O Meu Guarda-chuva escrita por Ana Eduarda


Capítulo 6
Spiritus mundi


Notas iniciais do capítulo

Eu agradeço pelo comentário de vocês seus fofos e fofas ;D
Beijos e abraços!
Comentários, heim? ;3



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Capítulo 6 – Spiritus mundi

Enquanto os passos foram dados, ela pode observar melhor o local. As paredes de mármore com desenhos belos dignos de artistas, o chão de granito com a superfície lisa e o ar mais agradável do que o que estava lá fora. Era muito fresco dentro da tal cabine.

O silêncio chegava até a ferir os tímpanos. Com muitas dúvidas rondando sua cabeça, Luiza não achava uma questão lógica para tudo isso que estava acontecendo. A lógica estava longe de estar neste tal lugar aonde ela veio parar. Seus pensamentos foram interrompidos por Felipe com uma voz misteriosa:

- Chegamos.

Ao ele pronunciar isso a grande porta que estava em suas frentes se abre e amostra algo extremamente incrível. Uma imensa biblioteca cuja suas prateleiras eram tão altas que não se viam o topo, abarrotadas de livros de muitas variedades e cores, com revistas, rolos de papiro e quase todos com um tom amarelado, Uma imensa mesa de um tamanho descomunal estava em um canto e sentado atrás dela com uma expressão séria, estava o rei da ilha e ao seu lado estava o pai dos meninos sorrindo sutilmente para nós.

- Boa tarde Luiza. Antes de esclarecermos várias coisas, teremos que lhe passar um papel, para que você possa descrever o local de onde você veio. Aqui é uma imensa biblioteca como pode ver que guarda a história de nosso povo e de nosso mundo e você agora já faz parte de nossa história.

José passa um rolo de papiro para Luiza juntamente com uma pena de cor azul-marinho e um pequeno pote de tinta parecido com potes de tinta guaxe. Sem pestanejar, Luiza pega o papel e coloca-o sob a mesa para escrever iluminada sob a luz natural que por sinal era muito bela.

‘’ Uma pena? ‘’ Pensou intrigada ‘’ Que país é esse? Onde estão as canetas? ‘’

E com dificuldade ela começa a escrever, sem muita prática de escrever com a pena – Logicamente – Desde os tempos antigos que estes objetos não foram usados mais para escrever. O silêncio absurdamente incrível fazia com que quando ela escrevesse pudesse ouvir o som da pena sob o papiro ecoando por toda a biblioteca. Ela decidiu escrever em forma de poema:

Recife, onde os rios deságuam que nutrem os mangues.

Com as pontes abarrotadas de gente onde todos têm direito de ir e vir

Com as belas praias e mares onde o vento invade nossa alma

Com pessoas que lutam para viver e vivem para lutar

Seres humanos que com indiferença tratam seu próximo

Seres humanos que também ajudam a quem necessita

Um povo que olha para o futuro, sem esquecer o passado.

Luiza para pensativa. O que ela iria escrever mais? Daí ela lembra uma música de uma banda que se chama ‘’ Nação zumbi ‘’ cujo um verso é o seguinte:

O de cima sobe e o de baixo desce.

Ao terminar ela entrega a folha a José que entrega ao Rei que lê com muita atenção desfrutando de cada palavra e fica admirado com o que lê.

- Agora Luiza, você irá saber da nossa Profecia. – Disse o Rei.

O Rei se levanta e vai nas prateleiras – com dificuldade – pega um enorme livro e joga-o em cima da mesa levantando uma enorme nuvem de poeira fazendo todos da sala tossirem um pouco. Ele abre o livro e folheia as páginas.

- Há muitos séculos nosso povo está esperando uma salvação. Esperando um individuo que possa livrar nosso povo do mal que está correndo em nosso mundo. Na nossa Profecia diz: Quem achar esta pessoa será seus guardiões e a protegerão e ajudarão.

- Mundo? Que mundo? – Interrompe Luiza de olhos arregalados.

- Spiritus mundi. – Respondeu o Rei.

- Hã? – Perguntou Luiza – O que significa isso?

- Você não conhece Latim? – Diz Ivo bravo

- Não! – Luiza diz – Quase ninguém fala Latim de onde eu venho.

- Calma gente! Calma! – Diz Túlio

- Spiritus mundi significa ‘’ Mundo fantasma ‘’. – Responde José

- Mundo F-Fantasma? Eu to morta? Eu morri? – Pergunta Luiza desesperada

- Não Luiza! – Diz o Rei – Irei lhe explicar tudo. Há muitos séculos nosso povo vivia muito feliz e tranquilo em nossa pequena Ilha Tropical. Éramos rodeados de um belo mar, mais nossos recursos naturais foram acabando com o tempo, pois não tínhamos tanto cuidado como temos hoje. Nós perdemos muita coisa – principalmente nossa água, então tivemos uma esplêndida ideia: Desbravar nosso mar! Parecia perfeito. A esperança para nós.  Construímos uma grande embarcação muito enorme e perfeita. Mais tínhamos certo receio, havia uma lenda que dizia que o mar que nos cercava era místico, mais não pensávamos que era verdade. Queríamos salvar nosso povo! Nada importava. Um grupo de mulheres e homens valentes se alistaram para ir. Foi uma festa! Eles embarcaram, e nunca mais voltaram. – O rei fez uma pequena pausa olhando fixadamente para a parede – Nossas árvores foram ficando secas e tudo estava terminando de uma maneira trágica.

- Outra lenda nasce depois desta – José complementa – Achamos que o antigo povo que saiu para o mar sofreram algum tipo de modificação, não é nada bem comprovado, mais temos registros que em três séculos houve três registros de pessoas que viram no horizonte sombras gigantes, seres enrolados em ataduras parecendo múmias e seres se locomovendo com dificuldade, a maioria acha que foi ilusão mais tem outras pessoas que realmente viram, daí nós fizemos rotas de fuga em caso de algum ataque e também balões.

- Como desapareceu toda a água do mar? – Luiza pergunta curiosa.

 - Esse também é um mistério! Achamos que tinha um grande rio que alimentava o mar no fim do horizonte, mais é só hipótese. – Felipe responde.

- No que eu posso ajudar? Eu vim para aqui com este guarda-chuva, com uma pequena bolsa e botas! Eu não tenho nada de especial. – Luiza diz.

- Minha querida! Nós não sabemos, mais acreditamos que um sinal vai aparecer para você. Nós cremos nisso. – O rei falou em voz baixa.

Luiza quando se lembrou do guarda-chuva, teve uma lembrança de sua casa que até então não havia lembrado com tantas coisas que estavam acontecendo. Ela rapidamente subiu de volta para a superfície e ficou na sombra de um coqueiro. O dia estava indo embora, e a brisa estava ficando mais suave, ela não acreditava que estava mesmo neste tal mundo fantasma, e começou a se beliscar achando que poderia acordar de um sonho.

- Ai, ai, ai! Acorda Luiza! Acorda! – Luiza falou para si mesma.

Quando ela se acalmou, ela pegou o guarda-chuva e se lembrou da gloriosa pintura. Abriu ele com cuidado e observou a pintura em seu interior. Quando de repente uma forte rajada de vento leva o guarda-chuva para alguns passos fora da ilha. Luiza sem hesitar, nem se lembrou da tal lenda do mar místico, aliás, não tinha mais mar.

Mais ela cometeu um grande erro. Pois a essência da magia do mar ainda se encontrava nas suas infinitas areias. E ao pisar fora da ilha para pegar o guarda-chuva ela sente uma grande tontura quando ela pega e olha para traz, não achou onde estava a ilha.

- Ai meu Deus! Gente? Eu to aqui! Cadê... Vocês? – Tentou escutar alguma coisa, mais só era possível ouvir o vento.

Luiza se perdeu ao desrespeitar a lei de nunca sair da ilha, logo ela pensou:

‘’ Droga! Eu deveria estar esperando o tal sinal que o Rei falou, Poderia ser um raio! Um terremoto! Ou sei lá o que. Mais por ser muito mimada preferi sair correndo igual a uma criancinha. Ponto para você Luiza! ‘’

- EEEEEI!

- Hã? – Ela se levanta apavorada tirando a areia do corpo quando der repente ela vê duas pessoas com mantas. – Droga! São os fantasmas me perseguindo! – Choramingou saiu correndo e tropeçando pela areia – AAAAAH!  

Correu poucos metros, pois mesmo o dia estando mais frio o vendo atrapalhara na sua caminhada e ela se cansará mais rápido e por isso caiu no chão se rendendo ao cansaço.

A última imagem que ela conseguiu ver foi duas sombras chegando perto dela, naquela hora ela não sabia mais o que fazer. 


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