Quero te ter junto a mim escrita por Giih Santiago


Capítulo 22
O primeiro de muitos


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo meio atrasado ksjasjajhs
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– Vamos, por favorzinho! Eu nunca saio mais cedo, só hoje vai - Angie ria, enquanto apertava as bochechas do amigo. Pablo cruzou os braços.

– Por que quer tanto sair mais cedo, dona Angeles? Você tem aulas importantes para dar - ele arqueou as sobrancelhas. Angie mordeu os lábios. Era hoje que sairia com German.

– Bem... - ela riu - digamos que eu tenha um compromisso - soltou as bochechas de Pablo e cruzou os braços.

– Compromisso? E eu posso saber o que é? - Pablo sorriu.

– Adivinha!

– Hum... deixa eu ver - ele fez cara de pensativo - Para você estar com esse sorrisão na cara só pode ser algo relacionado ao German. - ele encarou-a e Angie soltou uma gargalhada.

– Ele vai me levar pra um musical. - a mulher novamente mordeu os lábios sorridente.

– Olha, que chique - Pablo riu e balançou a cabeça. - Bem, sendo assim, tá bom, Angie. - ela olhou-o - Eu deixo você sair mais cedo. Mas só dessa vez hein!

– Sério? - ela arregalou os olhos e abraçou o amigo com toda sua força - Obrigada obrigada obrigada obrigada!

– Espera aí, mocinha, eu não terminei - Pablo riu. Angie soltou-o. - Você vai poder sair mais cedo, mas quero que você reponha as aulas que você vai perder. Pode ser outro dia.

– Ah, tudo bem - Angie sorriu. - Obrigadaaaaa, sério mesmo, você é um anjo! Até amanhã - ela deu um beijo no rosto do amigo, pegou sua bolsa e saiu mais que apressada do Studio. Já se considerava atrasada.

Angie estava nervosa, ansiosa, tudo misturado. Cada hora demorava mil anos para passar, os minutos pareciam cada vez mais longos. Tudo o que ela desejava agora era um controle mágico para avançar três horas do seu dia. Esperar mais a estava matando. Não era apenas um musical ou um jantar. Era um musical e um jantar com German. O primeiro encontro que seria planejado por eles, aliás. O primeiro de muitos.

xx

– Caramba - Angie bufava, com três peças de roupas em mãos. - Cadê a Violetta aqui pra me ajudar com o que vestir? - ela falava sozinha em seu quarto. Não estava mais hospedada na mansão, já havia voltado para a sua própria casa.

Angie balançou a cabeça e deixou as roupas de lado. Enrolada na toalha, foi até a cozinha e pegou uma maçã. Estava faminta. Depois foi secar o cabelo e enfim vestiu uma bata azul marinho com alguns brilhinhos discretos. Vestiu uma calça preta e colocou sapatos de um salto não muito alto. Angie deixou o cabelo liso e, quase pronta, resolveu ir ver um pouco de TV, ainda faltava meia hora para German passar para buscá-la.

Meia hora essa que passou rápido demais.

A campainha tocou.

Angeles levantou correndo, olhando as horas em seu celular. A meia hora já tinha passado. A mulher arregalou os olhos e foi até a porta, mas não a abriu.

– É.. German? - ela falou sem jeito.

– Sim - o homem falou do outro lado da porta, de um jeito que Angeles podia perceber que ele estava sorrindo.

– Bem.. É.. Espera só um minutinho que eu ainda não estou pronta, ok? - Angie riu.

– Ê, Angie - German riu junto. - Tudo bem. Vou te esperar no carro.

– Obrigada - ela riu novamente e subiu para terminar de se arrumar.

Angeles foi se maquiar e passou o perfume. Colocou um brinco que combinava, pegou sua bolsa e enfim desceu. Saiu de sua casa, trancou a porta e correu até o carro de German, que estava estacionado em frente. Finalmente, a hora tinha chegado. Ela sorriu para o homem ao entrar no carro. Um frio na barriga atingiu-a.

– Oi - German se aproximou e beijou o rosto da loira. Ele olhou-a bem, sorrindo. - Você me surpreende cada vez mais, Angeles. - German virou-se pra frente e deu partida no carro.

– Como assim? - Angie soltou uma risada e ligou o ar condicionado.

– É que quando eu acho que você não tem como ficar mais linda você vai lá e fica - o homem riu.

– Ah, German - Angie se envergonhou - Você é mais lindo ainda. - ela sorriu. German olhou-a.

– Sei não, hein - sorriu - Ah, Angie! Esqueci de te dar - ele virou-se para trás e pegou um buquê de flores que estava no banco. - Sabe, eu vou te dar muitas flores ao longo da vida, um buquê por encontro - ele falou rindo - Pode até fazer coleção se quiser - German piscou divertido para Angie - Toma. - entregou-lhe o buquê. Angie mordeu os lábios.

– Você é um bobo. Eu te amo. - a mulher balançou a cabeça, sorrindo.

– Eu te amo mais, loira - ele respondeu sorrindo e então colocou o pé no acelerador, finalmente indo em direção ao primeiro destino deles daquela noite, o restaurante.

xx

– Reserva para dois, no nome de German Castillo. - German estava na frente do balcão da entrada do restaurante. Angie estava atrás dele, buscando por algo em sua bolsa.

– Claro, venham comigo - o homem disse e foi guiando-os até a mesa. German olhou para Angie e segurou sua cintura, andando ao lado dela até a mesa enquanto ela ainda vasculhava sua bolsa, intrigada.

– O que você está procurando? - German resolveu perguntar depois que chegaram à mesa. Ele puxou a cadeira para ela, e ela então sentou-se sorridente.

– O meu celular. Quero tirar uma foto nossa - a mulher olhou-o e riu.

– Ah, sim - German sorriu - Por que não vê se ele está nesse bolsinho de fora, Angie?

– Ah! - a loira pareceu se lembrar de onde tinha colocado o celular. - Tem razão! - ela abriu o bolso de zíper por fora do bolso principal e encontrou seu celular. - Vem cá - riu. German se levantou e abraçou Angie por cima, passou os braços pela frente de seus ombros e cruzou-os na altura da barriga da mulher, já que ela estava sentada e ele em pé. Ele apoiou o queixo na cabeça de Angie e sorriu gigantescamente para a foto. A loira sorriu da mesma maneira e então tirou. German beijou a cabeça dela levemente e voltou para o seu lugar.

O garçom apareceu com dois cardápios e deixou um para cada. German pegou-o e começou a observar os pratos principais e os preferidos de Angie. Mas a mulher nem havia visto que o garçom passara por ali, ela estava focada em seu celular, olhando algo nele que a fazia sorrir bobamente.

– O que você está olhando aí, Angie? - German olhou-a de soslaio e viu que a mulher olhava pro celular. Ele abaixou o cardápio para olhá-la melhor e apoiou os braços na mesa.

– Olha, German - ela virou o celular para ele, e lá estava a foto que eles tiraram minutos atrás. Uma foto que não era como qualquer outra. Uma foto onde até as cores eram mais vivas e as emoções transmitidas vinham dos sorrisos que eles possuíam no rosto. Uma foto que retratava de longe o que era estar apaixonado. German sorriu fascinado e depois olhou para Angie.

– É a foto mais linda que eu já vi - ele disse. E não disse só pela beleza da foto, mas também pela sensação que ela transmitia a quem a olhava. Era como se o amor deles fosse tão visível a ponto de que uma câmera conseguisse capturar.

– Obrigada por essa noite, German. Mal começou já está perfeita - Angie deixou o celular de lado e segurou as mãos do homem por cima da mesa.

– Vai ficar mais perfeita ainda - German riu - Eu te prometo.

Angeles sorriu. E lá estavam eles, no entardecer, jantando juntos naquele barulhento restaurante. Haviam tantos casais por ali. Mas German e Angie não eram um casal qualquer. Eram um casal que chamava atenção, as pessoas olhavam e ficavam curiosas. Como era possível um homem e uma mulher sorrirem tanto enquanto conversavam? Como era possível um casal ser tão feliz? Como era possível existir uma amizade junto com o amor?

O amor verdadeiro costumava a intrigar as pessoas mesmo. Era algo tão raro que, quando aparecia, todos acabavam notando.

xx

– Garçom, traz a conta, por favor! - German elevou a voz para chamar a atenção do garçom que atendia a mesa ao lado. O homem virou-se para German e assentiu. Em poucos minutos ele voltou com a conta e com a maquininha de cartão de crédito.

German passou o seu cartão e pagou a conta.

– Ei! Eu ia ajudar a pagar - Angie bufou.

– Não precisa, bebê - German riu e se levantou. - Vamos? - estendeu a mão pra ela. Angie colocou a bolsa nos ombros e segurou a mão do homem para se levantar. Eles saíram do restaurante e, sem que German visse, Angie colocou uma nota de cinquenta no bolso da calça dele.

– Próximo destino: teatro - German olhou-a e ela bateu palmas de felicidade.

– Uhu! Melhor parte, vamos! - Angie ligou o rádio e German deu partida. Em poucos minutos, lá estavam eles. Havia um grande cartaz na frente do teatro, com a imagem de um leão e o título escrito em letras grossas "O REI LEÃO, quartas e sextas às 20h". Angie sorriu, ela mal podia esperar. Desceram do carro, entregaram os ingressos e sentaram na terceira fileira de poltronas, perto o suficiente para enxergar tudo perfeitamente.

O teatro enchia aos poucos, faltava dez minutos para a apresentação começar. Angie balançava as pernas inquieta. German a observava e ria sem que ela percebesse.

– Que foi? - Angie notou o olhar dele em cima dela.

– Você. Toda ansiosa aí - German sorriu - Um amorzinho - ele beijou o rosto dela. Angie sorriu. O homem segurou a mão dela e deixou as mãos apoiadas no braço da poltrona que os dividia.

– Vem cá, vem - ela se aproximou e deu um selinho demorado em German. O homem aprofundou o beijo antes que ela pudesse se afastar. Com a mão livre, German segurou o rosto de Angie. O beijo foi um tanto forte para um lugar público, mas eles no fundo não se importavam. Era como se apenas eles estivessem lá e eles podiam fazer o que quiserem. O beijo foi quebrado com uma mordida nos lábios que German deu em Angie. A mulher sorriu. Nenhum cara que ela já havia beijado sabia fazê-la sentir tantos calafrios com os beijos.

Eles se afastaram. Angie ia dizer algo, mas bem na hora as luzes do teatro se apagaram e um holofote iluminou o centro do palco. Uma música de fundo começou e as cortinas se abriram lentamente. O espetáculo ia começar. German e Angie olharam para o palco juntos, e os olhos da mulher brilharam. Eles voltaram a se olhar, sorrindo, e se ajeitaram na poltrona para ver melhor o musical. Suas mãos ainda estavam entrelaçadas, e aproveitando o momento, Angeles apoiou levemente sua cabeça nos ombros de German. Para ela, aquilo não podia estar melhor.

Duas horas de espetáculo, onde Angie cantava junto com as personagens, e chorava com algumas cenas. German apenas sorria de vê-la tão contente, se sentia feliz por ter acertado de primeira no primeiro encontro. Era tudo isso que ele precisava para fazer o que queria. Precisava que a situação entre eles estivesse desta maneira, tranquila e carinhosa, para que ele finalmente pudesse fazer a bendita pergunta.

Estavam na música final. Quando acabou, Angie soltou a mão de German para aplaudir, assim como resto da platéia. German aplaudiu também, sorridente. Ele havia gostado do show, no final das contas. Foi lindo.

– Vamos embora? - Angie se virou para German quando as cortinas fecharam e toda a platéia se levantou para sair. Ele olhou para os corredores do teatro e os viu congestionados de gente, então voltou a olhar para Angie.

– Vamos esperar o volume de gente diminuir - German riu. Na verdade, ele estava querendo enrolar para ir mesmo. Angie achava que o encontro já havia terminado, mas para German não. Faltava um pequeno detalhe.

Alguns minutos passaram e a platéia estava praticamente vazia. Angie falava para German sobre como tudo aquilo estava perfeito e que ela havia amado o musical.

– Fico feliz que tenha gostado, de verdade - German falou segurando as mãos dela. - É importante pra mim. - Angeles sorriu.

– Ah, German - ela mordeu os lábios. - Não acredito como você consegue fazer eu me apaixonar cada vez mais por você! - a mulher exclamou e German soltou uma risada divertida, balançando a cabeça em seguida. - Bem, vamos? Não tem quase ninguém mais aqui. - ela olhou em volta, havia apenas uma mãe com duas crianças se retirando do local.

– Bem, Angie, espera só mais um minuto. Quero ficar sozinho com você um pouco. - German olhou para as últimas três pessoas se retirarem do teatro e respirou fundo. - Finalmente a sós.

– Sozinhos no teatro? German! Vão trancar a gente aqui! Não podemos ficar a sós no carro? - Angie falou confusa.

– Não, tem que ser aqui - ele sorriu. - Bem, fica aqui e observe - German tomou ar e se levantou da poltrona. Correu até a lateral da platéia, onde havia uma pequena escada que se subia para o palco. Angie franziu a testa.

– O que você tá fazendo aí, seu doido? - Angie falou um pouco alto, já que ela estava na poltrona, um pouco longe. German já estava de pé no meio do palco e fazia uma espécie de alongamento nos braços.

– Você já vai ver - German riu divertido da cara da mulher. Depois que se alongou, andou de um lado para o outro do palco, pensando em como começar. - Querida Angie - ele começou e Angeles soltou uma risada, algo lhe dizia que aquilo seria engraçado.

– Ah, meu Deus, deixa eu filmar isso? - ela gargalhou.

– Não, sua boba - German riu. Ele parou no meio do palco novamente - Você ama esse lugar né, Angie? O teatro - o homem começou.

– Amo sim. Por quê? - ela continuava sem entender.

– E de peças de teatro? - German cruzou os braços sorridente.

– German, o que você vai fazer? - a loira o encarava.

– Apenas responda. - German mantinha o sorriso divertido nos lábios. Angie olhou em volta e bufou.

– Gosto sim. Agora dá pra dizer por quê?

– Romeu e Julieta, o que acha? - German riu. A cara de interrogação de Angie ficou ainda maior. - Vamos lá - German limpou a garganta e se ajoelhou, fazendo certa pose teatral. - Só ri das cicatrizes quem ferida nunca sofreu no corpo! - ele iniciou com a voz entonada, falando de um jeito engraçado, uma fala de Romeu em uma das principais cenas do grande clássico. Angie juntou as sobrancelhas e soltou uma gargalhada alta. - Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Julieta o sol daquele oriente? - German olhou-a e Angie caía na risada, tentando conter-se para German conseguir continuar - Surge, formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que, como serva, és mais formosa que ela. - ele fazia gestos e expressões faciais exageradas, como se estivesse atuando. Angie estava vermelha de segurar a risada. - Deixa, pois, de servi-la; ela é invejosa. Somente os tolos usam sua túnica de vestal, verde e doente; joga-a fora. Eis minha dama. Oh, sim! É o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo, não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando. Vou responder-lhe. Não; sou muito ousado; não se dirige a mim: duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? - ele se levantou e continuou atuando com sua voz engraçada e Angie não conseguiu segurar a risada desta vez. A cena era linda, é óbvio que ela reconhecia, mas o jeito que German interpretava era extremamente engraçado. German olhou-a e sorriu vendo-a rir daquela maneira. - Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas, como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam. Vede como ela apoia o rosto à mão. Ah! se eu fosse uma luva dessa mão, para poder tocar naquela face! - essa parte ele falou gesticulando diretamente para Angie, que mordia os lábios e balançava a cabeça sem parar de rir.

Antes que German pudesse continuar, a loira se levantou e correu até o palco. Se aproximou dele rindo. German continuou a cena, virado para ela agora. A mulher não parava de sorrir, e esperou até que ele acabasse.

– O que você quer de mim com tudo isso, querido Romeu? - Angie perguntou fingindo atuar, também, mas com um tom brincalhão na voz. German riu e segurou as mãos de Angie.

– Oh, minha querida Julieta - ele levou uma das mãos até o rosto dela, para acariciá-la. - Eu apenas quero te fazer minha. Aceitarias ser a minha namorada? - German falou sorrindo e puxou-a para mais perto. Angie olhou-o surpresa, sorrindo gigantescamente em seguida. Balançou a cabeça e soltou uma risada.

– Você é incrível, German - ela dizia entre as risadas. - Meu Deus. É lógico que eu aceito.

German sorriu maior ainda com a resposta da mulher. Ele colou seu corpo o dela e então sussurrou:

– Eu amo você, minha Julieta - encostou sua testa na dela.

– Eu amo mais, meu Romeu - ela falou da mesma maneira, sorrindo, e então os dois selaram os lábios juntos.

O beijo que deu início a uma grande história que se formaria pela frente. Lá estavam German e Angie, beijando-se no meio do palco, com a platéia completamente vazia, e as luzes do teatro um tanto fracas. Era a situação mais inesperada para um pedido de namoro. E era por isso que era tão especial. Eles podiam já terem se beijado muitas vezes antes, mas agora aquele beijo estava sendo como se fosse o primeiro. O primeiro, de muitos.


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Notas finais do capítulo

Uhul ;)



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