Dark Angel escrita por Kris Raina Biebs


Capítulo 3
Capitulo O3 – Medo.




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Capitulo O3 – Medo.

– Bom dia de escola? – Maddlyn perguntou sarcástica assim que eu abri a porta do carro.

– Cala a boca caralho. – falei me jogando no assento, passando a mão grosseiramente por meu rosto, bufando de seguida.

– Ui, ela tá brava. – ela falou dando partida no carro, rindo consigo mesma.

– Não me enche, não hoje. – falei a encarando, logo voltando a encarar o vidro na nossa frente, revelando o céu escuro e a estrada vazia.

– Porquê? Tá brava com alguém? Ou devo dizer algo? – perguntou com veneno.

– CALA A MERDA DA BOCA CARALHO! – gritei a fundo de meus pulmões, sentindo a minha garganta arder e ao mesmo tempo um poste de luz lá fora explodiu, fazendo com que Maddlyn se assusta-se com o que aconteceu comigo e o que aconteceu lá fora. – Você não tem nada haver com minha vida, então vê se cala essa sua boca suja de uma vez por todas! – falei e ela riu irónica, mesmo estando um pouco assustada.

– Ofendi você, é? – riu debochada. – Esse seu anjinho imaginário mexe legal com sua cabeça.

– ELE NÃO É IMAGINÁRIO! – falei puxando os meus cabelos com força, sentindo a minha cabeça arder.

– Sabe uma coisa? Ontem encontrei mamãe falando com papai sobre colocar você num hospício. E sabe que mais? Eu concordo!

– CALA A PORRA DA BOCA ANTES QUE EU TE MOSTRE O QUE É INSANIDADE! – falei me jogando para cima dela, fazendo com que ela perde-se o controle do carro e rodopiasse-mos na estrada. Ela parou o carro me jogando de volta no meu lugar fazendo com que eu bate-se com a cabeça no vidro com força, fazendo com que eu geme-se de dor.

Tentei amenizar a dor acariciando minha cabeça, mas assim que retirei a minha mão a vi ensopada de sangue. Os meus olhos tremeram e os meus músculos descontraíram. Meu corpo amoleceu e vi o olhar assustado de Mad sobre mim.

– Ai meu Deus Colbie, desculpa eu não queria que isso acontece-se! – ela falou e eu fechei a minha mão num punho, sentindo os meus olhos marejarem.

Como numa explosão de luz, todos os postes explodiram, fazendo com que as lâmpadas e a luz queimassem na estrada como fogo de artificio. Maddlyn se encolheu em seu lugar, assistindo as luzes iluminarem a estrada e explodirem cada vez mais, fazendo com que o barulho se torna-se insuportável. Pisquei os meus olhos duas vezes, ouvindo um som de asas cortando o ar e eu estremeci por completo. O som era extremamente ensurcedor, como um rugido de uma águia, como que se algo fosse explodir. Não demorei a descobrir que o que iria explodir era o próprio ar.

– Ele está bravo! – afirmei fazendo pressão na área machucada de minha cabeça, encarando Mad com uma expressão de dor.

– Quem está bravo? – ela perguntou me olhando em pânico.

– O anjo. – falei com dificuldade.

– Colbie, não é hora das suas infantilidades. Deixa de gracinha. – ela falou arrumando os seus cabelos. Antes que ela pode-se fazer alguma coisa, o vidro da frente do carro chamou a nossa atenção com o barulho que veio dali.

‘VOCÊ A MACHUCOU’

Maddlyn começou se debatendo enquanto que gritava sem parar. Mas os seus gritos não eram nada comparados com o som que se seguiu. Tapei os meus ouvidos, me lembrando de quando Drew falou que a sua verdadeira voz poderia fazer o Empire States Building ruir em questão de segundos. Maddlyn parou de gritar e tapou seus ouvidos, gemendo de dor assim como eu. Aquilo era demais para os os humanos, era simplesmente demais.

E num feixe de luz que durou cinco segundos, tudo acabou. Assim que a luz que poderia cegar qualquer um desapareceu, nós encontramos tudo em perfeitas condições. Os vidros do carro intactos, os postes de luz ainda iluminavam a estrada. Não havia nada ruído, era como que se nada daquilo tivesse acontecido. E minha cabeça não doía mais. Eu e Maddlyn nos encaramos e voltamos a encarar a estrada na nossa frente. Sua respiração pesada se ouvia perfeitamente até que Maddlyn a engoliu e tomou mãos ao volante, com a expressão de assustada e em pânico e retomou a corrida como que se nada tivesse acontecido.

♠ ♠ ♠

– Sua loucura está me contagiando. – Maddlyn praticamente gritou assim que entramos em casa, jogando as chaves de seu carro em cima da mesa da cozinha. – Eu realmente deveria parar de dar carona a você. – ela falou alinhando os cabelos.

– O que aconteceu meninas? – mamãe falou se aproximando de nós, preocupada pra variar.

– Nada mamãe. Nada! – Mad falou sarcástica, fazendo com que eu revira-se os olhos. – Ah, você deveria seguir com o plano de colocar Colbie num hospício sabe, a loucura dela está me contagiando! – falou irónica subindo as escadas rapidamente, batendo com força os pés nas escadas.

Olhei minha mãe incrédula e cruzei meus braços, a olhando provocativa.

– É isso que você realmente pensa de mim? – falei com raiva palpável em minha voz.

– Querida…-

– Não me trate por querida, Mandy Blake. – ri sarcástica, sentindo um vazio em meu peito. – Aliás, pode esquecer que sou sua filha.

Subi as escadas rapidamente, ignorando as suas palavras para que eu espera-se e entrei em meu quarto rapidamente, fechando a porta com toda fazendo com que todo mundo naquela bosta de casa ouvi-se e tranquei a porta, me certificando que ninguém poderia me tirar do meu quarto. Me escorei na porta e deixei o meu corpo deslizar até o chão. Passei a mão pelo rosto, mania que tenho quando estou nervosa e levantei o meu olhar.

– Anjo filho da puta! – murmurei com raiva, não deixando as lágrimas escaparem por meus olhos.

Era sempre desse jeito. Eu trancada em meu quarto, descontando minha raiva em coisas que dessem pra quebrar. Cresci tentando ser forte, sempre com isso em minha cabeça. Sabia que o mundo não era o Paraíso, era apenas um local de guerra. Sempre soube. Mesmo ás vezes agisse como que se não tivesse noção, eu entendia as coisas melhores que os outros. Sabia que Deus não nos queria felizes, ele nos queria tornar fortes. Seus soldadinhos de merda. Em toda a minha vida, não deixei uma única lágrima escapar. Claro, quando era uma criancinha isso era diferente. Mas as coisas mudaram. Continuo ingénua e inocente, mas agora sofro em silêncio. Me faço de forte para proteger os que amo. Sempre foi desse jeito. A minha máscara de garota que não liga para nada é só isso mesmo, uma máscara. Eu sofro em silêncio. Embora não chorando, eu desconto a minha angústia em outras coisas. Não só quebrando tudo o que vejo pela frente.

Me levantei rapidamente, chutando tudo o que via pela frente e soquei a porta do armário a abrindo. Antes de pensar duas vezes abri as portinhas do lado do espelho que refletia a minha imagem. Eu odiava aquilo. Eu odiava o meu reflexo. Eu odiava aquela garota fraca e ingénua, que esperava que todos se importassem como ela do mesmo jeito que ela se importava com os outros. Não nasci para ser forte. Peguei na lâmina, uma grande amiga, e estendi meu braço. Eu sabia o que tinha em mente, o que exprimia a minha dor em sangue. Sem pensar duas vezes, afundei aquele pedaço de masoquismo em minha pele. Quando dei por mim, as palavras ‘Crazy Bitch’ estavam rasgadas em meu braço. Respirei fundo mergulhando meu braço na água gelada da torneira, fazendo com que eu geme-se de dor, mas concerteza ninguém ligava. Enrolei um papel fino em meu braço, próprio para estancar o sangue e bufei, tirando o mesmo uns segundos depois. Encarei o meu braço detonado, avermelhado por causa do sangue e respirei fundo sentindo os meus lábios tremerem. Abaixei a minha cabeça e senti uma lágrima rolar por minha bochecha.

A primeira lágrima derramada em sete anos.

– Eu sei que você está aí. – falei limpando a minha lágrima, respirando fundo de seguida. – A culpa não é sua, tranquilo. – falei dando de ombros. – Só… quando estiver pronto… me ajude. – pedi, fechando os meus olhos.

O meu corpo foi puxando e eu tremi, sendo prensada contra a porta do banheiro e o meu corpo se esqueceu da gravidade. Os meus olhos esbugalharam e a minha mandíbula caiu. Foi a coisa mais linda e angelical que eu já tinha visto. Na minha frente, estava ele. Meu anjo, Drew. Olhos que pareciam mergulhar num mar de mel, trazendo toda a paz á minha alma. Nariz meio gordinho, mas estreito, e lábios fechados numa linha reta. Eram bem rosados e carnudos. Pareciam tão suaves e macios. Os seus cabelos loiros estavam num topete majestoso. Seu cabelo era meio loiro meio moreno, um tom de dourado escuro. Tudo nele gritava perfeição. Sua beleza extremamente delicada revelava que ele não era humano. Era demasiado perfeito para ser um. Aquela beleza digna de anjos estava ali. Ele quase parecia brilhar, ou seria só ilusão minha por causa da sua perfeição gritante. Ele usava roupas caras, de marca, tipo badboy, o que me fazia crer que algures ele levava uma vida normal, escondido, talvez. Ele me prensava com força, mas com tanto cuidado, como que se ele tivesse medo de me quebrar. Mesmo que sua face estivesse séria e medonha, eu conseguia ver o medo em seus olhos caramelados. Seus braços protetores rodeavam a minha cintura, me empurrando contra a porta. Seu tronco estava colado no meu, eu quase que podia ouvir as batidas extremamente rápidas de seu coração. A sua respiração decompassada e lenta batia em meu rosto, fazendo com que eu estremece-se da ponta de minha cabeça até meu dedo mindinho do pé. As minhas mãos estavam em seus ombros pelo impulso quando ele me prensou na porta, e percebi que eu o segura firme mesmo que meu corpo inteiro estivesse fraquejando. Respirei com dificuldade e ele abaixou a cabeça revelando a sua vulnerabilidade. Os seus braços tremeram, largando a minha cintura ficando ambos do lado de minha cabeça.

Ele subiu o seu olhar novamente para mim, fazendo com que eu deixa-se de sentir a força de meu corpo. Eu estava mole, quase passando mal. Sem nem pensar direito, peguei em suas mãos com muito cuidado para que ele não tivesse medo de mim, e cautelosamente pousei suas mãos em meu rosto. Ele analisou os meus olhos verdes tão brilhantes como pedras preciosas e piscou os olhos lentamente, vulnerável e frágil. Acho que ele viu o brilho em meus olhos, pois acariciou minhas bochechas com o polegar de suas mãos, fazendo com que eu cora-se violentamente e deixa-se de sentir o ar de meus pulmões e o sangue correndo por minhas veias. Meu coração? Esse tinha parado de bater, provavelmente.

– CoCo, meu amor. – ele falou rouco, com a voz mais doce, mais suave, mais criadora-de-arrepios do Paraíso inteiro. Senti o meu corpo estremecer com o seu apelido carinhoso. Nunca ninguém me tinha chamado desse jeito, e muito menos me tinha chamado de ‘meu amor’. – Me prometa que nunca mais vai se machucar, por favor… – ele suplicou olhando tão fundo em meus olhos, vendo a minha alma. Sim, para ele isso seria possível.

– Eu prometo. – minha voz estava tão fraca que pensei que eu nem tinha conseguido mencionar essas palavras, mas ele ouviu. Um sorriso de canto quase invisível apareceu no canto de seus lábios.

– Promessas são para cumprir. – ele falou rouco, ainda meio receoso. Eu o entendia, anjos não deveriam ter contacto desse jeito com os humanos. Assenti lentamente, completamente hipnotizada com os seus olhos tão brilhantes. Eles tinham o brilho das constelações. Antes que eu pudesse ter mais algum pensamento sobre o meu fascínio surreal, ele se aproximou de mim lentamente e tomou os meus lábios para si num selinho demorado e delicado. Nossos lábios, encaixe perfeito. O que causou em mim? Milhões de choques percorrendo a minha alma e fazendo com que eu fica-se mole, quase sem forças. Ele sorriu tão inocente, um sorriso tão pequeno, mas coloria a minha vida novamente. Ele depositou um leve beijo em minha testa e se afastou levemente de mim. – Nos vemos quando eu arrumar coragem novamente. – ele falou dando uma risadinha tão perfeita, doce, perfeita e…

Nota mental: saskaçdsodspdsadpds.

Ele desapareceu num som de asas batendo, numa fração de segundos e eu pude finalmente respirar depois de dez segundos sem saber o que ar significava. Sorri que nem uma boba, rindo que nem uma hiena e caí mole no chão. Eu sabia que ia passar mal, porra de vida.


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