Pov Angie

Fui para casa e tomei uma ducha rápida, e assim comecei a me arrumar para o jantar na mansão Castillo, pois já era tarde.

Eu estava com certo medo de ir, não queira ficar naquele clima tenso que sempre fica quando estou presente. Mas senti que hoje seria diferente...

Como era algo informal e casual, e fazia calor, coloquei um shorts jeans, uma blusa verde com um casaquinho fino por cima (se por algum acaso ficar frio). Deixei meu cabelo meio preso, meio solto e esperei, pois ainda era seis e meia da tarde.

Liguei a TV para passar o tempo, assisti um programa qualquer e acabei me distraindo. Quando olho no relógio e vejo os ponteiros marcando 19:05! Meu Deus! Eu estava atrasada!

Peguei minha bolsa e saí correndo de casa. Sorte que eu não morava tão longe. Fui a pé mesmo. Eu até que tinha um carro, mas eu preferia andar.

Eu fui andando rapidamente e assim cheguei na mansão em 10 minutos. Estava muito cansada. Toquei a campainha e me apoiei na parede até virem abrir.

A porta se abriu em questão de segundos, e Germán me disse rindo:

- Está atrasada, senhorita.

- Ai, desculpa... - ele fez sinal para eu entrar e assim o fiz. - Já serviram o jantar?

- Por sorte, Olga se atrapalhou e se atrasou com a comida. Mas logo estará pronta.

- Ok... A Vilu está? Gostaria de conversar com ela antes de comermos. - perguntei olhando para os lados e não vi ninguém.

- Sim, está no quarto. Pode subir.

- Obrigada, com licença. - eu estava sem graça, então subi correndo.

Eu estava achando legal essa história de Germán e eu sermos amigos. Ele estava me tratando bem melhor.

Entrei no quarto da Vilu e começamos a conversar sobre o Studio, o show de amanhã e tudo mais.

Pov Germán

Angie chegou meio tarde, mas me surpreendi com o quão ela estava bonita. Seu semblante estava alegre, eu não a via tão feliz fazia um bom tempo...

E aquela roupa que ela usava caía super bem pra ela. Principalmente aquele shorts... quase babei naquela sua perna de fora, mas não vamos tocar no assunto. Eu já sei que voltei a sentir coisas por Angie, mas continuo tentando evitar.

Esmeralda desceu fazendo barulho, me tirando de meus devaneios.

- Oi, Germán! - ela disse e se sentou ao meu lado no sofá. - Soube que convidou a Angie para o jantar, então não vi problema e convidei a Ambar também. Tudo bem?

- Claro! Sem problemas! São todos da família. - respondi sorrindo.

Olga gritou que a comida estava pronta. Eu e Esmeralda nos sentamos na mesa. Logo a campainha tocou, devia ser Ambar. E no mesmo instante que Esmeralda foi atender, Vilu e Angie desceram.

Elas se sentaram em seus devidos lugares e logo Esmeralda voltou com Ambar. Elas se sentaram e todos nós começamos a nos servir. Graças a Deus o clima não estava desconfortável desta vez.

- Oi, Vilu! Oi, Germán! Oi, Angie! - Ambar cumprimentou a todos.

- Olá, Ambar! - eu disse.

- Oi, lindinha. - Angie a cumprimentou com um elogio e Esmeralda não gostou muito.

- Oi, Ambar! - Vilu foi a última a dizer. E depois que todos fomos servidos, Violetta começa a falar do show e de amanhã. - Então, amanhã vai ser o show do Studio! Pai, estamos preparando cada coisa legal, né, Angie? Nossa, vai ficar incrível!

- Sim! Estamos trabalhando duro neste espetáculo. Os alunos estão super ansiosos, mas todos estão muito bem, pelo menos no canto, que é a área em que eu trabalho. - comentou Angie.

As duas falavam alegremente do espetáculo. Esmeralda estava calada e Ambar prestava atenção na conversa, ela realmente gostara deste tipo de coisa.

- Ah, e depois do espetáculo teremos as merecidas férias! Serão apenas sete dias, porém incríveis, né, papai? - Violetta me cutucou.

- S-sim... - gaguejei por medo da reação de Esmeralda, porém ela continuou calada.

Pov Angie

Violetta começou a falar da viagem para o Canadá. Esmeralda não gostou muito disso, mas permaneceu quieta.

- Nossa, pai, você não viu o hotel que vamos ficar! Tem uma área de lazer enorme!

- Verdade, e tem um restaurante italiano que dizem que é delicioso! - eu disse.

- Sério? Estou ansioso! O que vamos fazer por lá? - Germán questionou.

- Bom, como é inverno lá, vamos esquiar na neve! Minha nossa, como estou ansiosa para isso!

De repente, Esmeralda se levanta e murmura um "já volto". Ela sai em direção à escada, e parecia bem irritada.

Todos nós nos calamos e olhamos para ela, estranhando sua reação.

- Vou ver o que aconteceu. - diz Germán se levantando e indo atrás dela. Confesso que não gostei muito disso, mas não pude fazer nada.

Ficamos apenas eu, Violetta, e Ambar na mesa. A garotinha também estranhou o comportamento da mãe, mas não disse nada.

- Vocês vão viajar para o Canadá? - Ambar perguntou.

- Sim, vai eu, a Angie, meu pai e meu namorado. - Violetta respondeu, mas falou a palavra "namorado" com certa dificuldade. Por que será?

- Ah, legal! - ela disse. - Vou ao banheiro, já volto. - Ambar se levantou e se dirigiu ao banheiro.

Eu e Violetta continuamos a comer em silêncio. Os minutos passaram e nem Germán, nem Esmeralda, nem Ambar voltaram.

- Aonde será que esse povo se meteu? - perguntei rindo.

- Pois é... - Vilu respondeu, ela ia dizer mais alguma coisa, mas seu celular tocou. - Preciso atender, já volto.

Ela se levantou e foi atender o celular. E só restou eu na mesa. Como já tinha acabado de comer, e não tinha nada pra fazer, juntei os pratos, copos e talheres e levei para a cozinha.

Prendi o cabelo e comecei a lavar a louça, para dar uma ajuda à Olga. Comecei lavando os pratos. Gosto de lavar a louça ouvindo música, mas como não estava com meu MP3, comecei a cantar mesmo.

- Secretos, misterios, que van encontrando el corazón! Historias de cuentos, nuevos caminos de el amor!

Quando de repente alguém fala atrás de mim:

- Você tem uma voz muito linda! - levei um susto e acabei derrubando um prato no chão. Ele quebrou no meio.

Reconheci que era a voz de Germán, mas antes de respondê-lo, me abaixei e comecei a recolher os pedaços quebrados.

- Cuidado para não se cortar! - ele se abaixou e me ajudou a catar.

Estávamos recolhendo tudo depressa, quando nossas mãos se tocaram por acaso. Senti correntes elétricas percorrendo meu corpo. Arrepiei. Depois levantei o olhar e ele levantou o dele. Nos olhamos nos olhos, e aquilo me arrepiou mais ainda.

Tentei disfarçar olhando para os lados e me levantando. Ele se levantou também e colocou o prato quebrado em um canto da bancada. Depois se virou pra mim e questionou:

- Por que você está lavando a louça? A Olga está aqui pra isso!

- Eu sei... Mas eu queria dar uma mãozinha a ela... Coitada, trabalha demais! - falei enquanto continuava lavando.

Neste momento, Germán arregaçou as mangas e disse:

- Bom, então vou te ajudar a lavar. - e começou a lavar comigo. Não respondi mais nada, eu queria passar um tempo com ele.

Depois de um tempo lavando em silêncio, resolvo perguntar:

- O que aconteceu com a Esmeralda?

- Ela está apenas irritada com algo que eu não sei. Ambar está lá com ela. - ele respondeu tranquilamente.

- Ah... - eu não tinha muito o que dizer. Me calei novamente. Eu estava meio nervosa por estar juntinha ao lado dele, mesmo estando lavando.

- Angie, olha pra mim! - ele disse em tom de que ia aprontar algo.

Assim o fiz, virei minha cabeça e olhei para ele. Ele sorriu e passou sua mão (que estava cheia de espuma) no meu nariz.

- Germán! - ri e passei minha mão em sua bochecha.

Agora nós dois estávamos com a cara cheia de espuma. Começamos a rir. Logo acabamos de lavar, e já era meio tarde.

- Bem, eu preciso ir... Já está tarde...

- Eu te levo pra casa. Não adianta recusar, pois eu não vou deixar você sair sozinha a essa hora.

Apena sorri. Ele pegou um pano e limpou seu rosto, que ainda tinha espuma, e em seguida começou a limpar o MEU rosto delicadamente.

- Vamos? - perguntei.

- Só vou pegar um casaco, espere aqui. - ele disse e eu assenti.

Pov Violetta

Fui atender o celular, era o León. Fiquei feliz com sua ligação, não imaginava que ele me ligaria mesmo estando bravo comigo. Mas afinal, ele só queria saber quanto tempo passaríamos lá no Canadá, para avisar a mãe dele.

Assim que desliguei o celular, voltei pra mesa e não tinha mais ninguém lá. Fui entrar na cozinha, mas parei assim que vi papai e Angie se sujando com a espuma do sabão como criança, ou melhor, como um belo casal apaixonado, eles riam juntos... Era uma cena muito linda que eu não iria interromper. Saí de fininho e deitei-me no sofá da sala.

Me deitei no sofá e comecei a assistir um filme que passava em alguns dos canais. Logo papai passa pela sala, se dirige ao quarto e volta com um casaco.

- Aonde você vai? - perguntei a ele com um sorrisinho no rosto.

- Levar sua tia em casa. - ele respondeu na maior tranquilidade. - Avisa a Esmeralda que eu volto logo.

- Ok...

Angie saiu da cozinha e sorriu para papai, que andava até ela. Ai, ai... esses dois não conseguem esconder que estão apaixonados nem se estão namorando outras pessoas.

Angie se despediu de mim e eu pisquei maliciosamente para ela. Ela apenas riu. Em seguida eles saíram.

Pov Germán

Estava levando Angie para casa. A noite estava linda, era dia de lua cheia. Estava uma temperatura fresca, mas gostosa.

Angie e eu andávamos lado a lado. Meu desejo de pegar na sua mão, de beijá-la aumentava cada vez mais. Eu estava extremamente intrigado por voltar a sentir coisas por ela... Seria mais fácil se isso não acontecesse.

Já tínhamos andando um quarteirão. Em silêncio. E assim, de repente, começou a chover.

- Nossa! - Angie exclamou. - E agora? - ela gritou, pois o barulho da chuva era alto.

Não era uma simples chuva, era forte. Olhei para os lados e infelizmente não avistei nenhum lugar coberto. Angie começou a tossir. Rapidamente tirei meu casaco e coloquei por cima dela.

- Toma. - falei.

- Não, Germán! Você vai ficar doente! - ela dizia tossindo.

- Prefiro que eu fique doente do que você! Vem, vamos procurar um lugar coberto.

Coloquei a mão envolta de sua cintura e começamos a correr juntos. Em pouco tempo avistei um quiosque no meio de uma praça. Não era fechado, mas era coberto.

Puxei a mão de Angie e corremos para lá.

- Vamos ter que ficar aqui até a chuva passar.

- E se a chuva não passar?

- Aí teremos que passar a noite aqui. Ou ali! Olha aquela guarita vazia! - avistei a guarita e apontei.

Fomos para lá, era fechado. Apertado, porém cabia nós dois. Nos fechamos lá dentro. Havia uma cadeira, na qual eu me sentei.

Percebi que Angie queria sentar também, então fiz um gesto para ela se sentar no meu colo.

- Não, Germán, que isso... - ela recusou, mas eu realmente não via problema nisso.

A puxei e ela sentou. Angie não se levantou mais. Ela estava com sono e com frio. Apoiou a cabeça em meu peito enquanto eu acariciava seu cabelo.

E... dormiu! Sim, ela dormiu em meus braços, em meu colo. Tinha coisa mais perfeita? Aquela mulher dormindo tranquilamente em mim, seu rostinho angelical deitado em meu corpo, sua respiração ofegante...

Fiquei naquela posição, acariciava seu cabelo enquanto ela dormia, e olhava para fora até que a chuva passasse.

Era uma e meia da manhã quando a chuva passou. Eu não queria acordar a Angie, ela estava tão linda dormindo. Então decidi levá-la no colo, já que sua casa nem estava longe.

A levei no colo e ao chegar na porta de sua casa, não consegui abrir a porta, estava trancada. Pensei que a chave poderia estar na bolsinha que estava pendurada no pescoço de Angeles. Abri a bolsa e encontrei a chave.

Abri a porta e a sentei no sofá com ela no colo. Quando ia me levantar para ir até seu quarto para pegar sua coberta, ela disse enquanto dormia:

- Fica aqui comigo, por favor. - e acariciava meu peitoral com suas unhas. Sei que ela falou dormindo, mas achei tão fofa. Não seria capaz de deixá-la depois disso.

Mas se eu não voltasse Esmeralda me mataria. Então a coloquei deitada e me levantei. Disse a ela mesmo sabendo que ela não ouviria:

- Eu tenho que ir, anjinho, boa noite. Te amo. - beijei sua bochecha e me retirei.