Aprendendo a Amar escrita por Cahxx


Capítulo 4
Reunião




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- Ora, ora... Senhora Presidente... Como é bom vê-la já pela manhã... Torna o dia tão mais agradável... Já te falaram que está linda?

- Não quero conversa com você Loki... Seja lá o que você estiver fazendo aqui, é melhor ir para outro lugar!

- Não dá pra espera-la em outro lugar... Só se for em sua sala... Me autoriza a entrar lá?

- Deixa de gracinhas!

- Deixa de ser difícil!

Loki a empurrou contra o carro enquanto Lucy se debatia chocada: “Em plena luz do dia”. Foi quando uma voz masculina ecoou ao lado deles:

- Deixe ela em paz, Loki!

- Ah não... De novo não...

Ambos olharam em direção a voz e viram que Natsu estava parado do outro lado, punhos cerrados, dentes rangendo:

- Solte-a agora!!!

- O que é isso?! A corrente de seguranças da presidente?!

Num segundo Natsu já estava prensando Loki contra o carro, a mão erguida em direção ao rosto do gerente:

- Seu imbecil! Se tentar alguma coisa contra ela eu te mato!!!

- Tá, tá! Me solta garoto, tá amassando minha roupa!

Natsu o soltou e este foi saindo, arrumando o terno amassado. Lucy encarava Natsu com assombro: nunca imaginara que o amigo pudesse se alterar tanto.

- N-Natsu...?

- Ele te fez alguma coisa?

- N-não... Graças a você não...

- Ótimo... – e ele sorriu timidamente para a amiga.

Lucy suspirou ao notar que o amigo voltara a si:

- Obrigada Natsu. Você é a segunda pessoa que me salva dele...

- Ele é um idiota! Já perdi a conta de quantas moças ele já “atacou”...

Lucy pegou um casaquinho preto que estava no banco de trás e uma sacola com seu perfume favorito: Erza acertara!

- Mas por que ele ainda está aqui?! Ninguém o denunciou ou o demitiu?

- Loki não está aqui por que tem o melhor currículo da cidade. É porque a família dele tem influência. Você pode tentar demiti-lo... mas irá arrumar encrenca.

- Não sei o que é pior...: tê-lo aqui ou não tê-lo...

Natsu riu.

- Ele já tentou algo com a Erza?

- Hu! Se tivesse tentando já estaria castrado! A Erza é osso duro! Todos os homens a querem e todos a temem!

- Hum... Você sabe se ela gosta de alguém?

Nesse momento Natsu a olhou com um sorriso diferente no rosto, um sorriso encantador:

- Jellal. O amor da vida dela desde que eram crianças.

- Jellal? Quem é ele? Por que não estão juntos?

- Ah, é um pouco complicado... Ele é herdou a Crime Sorciere, uma empresa automobilística, quando os pais dele morreram. Depois disso, ele se distanciou de todos os amigos dele. Até da Erza...

- E quando foi isso?

- Quando ele tinha uns catorze anos...

- O que?! Quer dizer que ele administra uma empresa desde a pré-adolescência?! Já vi que essa cidade é um império brasileiro... Viva Dom Pedro II.

Natsu ficou confuso com a analogia da menina e esta decidiu que não era viável lhe explicar.

- Bem Natsu, fico por aqui... Obrigada mais uma vez.

- E não esqueça Lucy! Se ele tentar algo outra vez é só me avisar!

- Pode deixar.

Lucy entrou em sua sala sentindo-se bem mais calma. Cantava o refrão de “Walking on Sunshine” e arriscava alguns passos de dança meio tortos:

- I walking on Sunshine! Uo-uooh!

- Senhorita Heartfilia?

Ela congelou. Não havia menos do que meia dúzia de pessoas em sua sala, dentre elas Gray e o tal homem que só vira na reunião de dias atrás.

- É sobre esse tipo de comportamento que eu falava sobre termos presidentes tão jovens... – disse o homem. Lucy sentiu que todo o ar saía de dentro de si e ela voava como uma bexiga. Sempre se esforçava para mostrar a melhor aparência e agora...

- Não diga isso, Mystogan – outro executivo disse – Gray é um ótimo empresário. É só a senhorita Heartfilia começar a andar mais com ele e logo se ajeita.

- Espero que esteja certo, Macao... Vamos começar a reunião logo.

- Reunião? – Lucy questionou confusa – Que reunião?

- Como assim VOCÊ não sabe sobre a reunião?! – Mystogan a perguntou de forma superior.

- E-eu... N-ninguém me avisou sobre nada...

- Quanta responsabilidade... Venha logo menina.

Lucy ficou surpresa pela forma como o homem a tratava, sendo ela presidente. Mystogan aparentava ter a idade de seu pai, uns cinquenta anos por aí. Tinha cabelos grisalhos, rosto macilento com uma cicatriz lhe cortando um dos olhos. Parecia mais um militar do que um executivo.

Já Macao parecia ser mais agradável: um homem quase careca, pele morena e rosto jovial. Não deveria ter mais do que quarenta anos. Diferente de Mystogan que vestia apenas preto, Macao usava um terno de risca cor de vinho.

Lucy os acompanhou até uma grande sala, a primeira onde estivera. Todos se sentaram nos mesmos lugares: a jovem ficou entre Macao e um outro sujeito. Gray sentara-se do outro lado, quase de frente para Lucy.

- Bem, por onde querem começar – Mystogan questionou sentado na ponta da mesa, em baixo de uma gigante televisão LCD – Lucy?

A menina quis afundar na cadeira: não sabia nem da reunião e muito menos do ASSUNTO da reunião:

- Sugiro pela pauta de gastos e lucros – Gray interveio. Lucy não soube se ele havia feito isso por coincidência ou se de fato a estava ajudando; apenas sentiu-se imensamente grata.

- Ótimo Gray. É uma bela escolha visto que era o principal assunto que gostaria de tratar. Como podem ver...

Um gráfico surgiu na imagem do telão. Ele indicava que os lucros da empresa estavam exageradamente acima dos gastos:

- O que é uma situação altamente favorável a Fairy Tail... – Mystogan falava.

- Isso está errado – Lucy cortou-o enquanto olhava atentamente o gráfico.

- O que disse?

- Eu disse que este gráfico está errado.

- O que quer dizer com isso?

- Eu andei analisando todas as tabelas de balanços financeiros da Fairy Tail e encontrei saldos negativos altíssimos indicando que o fluxo de caixa da Empresa está irregular.

- Irregular? – foi Macao quem perguntou – Irregular como?

- Há valores inseridos no balanço que não condizem com os razonetes.

- Senhorita Heartfilia, EU sou o gerente financeiro da Empresa – Mystogan falou massageando a têmpora – O que a senhorita está dizendo é que eu inventei valores ou calculei errado o crédito e o débito do caixa?!

- Bem, se o valor final não bate então estou sugerindo isso.

Todos começaram a cochichar ao mesmo tempo. Estavam chocados com a tamanha ousadia da garota:

- E eu posso mostrar isso de forma clara a todos, se me pedirem.

- Seria mesmo possível? – Macao questionou parecendo preocupado.

- Claro que não! – Mystogan interrompeu – Ela mal sabia da reunião! O que dirá sobre balanços financeiros que EU, Mystogan, faço há mais de vinte e cinco anos nesta empresa!

- Não estou dizendo que o erro foi do senhor... Só estou afirmando que há um erro. E mesmo que tenha sido do senhor: errar é humano. Todos erramos.

- O que está dizendo?!!! – o homem começou a berrar.

- Acalmem-se! – Macao exclamou – É melhor deixarmos esse assunto para o final da reunião ou não veremos mais nenhum outro tópico importante!

Todos foram se acalmando e a reunião prosseguiu. Lucy começou a reparar que algo errado exalava de Mystogan e passou a sentir-se superior sobre ele. Se ela descobrisse o problema, poderia tê-lo em suas mãos e ganhar a confiança de todos. Além, é claro, de livrar seu pai de um possível traidor.

- Estão de acordo? – um homem questionou.

- No geral sim – Lucy comentou – Só acho que a missão e a visão da Empresa estão invertidas nessa definição.

Todos ajeitaram os óculos para ver o que a menina apontava e então concordaram. O homem que apresentava o tema arrumou na mesma hora e todos sorriram satisfeitos. Falaram ainda sobre a divisão da gerência em mais setores e as ideias de Lucy foram todas acatadas. Não havia um comentário se quer que a jovem presidente fizesse que todos os presentes não sorrissem e se interessassem.

- És uma menina muito inteligente – uma senhora disse. Ela vestia-se elegantemente e Lucy sentiu-se mais satisfeita com seu comentário do que de qualquer outra pessoa.

- Obrigada madame Porlyusica.

- Sua vez Gray.

O rapaz que estava imerso em pensamentos ergueu a cabeça surpreso. Lucy também fizera o mesmo. E agora? Como iria comentar o projeto de Gray? Se ela não comentasse nada iriam desconfiar de seu desconforto com relação ao presidente. Mas e se ela comentasse e Gray ficasse com raiva?

O rapaz começou a expor sobre recursos humanos, ideias para melhorias das relações entre funcionários e entre outras coisas. Era o assunto predileto de Lucy, mas sentia-se acanhada:

- Senhorita Heartfilia? – Mystogan a fitava, assim como Gray e todos os demais – Algum comentário?

- Ah... Eu... – ela encarou Gray que não possuía expressão facial alguma – Eu só acho que uma conferência com todos os funcionários para debater ideias e sugestões faria com que todos se sentissem importantes. Todos os empregados iriam sentir como se suas opiniões fossem importantes e de fato elas são! É o que todos querem... – e ela encarou a mesa e começou a brincar com a caneta.

- “Todos querem”? Como assim? – Porlyusica a fitava.

- Ah, bem... – e Lucy se ajeitou na cadeira – Todos os empregados, seja de que empresa for, têm opiniões boas e ruins sobre tudo na empresa. O que de fato eles não têm é oportunidade de expô-las. Quero dizer: não falo sobre deixar que falem mal, ou reclamem abertamente a plenos pulmões... Só acredito que se tiverem espaço para sugerirem melhoras para eles, se sentirão bem mais confortáveis aqui. Quero dizer: eles passam a maior parte de seus dias longe da família, presos num escritório monocromático, vendo sempre as mesmas pessoas... O mínimo que merecem é um lugar que lhes seja agradável. Isso faz com que gostem de trabalhar melhor e a produção se torna mais eficiente.

Ao terminar de falar, um silêncio mortal se instalou sobre a sala. Lucy não sabia se tinha dito algo errado... Apenas havia exposto sua humilde opinião. Mystogan estava prestes a falar quando Porlyusica ergueu-se de sua cadeira e começou a aplaudir Lucy. Macao fez o mesmo e todos os demais, com exceção de Mystogan e Gray, a aplaudiram com entusiasmo.

Lucy agradeceu timidamente e se sentindo mais confiante. Não iria deixar que sua terrível primeira impressão a impedisse de brilhar.

- Então vejo que estão todos de acordo. Bem, já que a senhorita Heartfilia sugeriu tudo isso, ela ficará responsável por organizar e realizar tal “assembleia”.

- O que?! – ela assustou-se. Como iria apresentar uma palestra para centenas de funcionários sem conhecer 5% deles?!

- Reunião encerrada.

Todos a cumprimentaram com alegria. Mas ela já não se sentia mais tão confiante assim.

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Notas finais do capítulo

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