Pov Angie

Acordei no sofá da sala. Como vim parar aqui? Foi aí que me lembrei da noite anterior, em que... DORMI NO COLO DO GERMÁN! Ai meu Deus! Bom, ele deve ter me trazido pra cá.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para ele, agradecendo por me trazer.

Já era tarde, meio dia. O espetáculo era às oito da noite, mas eu tinha que chegar bem antes para organizar as o coisas.

Eu estava com muita preguiça de levantar, então permaneci deitada por um tempo. Fiquei pensando na noite anterior, e sorria sozinha. Boba, como uma adolescente apaixonada.

Após uma hora de molho no sofá, resolvo levantar. Me espreguiço e bocejo. Antes de ir tomar banho e me arrumar, decidi dar uma volta.

Fui correr. Fazia tempo que eu não corria na pista da cidade. (N/A: lembra da Angie correndo com o Pablo no primeiro capítulo de Violetta? *-*) Coloquei uma roupa adequada ao esporte, prendi o cabelo num rabo e fui.

Enquanto corria, escutava músicas com o fone do ouvido, cantarolava algumas letras, mas nem sempre, pois não queria incomodar as outras pessoas que também corriam.

Adorava fazer isso, era um bom exercício e também me fazia perder calorias. Além de tudo, era saudável. Hoje o sol estava forte, então logo suei.

Enquanto corria, olhava para os lados e avistei duas figuras conhecidas. Germán e Esmeralda caminhando pela praça juntinhos. Aquilo me deu um aperto no coração, mas tentei ignorar. Afinal, eu não podia fazer nada. Eles eram namorados.

Pov Germán

Depois que deixei Angie em sua casa, voltei para mansão. Já eram 2 horas da manhã. Estava muito tarde, todos estranhariam.

Ao chegar, Esmeralda me esperava de braços cruzados e com o semblante raivoso, apoiada no sofá da sala.

- Aonde você estava? - ela dizia brava.

- Fui levar a Angie na casa dela.

- E por que demorou tanto? - ela continuou. Já vi que aquela conversa ia longe, e que Esmeralda iria ter a maior crise de ciúmes.

Levou um bom tempo até fazê-la acreditar que não rolou nada entre eu e Angie, e que demorei apenas por causa da tempestade. Quando consegui convencê-la da verdade, fui dormir.

No dia seguinte, Esmeralda quis que fossemos passear no parque. Não vi problemas nisso e fui.

Estávamos andando e conversando pelo parque até que eu avisto uma figura loira bastante conhecida, correndo na pista de corrida. Olhei bem. Estava meio longe, era difícil enxergar. Depois de uns minutos analisando percebi que era a Angie! Não sabia que ela vinha correr aqui.

Puxei Esmeralda e gritei pelo nome da Angie. Ela não ouviu. Percebi que ela estava com fones no ouvido. Gritei mais alto e ela parou, tirou os fones e olhou para os lados.

Logo seu olhar parou em mim e em Esmeralda. Ela sorriu e eu fiz um gesto para ela se aproximar.

- Oi. - Angie disse com a respiração ofegante de tanto correr.

- Olá. - Esmeralda disse fria.

- Oi, Angie. Não sabia que você corria. - falei.

- De vez em quando. - ela respondeu sorrindo. Abriu a garrafa de água que tinha em mãos e deu um gole. - Vocês vão no show hoje, né?

- Claro! - Esmeralda disse e segurou em minha mão antes que eu pudesse abrir a boca.

Angie sorriu, ignorando por completo a provocação de Esmeralda.

- Ótimo. Germán, você que tem um relógio aí, poderia me dizer que horas são? - Angie perguntou.

Larguei a mão de Esmeralda para olhar o relógio.

- Três e meia da tarde. - respondi enquanto Angie tomava outro gole de água. 

Ela começou a se engasgar com a água! Eu me assustei, e por incrível que pareça, Esmeralda também se preocupou. Mas rapidamente ela deu leves tapas na sua garganta e desengasgou dizendo:

- Três e meia?!?!! Estou atrasada, tenho que ir para o teatro!

- Angie, o show só é às 20h.

- Eu sei, mas como sou professora tenho que chegar antes para ajudar na organização das coisas.

- Ah, então está tarde.

- Sim! Então, já vou indo, vejo vocês de noite. - Angie disse e em seguida se retirou.

Pov Angie

Fui pra casa e entrei no banho. Tive que ser rápida, já que eu ainda tinha que almoçar antes de ir.

Não ligue, tenho costumes estranhos, como almoçar lá pelas quatro da tarde.

Coloquei uma calça e uma blusa azul marinha. Não estava frio, então não coloquei casaco nenhum. Comi em uma grande rapidez e saí correndo para o teatro onde seria o show.

Cheguei lá umas cinco da tarde. Havia alguns alunos no local, ensaiando e marcando lugares.

Procurei por Pablo, e demorei a encontrá-lo. Ele estava na organização dos camarins. Colava plaquinhas com certos nomes na porta de cada camarim.

Fui olhando. No primeiro camarim: Violetta, Francesca e Camila. No segundo: Ludmila e Natália. No terceiro: León, Maxi e Marco. No quarto: Broduey, Diego e André.

Havia vários outros, mas não citarei mais.

- Oi, Pablo. 

- Oi, Angie!

- Jeremias não vem?

- Não... ele estava com uns problemas e decidiu não vir. - Pablo me respondia sem tirar a atenção do que estava fazendo.

- Ah... Quer ajuda?

- Sim, preciso que você verifique as iluminações do palco.

- Ok, vou lá. Aonde é?

- Sobe aquela escada, encontrará uma porta à direita. É lá dentro. - ele disse apontando pra escada.

Apenas assenti e fui. Subi a escadaria de metal e encontrei duas portas. Entrei na da direita, como Pablo instruiu.

Era uma sala grande, cheia de equipamentos para ajustes de som, luzes, e diversas outras coisas.

- Uau! - disse para mim mesma.

Na sala tinha uma parede de vidro, que ficava de frente para o palco. Podia ver tudo dali.

Comecei a mexer em uns botões, mas rapidamente parei, antes que eu fizesse um estrago.

Me dirigi até os equipamentos de iluminação e os liguei. Testei os tipos de luzes e cores diferentes. Todos os holofotes funcionavam perfeitamente.

Depois saí, fiz mais algumas coisas, até que os alunos começaram a chegar, e se dirigiam aos seus camarins para se arrumar.

Violetta chegou um pouco antes das oito. Logo me procurou.

- Angie!

- Vilu! O que está fazendo aqui? Vai se arrumar, já, já é o show.

- Eu sei, mas vim te pedir ajuda com a maquiagem. Você sabe fazer direitinho!

- Ah, claro! Vamos ao seu camarim.

Fomos até lá e eu comecei a maquiar minha sobrinha. Sem querer me gabar, mas ela ficou linda, mais linda do que já é.

- Prontinho! Pode abrir os olhos! - eu disse e ela abriu. Se olhou no espelho e em seguida um sorriso enorme brotou em seus lábios. - Agora vai se trocar.

- Tá bem! Obrigada, Angie, eu adorei.

Apenas sorri e me retirei. Fui para a parte de trás do palco, e pela cochia, dei uma espiada para ver se já tinha muita gente lá na plateia. E sim, estava lotado!

Os meninos já estavam prontos, se aquecendo atrás do palco. Passei por eles e desejei boa sorte.

Avistei o Antônio e fui falar com ele.

- Oi, Antônio!

- Ah, oi, Angie! - ele sorriu. - Como está?

- Bem... quando começamos?

- Em cinco minutos. Sabe qual será a ordem das músicas?

- Sei sim, aqui está a lista. - mostrei-lhe a lista que tinha na minha prancheta.

- Ótimo, começamos com Ser Mejor. Chame todos os alunos, em pouquíssimo tempo estaremos no palco.

- Claro! - saí e chamei a todos.

Logo o show começou. Primeiro com Ser Mejor, depois com Como quieres, seguida de Peligrosamente Bellas, Entre dos Mundos, Codigo Amistad, Podemos, Yo soy así, Alcancemos las estrellas e para finalizar: On Beat.

Logo o show acabou. Assim que terminaram de cantar On Beat, todos da plateia aplaudiram e os alunos se abraçaram ali mesmo, em frente a todos.

Todo mundo estava muito feliz e orgulhoso pelo belo trabalho na parte de cada um. Os alunos formaram uma fila onde agradeceram ao público.

De repente, a voz de Antônio invade o espaço, saindo pelas caixas de som:

- E aplaudam também os professores! Sem eles, nada disso seria possível! Chamamos ao palco: Pablo, nosso diretor! Beto, professor de música! Angie, professora de canto! Jackie e Gregório, professores de dança!

E nós professores entramos no palco sorridentes. O público também nos aplaudiu, e logo as cortinas se fecharam.

Quando eu estava no palco, pude avistar Germán, Esmeralda, Olga e Ramalho na plateia. Senti ciúme de ver Germán ao lado de Esmeralda, mas quando eu entrei no palco ele piscou para mim, então deixa quieto.

Depois da algazarra e da comemoração toda entre alunos e professores quando acabou o espetáculo, eu fui lá fora, precisava falar com minha mãe, que estava lá no fundo da plateia.

Mas fui parada por Germán.

- Angie? O que faz aqui? Não devia estar lá dentro com os alunos? - só estava Germán ali. Esmeralda, Ramalho e Olga já deviam ter saído. Germán estava com um buquê de rosas na mão.

- Sim, mas...

- Bom, já que você tá aqui, se importaria de me levar lá dentro? Quero cumprimentar minha filha e entregar a ela estas flores.

- Ah, eu te levo sim, vamos! - peguei na sua mão e fui o guiando até a entrada para os camarins.

Quando entramos no corredor do camarins, Germán parou. Parei também e me virei para ele.

- O que foi? - perguntei.

- Estava pensando no que foi dito no final, sobre vocês professores. Realmente, sem vocês nada disso seria possível, então toma. - ele tirou uma das rosas do buquê e me entregou.

Senti minhas bochechas rosarem e um sorriso tímido tomar conta do meu rosto.

- Obrigada. - agradeci e ele depositou um beijo em minha bochecha. Antes que eu ficasse sorrindo feito uma boba, falei: - Agora vamos achar a Violetta.

Caminhamos até o local atrás do palco, onde os alunos ainda se encontravam festejando pelo sucesso.

- Pai! - Vilu correu até ele quando nos viu. Eles se abraçaram e eu sorri.

- Filha! Você estava maravilhosa, incrível! Eu adorei! Tá de parabéns. Toma estas flores.

Ele entregou o buquê de rosas a ela e os dois se abraçaram de novo. Mas desta vez, Violetta me puxou para o abraço. Então nos abraçamos nós três juntos.