Quero te ter junto a mim escrita por Giih Santiago


Capítulo 24
Sonhos com você


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, eu comecei uma nova fic e gostaria muito que vocês lessem (e comentassem). É germangieeee, olha vou mandar o link: http://fanfiction.com.br/historia/584748/Sos_mi_mas_bello_error/
Bem, eu ando muito preguiçosa (férias né skjdhsjk) e não revisei esse bag aqui, então perdoem os erros. Cara, esse capítulo ficou maior que eu esperava, achei que tinha dado umas duas mil palavras mas parece que eu me empolguei, me perdoem kkkkkkk
E antes que me esqueça, dedico esse capítulo pra chata da minha amiga Aline (sim essa mesma que escreve You make me feel) que me cobra essa fic todo santo dia e faz chantagem que se eu não postar aqui ela não posta na dela também kkkkkkk agora chega de enrolar vocês, podem ler.



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Segundas-feiras sempre foram entediantes aos olhos de Angeles. Mas dessa vez havia algo diferente. O final de semana maravilhoso que ela passou com German e Violetta na chácara não saía de sua cabeça, como se alguém estivesse dando replay constantemente nas cenas que ela viveu nos últimos dois dias. Angie se sentia realizada, e acordara com um bom-humor que ela nem sabia que podia ter.

Entrou na sala dos professores e deixou a bolsa pendurada, então se sentou em uma cadeira. Olhando diretamente para a mesa, soltou um suspiro apaixonado junto com um sorriso bobo.

Era por volta de dez da manhã quando os três acordaram, um jogado por cima do outro, no colchão na sala na manhã de domingo. O sol forte atravessava as portas de vidro da casa, aquelas que davam para a piscina, e batia diretamente nos rostos de German, Angeles e Violetta. Ficaram segundos cegos quando acordaram.

– Fecha essa cortina! - Violetta murmurou, com o braço tapando os olhos. German se apoiou no sofá para levantar e caminhou até as cortinas, fechando-as em seguida. Angie e Violetta soltaram um suspiro, aliviadas.

– Está mais quente que ontem ou é impressão minha? - a loira se abanou com o travesseiro.

– Acho que sim, to pensando em instalar um ar condicionado aqui - German se espreguiçou, ainda em pé, e bocejou. - Filha, o que temos para o café? - German se jogou no sofá, parecia cansado, foram dormir extremamente tarde.

Violetta se levantou e atravessou o balcão de mármore que dividia a sala e a cozinha. Abriu a geladeira e observou por um tempo, parecia demorar para raciocinar. Angie riu vendo a cara amassada de sua sobrinha.

– Tem suco, manteiga, presunto... - a menina ia citando.

– Espera, tenho uma ideia - German sorriu e ambas o olharam - O que acha de fazermos uma visitinha à Jojô? - o homem sorriu e Violetta rapidamente ficou boquiaberta, surpresa.

– A JOJÔ AINDA ESTÁ VIVA? - ela quase gritou e correu para abraçar o pai. – Vamos JÁ!

– Estou boiando - Angie, agora sozinha no colchão, se esticou ocupando todo o espaço que podia e que não conseguiu ter na noite anterior.

German sorriu e esticou a mão para a mulher, para que ele a levantasse. Angie segurou sua mão e ele puxou-a para cima com força.

– Você vai conhecer a Jojô já já. - ele riu.

Os três trocaram de roupa e fizeram a higiene matinal, agora já mais despertos. Angie prendeu o cabelo num rabo, já que o calor a impedia de aguentá-lo solto, e depois fez uma trança no cabelo de Violetta, a pedido da mesma.

Finalmente saíram da casa da chácara e andaram um pouco até chegarem numa cabana não muito grande, inteira de madeira. Angie cerrou os olhos, tentando identificar o que seria aquilo. Violetta sorriu nostálgica e correu na frente para dentro do local. E foi aí que se escutou um mugido de vários animais e Angeles entendeu tudo.

– Mentira que tem uma fazenda dentro da chácara? - ela arqueou as sobrancelhas, enquanto entrava dentro do lugar com German.

– Não é uma fazeeeenda mesmo, são só alguns animais. - ele sorriu.

Era bem maior por dentro. À direita, havia um celeiro, a mulher podia ouvir as galinhas gritarem por sentir presença de alguém. À esquerda, havia um corredor como um estábulo, onde Angeles avistou três cavalos. E mais à frente, havia uma parte descoberta, onde lá estava Violetta, abraçando uma vaca.

– Aquela é a Jojô - German riu e puxou Angie pela mão, levando-a até a vaca, que mastigava capim.

– Jojô, essa é a Angie, ela é bem legal, você vai gostar dela - Violetta falava com a vaca como se ela entendesse. Angie soltou uma gargalhada. - Angie, essa é a Jojô!

– Olá, Jojô - a loira riu novamente e passou a mão pela cabeça do animal. - Alguém me diz por que deram o nome de Jojô pra uma vaca? Mimosa não seria algo mais normal? - Angeles riu.

– Toda vaca chama Mimosa! Queríamos ser originais - German falou rindo e abraçou a namorada por trás.

– Bem, conseguiram - Angeles novamente riu.

– Existem 30.000 Mimosas no mundo. Jojô é só uma, ela é especial! - Violetta exclamou, pegando um balde que havia por perto. Ela se abaixou na altura das tetas da vaca e colocou o balde por baixo. - Jojô, a gente quer leite!

– Filha, você tem que puxar as tetas dela - German ria.

– Ai, deixa eu tentar - Angie se desvencilhou dos braços do namorado e se sentou no chão ao lado de sua sobrinha.

– Tá bom né - German olhou-as - Eu vou lá soltar os cavalos, quando terminarem me avisem.

Então German rumou ao pequeno estábulo e abriu as celas dos cavalos. Alimentou-os com palha e deu-lhes uma escovada rápida, até que as duas mulheres apareceram ali.

– Jojô deu leite para uns três dias - Violetta segurava o balde com a ajuda da tia, já que estava cheio até a boca, e por conta disso, pesado.

– Ótimo, Vilu, vai deixar o leite na casa que eu vou apresentar os nossos amiguinhos aqui para a sua tia. - German se aproximou e pegou as mãos de Angie. Violetta sorriu e assentiu, saindo. - Bem, meu amor, vem cá - ele a puxou para perto dos cavalos.

– Estou aqui - ela sorriu.

– Este é o Chest, meu cavalo - German acariciou o cavalo marrom escuro. O maior de todos.

– Chest - Angie riu do nome - Olá, bonitão - ela brincou com o animal sorrindo.

– Esse é o Luli, o pônei da Vilu - German foi até o menor dos cavalos - Ela era do tamanho certo para ele na época - German riu. Angeles mordeu os lábios sorrindo e acariciou a cabeça de Luli.

– Você é uma graça! - a mulher disse.

– Obrigado - German respondeu sorrindo. Angie olhou-o e prendeu a risada.

– Mas eu estava falando com o Luli - ela exclamou divertida.

– Nossa! - ele disse boquiaberto, logo fazendo bico. Angeles riu alto e se aproximou, beijando-o.

– É brincadeira, meu amor! - ela sorria. German ainda mantinha a cara fechada de birra. - Hum? Não vai me beijar não? - Angie estava apoiada e seus ombros. - Tá bom, né.. eu tava pensando em fazermos certas coisinhas hoje, mas já que você não quer... - ela falou provocativa e estava pronta para soltá-lo, mas então ele a segurou.

– Opa, gostei da proposta - German grudou-a em si. Angeles soltou uma gargalhada.

– Seu tarado! - ela balançava a cabeça negativamente, rindo. German sorriu e deu-lhe um selinho. Angie mordeu os lábios dele - Não vai me apresentar o último cavalo não? - murmurou contra sua boca.

– Ah, claro - German riu e a soltou, andando até o cavalo de cor marrom claro, quase bege. Era quase do tamanho de Chest, mas um pouco menor. - Bey era de Maria - German sorriu triste - passando levemente a mão sobre os cabelos escuros de Bey. - Agora ele não tem mais dono. - German olhou-a. - Então... que tal se Bey fosse adotado por uma certa mulher de cabelos loiros e olhos verdes?

Angie por um momento se surpreendeu. Levantou as sobrancelhas e os lábios ficaram levemente entreabertos.

– German, eu não posso aceitar isso - ela balançava a cabeça negativamente. German sorriu sem mostrar os dentes e segurou as duas mãos da mulher. - Não quero tomar o lugar dela. Bey é de Maria e fim.

– Mas Maria morreu... ela ia querer que alguém cuidasse de seu cavalo - German apertou as mãos da mulher. - E não há nenhuma pessoa melhor para o cargo do que a irmã dela! - O homem beijou o rosto de Angie com carinho.

– Ah - Angie suspirou e sorriu torto - Então agora o cavalo é meu E dela. Tá bom?

– Você é quem manda - German sorriu e Angeles o abraçou.

– O que você está fazendo aqui? - Pablo despertou Angie das lembranças. Ela tirou o olhar da mesa dos professores e o olhou um tanto confusa. - O sinal já bateu. Você tem aula, Angie! - Pablo exclamou.

– Ah, meu Deus, sinto muito - a mulher se levantou rapidamente - Eu estou distraída demais hoje, acredita que queimei a torrada no café da manhã? - ela buscava por sua pasta de partituras em meio a tantos papéis na mesa.

– Tô vendo que seu final de semana foi ótimo - Pablo comentou rindo e se sentou onde antes Angie estava sentada. A loira olhou-o surpresa e tentou esconder o sorriso.

– Talvez - ela riu, achando a pasta e caminhando até a porta para sair.

– Quero saber de tudo depois! - Pablo gritou enquanto Angie se retirava, e a mesma balançou a cabeça rindo.

Entrou em sua sala e Violetta foi a primeira pessoa que ela viu. Mas todos os alunos já estavam por lá. A menina abriu um grande sorriso para a sua tia, e a mulher correspondeu da mesma maneira.

– Vamos começar a aula, pessoas? - Angie chamou atenção e todos pararam de tagarelar para olhá-la.

– Gente! A Angie está namorando! Olhem! - Andres comentou surpreso ao ver que a professora dele usava um anel de compromisso no dedo. Todos a olharam e soltaram aquele "hmmmmm" malicioso. Violetta apenas ria.

– Só por que não sou adolescente não quer dizer que eu não possa ter um namorado - Angie falou rindo.

– Quem é o sortudo, professora? - Francesca falou rindo.

– Estão querendo saber demais, não acham?

– Na verdade a sortuda sou eu, que vou ter ela de mãe - Violetta fez um coração com as mãos e todos sacaram no mesmo instante, rindo em conjunto.

– Você está com o German? Finalmente! - Leon exclamou sorrindo, se lembrando da viagem deles ao Canadá.

– Gente, chega - Angie estava sem graça - Isso aqui é uma aula de canto e não uma aula sobre mim - ela ria. - Foco!

– Está com vergonhaaa - Violetta ria.

– Querida sobrinha, só não te dou uma bronca porque estamos no meio de uma aula - Angie sorriu divertida e todos riram. - Agora chega, gente, vamos lá, quero todos aquecendo as vozes!

Alguns bufaram. Os exercícios de aquecimento das cordas vocais era a parte mais entediante da aula, mas todos sabiam que era necessário. Antes isso do que ficarem roucos depois.


XX

O anel foi um presente inesperado para Angeles, ficou pensando sobre ele durante todas as aulas da manhã. Quando saiu da aula, a loira foi diretamente para a sala dos professores para guardar o material, era horário de almoço. Ligou o celular e foi ler a mensagem que tinha chegado de German.

“Oi, anjo. Não vou conseguir sair do trabalho hoje no almoço, estou atolado de coisas para fazer. Mas amanhã eu almoço com você, tudo bem?”

Angie sorriu sem mostrar os dentes e se jogou numa cadeira. Na verdade, German havia mentido. Ele tinha sim muito a fazer em sua empresa, mas no horário de almoço ele iria como Jeremias ao Studio, finalizar os detalhes da sua demissão.

“Tudo bem sim, amor! Eu vou ver se a Vilu quer ir almoçar em um restaurante comigo então! Boa sorte aí.”

Foi tudo o que Angie respondeu, e então jogou o celular sobre a mesa. Ia se levantar novamente, mas então Beyoncé começou a tocar desesperadamente no aparelho eletrônico. Alguém estava ligando. A mulher olhou no visor e sorriu vendo a foto dela com German.

– Oi - Angie atendeu sorrindo, e German pode sentir que ela sorria.

– E aí - ele riu - Tudo certo, gatinha? - German apoiava os braços na mesa de seu escritório.

– Tudo, meu anjo - Angeles deixou o celular pressionado entre o ouvido e o ombro e então começou a vasculhar algo em sua bolsa. - Aconteceu alguma coisa?

– Não, mas eu li sua mensagem e fiquei com vontade de escutar a sua voz - German riu, ele sabia que havia arrancado outro sorriso dela. E com razão. Angie gargalhou levemente.

– Bem, está escutando - ela disse sem graça.

– Eu sei né - German se encostou na cadeira giratória. - Eu te amo.

– Hum - Angie mordeu os lábios - Te amo mais! - ela encontrou o que procurava em sua bolsa, sua carteira, e então a colocou no bolso da calça.

– Você que pensa - German sorriu. Ele olhou para o relógio na parede e se assustou ao ver que estava atrasado. - Meu amor, eu tenho que desligar, está bem?

– Ahhhh - Angie fez bico - Ta bom vai - ela riu - Não quero te atrapalhar.

– A última coisa que você faz é atrapalhar! - German sorriu - Mas preciso ir mesmo. Mil beijos pra você. Te amo, mais do que mais. - ele deu uma piscadela mesmo sabendo que ela não ia ver, e depois escutou a doce risada da mulher saindo de seu celular.

– Sei, sei - ela sorria - Agora vai trabalhar vai - Angie riu - Tchau!

– Tchau, amor - German enfim desligou, e saiu da empresa com seu carro, indo para mansão colocar o disfarce de Jeremias para depois ir para o Studio.

Angie deixou o celular no bolso e virou-se para trás, deparando-se com Pablo de braços cruzados, encostado na parede.

– "Meu anjo" - Pablo imitou a voz de Angie falando com German e a mesma soltou uma gargalhada - Vai me explicar isso e é agora! - o homem riu.

– Hum, que tal se formos almoçar juntos e aí eu te conto? To morrendo de fome - Angie sorriu.

– Gostei, vamos então - Pablo deu um passo para o lado para Angie passar e depois foi logo atrás dela.


XX

– Então quer dizer que vocês estão namorando? - Pablo disse enquanto comia seu macarrão ao molho branco com bacon. Angie havia pegado apenas um filé de frango e fritas, sua fome havia diminuído no caminho do Studio ao restaurante.

– Sim - ela mordeu os lábios. Havia acabado de contar tudo aos mínimos detalhes ao seu amigo, desde sexta à noite e do pedido de namoro no meio do palco, até como German havia lhe dado o anel, na tarde do domingo anterior.

Depois do celeiro e de tomarem café da manhã, German convenceu Angie a montar no Bey, seu novo cavalo, enquanto Violetta montava em Luli e German em Chest. Apostariam um tipo de corrida, mas German e Violetta dariam um crédito para Angeles, já que esta não sabia cavalgar. E mesmo dessa maneira, a mulher loira chegou por último, enquanto o homem foi o primeiro.

Voltaram para a casa da chácara e, como estava sol, Violetta e Angie decidiram ir para a piscina. German disse que precisaria ir ao mercado da cidade reabastecer a geladeira da chácara, então deixou-as a sós por algum tempo. A chácara ficava afastada da cidade, ele demoraria um pouco a voltar.

– Você e o papai podiam se casar, né, Angie? - Violetta dizia enquanto se apoiava nas bordas da piscina e esticava as pernas para frente na água. Angie soltou uma risada, arrumando o cabelo após o mergulho.

– Não acha que está muito cedo? - a mulher puxou as pernas da sobrinha para frente, fazendo seu rosto afundar levemente. Angie riu.

– Ow! - Violetta enxugou o rosto, rindo - Mas mesmo assim, vocês casados seria a coisa mais linda do mundo todo!

Angie sorriu boba. Imaginou-se em um vestido de noiva, longo e delicado, seus olhos brilhantes e seu sorriso mais encantador. Seus cabelos loiros presos em um penteado de princesa, como aquela que ia encontrar seu príncipe mais tarde. E então imaginou-se entrando na igreja, e a primeira coisa que via era German, encaixado em um terno e com um sorriso de orelha a orelha, bobo com a figura que caminhava diante todos até ele. E enfim imaginou o momento em que são declarados marido e mulher. Angie sentiu uma agitação no peito e lágrimas invadirem seus olhos, tudo isso só por causa do que imaginara. Se acontecesse de verdade, então...

Até que ela pensou no que viria depois disso, do casamento. Morariam juntos, viveriam juntos, iam ser um só em dois corpos. Iam ser a árvore de um amor que traria frutos. E esses frutos? Angie imaginou-se grávida, e depois se sentiu ansiosa por ter um filho. Sorriu pensando em como seria pegar o bebê depois do parto, vê-lo aprendendo a falar e a andar, cuidá-lo e acompanhar seu crescimento. E de repente Angeles sentiu um desejo de ser mãe brotar em seu coração. Tudo aquilo mexeu com ela e ela sentiu ansiedade para que tudo isso acontecesse, queria ter aquilo em sua vida. Queria se casar. Queria ter filhos. Com German.

– Bem, seria... - a mulher deixou uma lágrima escorrer - Seria um sonho realizado - Angie riu, admitindo. Violetta a abraçou.

– Você e o papai são a família que eu sempre sonhei - a menina falou baixo.

– Te amo, Violetta, você não tem nem ideia do quanto - Angie segurou o rosto de sua sobrinha e beijou a testa dela.

Depois disso, a mulher ficou pensativa. Seu coração estava cultivando aquela emoção que ela sentia ao se imaginar casando e tendo filhos com German. Ela podia amá-lo, mas nunca tinha pensando nisso. E de repente se lembrou de algo. Quando Angeles tinha em média de seus onze anos, ela perguntou a sua mãe como que saberia quando encontrasse o amor de sua vida. Sua mãe lhe disse que, quando ela o encontrasse, ia fazê-la não apenas querer ficar com ele no momento, mas ia fazê-la querer ficar com ele para sempre, ia fazê-la ter sonhos futuros ao lado dele. E era isso que Angie estava sentindo. Agora, mais do que nunca, ela admitia que German Castillo era o amor de sua vida.

Quando Angie e Violetta saíram da piscina, já havia dado uma hora que German havia sumido. Ambas estavam famintas, então o jeito foi Angeles cozinhar com o que tinha lá mesmo. Achou um saco de macarrão no armário e preparou-o para ela e sua sobrinha. Almoçaram as duas ainda com seus biquínis, enquanto Violetta atualizava sua tia sobre seu relacionamento com Leon e sobre tudo o que ela contaria à sua mãe. Angie se sentia feliz por sua sobrinha demonstrar cada vez mais confiança nela. Tudo estava, finalmente, tão bom e tão certo que Angie tinha medo de que alguma coisa pudesse dar errado.

– Chegueiiii - German adentrava a casa cheio de sacolas. Angie e Violetta, que riam de alguma coisa enquanto comiam, olharam-no.

– Finalmente, hein - Violetta exclamou.

– Aê, ele está vivo! - Angie falou rindo. O homem sorriu e se aproximou, dando um selinho em sua namorada e um beijo na testa de sua filha.

– Que feio, estão almoçando sem mim - German deixou as sacolas em cima da mesa, e respirou fundo.

– Eu fiz seu prato, está dentro do forno para não esfriar - Angie sorriu.

– Olha que prestativa - German riu e foi pegar o seu prato, sentando-se ao lado de Angeles em seguida. - Obrigado, princesa - beijou o rosto dela e começou a comer.

Violetta terminou de comer, se levantou e deixou o prato na pia.

– Eu vou voltar para a piscina, tchau tchaaaau - a menina correu para a fora da casa enquanto Angeles gritava.

– Violetta! Você acabou de comer, não pode entrar na piscina agora!

– Eu prometo que se me sentir enjoada eu saio! - Violetta gritou já lá fora e pulou na piscina. Ela apenas queria dar um pouco de privacidade ao seu pai e sua tia.

– Teimosa igual o pai - Angie mordeu os lábios rindo. Havia terminado de comer também, mas ficou sentada esperando German.

– Igual a tia, você quis dizer - ele riu junto - Acho que toda a família é teimosa viu...

– Que nada! Eu sou um anjinho, ok? - Angie brincou e cruzou os braços.

– Clarooo, só falta as asas - German riu. Logo ele terminou de comer, e então ambos subiram para o quarto. O colchão já havia secado, eles o tinham deixado a manhã toda exposto no sol. Angie ainda estava de biquíni, mas como já estava seca, se deitou na cama.

– Por que demorou tanto? - ela olhou para o homem enquanto ele se deitava ao lado dela. German sorriu e beijou a bochecha da mulher.

– Porque eu tava preparando uma surpresinha. - ele riu e puxou-a para seus braços. Angie se aninhou nele.

– Que surpresa? - ela o olhou curiosa, e German riu.

– Sh, você já vai saber - ele beijou-a calmamente e não enrolou para aprofundar o beijo. Ficaram assim por um tempo, se afastaram ofegantes mas logo voltaram a se beijar de novo, dessa vez com intensidade. German acomodou os corpos de modo que ela ficasse por baixo dele e pressionou-a contra o colchão. Mordeu seu lábio e desceu os beijinhos para o pescoço. - Você falou que estava pensando em umas coisas hoje de manhã - ele sussurrou e Angie soltou uma gargalhada.

– Que tal você fechar a porta primeiro? - ela falou rindo e German se afastou, olhando pra porta. Ele bufou e se levantou para fechá-la, depois voltou para a cama. Puxou-a para cima e voltou a beijá-la com uma paixão que mulher jamais o fez sentir.

German ia desfazer o nó do biquíni de Angie, nas suas costas, mas então parou para olhá-la. Ela encarou-o confusa.

– Antes disso, vou te contar a surpresa - ele sussurrou rindo. Angie acariciou o rosto dele e sorriu. German tirou do bolso da calça um objeto circular e extremamente prateado. - Está vendo isso? - German mostrou o anel prateado para Angie. Ela estranhou. - Uma aliança de compromisso. Eu quero que você use, assim como eu - German mostrou uma igual em seu dedo - Quero fazer isso algo concreto. - Ele pegou a mão direita de Angeles e colocou o anel. Ela o olhava, sorrindo com ternura.

– Obrigada. Não sei nem o que dizer. Obrigada obrigada obrigada. Eu te amo tanto - a loira o abraçou.

– Eu te amo mais - o homem murmurou baixinho e finalmente soltou o biquíni de Angeles. Podia parecer cedo, mas eles já estavam prontos para se entregar completamente um ao outro.

É claro que essa parte da história Angie não contou a Pablo, ele não precisava saber disso.

– Bem, já acabei - a loira disse ao amigo passando o guardanapo em sua boca.

– Eu também. Vamos, então? - Pablo respirou fundo e Angie assentiu, se levantando. Ambos caminharam até o caixa. - Ei, está lembrada que você tem duas aulas para repor hoje, não? Aquelas que você perdeu quando saiu mais cedo pra sair com o German - Pablo falou rindo enquanto pagava. Angie entreabriu os lábios surpresa.

– Ah não! É sério isso Pablo? Af, seu chato! - a mulher deu leve tapas no braço do amigo e depois cruzou os braços. Pablo riu.

– Bem, você tem que repor - ele riu, e pegou a nota fiscal que a balconista lhe dava - Paguei pra você, não reclame.

– Chato - ela mostrou a língua então os dois saíram do restaurante e foram de volta para o Studio.


XX

Jeremias saía da sala dos professores, após ter discutido muito com Gregório. O professor de dança não queria que ele se demitisse, por mais que houvessem tantos atrasos. Mas German estava determinado a fazer as coisas certas pelo menos uma vez na vida. Angie merecia um homem bom, e German estava disposto a ser este homem.

Jeremias saiu de fininho do Studio, tinha medo de que Angie voltasse logo e ele acabasse dando de cara com ela, ele não conseguiria esconder o German interior. Passou por Andres, que o olhava estranhamente, e depois saiu correndo para seu carro, fazendo um caminho diferente para ir até a mansão, assim ninguém poderia desconfiar.

Angie e Pablo chegaram ao Studio e encontraram Gregório furioso na sala dos professores.

– O que aconteceu? - Angie perguntou por ver o homem dando soquinhos na mesa.

– Jeremias se demitiu - ele bufou - Cadê o Antônio? Preciso que ele me arrume outro pianista!

– Se demitiu? Por quê? - a loira estranhou - Poxa, nem se despediu - ela disse desanimada, no final das contas Jeremias tinha se tornado um amigo para a Angie.

– Estranho - Pablo comentou. - Ele tinha muitos problemas, pelo que eu via.

– Muitos?! Aquele cara era sinistro! – Gregório bufava – Estava sempre saindo às escondidas e chegando tarde, sempre tinha algum problema.

– Não falem assim dele – Angeles pegou uma lixa de unha e passou a lixar a unha de seu mindinho. Ela mesma estranhava o carinho que sentia pelo homem de cabelos compridos e touca, mas não podia deixar de defendê-lo.

– Ele era um bom pianista – Antônio adentrou a sala dos professores, falando como se estivesse no assunto desde que começou. Angie e Pablo sorriram com a presença do homem, mas Gregório continuou com sua cara emburrada.

– Boa tarde, Antônio – Angie sorriu.

– Boa tarde, meus queridos – o velho sorria. – Angie, eu gostaria de falar com você a sós.

– Comigo? Eu fiz algo errado? – a loira se levantou.

– Não, não – Antônio riu – É uma boa notícia, venha comigo – ele saiu da sala e Angie, curiosa, o seguiu até a sala dele. – Sente-se – ele apontou para a cadeira que havia em frente à mesa. Angeles se sentou e olhou-o. O velho deu a volta na mesa e se sentou do outro lado.

– Diga – Angie sorriu, mas no fundo sentia medo do que viria. Antônio disse que era uma boa notícia, mas tudo dependia do ponto de vista. Tudo tem um lado positivo e um lado negativo. E, como estava tudo tão certo na vida de Angeles, ela temeria que essa notícia pudesse desfazer isso.

– Você sabe que eu viajo muito e tenho amigos por todo o mundo, certo? – Antônio já começou sorrindo, como ele sempre fazia. Angie assentiu sem dizer nada. – Apresentei você e Pablo para muitos deles, sabia? Mostrei alguns de seus trabalhos, composições... e adivinha de quem eu recebi uma ligação hoje! – ele fez uma pausa.

– Hum.. não sei – Angie disse pensativa. Antônio riu.

– Um dos meus amigos franceses é produtor musical, e eles estão com um projeto de uma nova banda na gravadora. Este meu amigo me ligou e disse que amou suas composições e quer lhe oferecer uma proposta de trabalho. Precisam de uma compositora para esta nova banda, e eles querem você.

Um minuto de silêncio.

– Eles me querem? Na França?

– Isso mesmo.

– Antônio, eu... eu não sei, eu tenho uma vida aqui – Angeles murmurou nervosa. Aquilo definitivamente estragaria tudo.

– Eu sei, Angie, você não precisa responder agora. Mas pense com carinho, está bem? Essa pode ser uma grande oportunidade para seu crescimento profissional, para a sua carreira. Cuidado para não deixar a oportunidade passar.

E então Antônio se levantou, deu uma piscadela para a professora que ele tanto admirava, e então se retirou da sala, deixando Angeles completamente confusa.

Ninguém pode ter tudo, Angie já havia entendido isso há muito tempo. Escolhas traçam um caminho só. Ela teria mesmo que escolher entre sua família e sua carreira?

Bufou. Aquela proposta era realmente boa, se sentia feliz por terem reconhecido seu talento. Mas no fundo, queria que aquela proposta nunca tivesse sido feita. Queria não ter uma decisão tão brusca a tomar. Angie sempre tomava a decisão errada, e lá estava ela, pronta para errar novamente.

XX

Depois de todas as aulas, e as duas a mais que ela teve que dar no dia, a mulher foi para a sua casa, cansada. Ela havia passado o resto do dia pensativa. França era tão longe. Ela não podia ir, não deveria. Ela já tinha tudo o que precisava. Tinha Violetta, tinha German, tinha o Studio... seria loucura aceitar.

Mas ao mesmo tempo Angie adorava mudanças e novos desafios. Ela estava no meio de um abismo.

Foi até a cozinha preparar um chá, e então seu celular tocou.

– Oi, amor – atendeu desanimada. German estranhou.

– Está tudo bem? Você não respondeu as mensagens no whatsapp.

– Está tudo bem sim, er.. tudo normal – Angeles não conseguia evitar esconder que havia algo errado, mas ela não queria preocupar German agora. Nem saberia se iria aceitar a proposta, era melhor guardar aquilo para si durante algum tempo.

– Tem certeza? – German parecia aflito.

– Sim, só estou cansada. – o que não era mentira, ela realmente estava.

– Tudo bem, então. Mas saiba que se precisar pode me falar, tá bom? Eu vou estar sempre aqui para cuidar de você, Angie, em qualquer circunstância, eu vou cuidar de você.

Angie suspirou. O que eu estou fazendo?, pensou. De repente uma luz iluminou-a. German falando assim a fez cair na real e perceber que Angeles não precisava de mais nada. Ela tinha o amor de sua vida. Ela tinha sonhos com ele. Ela queria um futuro com ele. Dane-se a carreira na França. Ela tinha German.

Pela primeira vez em muito tempo, Angie soube qual era a escolha certa a se fazer.

– Eu sei disso, e isso me faz muito bem, sabia? Só de saber disso eu me sinto aliviada. German, posso te dizer uma coisa? Você é o amor da minha vida. Sabe, eu... tenho sonhos com você. Eu quero formar uma vida ao seu lado. E... prometo que nada mesmo vai me fazer desistir disso – a mulher desabafou. German não entendeu a declaração repentina da mulher, mas sorriu.

– Fico feliz com isso – o homem riu – Você também é o amor da minha vida. Eu te amo como nunca amei ninguém antes.

– Eu também te amo demais – Angie conseguiu sorrir. – Mas agora eu preciso desligar, está bem? Vou tomar um banho e dormir.

– Tá bom, meu anjo. Descansa! Boa noite, tá?

– Pra você também, Ge. – ela disse carinhosa e suspirou antes de desligar.

Angie se apoiou no balcão e olhou para seu plano de fundo do celular. Era uma linda foto dela, de German e de Violetta juntos na piscina. Haviam tirado aquela foto no dia anterior. A mulher sorriu bobamente e novamente sentiu a certeza do que deveria fazer.

– Eu não vou aceitar.


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Notas finais do capítulo

maissssssss uma vez, me perdoem o capítulo enorme, sei que deve dar preguiça de ler kkkkkkkkk



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