Revenge Of Lorien escrita por Sammy Martell


Capítulo 15
Capítulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu meio que não esperava que esse capítulo existisse, na verdade muitas coisas desse iriam aparecer no outro capítulo (13), mas eu gostei dele, não muito, mas gostei. Infelizmente, penúltimo capítulo, o próximo não vai ser nenhum dos POVs que vocês conhecem.



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O fogo não demora muito para se estender por toda a biblioteca, Jake e eu estamos correndo, tentando achar algum lugar em que não morreremos queimados. Ficar perto das prateleiras é muito perigoso: a chance de nos queimarmos é enorme e obviamente morreríamos.

– Eles não tem nenhum extintor? – reclama Jake enquanto subimos a escada para o segundo andar.

– Você viu algum até agora? – resmungo.

– Ei! Resmungona, pode deixar o mau humor para depois de sermos possivelmente queimados vivos?

– Na verdade não. – digo.

O crepitar das chamas no chama atenção e voltamos a subir as escadas com cérebro até estarmos no topo procurando por algo que pudesse amenizar o fogo, mas parece impossível.

Corremos por todo o segundo andar, mas não achamos nada que possa nos ajudar. Mas no momento em que temos um momento para recuperar o fôlego, estando a uma distância levemente razoável do fogo, percebemos que estamos encurralados.

Jake se vira desesperado na direção do fogo e joga a franja loira para trás com a mão, percebo que sua testa está suada e provavelmente eu também estou assim.

Seus olhos se acendem quando ele vê duas portas atrás das prateleiras. Sinto sua mão segurar meu pulso e me puxar para as portas. Ajudo-o a empurrar as prateleiras e ele chuta a porta abrindo-a.

O que eu vi me deixou extremamente aliviada: um banheiro. Empoeirado, mofado, mas um banheiro de verdade. Talvez haja algo útil que possamos usar para nos proteger.

Jake parece muito concentrado tentando molhar uma toalha em uma pia aparentemente emperrada, mas quando finalmente consegue ele me joga a toalha encharcada.

–Coloque sobre o nariz e a boca. – diz fazendo sinais de como devo fazer.

Faço o que ele diz e ambos entramos em uma das cabines, ele sentado no chão e eu sentada na tampa da privada segurando a toalha sobre minha cabeça.

A porta do banheiro explode lançando chamas para todos os lados, uma das paredes de nossa cabine cede à grande explosão e, de maneira protetora, jogo-me sobre Jake evitando que seja morto pela parede, levitando-a com Telecinesia.

Mesmo assim é inútil, as chamas já estão muito próximas de nós, nos impedindo de avançar. Com uma mão seguro a toalha sobre minha boca e nariz e passo a outra pelo pescoço de Jake, enterrando minha cabeça em seu ombro quando ocorre outra explosão. Os cacos chamuscados dos espelhos e os pedaços queimados de papel caem sobre nós, queimando minha roupa e meus ombros.

Eu consigo sentir as lágrimas se formando em meus olhos e sinto a mão de Jake em minha cabeça, segurando-me contra seu ombro. Se o fim vai ser assim, nós dois morrendo em um banheiro, eu queria pelo menos ter comigo um brigadeiro nas últimas semanas, minha vida foi um total desperdício. O que? Eu realmente não diria algo profundo na hora da minha morte, por favor.

Fecho os olhos com força quando sinto o calor das chamas nos abraçando, mas não há dor, nem escuridão, a não ser aquela que me forço ver fechando meu olhos.

Abro-os lentamente, tirando a cabeça do ombro de Jake, o fogo nos envolve, porém não nos toca, como se não quisesse nos afetar. Então eu percebo, no momento em que vejo o garoto desmaiado em meus braços que não é ele que está provocando tudo isso, sou eu. Eu, provavelmente a Garde mais fraca de todas, que quase não conseguia matar um mog, capturada e quase morta, podendo controlar fogo.

Tiro a toalha de meu nariz e boca e coloco-a sobre a boca de Jake, fazendo tudo o que podia para arrastá-lo pela biblioteca. O fogo abria caminho para nós dois, eu não sabia controlar esse legado, mas na hora o sentimento de medo e preocupação me levaram a usá-lo, não controlá-lo, mas fazer com que nos tirasse dali. Não conseguia ver nada, fumaça e chamas nos rodavam por todos os lados, fui obrigada a usar a Telecinesia para levantar diversas estantes em nosso caminho até que estivéssemos alguns metros da porta.

No entanto eu já estava exausta, muitos legados ao mesmo tempo, estava esgotando minha própria energia, no momento em que alcanço a porta, meus joelhos falham e eu caio no chão, a face encharcada de lágrimas e suor, minhas mãos tremendo. Com minhas forças restantes eu recosto a cabeça na porta, então uma ideia me ocorre, uma ideia maluca, mas que se dane, eu vou morrer de qualquer jeito.

Me jogo para o lado, arrastando Jake comigo, deixo o fogo ser liberado, formando um escudo menor a nossa volta. O fogo retido alcança a porta e a explode com sua força, abrindo nosso caminho para fora desse inferno.

Meu plano deu certo. A adrenalina enche meu corpo e a energia que não tenho volta por um breve tempo, uso-a para arrastar Jake e nos levar o mais longe que posso antes de cair novamente tremendo. Me deixo relaxar por um momento, quase fechando os olhos, mas lutando para mantê-los abertos.

Rapidamente me lembro de Jake e me jogo sobre ele, checando seus pulso. Fico aliviada ao perceber que ainda está lá, fraco, porém presente. Mas ele não respira, não vejo movimento e muito menos sinto sua respiração.

Não penso no que faço, junto as mãos batendo em seu peito cinco vezes antes de segurar seu nariz e juntar minha boca com a sua, dando-lhe ar. Repito o movimento umas três vezes sem obter resultado. Desamparada, deixo as lágrimas rolarem por meu rosto, enquanto deito-me em seu peito, ainda chorando.

Então eu sinto. O movimento de subir de descer, leve e lento, porém eu posso sentí-lo, me levanto rapidamente ao vê-lo começar a tossir descontroladamente, seguro seu rosto rindo e chorando ao mesmo tempo, no entanto dessa vez são lágrimas de felicidade.

– O que...? – ele pergunta tentando se levantar.

Impeço-o de se mover segurando-o contra o chão delicadamente.

– Não faça movimentos bruscos. – o aviso sorrindo.

– Mas...

– Shiu. – digo colocando um dedo em seus lábios.

Ele sorri levemente voltando a se deitar e não consigo evitar se não deitar ao seu lado.

***

Ambos dormimos no chão naquela noite, para nossa sorte não havia mais ninguém no instituto, portanto, não fomos abordados por ninguém.

Sou acordada por um barulho alto, um apito, quase isso. Mas um apito sinistro, como se a morte estivesse vindo. Um grito tão alto que toda a ilha deve ter ouvido.

Estou renovada quando pulo nos meus pés, colocando a mão sobre o peito e suspirando. Jake é tão rápido quanto eu é ambos estamos de pé quando o apito, ou seja lá o que for aquilo, para.

Olho para o loiro alarmada e ele me pega pelo o braço arrastando-me para uma cratera aberta na parede do corredor. Pulamos na grama para olhar o que acontece e o problema é explicado assim que olhamos para o céu. Meu rosto e o de Jake estão estampados no céu seguidos pelas palavras "PROCURADOS" e "VIVOS OU MORTOS".

– Temos que dar o fora. – diz Jake.

Eu assinto inconscientemente enquanto ele me puxa. Corremos o máximo que podemos até chegarmos em um boieiro. Jake abre-o e pula lá dentro olhando para mim e estendendo seus braços.

– Eu não vou pular aí. – sussurro.

– Acho melhor você pular. – ele sussurra de volta.

Olho para os dois lados e cuidadosamente entro no boieiro e fecho a tampa com minha Telecinesia, deixando-nos na escuridão.

– Seres humanos. – ouvimos uma voz fria, que nos faz parar e nos virar para sua direção, é fraca, mas sei que está lá, ele está falando. – Quem lhes fala é o seu novo líder benevolente que lhes permite viver. Procuramos por esses dois jovens, eles estão aqui com uma missão de destruir o planeta de vocês, nós viemos detê-los. Quem for achado colaborando com um dos dois será morto imediatamente. A ilha foi o último lugar em que foram encontrados, estamos colocando-a sobre quarentena, portanto não tentem sair ou sofrerão as consequências. E de agora em diante quem for encontrado nas ruas depois de dez horas da noite será morto, sem direito a julgamento. Nós não hesitaremos em atirar, ninguém poderá entrar ou sair da ilha sem minha permissão. Estamos também procurando jovens que possam servir nossa causa, nós procurem. Nós agora comandamos essa ilha, nos trate como seus líderes, pois agora, nós estamos no comando de tudo e de todos. Boa noite.

A voz some, mas imediatamente eu sei quem é: Setrakus Rá. A única coisa que não entendo é o motivo dele deixar todos esses humanos como prisioneiros, para que? Ele poderia simplesmente explodir tudo e ter menos humanos para matar na hora da guerra.

E então me ocorre: essa é a guerra e esses são os troféus dele.

Não por muito tempo Setrakus, não por muito tempo. Porque se é guerra que quer, guerra você terá.


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Notas finais do capítulo

Último capítulo da Caroline nessa história, o próximo já vai ser de um(a) personagem surpresa, será que vocês sabem quem é?
Espero que tenham gostado
Kisses Sammy
(o capítulo bônus será pequeno, ok)



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