eu falo me levantando mas logo sento de novo ao sentir outra tontura.
-Você veio do que? - Ela pergunta.
-Carro. - Eu falo.
-Melhor passar a noite aqui. - Ela fala e eu arregalo os olhos. - Você não está em condições de dirigir.
-Eu estou perfeitamente bem, Senhorita Berry. - Eu falo a encarando.
-Não está não Mr. Hudson. - Ela fala me encarando de volta e ficamos nos encarando por alguns minutos, eu me aproximo dela mas ela se levanta em um pulo.
-Vou buscar algo para você dormir no sofá. - Ela fala e sobe as escadas correndo.
-Eu estou machucado. - Eu falo. - Dormir no sofá não é algo aconselhável.
-Não acho que seja aconselhável subir as escadas. - Ela fala voltando.
-Você poderia me ajudar a subir. - Eu falo e ela parece hesitar.
-Bom, você quer dormir no quarto do meu pai? - Ela pergunta e eu concordo, e logo ela está do meu lado me ajudando a se levantar.
Ela passa o meu braço em volta do ombro dela e segura minha cintura. Isso deveria ser hilário por causa do tamanho dela comparado ao meu. Ao terminamos de subir a escada me deu outra tontura e eu paro bruscamente me apoiando na parede e só quando tudo fica normal percebo que Rachel esta entre eu e a parede, também percebo que nossos lábios estão apenas alguns centímetros de distancia.
-Rachel... - Eu falo me aproximando mais dela.
-Eu não deveria. - Ela fala corando.
-Eu também, não. - Eu falo. - Só que você me atrai...
Eu falo e a seguro pela cintura colocando o corpo dela contra o meu, ela me encara e eu sinto a respiração dela acelerada.
-Finn... - Ela fala fechando os olhos.
-Rach... - Eu não consigo terminar de falar por que eu a beijo, com tanto desejo, eu finalmente havia conseguido, eu havia conseguido! Eu atraia ela!
Mas ela se separa de mim bruscamente.
-Isso... é... errado. - Ela fala. - Muito errado.
-Rachel, não vamos ignorar o desejo. - Eu falo.
-Eu não desejo você. - Ela fala, mas parecia incerta se era verdade.
-Rachel, eu sei que você me deseja. - Eu falo. - E vou provar.
Ela sai e entra no quarto dela trancando a porta e eu desço as escadas com dificuldade até chegar a sala.
Terei que dormir no sofá mesmo.
Amanhã eu irei provar que ela me deseja, eu penso e sorrio.