Quero te ter junto a mim escrita por Giih Santiago


Capítulo 23
Certeza absoluta


Notas iniciais do capítulo

nada a declarar, só me perdoem se o capítulo ficar muito cansativo porque ta enorme



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Angie abraçou German depois do beijo. Ela estava, de certa forma, emocionada. Amava tanto German, seu coração palpitava tão forte que parecia que ia explodir. Era, de fato, o sentimento mais lindo que existia. Angeles sempre sonhou em poder senti-lo um dia. E lá estava ela, desfrutando das sensações que esse sentimento a proporcionava. Isso sim era amor. Você nunca sabe o que é o amor antes de senti-lo. Angie já namorou tantas vezes antes, e ela achava que aquilo era amor. Mas hoje ela vê a diferença de uma simples paixão e de amar alguém. Amar é doação, é pensar no outro acima de si mesmo. Amor não é vontade, amor é atitude. Não é desejar que o outro fique bem, mas sim é cuidar dele. E Angeles estava disposta a cuidar de German para sempre, assim como ele estava disposto a cuidar dela.

– Temos que ir embora - German soltou o abraço e segurou o rosto de Angie. Ela assentiu, limpando as lágrimas que brotaram em seus olhos. German lhe deu um selinho e pegou-a pela mão, puxando-a de volta para a platéia. Angie foi até a poltrona que estava antes e pegou sua bolsa, depois subiu as escadas com German até a porta de saída da platéia do teatro, a porta que dava para o saguão.

German tentou abri-la, mas era como se estivesse emperrada. Ou melhor, trancada. Ele tentou mais uma vez, nenhum resultado. Angie cruzou os braços, e se apoiou de lado na porta, encarando German e mordendo os lábios, rindo.

– E aí, Romeu, quero ver você tirar a gente daqui agora - Angie riu divertida e German a olhou, desistindo de empurrar a porta.

– Duvida da minha capacidade, Juju? - German também se apoiou na porta, de lado, cruzando os braços para ficar na mesma posição que ela.

– Juju? - Angie soltou uma gargalhada - Bem, eu duvido sim - ela sorriu.

– É, acho que eu também duvido - German tentou mais uma vez abrir a porta, com esperança de que ela realmente fosse ser destrancada do nada. - Temos um problema.

– Oh, você jura? - a mulher continuava o olhando na mesma posição.

– Você não parece preocupada - German olhou-a.

– Não estou - ela sorriu - Eu estou com você, e de certa forma isso me traz segurança. - ela balançou a cabeça - Não sei porque né se foi você quem deixou a gente preso aqui mas ta - soltou uma risada.

– Foi por uma boa causa, sua chata - German falou rindo e se aproximou um pouco dela.

– Não disse que não foi - Angie deu uma piscadela divertida. - É sério que você decorou Shakespeare por mim? - ela levantou as sobrancelhas.

– Na verdade eu já tive que interpretar o Romeu numa peça na escola. Faz tempo, mas.. não foi difícil relembrar - o homem soltou uma risada e colou seu corpo ao de Angeles, prensando-a na porta que não abria.

– Ah, é? E quem foi a vadia que foi a sua Julieta? - a loira cruzou os braços enciumada. German soltou uma gargalhada.

– Você não existe - ele ficou rindo e beijou-a levemente. Angie sorriu e acariciou o rosto dele.

– Não existo mesmo. Sou apenas um lindo sonho que você sonha todos os dias. - ela murmurou baixinho e ia voltar a beijá-lo. Mas fora impedida quando a porta na qual estava apoiada abrira bruscamente e ela acabou por cambalear para trás. - Wow - Angeles olhou para trás e viu duas mulheres mais velhas, com uniformes e crachás, acompanhadas de rodos, panos e baldes com produtos de limpeza.

German olhou-as também, meio constrangido pela cena que elas acabaram por presenciar.

– O-oi - Angie sorriu nervosa - É.. ficamos presos. Isso. Vocês devem ser as funcionárias da limpeza, né? Bem, podem fazer seu trabalho, obrigada por tirar a gente dessa, aliás - ela falou atropelando as palavras, pelo jeito não era a única constrangida. As mulheres apenas olhavam confusas. Angeles pegou a mão de German e saiu correndo com ele dali.

Foram para o saguão do teatro e foi aí que pararam de correr. German não pode evitar soltar uma risada.

– Que. Vergonha. - Angie disse, com os olhos arregalados.

– Relaxa, boneca, a chance de você ver essas mulheres na vida de novo é de 1% - ele riu e a abraçou pelos ombros, saindo do teatro em seguida.


XX

German chegou em sua casa depois de deixar Angie na dela. Era um tanto tarde, mas mesmo assim Violetta estava acordada, deitada no sofá e assistindo a algum filme.

– Pai! Onde você estava? - Violetta se levantou enquanto o homem se aproximava.

– Olga não avisou? Fui a uma reunião - German havia pedido para que a Olga não contasse a verdade, ele faria uma surpresa no dia seguinte dizendo que estava finalmente junto com Angie.

– É, ela disse, até que o Ramalho apareceu aqui para deixar uns papéis pra você e quando eu disse que você foi a uma reunião ele estranhou, falando que você não tinha nenhuma reunião marcada para sexta à noite. - Violetta cruzou os braços.

– Bem... vai ver o Ramalho não viu direito minha agenda, filha! - German tentou enrolar a menina, mas Violetta já era crescida o suficiente para entender o que realmente tinha acontecido.

– Se você diz... - a morena fingiu que acreditava - então, pai, você pode me dar um abraço antes de eu ir dormir? - ela olhou para o pai e o mesmo sorriu, abrindo os braços. Violetta abraçou-o e sorriu ao sentir o cheiro que comprovava suas teorias. - Ahá! - Vilu disse quando soltou seu pai.

– Ahá, o que, Violetta? - German não entendeu.

– Cheirinho doce, hein, papai - a menina riu divertida - Andou passando o perfume da Angie?

German abriu a boca surpreso e sem resposta.

– Bem, eu.. - ele tentou se explicar e Violetta apenas ria.

– Tudo bem, mas amanhã me conta tudo de como foi esse seu "encontro" com a minha tia - ela beijou o rosto do seu pai e subiu para o seu quarto, sorridente. Aquilo era tudo o que ela sempre quis.


xx

– Bom dia - Violetta fala sonolenta, coçando os olhos enquanto descia as escadas. Havia dormido muito tarde na noite anterior. Estava apenas German na mesa, afinal, Angeles não morava mais na mansão. Depois do encontro da noite anterior, German havia dormido até aquele momento. Eles ainda não haviam contado para Violetta, decidiram que contariam juntos.

– Bom dia, dorminhoca - German disse rindo, tomando um gole de seu café. Violetta chegou à mesa e se sentou no seu lugar de sempre. Pegou uma torrada e mordeu-a.

– Hum, está sorridente, vejo que ontem foi bom mesmo hein - Violetta olhou-o sorrindo.

– Você nem imagina - ele continuou sorrindo, desistindo de negar. Ela já havia descoberto mesmo. A campainha tocou e no mesmo instante a Olga foi atender. Era a própria de quem falavam. Angeles cumprimentou Olga e foi direto para a sala de jantar. Quando a viu, Violetta levantou correndo para abraçá-la.

– Que saudade - Violetta falou rindo, ainda no abraço.

– Nos vimos ontem, sua boba - a mulher apertou a menina contra si com o máximo de força que pode. Violetta voltou a rir.

– Eu não ganho abraço, amor? - German olhou para a Angie sorridente. Violetta soltou-a de imediato e os encarou confusa pelo jeito que German chamou a mulher. Angie quis rir da cara da menina, mas respondeu German como se nada tivesse acontecido.

– Ô, meu amor, claro que ganha - ela se aproximou dele e o abraçou com força. German escondeu o rosto na barriga dela, afinal, ele estava sentado e ela de pé.

– Amor? - Violetta só conseguiu dizer depois de alguns segundos. - ESPERA, PARA TUDO - ela tinha os olhos arregalados. Angie e German riram e se soltaram para olhar a menina melhor. - Vocês tão zoando com a minha cara ou isso é sério?! - a menina falava quase que desesperada.

– Hmmm... estamos zoando com a sua cara - Angie respondeu. - Não é, amor? - ela se virou para German e ele sorriu divertido.

– Claro, amor, é tudo uma brincadeira - German se esticou um pouco e deu um selinho demorado em Angie.

– Ah, eu não acreditoooooo - Violetta gritou de felicidade e correu para cima dos dois, abraçando-os ao mesmo tempo - Vocês finalmente estão juntos!!!

– Mas a gente disse que é brincadeira, Violetta - Angie continuou fingindo e a menina afastou-se para encará-la.

– Vocês acabaram de se beijar na minha frente - Violetta cruzou os braços.

– E daí? Um beijo não significa nada, né, Angie? - German olhou para Angie, mordendo a língua para não rir. Ela sorriu e beijou-o mais uma vez.

– Não, não significa nada! - deu outro selinho em German.

– Não tem graça, tá? - Violetta bufou - quando decidirem parar com a piada me chamem - ela se virou de costas e foi pra cozinha. German e Angie se entreolharam e caíram na risada.

– Violetta! - ambos a chamaram, seguindo-a. Ao adentrarem a cozinha a viram pegando suco na geladeira. - Fala comigo, bebê - Angie continuou, se aproximando da sobrinha. Ela ignorou Angeles e fechou a geladeira, indo até a pia e pegando um copo no escorredor de louça.

– Filhaaaaa - German se sentou no balcão - Ficou bravinha, foi? - ele riu divertido e Angeles o acompanhou. Violetta continuou ignorando-os.

– Violettaaa - Angie bufou, mas riu. No mesmo instante, Olga entrou na cozinha. Violetta olhou para a mulher mais velha.

– Olga! Vem cá, me tira uma dúvida, só eu estou escutando esses zumbidos de mosca aqui na cozinha? - Vilu caminhou até a empregada.

– Nossa, fiquei ofendido! - German exclamou.

– Zumbidos? - Olga pareceu confusa.

– É, como este agora mesmo - Violetta respondeu.

– Vilu, para - Angie riu e se sentou ao lado de German.

– Aí ó! Ouviu? - Violetta continuou falando com Olga, quando Angie terminou de falar. - Vem dali, se eu não me engano - a menina apontou para onde seu pai e sua tia estavam. Agora sim Olga entendeu o que seriam os tais zumbidos e soltou uma risada.

– Ahhhh, sim! Estou ouvindo - a mulher ria.

– Estranho, né, Olguinha? Joga um spray anti-inseto, vai que seja algum mosquito perigoso - Então Violetta bebeu o suco que colocou no copo, deixou o copo na pia e saiu da cozinha. Olga olhou para o casal que estavam sentados um ao lado do outro no balcão da pia.

– O que aconteceu aqui? - a empregada questionou-os.

– Eu e a minha namorada vamos resolver isso - German desceu do balcão e segurou a cintura de Angeles para ajudá-la a descer também.

– Namorada?! - Olga exclamou surpresa. - Não acredito!!!! É sério, senhor German?! Você finalmente fez algo que presta! - a mulher correu para abraçá-lo enquanto a loira caía na gargalhada.

– Tá vendo, amor? Eu sim sou um bom partido, não aquelas coisas que você arrumava de namorada - Angie falou rindo. Olga soltou-o do abraço e olhou para ela.

– Tá se achando demais, bonequinha - German riu e beijou o rosto de Angeles. - Vamos atrás da Violetta, vem - o homem puxou-a pela mão para fora da cozinha.
Violetta estava deitada no sofá da sala, encarando a televisão desligada. Parecia emburrada, mas Angie sabia que ela estava apenas de birra. A loira e German chegaram perto do sofá e entreolharam-se. Angeles sorriu divertida e German captou a ideia. Ambos jogaram-se em cima de Violetta e encheram-na de beijos pelo rosto.

– AAAAI - Violetta gritou - Seus gordos! Saiam de cima de mimmmmm - a menina tentava resistir.

– Fala com a genteeee - Angie fez bico. Violetta olhou-a e não conseguiu evitar rir.

– Só se me pedirem desculpas e falarem que estão juntos logo - Vilu sorriu.

– Mas nós não estamos! - German exclamou. Violetta fez cara feia de novo e Angeles gargalhou, empurrando o homem para fora do sofá. - Ai! - bufou de dor quando caiu de bunda no chão.

– Chega, né, German - a loira riu e se ajeitou sentada junto com sua sobrinha. - Estamos juntos sim, meu amor - Angie olhou para Violetta um tanto ansiosa. Tudo o que precisava para se sentir completa agora era a aprovação de sua sobrinha. Angeles sabia que Violetta sempre quis aquilo, mas ainda sim se sentia receosa, de qualquer forma, Angie ainda era irmã de Maria.

– Ahhhhhhhhh, aleluia, meu Deus!!! - Violetta de repente abraçou Angie com toda a força que tinha. Angie sorriu e respirou fundo, correspondendo o abraço. - Não acredito, meu pai finalmente tomou a decisão que ele devia ter tomado há muuuuuito tempo - Violetta não soltava Angeles muito menos diminuía a força do abraço. - Obrigada, tia, obrigada por aparecer nas nossas vidas e nos fazer encontrar a felicidade. - a menina mantinha os olhos fechados e a loira escutava com atenção, enquanto a alegria começava a borbulhar dentro dela. - Você me fez encontrar minha vocação e fez o papai encontrar o amor. Você é um anjo. Eu amo você. - Violetta concluiu e se afastou. Angie abriu um grande sorriso em meio a algumas lágrimas, abriu a boca para falar mas simplesmente não tinha o que dizer. German, que as olhava enternecido ainda no chão, segurou uma mão de Violetta e a outra de Angeles, fazendo as duas olharem para ele.

– Somos uma família agora, a família que cada um de nós merece. A família que nada nem ninguém pode abalar. - German falou sorrindo e Angie apertou a mão dele, mordendo os lábios. Ela enxugou o rosto com as costas da mão que estava livre e depois com a mesma mão segurou a livre de Violetta.

– Eu amo vocês. - a loira disse.

German se levantou do chão e sentou no colo das duas mulheres no sofá, abraçando-as. Angie e Violetta caíram na risada pela folga do homem.

– German, você é pesado! - Angie deu leves tapas no braço dele.

– Paiiii, qual é, sai de cima! - Violetta ria. German riu, acabou se ajeitando no meio das duas e as abraçou de lado. - A gente podia sair juntos hoje, não acham? Os três!

– Hum, adorei a ideia - Angie sorriu - O que sugere, bebê?

– Ah, não sei, algo como um passeio, podem escolher o lugar - Violetta olhou para German.

– Esperem. Sabe o que eu acho? - o homem falou e as duas o olharam curiosas. - Vilu, o que acha de levarmos a Angie na... - German respirou fundo antes de falar o nome do lugar.

– Na...? - Violetta disse. - Espera! É o lugar que eu to pensando que é?! - a menina pulou do sofá animada. - MENTIRA? É sério, papai?!

– É sim - German riu. - Acho que está na hora, Vilu. E com a pessoa certa. - German segurou as mãos de Angie. Violetta estava pulando entusiasmada.

– Me levar para onde, gente? - Angie falou confusa.

– Você vai ver, meu amor - ele deu-a um beijo rápido. - Mas antes, precisamos passar na sua casa para pegar umas roupas pra você - ele piscou para ela, um tanto misterioso.


XX

– Chegamos! - German anunciou, dando um suspiro sorridente e um tanto quanto orgulhoso de si mesmo. Violetta pulava ansiosa no banco de trás do carro.

– Ah, meu Deus! Não acredito que estou aqui de novo! - Violetta sorria gigantescamente. German abriu um portão marrom e subiu com o carro por uma estradinha de terra, até chegar num gramado gigante, onde estacionou o carro.

– Dá pra alguém me dizer aonde a gente tá? - Angie olhava para os lados confusa. Ela só via mato. German olhou-a, sorrindo corajoso, e respirou fundo antes de dizer.

– Estamos numa chácara, Angie. Minha chácara. Era do meu pai e ele deixou como herança quando morreu. - German suspirou. - Nós... não vínhamos aqui há anos. Desde a morte da Maria, na verdade. Ela amava este lugar, e quando ela morreu... eu nunca mais quis voltar. Eram lembranças por toda parte. - ele olhou-a. - Violetta também sempre amou isso aqui. Ela vivia me pedindo para virmos, mas eu nunca tive coragem para voltar. Só que agora é diferente, meu amor. Eu nunca achei que poderia amar novamente e com tanta paixão como eu amo você. Você é meu novo começo, Angie. E você é digna de conhecer esse lugar. Ele é seu tanto quanto nosso agora.

Angie sorriu carinhosa, orgulhosa por German ter criado coragem para voltar e feliz por ele ter trazido-a ali. Ela puxou-o para um abraço e ele correspondeu de imediato.

– Uhuuuuuu, lindoooos! - Violetta bateu palma, cansando de ser vela. Angie e German se soltaram, rindo. - Agora podemos sair do carro? Eu tô com tanta saudade desse lugar!

– Podemos sim, criança - German falou rindo e no mesmo segundo Violetta pulou para fora do carro. Angie e German saíram logo em seguida.

– Uau! Tem o mesmo cheiro! - Violetta se jogou na grama, sorridente. German inalou aquele cheiro e se sentiu nostálgico. Fechou os olhos e acabou sorrindo. As lembranças pareciam tão menos assustadoras agora. Angie se aproximou dele, sorrindo, e segurou sua mão. German abriu os olhos e olhou-a. Ela observava a paisagem, encantada. A chácara era linda. Avistou uma piscina, um campo de futebol, um gramado enorme com várias flores plantadas... E à direita lá estava uma grande, porém simples casa de madeira. Aquelas casas de estilo de fazenda mesmo, com varandas e mais flores. German abraçou Angie por trás, segurando suas mãos. A mulher encostou a cabeça, de costas, no ombro dele e continuou admirando a paisagem.

– Esse lugar não mudou nada - German conseguiu dizer depois de um tempo.

– Claro que não, né, pai, só a gente vinha aqui, se tivesse mudado seria sinistro - Violetta riu. Ela abriu o porta-malas do carro, pegou sua pequena mala e saiu correndo em direção à casa da chácara. Angie se virou de frente para German, sem tirar o sorriso do rosto.

– Obrigada. Você é lindo em todos os sentidos. - a mulher envolveu os braços em volta do pescoço do homem. Já ele, apertou-a contra si pela cintura.

– Você merece, gatinha - ambos riram e Angie beijou-o carinhosamente. German intensificou um pouco o beijo e caminhou com Angie até encostá-la no carro e pressioná-la nele. A loira cravou as unhas na nuca do homem e continuou beijando-o de forma mais intensa. Segundos depois, German quebrou o beijo e desceu para o pescoço da mulher, enquanto ela respirava ofegante, de olhos fechados.

– Ei, garanhão, vai com calma aí - Angie soltou uma risada anasalada. German parou de distribuir beijos pelo pescoço da mulher.

– Estamos sozinhos, vai - sussurrou e beijou o pescoço dela mais uma vez.

– Não estamos não - Angie riu. - Não significa que a Violetta não possa sair daquela casa a qualquer momento.

– Tem razão - German riu e afastou-se, ajeitando a blusa. Angeles olhou-o e sorriu boba.

– Te manchei de batom - ela falou rindo e limpou com o polegar os lábios do namorado.

– Tudo bem. Vamos entrar, vem - pegou o resto das coisas no porta-malas e puxou Angeles até a casa. Ao entrarem lá, se depararam com Violetta conversando com o caseiro da chácara, um senhor grisalho, velho amigo da família.

– Senhor German! - o caseiro exclamou, aproximando-se de German e estendendo a mão como cumprimento. German sorriu e apertou a mão do homem - Mas quanto tempo não os vejo por aqui! Se tivessem avisado eu teria deixado tudo arrumado!

– Pois é, seu Baldo, faz tempo mesmo - German sorriu - Não tem problema, eu arrumo o que falta. Pode ir descansar na sua casa porque esse final de semana vai ser apenas nosso - o homem sorriu e apresentou Angeles para o velho.

Angie cumprimentou o senhor, e logo em seguida ele se retirou. German levou Angie até o quarto de casal da casa, no andar de cima, e deixou as malas em um canto.

– Vamos dormir juntos? - Angie sorriu vendo a decoração um tanto antiga do quarto, e uma varanda que dava diretamente para a piscina.

– Já dormimos juntos antes, loira - German riu se lembrando da viagem ao Canadá. Angeles soltou uma risada e caminhou até a varanda.

– Mas agora é diferente - Angie disse de lá. German soltou as coisas que estava organizando e caminhou até ela, fazendo-a virar-se para ele.

– Dorme comigo, vai - ele lhe deu um selinho - Prometo te deixar ficar com o maior espaço da cama!

– Hum - Angie sorriu - Proposta interessante essa.

– É sim - ele murmurou e deu outro selinho na mulher - Dorme - outro selinho - comigo - mais um - vai - e dessa vez foram três seguidos. Angie correspondeu todos eles, rindo.

– Durmo sim, príncipe - a loira mordeu a bochecha de German e virou-se para ver a paisagem novamente - Gostei daqui!

– Sabia que gostaria - German riu e abraçou-a por trás, beijando-a no ombro carinhosamente.

– O que é aquilo? - Angie apontou para uma casa de madeira em cima de uma árvore, perto da piscina. German sorriu nostálgico.

– Violetta costumava brincar ali - German sorriu. Quem sabe um dia outras crianças poderiam brincar ali também, não? Era isso que pensava German, mas ele não diria em voz alta que queria ter filhos com Angie. Pelo menos não agora, eles estavam namorando não tinha nem um dia inteiro. Mas, sem que a mulher percebesse e aproveitando que ele estava abraçando-a por trás, German acariciou a barriga dela levemente.

– Gente! - Violetta apareceu no quarto ofegante, como se tivesse subido as escadas correndo. German e Angeles se viraram para ela - Eu fui olhar a geladeira e vi que o seu Baldo deve ter acabado de fazer compras - a menina riu divertida - O que acham de fazermos um pique-nique na casa da árvore?


XX

German estava deitado no chão de madeira da casa na árvore, usando algumas almofadas de travesseiro. Ele já havia comido demais. Mas Angie e Violetta ainda estavam beliscando os cookies e o bolo. Havia sido um pique-nique divertido, Violetta começou uma guerra de pipoca com seu pai e logo os dois puxaram Angie para a brincadeira também. Agora a casa na árvore estava toda cheia de pipoca. Era bom eles limparem aquilo antes que pássaros invadissem o local para comer.

– É bom fazer pique-nique aqui, tem menos formigas do que lá embaixo - Violetta sorriu. Angie bebeu mais um copo de suco.

– Nossa, estou cheia - a mulher disse e se sentou em um tronco da árvore que passava pelo meio da casa. - O aroma desse lugar é tão bom.

– Ave, gente, sobrou um monte de comida! - Violetta se jogou em algumas almofadas perto da janela, porque batia vento. - Que calor!

– O que acham de irmos na piscina? Eu monto a rede de vôlei, quero ver vocês duas ganharem de mim! - German se sentou, sorrindo sacana.

– Fiz aula de vôlei na adolescência, sabia, queridinho? - Angie falou rindo, se levantando. Ela mal cabia de pé na casinha.

– Aposto três beijos que eu ganho! - German cruzou os braços e Angeles riu alto.

– De qualquer jeito você sai ganhando, palhaço - ela sorriu e desceu da árvore junto com a Violetta. German foi logo atrás.

– Aposte algo melhor então! - ele ia atrás da tia e da sobrinha, que cochichavam uma para a outra, rindo.

– A gente aposta a louça de hoje e de amanhã - Violetta virou-se para seu pai, sorrindo sacana. - Se ganharmos, você lava! Se perdemos, a gente lava.

– Fechado. Vão lá colocar os biquínis de vocês que eu vou montar a rede. - German disse e foi caminhando até a piscina, enquanto as meninas entraram na casa.

Ele já estava pronto para montar a rede, quando ouviu o seu celular tocar em uma das mesinhas do guarda-sol que havia ali em volta. German aproximou-se, para atender, e quando leu "Gregório" no visor do celular seu coração deu um pulo de susto. Ele já sabia do que se tratava.

German atendeu o celular e olhou para a casa para ver se nem Angie nem Violetta estavam vindo, então ele se afastou um pouco para falar. Fez a sua voz de Jeremias, mas um tanto mais baixa que o normal.

– Oi - German disse, meio nervoso, sem parar de olhar para a porta da casa.

– Jeremias! - Gregório gritou do outro lado da linha - Já faz uma semana que voltamos de férias no Studio e você não fez questão de aparecer nem um dia! - ele exclamou, irritado. German passou as mãos pelo cabelo, ele havia esquecido deste pequeno detalhe.

– Gregório, eu.. Me desculpa. Eu queria dizer que me demito, isso. Envio minha carta de demissão pelo correio segunda-feira. Tchau - German desligou rapidamente e suspirou aliviado por nenhuma das duas mulheres terem aparecido. O celular voltou a tocar, era Gregório novamente. German bufou e ignorou a chamada, bloqueando o número logo em seguida. Agora que as coisas estavam bem com Angie e Violetta, ele não podia estragar. A partir daquele dia, Jeremias não existia mais.

German montou a rede a tempo das meninas voltarem. Ele estava dando um mergulho, por isso nem as viu deixando os celulares e as toalhas na cadeira de sol ao lado.

– Vem passar protetor, vem, princesa - Violetta chamou por sua sobrinha e a fez ficar de costas. German ao mesmo tempo voltou a superfície e as avistou. Seu queixo caiu levemente quando seus olhos se chocaram no corpo perfeito daquela mulher loira, encaixado num biquíni verde escuro com detalhes claros. Angie não percebeu, porque estava ocupada passando o protetor solar nos ombros de sua sobrinha. Mas Violetta notou German babando em sua tia, e não conseguiu evitar rir.

No mesmo momento Angie olhou para German, e ao ver sem camisa teve a mesma reação. Seus olhos se arregalaram e ela sentiu seu coração bater mais forte. Sorriu meio nervosa para ele e ele fez o mesmo, sem desviar o olhar.

– Ah, qual é, gente! - Violetta despertou-os do transe e ambos olharam-na. Angie ficou levemente vermelha e German acabou rindo, balançando a cabeça.

– Vocês são lindas. - o homem disse.

– Tia, ele quis dizer "Angie, você é gostosa" - Violetta sussurrou para a mulher atrás dela e Angeles soltou uma gargalhada alta.

– Fica quieta, menina - Angie não parava de rir. German bufou e mergulhou novamente. A loira olhou-o e sorriu.

– O que achou do peitoral do papai por fora da blusa? Ótimo para um abraço confortável, né, Angie? - Violetta sorriu sacana para sua tia, aproveitando que German estava imerso na água e não as escutaria. Angeles ficou mais vermelha que antes e voltou a rir.

– Cala a boca, Violetta! - ela exclamou e as duas riram. - Deixa eu terminar de passar o protetor - Angie jogou mais do creme branco nas costas da menina.

– Tia! Você já passou muito! Tá bom já né - Violetta virou-se de frente para a mulher.

– Aiii, meu amor, só não quero que você fique toda ardendo - Angie depositou um beijo no rosto de sua sobrinha, abraçando-a com força. Violetta riu.

– Tudo bem, tudo bem. Agora vamos entrar ou vai demorar mais? Tô morrendo de calor!

– Vamos pular juntas, beleza? - as duas tomaram um pouco de distância, correram e se atiraram juntas na piscina, assustando German, que nadava de um lado ao outro como um peixe.

Os três voltaram para a superfície ao mesmo tempo.

– Agora sim, suas lerdas - German sorriu e abraçou Angie, para que sem que ela percebesse, ele jogasse um balde de água na cabeça dela.

– Ahhhh! Seu louco! - Angie exclamou. - Tá fria, sabia?

– Mas você não tava com calor? - German riu e Angie bufou. Ele beijou o rosto molhado dela com carinho e nadou para o outro lado da rede, pegando a bola de vôlei que estava fora da piscina. - Preparadas para lavarem uma louça gigante? - German olhou-as, sorrindo malicioso. - Vou derrotar as duas em um segundo!

– É o que vamos ver, paizinho - Violetta e Angie se entreolharam, sorrindo, e se afastaram na piscina, para terem mais chances de pegar a bola. - Um, dois, três e já!


XX

– GANHEIIIIIIII - German comemorou jogando água para todos os lados, depois de atingir vinte pontos no vôlei aquático. Parecia uma criança que acabara de ganhar um doce, todo feliz. Angie bufou, ela e Violetta estavam com dezessete pontos.

– QUEREMOS REVANCHE! - Angie gritou, irritada, e Violetta atravessou a piscina para morder o braço do pai.

– Dá mais uma chance! - a menina tentava tirar a bola da mão do homem enquanto ele ria da cara delas.

– Tô em completa desvantagem e vocês tão pedido mais uma chance?! - ele exclamou divertido.

– SIM! - as duas gritaram.

– Ah, é? Vamos fazer assim. Quem fizer mais um ponto ganha, então - German cruzou os braços - Podem começar com a bola - Ele entregou a bola para Violetta e ela voltou para seu lado da piscina.

– ISSO! Vamos ganhar, tia! - Violetta se preparou para sacar.

– Bora lá, sobri! - Angeles falou rindo e pulava na piscina, como se estivesse se aquecendo. - VAAAAI! - ela gritou e Violetta bateu na bola.

Enquanto a bola atravessava a rede e ia ao encontro das mãos de German, prontas para dar uma linda manchete, Violetta e Angie se entreolharam, lançando o olhar cúmplice que elas tinham. Era hora de por o plano em prática. Violetta piscou pra Angie e a loira sorriu, antes de mergulhar.

German rebateu a bola e quando observou bem viu apenas sua filha do outro lado da piscina. Angie estava nadando, sem que ele visse, por debaixo da rede e indo até ele. Violetta rebateu a bola de volta e German estava confuso, tentando encontrar sua namorada mergulhada em algum lugar da piscina. Ele não viu que ela estava bem ao seu lado. E, quando a bola vinha para ele rebater novamente, Angeles puxou as pernas dele pra frente, por debaixo da água, fazendo-o cair para trás, e a bola cair na água. Ponto da Violetta!

– AÊEEEEEEEE! - Violetta saiu berrando e jogando água pra cima. Angeles voltou para a superfície e gritou em comemoração também.

– QUEM SÃO AS MELHORES AGORA, TIOZÃO? - Angie gritou rindo para German, que estava limpando os olhos ao lado dela.

– Ei, isso é roubo, sabia? - German exclamou.

– Quando você disse as regras do jogo você não disse que não podia invadir o território do adversário para atrapalhá-lo a rebater - Angie falou sem parar de rir e deu um selinho no namorado - Te amo!

– Ah, é assim? - German levantou as mãos pra Angie, mexendo os dedos, como se fosse fazer cócegas nela. A mulher arregalou os olhos.

– NÃO, SAI! - ela berrou, rindo, e jogando água nele enquanto se afastava. German ria junto e foi atrás dela. Angie saiu da água, seguida do namorado, e começou a fugir dele, dando voltas na piscina.

– VAI, ANGIE! FOGE! - Violetta torcia na água, rindo.

Angeles cansou de dar voltas na piscina e saiu correndo para o gramado, German não deixou de persegui-la. Ela ria sem parar, por isso não tinha forças para correr direito.

– Você vai pagar o que mereceu por ter roubado! - German falava rindo, correndo atrás dela, quase alcançando-a. Angie deu a volta na grande casa e depois entrou correndo, com o homem logo atrás.

– Uhhh, a piscina é só minha agora - Violetta se esticou e ficou boiando de barriga pra cima na água.

Angie subia as escadas correndo, e German estava um pouco ofegante, mas não desistia. Eles estavam molhando toda a casa, mas isso não era um problema para se importar agora. A loira chegou ao quarto de casal do sobrado e então se viu presa ali, não havia mais saídas. German chegou no quarto segundos depois e sorriu sacana vendo que Angie estava encurralada.

– Ahá, acho que te peguei - German foi se aproximando com cautela, rindo, e Angie estava de frente, caminhando para trás, se afastando devagarzinho.

– Por favor, não faz isso! - ela dizia rindo e a cama impediu a sua passagem para continuar indo para trás. Angie caiu sentada na cama e German continuou a se aproximar.

– Ninguém mandou roubar! - o homem sorriu e pulou em cima dela, fazendo-a se deitar e ele se posicionar sentado em sua barriga, começando um ataque de cócegas infinito.

Angeles soltava gargalhadas altas e, no meio delas, tentava mandá-lo parar, mas nenhuma palavra sua saía por completo, ela logo voltava a rir. German ria junto com a risada da mulher e só parou com as cócegas quando Angie estava vermelha o suficiente, de tanto rir. German ria junto e se jogou para o lado na cama, deitando ao lado dela.

– Ai, meu Deus - Angie ainda ria, e tentava buscar ar para seus pulmões - Você é malvado!

– Sou um amor! - German virou-se para ela, ainda rindo. Angie se acalmou aos poucos e sorriu, virando-se para ele também. German sorriu vendo-a sorrir e ia se aproximar para beijá-la, mas ela o impediu com uma mão. - Que foi? - ele estranhou.

– German - Angie olhou em volta e soltou outra risada. Ela apontou o rastro de água que German e ela deixaram enquanto corriam - Molhamos a casa toda e.. - dessa vez ela tocou os lençóis por baixo onde estava - e a cama também - riu novamente. German soltou uma risada e abraçou-a pela cintura.

– Depois deixamos o colchão no sol e ele seca - o homem ficou por cima dela e beijou-a com paixão e fervor. Angie sorriu entre o beijo e correspondeu da mesma maneira. Parecia que tinham sede um do outro naquele instante. Ela o puxava cada vez mais para si, a medida que as sensações eram mais gostosas. Se antes ela tinha certeza de que estava com a pessoa certa, agora ela tinha certeza absoluta.


XX

Já havia anoitecido. Os três já tinham tomado banho e jantado a lasanha maravilhosa que German preparara, e agora lá estavam eles jogados em um colchão no chão da sala da casa da chácara, no escuro, assistindo à filmes que German havia alugado no caminho para lá. Estava chovendo lá fora, o dia fora extremamente quente e agora as nuvens estavam descarregando o que acumularam. Era uma chuva forte, com raios e trovões que os assustavam de vez em quando.

No colchão estava Violetta numa ponta, Angie no meio e German na outra ponta. Estavam com travesseiros e cobertores. Decidiram que dormiriam ali, afinal, a cama do quarto deles estava uma poça d'água pelo que acontecera mais cedo.

E, como o esperado devido à tantos raios, a luz piscou. German achou melhor desligar a TV antes que queimasse, e Angie concordou. Eles terminariam o filme no dia seguinte.

– Ge, a Vilu dormiu - Angie falou baixinho, enquanto o homem tirava a televisão da tomada. Ela mexeu os cabelos da sobrinha carinhosamente e beijou o rosto dela devagar. Depois, ajeitou o cobertor em cima dela. Se de dia fez um calor e tanto, a noite veio com o frio para compensar.

– Deixa ela dormindo aí, eu vou lavar a louça, já que eu "perdi" a aposta - German bufou e olhou-a. Angie soltou uma gargalhada. German foi até a cozinha e acendeu a luz. Bufou quando notou que teria que trocar a lâmpada. A luz estava fraca e amarelada, assim como a da sala. Isso que dava ficar tanto tempo sem ir até a chácara.

– Ah, amor - Angie se levantou do colchão, indo com ele até a cozinha americana. - Eu te ajudo, vai. Você lava e eu enxáguo, assim vai mais rápido. - eles se posicionaram lado a lado na pia e assim passaram os próximos vinte minutos em silêncio, lavando até o último talher.

– Obrigado. Em recompensa a sua ajuda, o que acha de.. - German caminhou até um armário da cozinha e retirou de lá uma garrafa de vinho. Olhou para Angie e a mesma abriu um sorriso.

– É uma honra - Angie falou sorrindo e German pegou duas taças. Levou tudo para a sala e deixou na mesinha de centro perto do sofá. Deitou-se novamente no colchão com Angie, onde estava Violetta, e então os dois passaram as próximas duas horas bebendo vinho, se beijando, e conversando sobre coisas bobas. Sem nada para atrapalhar. Como sempre teve que ser. Até, finalmente, o sono vir.


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Notas finais do capítulo

se tiver erros desculpemmmm fiquei com preguiça de revisar.



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