Quero te ter junto a mim escrita por Giih Santiago


Capítulo 14
Um incêndio


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? Me desculpem, gente, mas passei os últimos dias votando para Clarinha no KCA e não deu pra escrever... Mas tô aqui pra compensar com um capítulo de 2421 palavras hahaha, preparadas?
Entao, MUUUUITO obrigada pela recomendação, Fabricia Nogueira ♥ eu amei, você é uma fofa!
Capítulo dedicado à Clarice, Joyce e Aline, as meninas que alegram minhas tardes no whatsapp kkkkkkkKk
Sem mais delongas, leiam.



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Pov Germán

- Pai... - Violetta começou com um tom de suspense. - Cadê a Angie?

"Cadê a Angie". Aquelas palavras me atingiram de modo doloroso. Como assim cadê a Angie??? Meu Deus! Olhei em volta e... nada dela. Nada. NADA! Ah não, e se ela estiver lá dentro do restaurante em chamas? Não pode ser!

Entrei em desespero total.

- Como assim? Cadê ela?!?! ANGIE? ANGIEEE?!!! - saí gritando.

- Pai! Pai! Me escuta! - Violetta gritou e me virei para ouvi-la. - Não vamos nos desesperar, se não nós não vamos conseguir salvá-la.

- Como assim "salvá-la"? - León e eu perguntamos juntos.

- Pai, ela não saiu do restaurante. Ela está lá dentro! - Violetta disse com voz de choro. León a abraçou em forma de consolo.

- Calma, Vilu... - León dizia a acariciando, na tentativa de acalmá-la enquanto ela chorava sem parar. - Olha, os bombeiros estão chegando. Angie vai ficar bem.

Olhei para o lado e os bombeiros se aproximavam. Meu desespero já era insuportável. Não, eu não poderia perder a mulher da minha vida, mesmo antes de tê-la. Não vou deixar que nada aconteça a ela.

- Eu vou lá. - tirei o casaco e deixei no chão.

Saí correndo e entrei no restaurante. Ignorei por completo os protestos de Violetta. Eu precisava tirar a Angie daquele lugar. Eu não aguentaria viver sem ela.

Ao entrar no lugar em chamas, me preocupei mais ainda, era impossível de ver o que estava em minha frente, e respirar se tornava cada vez mais difícil.

Onde estaria minha Angie? Sim, ela era minha Angie. Só minha, e eu ia tirá-la deste pesadelo, mesmo que eu tenha que morrer para isso.

Me abaixei, pois perto ao chão o oxigênio era um pouco melhor. Fui engatinhando e desviando de pedaços de teto que caíram e tamparam caminho. Não havia ninguém ali.

Estava ficando fraco, respiração ofegante e já não via mais nada além de fogo. Aonde estava o maldito ar? Lá fora. Parei para descansar. Não aguentava mais. Era como se meu corpo estivesse parando de funcionar e eu não tinha mais condições. Deveria desistir? NÃO! Não vou abandoná-la. Mas acho que a essa altura coisas ruins já devem acontecido com ela... não! Não, não e não! Tenho que parar de pensar negativo.

Aonde estava aquela loira? Eu já tossia alto e estava tonto. O fogo se espalhava rapidamente e aquele lugar estava prestes a desabar. Eu tinha que sair daqui, mas não sem Angie. Sim, eu já tinha me queimado, mas o desespero era tão grande que nem percebi.

De repente, ouço um gemido baixinho e doloroso, misturado com uma tosse descompassada. Voz feminina. Angie!

A voz dela e seu sofrimento me incentivaram a continuar aquela batalha. Angie precisava de mim... e eu dela. Me apoiei com cuidando em alguma coisa e consegui me levantar. Continuei caminhando em direção ao som que ainda soava por lá. Aquilo parecia o inferno. Cruzes!

Finalmente cheguei perto do gemido. Eu sentia que Angie estava próxima. Próxima demais. Porém não a via. Olhei para o lado, vi uma grande e grossa tábua de madeira caída sobre o chão e por debaixo havia uma perna... espera, uma perna? A perna de Angie!!! Foi por isso que ela não conseguiu sair, isso deve ter caído em sua perna fina e a impediu de continuar.

Ergo um pouco mais o meu olhar. Angeles estava lá, deitada sobre o chão, com a respiração ofegante e com os olhos fechados. Ela estava prestes a... morrer asfixiada. Não!!! Eu não ia deixar!

Em uma fração de segundos eu a peguei nos braços, e com muito esforço, fui carregando-a até a saída. Caí inúmeras vezes. Angie se arranhou um pouco, mas antes arranhões do que a morte. Não desisti, ia até o fim.

Eu suava, ainda não sei como consegui resistir a tanto. Eu já deveria estar caído no chão, morrendo. Mas sei lá, acho que salvar Angie era uma necessidade tão grande que meu corpo reuniu todas as forças de todos os cantos que ele encontrava para eu conseguir seguir em frente.

Pov Violetta

Eu e León mais o resto do povo que ao redor do restaurante estavam super preocupados. E com razão, papai entrou lá havia mais de dez minutos e ainda não voltara.

Eu estava aflita. Chorando. O medo de perder meu pai e minha tia era incomparável com qualquer medo que no mundo exista. Eu não suportaria mais uma perda. Já não bastava minha mãe.

Os bombeiros rodeavam o local e alguns já estavam lá dentro, na tentativa de apagar o fogo. E nenhum sinal de papai e Angie. Será que eles estavam bem? 

León me abraçava, me consolando e acariciando meus cabelos. Ele estava muito preocupado também, mas ele via o meu estado e simplesmente me abraçava mais forte, sussurrando um "tudo vai acabar bem" em meu ouvido. Eu até achava estranho de León me confortar, pois pelo o que eu me lembre, estávamos brigados e apenas fingindo ser namorados. Mas será que ele se preocupou comigo? Ah, Violetta, não é hora de pensar nisso.

- León... - eu chorava em seus braços.

- Calma, Vilu... Calm... - ele dizia quando se interrompeu. Estranhei. Foi aí que ele me cutucou e apontou para o restaurante. - Vilu! Olha lá eles!! Estão bem! Estão vivos! Falei que ia dar tudo certo.

Olhei para León com o brilho nos olhos, e rapidamente meu olhar se voltou para a cena na qual todos estavam focados. Papai saía do restaurante com Angie em seus braços, ele estava fraco, e ela desmaiada. Até que suas pernas perdem completamente os respingos de forças que restavam e papai simplesmente desaba no chão. Agora ambos deitados na neve, papai larga a cintura dela e busca respirar. Ele estava ofegante, suado, exausto.

Corri até os dois, mas antes que eu pudesse tocá-los, uns bombeiros apareceram em minha frente e levantaram Angie. A colocaram em uma maca e essa maca foi direto para a ambulância que estava ali parada.

- Não! Espere! - papai gritou ainda ofegante. Ele se levantou com muito esforço e tentou correr atrás dos bombeiros com a maca em que Angie estava.

Fui atrás dele, tentando segurá-lo para que não caísse no chão novamente.

- Pelo menos me diga se ela está viva! - ele continuou falando com esforço. Parou de andar e se apoiou em mim.

- Calma, pai. Ela está viva sim, tenho certeza. Estou orgulhosa do que fez. - tentei acalmá-lo.

Uma enfermeira apareceu em nossa frente e disse:

- Senhor, acho que deveria acompanhar-nos até o hospital. Ficou muito tempo lá dentro, está mal e precisa de cuidados.

Eu assenti por ele e a moça o guiou até a ambulância. Em questão de minutos ela voltou, eu estava abraçando forte o León, agradecendo pelo apoio dele. O soltei e disse:

- Moça, por favor, pode nos levar ao hospital onde eles estão? Dois dos pacientes são minha tia e meu pai. Preciso vê-los.

- Claro, querida. Venham comigo.

[...]

Pov Germán

Acordei com um barulho chato de máquinas de hospital. Abro os olhos com cuidado. Estava em uma sala ilumidada com lâmpadas, porém notava a escuridão noturna pela janela. Ainda era de noite. Olhei no relógio: meia-noite. Havia se passado quatro horas desde o acidente mais cedo.

Eu estava em uma cama de hospital, aparelhos ligados em mim, e vestia um traje estranho. Eu já não estava mais suado, estava limpo. E também já conseguia respirar com facilidade. Ah, como eu sentia falta do oxigênio!

Mas, de imediato a preocupação que me atormentou tanto nas últimas horas subiu à minha cabeça num piscar de olhos: "e a Angie?!?!" Avisto um médico e logo pergunto:

- Cadê a Angie?

Ele riu e se aproximou.

- Fica tranquilo, Angeles está bem. Ela ainda não acordou, mas está bem. Está na sala de recuperação.

- Mas o que ela teve? - continuei a questionar.

- Vou ser sincero com você... - o médico suspirou. - o caso dela foi grave, ela passou muito tempo inalando o gás carbônico, e também houve muitas queimaduras e feridas pelo seu corpo, mas já estamos tratando disso. Angeles ficará bem. Acredite em mim.

- E a perna dela? Como está?

- A perna dela? A pena esquerda dela está cheia de arranhões e só não quebrou por um triz. Não sabemos o que aconteceu com a perna, você sabe?

- Sim... me lembro de ver um grande e pesado pedaço de madeira caído por sua perna. Foi por isso que ela não conseguiu sair, ficou presa.

- Ah, então foi isso. Bom, senhor Castillo, seu caso foi simples. Apenas queimaduras e apenas por conta de ter perdido muito oxigênio, e por ter se desidratado muito, vai ficar tomando soro por mais uma hora. Logo estará liberado.

- Muito obrigado, doutor.

- Você já está nutrido também, então está tudo certo. Apenas evite fazer esforço físico durante o dia de hoje. - o médico disse e foi sair do quarto. - Ah, esqueci de um detalhe. - ele parou e virou novamente para mim. - sua filha está com o namorado na sala de espera. Deseja vê-la?

- Claro! Mande entrar, por favor.

- É pra já.

[...]

Finalmente, uma hora passou. Não aguentava mais ficar ali, por mais que Violetta e León ficaram lá falando comigo, eu precisava ver Angie.

O médico me deu alta e eu mais que rapidamente corri para o banheiro, vestir a roupa que Violetta trouxe pra mim. Saí do quarto com minhas coisas e fui em direção a um balcão.

- Moça, com licença, sabe onde Angeles Carrara está?

- Só um minuto, senhor. - ela pesquisou no computador e logo disse. - Está na área da UTI, senhor.

- UTI? - ela disse mesmo UTI? Mas ela não estava bem? Que diabos ela estaria fazendo na UTI?!

- Sim, senhor.

- Ok, obrigado.

Saí correndo até chegar na área da UTI. Estava curioso e preocupado ao mesmo tempo. O que teria acontecido com a minha princesa?

Corri muito até lá, mas lembrei que não podia fazer esforço físico e então tive que andar. O medo me consumia, Angie estava bem e agora não mais. Como assim? O que aconteceu? Meu coração batia a mil e o desespero de perdê-la voltou a aparecer.

Seria algo grave? Senti muitos escalafrios em pensar que algo de ruim poderia ter acontecido. Ao chegar na área da UTI, tentei entrar de imediato, mas um médico me impediu.

- Doutor, preciso ver Angeles Carrara. Preciso saber o que aconteceu com ela! Por favor. - Germán suplicou.

- Germán Castillo?

- Sim, sou eu.

- Então, meu caro rapaz... Angeles estava na sala de recuperação, quando de repente começou a ficar sem ar. Algumas enfermeiras notaram e então a trouxemos o mais rápido possível para cá.

- Mas o que ela tem? Por que perdeu ar? Fale, doutor! - eu e meu desespero comum.

- Se acalme, senhor. Enfim, Angeles foi encaminhada para um médico especialista nisso e ele descobriu que a inalação do gás carbônico e de outros produtos tóxicos que estavam presentes no incêndio fizeram com que os canos nazais se queimassem. E por isso tinha dificuldade em respirar. - eu ouvia com atenção. - Todavia, ela está melhor agora, demos a anestesia geral e fizemos alguns procedimentos. - ele fez uma pausa. - A senhorita Carrara já se encontra em bom estado, ela já consegue respirar melhor, porém ainda precisa de um aparelho para ajudar.

- Obrigado, doutor. Quando poderei vê-la?

- Dentro de poucos minutos ela já estará no quarto e ficará lá até acordar da anestesia. Depois veremos o que vamos fazer.

- Ok, vou aguardar na sala de espera.

[...]

Sentei-me na vazia sala de espera (claro, já era madrugada), e fiquei assistindo o telejornal que passava na televisão da parede. De repente, uma reportagem do incêndio de hoje. Filmagens do restaurante pegando fogo e do desespero de todos. Uma gravação de quando eu saí do local com Angeles nos braços também foi mostrada. A repórter narrando o acontecido... e sem esquecer de quando a repórter mencionou meu nome e nome de Angeles, que eu a salvei e tudo mais.

Por mais que eu me sentisse bem em ter salvado Angie, aquela reportagem estava mexendo demais comigo. Flashbacks do fogo me rodeando, do desespero, dos gritos, choros, gemidos, de tudo o que eu passei dentro do restaurante em chamas vieram a minha mente. Aquilo me perturbava. Eu realmente não queria lembrar daquele horror.

Resolvi ir tomar um café na lanchonete para ver se eu esfriava a cabeça. Quando voltei, o mesmo doutor que eu conversara há mais ou menos uma hora estava lá me esperando.

- Senhor Castillo, Angeles já está no quarto, continua apagada, mas deseja vê-la?

- Claro! Vamos.

Entrei no quarto e Angie continuava apagada. Quanto tempo a anestesia durava? Não sei, só sei que vou esperar essa moça acordar.

Passaram-se duas horas e nada. Os médicos já estavam ficando preocupados, ela já devia ter acordado. Eu também estava nervosíssimo. Qual o motivo da loira estar apagada como a bela adormecida? Ninguém sabia! Médicos incompetentes. Merda.

Dormi ali mesmo, ficaria sentado naquela poltrona até que os olhinhos verdes se abrissem.

[...]

Pov Angie

Acordei incomodada por três motivos: a claridade do sol invadindo o ambiente, uma mão gelada e suada segurando a minha e uma voz dolorosa, que parecia estar chorando, falando.

Aonde eu estava? Não me lembro de mais nada. Apenas de um grande pedaço de madeira caindo do teto e prendendo minha perna, me impendindo de escapar do incêndio.

Eu não abri os olhos. Tentei descobrir o que estava acontecendo sem abri-los. Notei que quem falava era Germán. Senti gotas d'água caindo na minha mão. Deviam ser lágrimas. Escutei atentamente o que Germán dizia:

- Angie... por favor, Angie. Acorda, por favor. Eu tô preocupado. Você tá apagada faz 15 horas, por favor, dá sinal de vida. Angie... - ele parou para fungar. - Angizinha... Loura dos olhos verdes, princesa do meu castelo... Angie, acorda vai, eu não suportaria te perder. Não suportaria viver sem te ter ao lado... Por favor, Angie! Acorda! Estou desesperado. Eu preciso de ti, sim, Angie. Fui um tolo por enrolar tanto para te confessar o que sinto e agora já é tarde demais. Sim, eu te amo, sou completamente apaixonado por você desde o primeiro dia em que te vi. Por favor, não me deixa. Acorda, vai...


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Notas finais do capítulo

Like? Espero que sim kkkk e agora o que a Angie vai falar? Hahaha
Comentem, viu? Passei a tarde inteira escrevendo, nem estudei pra prova de amanhã u.u kkkkk
Beijos ♥